quarta-feira, 4 de outubro de 2017

4 de Outubro - Memória de São Francisco de Assis

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Celebramos hoje a memória de São Francisco de Assis, cujo coração transbordante de caridade transfigurou-se de modo extraordinário a Cristo crucificado. Foi justamente o seu amor ardente por Nosso Senhor que lhe mereceu o título de Seráfico: Francisco assemelhava-se, de fato, a um serafim que, contemplando o rosto de Deus, não pode não se abrasar diante da amorosa majestade do Altíssimo.

Com 24 anos, renunciou a toda riqueza para desposar a “Senhora Pobreza”.

Aconteceu que Francisco foi para a guerra como cavaleiro, mas doente ouviu e obedeceu a voz do Patrão que lhe dizia: “Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?”. Ele respondeu que ao amo. “Porque, então, transformas o amo em criado?”, replicou a voz. No início de sua conversão, foi como peregrino a Roma, vivendo como eremita e na solidão, quando recebeu a ordem do Santo Cristo na igrejinha de São Damião: “Vai restaurar minha igreja, que está em ruínas”.

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Cruz pela qual Cristo falou com o santo


Partindo em missão de paz e bem, seguiu com perfeita alegria o Cristo pobre, casto e obediente. No campo de Assis havia uma ermida de Nossa Senhora chamada Porciúncula. Este foi o lugar predileto de Francisco e dos seus companheiros, pois na Primavera do ano de 1200 já não estava só; tinham-se unido a ele alguns valentes que pediam também esmola, trabalhavam no campo, pregavam, visitavam e consolavam os doentes. A partir daí, Francisco dedica-se a viagens missionárias: Roma, Chipre, Egito, Síria… Peregrinando até aos Lugares Santos. Quando voltou à Itália, em 1220, encontrou a Fraternidade dividida. Parte dos Frades não compreendia a simplicidade do Evangelho.

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Capela da Porciúncula original que se encontra dentro da grande Basílica de Santa Maria dos Anjos


Em 1223, foi a Roma e obteve a aprovação mais solene da Regra, como ato culminante da sua vida. Na última etapa de sua vida, recebeu no Monte Alverne os estigmas de Cristo, em 1224.

Já enfraquecido por tanta penitência e cego por chorar pelo amor que não é amado, São Francisco de Assis, na igreja de São Damião, encontra-se rodeado pelos seus filhos espirituais e assim, recita ao mundo o cântico das criaturas. O seráfico pai, São Francisco de Assis, retira-se então para a Porciúncula, onde morre deitado nas humildes cinzas a 3 de outubro de 1226. Passados dois anos incompletos, a 16 de julho de 1228, o Pobrezinho de Assis era canonizado por Gregório IX.

Tendo vivido apenas quarenta anos, o poverello de Assis representou um capítulo decisivo e marcante na história da Igreja. Em sua época, com efeito, eram grandes e recorrentes as disputas entre os poderes temporal e eclesiástico: o primeiro arrogando-se o direito de nomear bispos e abades e, desta forma, tomar as altas "fileiras" da hierarquia; o segundo tentando livrar-se da ingerência perniciosa de almas interessadas mais em lucrar o mundo do que o céu. Embora estas embates só tenham chegado a termo com o Concílio de Trento, a mensagem de São Francisco, em pleno século XIII, foi já a resposta para este conflito: é preciso determinar-se a seguir, com a radicalidade do Evangelho, a Cristo pobre e sofredor. É apenas quando um cristão vive, de modo pessoal, a pobreza como um valor e o desprendimento dos bens temporais como uma meta que Deus encontra espaço para reinar-lhe no coração. A pobreza franciscana é, pois, o segredo da verdadeira riqueza, que é o amor de Cristo, pelo qual vale pena vender tudo o que se tem com grande alegria. Que também nós, pela intercessão de São Francisco de Assis, possamos descobrir o tesouro de Cristo e, fazendo de nossa alma uma humilde manjedoura em que ele deseje habitar, tenhamos a caridade ardente dos anjos e serafins.

São Francisco de Assis, rogai por nós!



Fontes: Padre Paulo Ricardo e Canção Nova







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