sábado, 29 de fevereiro de 2020

Um amor único


Jesus Cristo quis vir ao nosso mundo habitar em uma "segunda trindade", onde receberia um amor que nem as criaturas angélicas, em sua perfeição, poderiam dar. Maria Santíssima e São José amaram o Senhor e O agradaram tanto a ponto de Jesus ter dedicado a maior parte de Sua passagem pela Terra ao santo casal de Nazaré. Os três viviam uma verdadeira comunhão de amor, onde O Filho Divino santificava cada vez mais os pais, que por sua vez correspondiam ao Santíssimo Menino com maiores gestos de amor! Que Nossa Senhora e São José nos ensinem a amar o Bom Jesus e intercedam por nós ao Senhor Deus!

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

A aparição da Sagrada Família em Fátima



Em Fátima, no dia da última aparição de Nossa Senhora, em 13 de outubro de 1917, ocorreu o estupendo Milagre do Sol. O astro-rei rodopiou e mudou de cor diante de aproximadamente 70 mil pessoas na Cova da Iria. Esse espetáculo porém, teria mais surpresas para as três crianças visitadas pela Mãe de Deus. Sequencialmente, houveram visões, durante o milagre, da Sagrada Família, de Jesus carregando a cruz até o Calvário junto da Virgem Dolorosa e a visão final majestosa de Nossa Senhora do Carmo, coroada como Rainha do Céu e da Terra.

Atentemo-nos, porém, à visão da Sagrada Família. Por que apareceu aos pastores? Bom, parece-nos, e o é simples, pelo mesmo motivo de Jesus, sendo Deus onipotente, ter querido nascer em uma família "normal", para mostrar a importância dela. A família é a igreja doméstica, os pais devem ser os primeiros catequistas de seus filhos. O ambiente familiar é de suma importância para a constituição do sujeito, tanto moralmente, quanto espiritualmente, psicologicamente e fisicamente. Sabendo disso, o demônio deseja de todas as formas destruí-la. Jesus, aparecendo com seus santos pais, nos convida a aproximar-nos dEle e de Sua Mãe Santíssima e São José. Que a Santa Família, espelho da Trindade, nos abençoe e proteja contra as investidas do inimigo, que, segundo diz Irmã Lucia, última visionária de Fátima, desencadeará a "batalha final" contra Deus, através de ataques ao matrimônio e à família.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Quaresma, tempo de conversão



Estamos iniciando a Quaresma. Esse termo é usado pela Igreja para definir o período litúrgico de 40 dias que se inicia com a Quarta-Feira de Cinzas e segue até o meio dia do Sábado Santo. Foi instituída para que toda a Igreja imite o exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo que jejuou por 40 dias no deserto.

Quaresma é tempo favorável para a redescoberta e aprofundamento do autêntico discípulo de Cristo. Não se conhece Jesus estando “do lado de fora”, mas seguindo o Senhor, entrando nos Seus mistérios.  Devemos mergulhar nesses dias num grande retiro espiritual, arrumando um espaço em meio a nossos afazeres cotidianos. É tempo de profunda interiorização, de fazer uma viagem para dentro de nossa alma a fim de encontrarmos Aquele que é mais íntimo a nós do que nós mesmos. É tempo e sair da dispersão, das frivolidades, da fragmentação.

Um dos maiores papas da Igreja, São Leão Magno (séc. V) ensina que as finalidades da Quaresma são: “celebrar o mistério da nossa salvação com pureza da alma e do corpo; fazer penitência pelas culpas cometidas; exercer obras de piedade; atrair sobre si a misericórdia divina, avivar a confiança e renovar todo o homem interior”.

A Quaresma nos leva a viver com mais intensidade e profundidade a relação interpessoal com Deus; leva-nos a sentir o pecado antes de tudo como ofensa a Deus e ruptura da amizade com Ele; leva-nos a uma atitude de partilha do amor misericordioso. Leva-nos, enfim, ao reencontro com a nossa verdadeira identidade de filhos de Deus.

A espiritualidade da Quaresma se caracteriza também por uma oração mais assídua e intensa e pela escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus, que ilumina o conhecimento dos próprios pecados, chama à conversão e infunde confiança na misericórdia de Deus.

Quaresma é para mudar de vida

É tempo de parar para refletir sobre o rumo que tenho dado à minha vida, se tenho vivido como quem deseja o céu, a vida eterna, ou como quem ainda está por demais preso aos “bens que passam”. Qual tem sido a minha prioridade? É preciso fazer um sério e refletido exame de consciência, para procurar mudar de vida, buscar uma purificação, ser mais santo e menos pecador.

É necessário abrir-se para a palavra da salvação, confrontar-se com o Evangelho. O pecado é uma traição e infidelidade em relação a Deus, que nos ama e deseja o nosso bem. Jesus, que veio para procurar os pecadores (cf. Lc 9, 10), revela o bom coração do Pai que ama, espera e é o primeiro a dar o abraço da reconciliação (cf. Lc 15, 20).

A conversão cristã não é somente uma conversão moral, mas é conversão para Deus, para que aprendamos a pensar como Deus pensa. No plano da vida, assim, exige-se aquela mudança íntima e radical pela qual o homem começa a pensar, a julgar e reordenar a sua vida, movido pela santidade e pela bondade de Deus. A Quaresma se torna, assim, uma escola de purificação e iluminação.

O itinerário quaresmal, no qual somos convidados a contemplar o Mistério da Cruz, é tornar-se semelhante a Cristo na morte (cf. Fl 3, 10), para realizar uma conversão profunda da nossa vida: deixar-se transformar pela ação do Espírito Santo, como São Paulo no caminho de Damasco; orientar com decisão a nossa existência segundo a vontade de Deus; libertar-nos do nosso egoísmo, superando o instinto de domínio sobre os outros e abrindo-nos à caridade de Cristo. É momento favorável para reconhecer a nossa debilidade, acolher, com uma sincera revisão de vida, a Graça renovadora do Sacramento da Penitência e caminhar decididamente para Cristo.

Da escravidão do orgulho para a liberdade da humildade

A fonte de toda a vivência quaresmal é Cristo e a Sua Paixão. Ele é a ressurreição e a vida (cf. Jo 11, 25). Ele é o grão de trigo que morre para produzir muito fruto (cf. Jo 12, 24).  Ele é o caminho e vida para quem quer segui-lO, odiando a própria vida neste mundo, a fim de conservá-la para a vida eterna (cf. Jo 12, 25). Ele é a água viva em cuja fonte jorra para a vida eterna (cf. Jo 4, 14). Ele vai transformar o nosso corpo miserável, tornando-o semelhante ao Seu Corpo glorioso, graças ao poder que Ele possui de submeter a Si todas as coisas (cf. Fl 3, 21; cf. Fl 3, 8-14). De fato, “aquele que não conheceu o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornássemos justiça de Deus” (2Cor 5, 21).

Um dos principais frutos de uma Quaresma bem vivida culmina na Páscoa com a libertação daquele que é a raiz de todo pecado e que perfidamente nos persegue: o pecado do orgulho, que leva à desobediência.

As práticas quaresmais, quando vivenciadas como convém, nos desprendem de nós mesmos, revelando que não somos nada, e quão tolos somos quando, inflamados de soberba e orgulho, nos julgamos melhores que os outros; e nos colocamos no cento do universo.

A penitência, o jejum e a oração autêntica acabam por manifestar em nós os filhos do orgulho que alimentamos, muitas vezes, até a saciedade: o egoísmo, a inveja, a impaciência e intolerância com que tratamos os outros, as idolatrias que criamos para nos satisfazer; o espírito crítico que faz de nós juízes implacáveis de nossos irmãos, enquanto somos complacentes com os próprios pecados e infidelidades etc… Dito de outra maneira: percebemos nossa grande fragilidade.
Descobrimos que nos deixamos cegar pelas enganações do demônio. Descobrimos que não somos nada, que somos incapazes de todo bem, a não ser pela graça do Espírito. Em suma, descobrimos quanta desordem há em nosso interior. A Quaresma nos ajuda a colocar as coisas no seu devido lugar, reordenando o nosso interior para Deus.

O verdadeiro jejum nos direciona a comer o “verdadeiro alimento”, que é fazer a vontade do Pai (cf. Jo 4, 34), libertando-nos do espírito da desobediência que nasce do orgulho. Se Adão desobedeceu ao mandamento do Senhor “de não comer o fruto da árvore da ciência do bem e do mal” (cf. Gn 2, 17), com o jejum desejamos nos submeter humildemente a Deus, confiando na Sua bondade e misericórdia.

A humildade é a verdade, como afirma Santa Teresa de Jesus. Se o diabo é o pai da mentira, a humildade é, então, exorcista. Pela oração, praticamos a humildade, pois o orgulhoso não reza; é preciso se rebaixar para rezar. Pela oração, encontro-me comigo mesmo; e com minha fragilidade. O jejum nos defronta com nossas fraquezas. Caem as máscaras e vemos nossos defeitos. A caridade também nos humilha porque, vendo a necessidade daquele que eu ajudo, percebo minha miséria, percebo que também sou necessitado. E com isso se abre o caminho para a intimidade com Deus.
Somos, assim, purificados dos vícios e pecados e conduzidos à recuperação da nossa dignidade e do nosso equilíbrio interno; numa palavra: somos recapitulados, conduzidos à vida nova, fruto da Páscoa de Cristo. E assim, aquela fragmentação dá lugar à integridade, à inteireza, à posse de si mesmo para poder entregar-se inteiramente a Deus. Pois o que Deus realmente espera de nós não é a oferta das coisas e bens, senão a oferta de nós mesmos a Ele.

A vivência da Quaresma é, como se pode deduzir, um combate. Uma batalha contra o demônio, que devemos viver inspirados no modo como Cristo o enfrentou (cf. Lc 4, 1-13).

Mas, temos um trunfo: combate conosco a Virgem Santíssima, aquela que gerou o Verbo de Deus na fé e na carne, e que nos leva a imergir como ela na morte e ressurreição do seu Filho Jesus rumo à vida eterna. Confiemo-nos, pois ao seu maternal cuidado.

Que possamos chegar ao Sábado Santo bem diferentes de como iniciamos esse itinerário.

Uma santa e frutuosa Quaresma para você!

Fonte: Comunidade Pantokrator

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Festa da Sagrada Face de Jesus


Concede-nos hoje a Santa Igreja a possibilidade de celebrarmos a Festa da Sagrada Face de Jesus Cristo, devoção muito associada a Santa Teresinha, mas vinculada ainda mais intimamente à mística italiana Maria Pierina (1890–1945), beatificada em maio de 2010 e responsável por popularizar o uso de uma medalha com a imagem do Santo Sudário. A devoção à Sagrada Face de Nosso Senhor não difere substancialmente da devoção à Paixão de Cristo e tem, no fundo, a mesma finalidade que a devoção ao Sagrado Coração: reparar as ofensas contra o amor divino e, de modo particular, as que de tantas formas lançamos ao rosto adorável de Jesus, repetindo assim o mesmo gesto traidor com que Judas O indicou a seus inimigos. É preciso advertir, no entanto, que a necessidade de reparar os pecados, nossos e alheios, não nasce de uma imperfeição da misericórdia divina, como se Deus fora um ressentido, mas das carências do nosso amor. Deus, com efeito, não precisa da nossa reparação, mas nós, sim, temos necessidade dela. Deus pode muito bem nos perdoar, se O procuramos arrependidos; mas nós não nos podemos arrepender deveras e O amar de coração se não sentirmos a urgência de compensar, na medida do possível, os gestos, palavras, ações etc. com que Lhe ferimos a honra e negamos a obediência, a sujeição, o respeito, a reverência, o amor e a piedade a que Ele tem pleno direito. Deus quer, sim, que reparemos os pecados, porque é algo não apenas justo, mas muito conforme ao nosso modo humano de expressar e crescer no amor. Pelo muito que temos ofendido a Nosso Senhor; pelo muito que Ele, neste próximo Carnaval, por certo há de ser ofendido com tantas impurezas, com tantas blasfêmias, com tanta imoderação, com tanto escândalo à juventude, pelo muito, enfim, que temos deixado de amá-lO, reparemos sempre os pecados dos homens, sabendo que a Face amorosíssima de Cristo, se chora pelos ultrajes de que é vítima, chora ainda mais pelo triste fim que espera os que não se arrependem nem querem se arrepender deles.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

domingo, 23 de fevereiro de 2020

As aparições de Nossa Senhora do Divino Pranto


A devoção a Nossa Senhora do Divino Pranto teve seu início nos primeiros anos do século passado. A jovem Irmã Elisabeth, que pertencia à congregação das irmãs Marcelinas, passava por gravíssimas enfermidades. Por conta da grave doença, a irmã não levantava da cama há anos, tinha perdido a visão e vivia com dores muito fortes, que deixavam a Irmã cada dia mais fraca.

A aparição misteriosa

Desenganada pelos médicos, a Irmã Elisabeth esperava sua morte. Porém, na madrugada do dia 6 de janeiro de 1924, enquanto reinava o mais profundo silêncio, a Irmã Elisabeth começou a falar, o que surpreendeu as outras irmãs. Elisabeth estava conversando com uma senhora, dizendo: “Como a senhora é bondosa! Mas tenho uma dor tão grande que nem sei oferecer a Deus... reze por mim!” Bem, a bela Senhora responde a Elisabeth: “Reza! Confia! Espera! Dá um sorriso e desaparece.”

A irmã entra em coma

Elisabeth não fazia ideia de quem era a misteriosa senhora, e as outras irmãs achavam que era um sonho ou delírio causado pelas enfermidades. Depois da primeira aparição, a jovem irmã entrou em coma, podendo falecer a qualquer momento.

A segunda aparição

Com o passar dos dias, a enfermidade da irmã só piorava. Foi então que, na noite do dia 22 de fevereiro de 1924, enquanto as enfermeiras faziam orações e velavam por Elisabeth, acontece um fato incrível. Em poucos segundos Elisabeth acorda e senta na cama. Com as mãos juntas e o olhar fixo, ela torna a conversar com a senhora, e finalmente reconhece a mesma, exclamando por 3 vezes que a tal senhora, na verdade, era Nossa Senhora com o Menino Jesus chorando em seus braços.

A mensagem

Elisabeth perguntou a Nossa Senhora o motivo do choro do Menino Jesus, e Ela respondeu: “o Menino está em prantos, porque não é bastante amado, procurado e desejado, também pelas pessoas que lhe são consagradas...”. Depois disso, pediu que Elisabeth divulgasse essa mensagem.

O milagre

A Irmã sentia que não era capaz de espalhar a mensagem. Achava que ninguém acreditaria nela. Por isso, pediu que Nossa Senhora lhe desse um sinal. Então, Nossa Senhora deu um carinhoso sorriso, se inclinou levemente e disse: “Devolvo-te a saúde!”, desaparecendo com o Menino Jesus logo em seguida. A jovem Irmã Elizabeth curou-se completamente e viveu por mais seis décadas, testemunhando e espalhando a mensagem de Nossa Senhora do Divino Pranto.

Fonte: Cruz Terra Santa

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Festa da Cátedra de São Pedro


Com a Festa da Cátedra de São Pedro, recorda-nos a Santa Igreja que não pertencemos os católicos a uma assembleia democrática, em que a verdade se decide por maioria de votos, mas, como membros de Cristo, a uma sociedade hierárquica, que, tendo como um de seus fins primários a conservação e transmissão da fé apostólica, está dotada por constituição divina do poder de ensinar infalivelmente a mesma fé. Não é isto, como querem alguns, uma invenção católica com a qual se teria deturpado o cristianismo primitivo nem, como querem outros, um limite à “liberdade de pensamento” do fiel comum e corrente. Não é, em primeiro lugar, uma invenção tardia, porque as Escrituras Sagradas deixam claro que Jesus Cristo transmitiu aos Apóstolos sua própria missão de ensinar, a fim de que, por meio deles, munidos de um magistério vivo de palavra e com verdadeira autoridade, todos os povos fossem conduzidos à obediência da fé (cf. Jo 17, 18; 20, 21; Mt 28, 18-20). Não se trata, em segundo lugar, de uma imposição restritiva ao “livre pensamento”, porque a autoridade, mais do que restringir, possibilita e ao mesmo tempo expande a liberdade, na medida em que lhe indica os caminhos que ela pode trilhar com segurança, a fim de alcançar sem risco de desvios uma mais profunda inteligência dos mistérios revelados. Ao providenciar à sua Igreja uma assistência especial, para que ela não ensine nem incorra nunca em erro, seja em matéria de fé ou de moral, Deus não só ratificou sua soberania sobre todo entendimento humano, obrigado a prestar-lhe reverência e a aceitar com obediência o que Ele mesmo ensina pelo Magistério eclesiástico, mas proporcionou também à nossa inteligência o que ela mais pode desejar, que é uma visão clara e segura da verdade, e a preveniu de um dos perigos que mais a ameaçam, que é a pretensão de erigir-se em juíza e mestra de sua “própria” verdade. Demos hoje graças a Deus por este dom que é o sagrado Magistério da Igreja, desempenhado pelos bispos e, por excelência, pelos sucessores de São Pedro, encarregados de confirmar-nos, sem ambiguidades, na fé de sempre.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

Sábado, dia de Nossa Senhora


Segundo a tradição, a Igreja tem por costume dedicar o Sábado a Nossa Senhora é pelo fato de ter sido no primeiro Sábado Santo, que Ela viveu sem ter Jesus vivo. Esse dia foi considerado o Sábado da solidão, do deserto, da morte e do luto. Foi o dia em que Maria Santíssima chorou e sofreu pela ausência de seu Filho.

Podemos pensar que foi no sábado que precedeu a Ressurreição de Jesus que a Virgem Maria viveu o mistério da dor, profetizado por Simeão: “Uma espada de dor transpassará tua alma" (Lc 2,35). Entretanto, Ela manteve-se firme na fé, com esperança inabalável em seu Doloroso e Imaculado Coração, aguardando a Ressurreição d’Ele. De acordo com a Exortação Apostólica Marialis cultus sobre o Culto da Virgem Santíssima na Liturgia:

“Não se deve esquecer, por outro lado, que o Calendário romano geral não registra todas as celebrações de conteúdo mariano: é ao Calendário particular que compete recolher, com fidelidade as normas litúrgicas mas também com cordial adesão, as festas marianas próprias das diversas Igrejas locais. E falta ainda acenar à possibilidade de uma comemoração litúrgica frequente da Virgem Santíssima, mediante o recurso à memória de Santa Maria “in Sabbato”: memória antiga e discreta, que a flexibilidade do Calendário atual e a multiplicidade de formulários do Missal tornam extremamente fácil e variada.”

Com o passar do tempo, muitos fiéis passaram a celebrar o dia de sábado com muitos atos de piedade cristã, em honra da Virgem Santíssima, tais como: recitando as “Mil Ave-Marias”, rezando o terço em família e o Ofício da Imaculada Conceição, indo à Missa, recebendo a Eucaristia, realizando obras de amor ao próximo.

Nas aparições de 13 de junho e 13 de julho de 1917, Nossa Senhora de Fátima, chamou a atenção de Lúcia para o costume de dedicar os sábados em Sua honra e rezar o terço em reparação: “Jesus quer estabelecer no mundo a devoção do meu Imaculado Coração”. Depois os três pastorinhos viram Nossa Senhora tendo em sua mão direita um coração cercado de espinhos. Compreenderam que era o Coração Imaculado de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que pedia reparação.

“Se fizerem o que vou vos dizer, muitas almas serão salvas e haverá paz. [...] Voltarei para pedir a consagração da Rússia ao meu Coração Imaculado e a devoção reparadora dos primeiros sábados (de cada mês).”

Honrar Nossa Senhora especialmente nos sábados vem nos recordar que a Mãe de Deus quer nos apontar a direção de seu Filho que é o Senhor dos nossos dias e todos os outros dias da semana.

Fonte: https://www.a12.com/academia/catequese/sabado-dia-de-nossa-senhora

A Divina Misericórdia e as aparições marianas


A Misericórdia do Senhor Jesus está intimamente ligada à poderosa intercessão de Sua Mãe Santíssima. Em suas aparições, Nossa Senhora se revela como a Mãe da Misericórdia, vem ao encontro de seus filhos e os convida à conversão, à reconciliação, os quais são frutos da incomensurável Misericórdia de Deus. A Virgem Santíssima, que é espelho perfeitíssimo de Seu Filho e irradia o Amor de Jesus, revela ser misericordiosa. Em Lourdes, Nossa Senhora dá para a humanidade a fonte milagrosa, fonte de conversões e curas físicas e espirituais. Em Pellevoisin, a Virgem afirma ser "toda misericordiosa" e pede que seus rogos de misericórdia sejam divulgados ao mundo. Nesse local, Nossa Senhora ainda divulga o escapulário do Coração cheio de Misericórdia de Jesus. Nas suas aparições em Fátima, Maria é enviada pelo Senhor para dar avisos e recomendações para a salvação dos povos, pedindo a reza do terço e a conversão. Em Garabandal e Medjugorje, a Virgem aparece inúmeras vezes, fazendo apelos insistentes, de uma Mãe que quer a salvação de seus filhos. Todas as manifestações de Nossa Senhora são frutos da Misericórdia de Deus pelo mundo.

O Senhor diz para Santa Faustina que Sua Misericórdia é maior e mais intensa conforme maiores forem os pecados dos homens. Jesus nos oferece Seu Amor e perdão insistam temente, seja através de Sua Mãe ou por revelações próprias, onde, contudo, adverte, àqueles que definitivamente negarem e desprezarem Sua Misericórdia, estarão fadados a enfrentarem sua Terrível Justiça. Que a Sua Misericórdia nos guarde e seja a tábua de nossa salvação.

Jesus Cristo mostra a Sua Divina Misericórdia



Era o dia 22 de fevereiro de 1931. Uma jovem de 25 anos está recolhida em seu quarto no convento de Plock, na Polônia. É uma das mais antigas cidades daquele país, situada a 120 km de Varsóvia, a capital. Exatamente há um século ocorrera ali a última sessão do parlamento do Reino da Polônia. Entre 1079 e 1138 tinha sido a sua capital. Em 1938, quase 25% da população local eram judeus, a maior proporção no país, e que infelizmente seriam dizimados depois pelos nazistas.

Faustina Kowalska, camponesa de origem, era professa temporária da Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia, e desde 1930 residia na casa de Plock. Lá se ocupou sucessivamente na padaria, na cozinha e na despensa da padaria. Já durante o tempo de discernimento vocacional, em Varsóvia, esta polonesa fora agraciada por Deus com inúmeras locuções interiores e visões místicas. Em seu Diário havia registrado que, já durante o Noviciado, Jesus lhe havia exortado: “Procura conhecer a Deus, refletindo sobre os Seus atributos” (Diário 30).

Mas desta vez algo extraordinário estava para marcar a sua vida – e a de toda a Igreja.

Anota Santa Faustina em seu Diário, que iniciou a escrever três anos depois, em relação àquele dia:

“À noite, quando me encontrava na minha cela, vi Nosso Senhor vestido de branco. Uma das mãos erguida para a bênção, e a outra tocava-Lhe a túnica, sobre o peito. Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e o outro pálido. Em silêncio, eu contemplava o Senhor; a minha alma estava cheia de temor, mas também de grande alegria” (D. 47).

É o Cristo Ressuscitado, vencedor de todo o mal, que visita de um modo extraordinário a humanidade! É o mesmo que diz: “Vede minhas mãos e meus pés: sou eu!” – como lemos nos relatos da Sua ressurreição (Lc 24,39). “Dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés” (v. 40). O “temor” e a “alegria” que se verificam na reação de Faustina se assemelham aos Apóstolos – “perturbados”, mas com “alegria” (vv. 38.41). E as chagas que carrega? Como dizia São Beda o Venerável, (+735), Doutor da Igreja, o Ressuscitado faz questão de carregar consigo – eternamente! – estas marcas “para fazer os fiéis redimidos compreender com quanta misericórdia foram socorridos” (in S. Th. III, 54, 4).

Faustina continua o relato:

“Logo depois, Jesus me disse: Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. Desejo que esta Imagem seja venerada, primeiramente, na vossa capela e, depois, no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta Imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte. Eu mesmo a defenderei como Minha própria glória” (D. 47/48).

As promessas de Jesus estão relacionadas à veneração de uma imagem (pintura), que passaria a ser designada como imagem de Jesus Misericordioso. Neste novo movimento espiritual que apenas está se iniciando, há cinco novos elementos que o identificam – além da imagem, Jesus revelaria ainda a Festa, a Novena, o Terço e a Hora da Misericórdia. Na revelação de Plock Jesus não explica de modo detalhado como se deve dar esta veneração do quadro, ficando, portanto, a critério do amor e do bom senso de cada cristão, grupo ou comunidade. O fato é que mais adiante (D. 49) pedirá que seja “solenemente abençoada” na Festa da Misericórdia. A inscrição – como se fosse uma assinatura – indica que não basta a posse de um objeto material; é necessária a confiança pessoal, que nasce da fé unida à caridade e à esperança, da certeza de que Jesus e sua misericórdia estão sempre conosco!

É importante destacar que se celebrava naquele dia o 1º Domingo da Quaresma, tempo forte de preparação para a Páscoa. Anos antes (1928) o Papa Pio XI já havia convocado todo o orbe católico a se voltar ao Coração de Jesus em virtude do ataque violento infringido aos “direitos divinos e humanos” (Encíclica Miserentíssimus Redemptor, n. 16). Ao Cardeal Basilio Pompili (2/2/1930) escreveu preocupado com os avanços e ataques do ateísmo na Rússia. Na 1ª Radiomensagem de um Papa a todos os povos e criaturas (12/02/1931), expressou novamente a sua solidariedade com os perseguidos pelos “inimigos de Deus e da sociedade humana”, referindo-se aos regimes totalitários que pululavam.

Naquele mesmo ano de 1931, o Sudário de Turim foi exposto por ocasião do matrimônio de Umberto de Sabóia. Na ocasião é que foi fotografado novamente, desta vez por Giusepe Enrie, fotógrafo profissional. Novamente seria exposto em 1933, o Ano Santo Extraordinário por ocasião do XIX Centenário da Redenção, decretado pelo mesmo Pio XI (Bula Quod Nuper). A imagem de Jesus Misericordioso – depois pintada por Kazimirowski, a pedido do Beato Sopocko (1934) – seria exposta pela 1ª vez no encerramento daquele Ano Santo (1935). Surpreende o fato de que o rosto estampado no Sudário corresponde exatamente ao do quadro de Jesus Misericordioso!

“Com aquela revelação, o Senhor Jesus definiu a missão pessoal da Irmã Faustina, que consistia em viver e sofrer pelos outros (…)”, observa o estudioso Pe. Ignacy Rózycki em seu estudo de 1980 que contribuiu para a canonização de Santa Faustina. “Tal revelação” – continua – “deu início ao primeiro dos dois períodos das revelações do Culto: o período das revelações que se sucederam sobre o tema das formas e das promessas relativas ao Culto, que durou até 24 de outubro de 1936, e o período das revelações relacionadas às exigências morais, que durou até o fim das revelações”, em 1938.

Jesus não escolheu o ano de 1931 por acaso. Naquele ano, o pensador inglês Aldous Huxley publicou o livro Admirável Mundo Novo, no qual imagina uma sociedade do futuro sem ética ou religião, marcada pelo individualismo que estava deixando suas marcas negativas na modernidade. Um grande mal-estar se alastrava pelo mundo; naqueles anos 30-31, na América Latina, protestos violentos eram frequentes, levando à derrubada do poder em 11 dos 20 países; o Japão invadia e conquistava a Mandchúria, prelúdio de sua invasão à China; Hitler e Stalin se aproveitavam do caos social para assumirem o poder, tornando-se em seguida dois dos maiores assassinos da história; enfim, “em todos os lugares, as pessoas apelavam para a força”, constata Geoffrey Blainey.

Todavia o Céu resolveu intervir. Humildemente tentou. O próprio Jesus se dignou mais uma vez recordar à humanidade que a solução para os nossos problemas mais fundamentais passa necessariamente pelos caminhos do amor a Deus e ao próximo. No início daquele século outras religiosas haviam sido agraciadas com particulares experiências místicas. A Irmã Benigna Consolata (+1916) chegou a ser chamada pelo próprio Senhor de Secretária da Minha Misericórdia. A Irmã Josefa Menendez (+1923) ouvira de Jesus: Quero me servir de ti como instrumento de minha Misericórdia. Em 1930 a Madre Esperança fundara em Madrid as Servas do Amor Misericordioso.

A escolhida, porém, para uma verdadeira “revolução” da Misericórdia foi Santa Faustina Kowalska. Em pouco tempo aquela imagem estava em todos os continentes, carregada no bolso até mesmo por soldados combatentes, que muitas vezes nem mesmo se davam conta do que estava acontecendo. Há relatos de conversões e milagres por sua intercessão. As palavras têm sua beleza própria, mas para Mussolini, na Itália, “os rifles, as metralhadoras, os navios, os aviões e os canhões são ainda mais belos”. Jesus também nos ensina que as palavras devem ser acompanhadas de ações, mas estas devem se fundamentar no respeito aos direitos de Deus e do próximo, e não em impulsos destrutivos.

“Dize à humanidade sofredora que se aconchegue no Meu misericordioso Coração, e Eu a encherei de paz” (D. 1074).

Quantos têm medo de se aproximar deste “trono da graça” para serem curados de seu ódio, indiferença e toda maldade! Peçamos ao Senhor que repita sobre a humanidade inteira – sobretudo as nações onde reina a injustiça, a guerra, a corrupção – o gesto de bênção que está retratado na imagem revelada a Faustina, a fim de que muitos “filhos pródigos” retornem ao convívio divino, o mesmo gesto de bênção que lhe acompanhou durante a sua partida na Ascensão, e que tanto necessitamos hoje em dia: “Depois, levou-os até Betânia e, erguendo as mãos, abençoou-os. E enquanto os abençoava, distanciou-se deles e era elevado ao céu. Eles ficaram prostrados diante dele, e depois voltaram…” (Lc 24,50s).

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Nossa Senhora de Lourdes e os pecadores



Em Lourdes, Nossa Senhora faz um apelo pelos pecadores. Em sua sexta aparição, em 21 de fevereiro de 1858, a Virgem Maria desvia por um momento o seu olhar de Santa Bernadette, ela olha por trás da menina, para as pessoas presentes no momento da aparição. A Mãe de Deus, com o semblante triste, é questionada por Bernadette do motivo de sua tristeza, ao que responde:

"Reza pelos pecadores, pelo mundo tão revolto."


Na aparição do dia 24 do mesmo mês, Maria Santíssima pede à Bernadette:

"Reza pelos pecadores! Penitência! Penitência! Penitência! Beija a terra em penitência pela conversão dos pecadores!"

A santa visionária é tomada por louca em virtude de seus atos pelos pecadores. Nossa Senhora sabe que os pecadores, que são a humanidade em geral de certa forma, podem ser purificados pela penitência e pelo sacrifício oferecidos à Deus e uns pelos outros. Santa Bernadette disse uma vez acerca dos sacrifícios praticados: "É por penitência, por mim primeiro, pelos outros depois."

A própria fonte de Lourdes, e o santuário como um todo, foi querido pela Mãe de Deus como um local de peregrinações, e procissões, para curar, além do corpo, sobretudo a alma.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

As aparições de Nossa Senhora em Pellevoisin - "A toda misericordiosa"



Nossa Senhora em Pellevoisin manifesta sua misericórdia incomensurável e sua poderosa intercessão junto a Deus, pedindo a propagação de um Escapulário do Sagrado Coração de Jesus

A Santíssima Virgem apareceu 15 vezes, em 1876, na pequena cidade de Pellevoisin, diocese de Bourges, no Berry, centro da França. A vidente, Estelle Faguette, foi miraculada durante as aparições. Gravemente doente, desenganada pelos médicos, sua cura causou espanto e admiração em todo o país.

Estelle Faguette

Estelle nasceu em 1843, de pais muito pobres. Sempre adoentada, levava uma vida simples, de empregada doméstica. Aconselhada por seu confessor, que era pároco da Madeleine, em Paris, passou algum tempo entre as freiras agostinianas, servindo como enfermeira no Hôtel-Dieu, grande hospital da capital. Podia assim, simultaneamente, cuidar dos doentes e ser cuidada. Entretanto sua saúde, cada vez mais fraca, levou-a a interromper o noviciado em 1863.

Sempre muito piedosa, uma religiosa apresentou-a à família La Rochefoucauld, que a empregou no castelo de Poiriers-Montbel, a três quilômetros de Pellevoisin. Para grande alívio de seus pais, ela passou a receber um salário, vital para o sustento da família. Estelle conservou grande admiração por seus patrões. Em sua doença, eles cuidaram dela “com grande dedicação”, segundo suas palavras. A bondade da condessa de La Rochefoucauld consolou-a sempre.

Enferma havia mais de 10 anos, a doença se agravou em junho de 1875. De acordo com declarações de seus médicos — Dr. Benard e Dr. Hubert, ambos de Buzançais –– Estelle sofria de tuberculose, peritonite aguda e de um tumor abdominal. Em 10 de fevereiro de 1876, a morte estava próxima: ela não teria vida por mais do que algumas horas, afirmou o Dr. Benard.

Primeira aparição

Ocorreu então a primeira das 15 aparições de Nossa Senhora, na noite fria de 14 a 15 de fevereiro. Já desenganada pelo médico, Estelle esperava resignadamente a morte. Entre orações e lembranças da vida passada, renovava a cada instante o oferecimento a Deus de seu último sacrifício.

De repente, do lado direito de sua cama ela viu uma forma humana horrível, ameaçadora, que agarrou seu leito e o sacudiu violentamente. Estelle não duvidou tratar-se do próprio demônio. Mas o demônio ali presente, no momento da morte? A visão aterrorizante parecia-lhe uma promessa do inferno. Foi tomada de pânico, enquanto a besta humana rugia.

Porém, nesse instante de confusão e terror, Maria Santíssima apareceu, com beleza indescritível, toda de branco, com um longo véu caindo até os pés. Seu olhar se dirigiu à enferma com bondade indizível. Em seguida, fixou o demônio e disse: "O que fazes aqui? Não vês que ela está vestida com o hábito que Eu e meu Filho divino lhe demos?" Mencionando o hábito, Nossa Senhora se referia à sua medalha, que Estelle sempre usava. O demônio fugiu, não suportando o olhar de Maria.

Nossa Senhora disse então à sua filha: "Não tenhas medo! Sabes que és minha filha. Ânimo e paciência. Meu Filho vai se deixar tocar. Sofrerás ainda cinco dias em honra das cinco chagas de meu Filho. Sábado próximo morrerás ou serás curada." Para a cura, Nossa Senhora estabeleceu uma condição: "Se meu Filho te conceder a vida, anunciarás minha glória."

Perguntando-se o que poderia significar o anúncio da glória de Maria, Estelle viu junto a Nossa Senhora uma placa de mármore branco, na qual estava gravado o Imaculado Coração de Maria. Vindo-lhe ao espírito a pergunta se deveria colocar essa placa na igreja de Notre Dame des Victoires ou em Pellevoisin, a Virgem lhe disse: "Em Notre Dame des Victoires já existem muitas marcas de meu poder. Em Pellevoisin, não. Os fiéis daqui têm necessidade de mais ânimo." Estelle prometeu então fazer tudo pela glória de Nossa Senhora. Nesse instante cessou a visão.

Evidentemente, ela narrou tudo a seu pároco no dia seguinte. Este ouviu pacientemente, mas dado o estado agônico de sua penitente, julgou tratar-se de alucinação.

Segunda aparição


Na noite seguinte, 15 a 16 de fevereiro, o demônio voltou a aparecer. Desta vez ele guardou certa distância, temeroso de aproximar-se da cama, como se um impedimento o retivesse. Mesmo assim, a visão era terrificante. Nossa Senhora logo apareceu, e estabeleceu-se um diálogo com a vidente:

–– Não temas, estou aqui. Meu Filho teve piedade de ti. Serás curada sábado e anunciarás minha glória.

–– Mas, minha Mãe bondosa, já que estou bem preparada, não é melhor que eu morra?

A Virgem Maria responde com um sorriso:

–– Ingrata, se meu Filho te salva, é porque tens necessidade da vida. O que de mais precioso deu Ele aos homens nesta Terra? Ele te conservará a vida, mas não creio que te poupará de sofrimentos. Não, sofrerás e muitas serão tuas penas. O sofrimento dá méritos à vida. Foi tua grande resignação e paciência que tocaram o coração de meu Filho. Não percas o fruto que escolheste.

Nesse instante Estelle viu, uma a uma, suas faltas passadas. Faltas que, no entanto, ela considerava sem importância. Nossa Senhora desapareceu deixando-a imersa em profunda contrição, pois compreendeu que mesmo os pecados veniais são severamente detestados por Nossa Senhora.

Terceira aparição


Na terceira aparição o demônio ainda precedeu Nossa Senhora, mas estava ainda mais distante de Estelle, que o viu vagamente, discernindo sobretudo seus gestos de ódio.

Com a recordação muito viva dos pecados vistos na noite anterior, Estelle foi tomada de temor em presença da Imaculada, que no entanto a tranquilizou: "Ânimo, minha filha, tudo isso passou, tua resignação resgatou tuas faltas passadas. Maria lhe fez ver seus atos de virtude e falou-lhe dos grandes desejos que lhe vão no coração: a santificação dos bons; a conversão dos pecadores; a prática da bondade e da amenidade de uns com os outros." E acrescentou: "Sou toda misericordiosa, obtendo tudo de meu Filho. Tuas boas ações e fervorosas orações tocaram meu Coração materno. Na pequena carta que me escreveste em setembro, sobretudo esta frase tocou-me particularmente: ‘Vede a situação de meus pais, caso eu venha a morrer. Eles teriam que pedir esmolas. Lembrai-vos de vossos sofrimentos quando vistes Jesus, vosso Filho, cravado na cruz’. Mostrei essa carta a meu Filho. Teus pais necessitam de ti. De agora em diante, trata de ser fiel. Não percas as graças que te são dadas, e anuncia minha glória."


Oratório onde Estelle deixou a carta para Nossa Senhora

Quarta aparição


Uma quarta vez apareceu-lhe Maria, entre 17 e 18 de fevereiro, repetindo o que anteriormente lhe dissera. Nossa Senhora parecia querer deixar bem claro a recomendação de anunciar sua glória, e para isso torna a dizer-lhe: "Faze todo esforço."

Relata Estelle: Naquela noite pareceu que ela não ficou muito tempo. Eu queria pedir-lhe uma graça, mas foi impossível pedir. Meus pensamentos estavam acelerados e só pude lembrar as palavras que a Virgem Maria repetiu: “Não tenha medo de nada. Você é minha filha e Meu Filho foi tocado pela sua resignação, também as afrontas pelas suas falhas. Eu também sou misericordiosa e tenho poderes com Meu Filho. Tenha coragem, paciência e resignação: você sofrerá, não ficará livre de problemas, tente ter fé e faça minha glória conhecida.”

Quinta aparição



Na sexta-feira, 18 de fevereiro, o estado de saúde de Estelle tinha se agravado muito. Pe. Salmon, seu confessor, julgando-a no extremo da vida, dispõe-se a ouvir sua confissão. A enferma se recusou, dizendo que só se confessará depois de sua cura, que ela espera para o dia seguinte. O Padre se retirou, certo de que seria chamado durante a madrugada para assistir a moribunda. Tal não aconteceu.

Às seis horas da manhã o Pe. Salmon foi ver Estelle. Encontrou-a ainda no leito, e, para sua surpresa, viva. Celebrou a Missa em seu quarto, na presença de outras pessoas. Terminada a Missa, perguntou a Estelle como se sentia. Ela fez o sinal da Cruz, com o braço direito inteiramente cicatrizado, levantou-se e vestiu-se sozinha, radiante de saúde. Toda a cidade de Pellevoisin foi vê-la. Os médicos que a julgaram condenada atestaram sua cura total e completa. O atestado do Dr. Bucquoy, da Academia de Medicina de Paris, foi decisivo para a comissão que em 1877 examinou o caso. E a cura não foi passageira, Estelle viveu em boa saúde até a idade de 86 anos.

Mas o que se dera durante a noite? Nossa Senhora aparecera mais uma vez, postando-se bem mais próximo do leito de Estelle. A placa de mármore também fez parte desta visão, mas agora com uma inscrição: Invoquei Maria no auge de minha miséria, e Ela obteve de seu Filho minha cura total. Seguia-se a assinatura: Estelle F. Um coração traspassado por um gládio e cercado de rosas aparecia na parte superior. Estelle prometeu a Maria lutar sempre por sua glória. Nossa Senhora lhe recomendou: "Se queres servir-me, sê simples; e que teus atos correspondam às tuas palavras."

Estelle perguntou-lhe se deveria tornar-se religiosa, e a Virgem respondeu: "Pode-se salvar em todas as condições. Podes fazer muito bem e anunciar minha glória tal como és. O que me aflige é a falta de respeito por meu Filho na Santa Eucaristia e a atitude de distração com outras coisas, que se toma na oração. Digo isto para as pessoas que pretendem ser piedosas." Estelle perguntou se deveria transmitir aos outros o que acabava de ouvir, e Maria respondeu: "Sim, sim, anuncia minha glória, mas antes de falar, espera conselho de teu confessor e diretor espiritual. Sofrerás ciladas, tratar-te-ão de visionária, de exaltada, de louca. Eu te ajudarei."

Pedido de conversão

Uma vez curada, Estelle lançou-se ao trabalho pela glória de Maria, tal como Ela lhe havia pedido. Afligindo-se com suas imperfeições na execução desse santo trabalho, Nossa Senhora apareceu-lhe uma sexta vez, durante a oração do Rosário: "Calma, minha filha. Paciência. Terás sofrimentos, mas estarei sempre aqui."

Na festa da Visitação da Santíssima Virgem, 2 de julho, Nossa Senhora lhe apareceu pela sétima vez, às 23:30h. A Mãe de Deus estava cercada de rosas de todas as cores, particularmente brancas, vermelhas e amarelas. Foram três curtas aparições, parecendo simbolizar os três terços do Rosário. "Tens anunciado minha glória. Continua. Meu Filho tem almas prediletas. Seu Coração tem tanto amor pelo meu, que nada lhe recusa. Por meu intermédio Ele tocará os corações mais empedernidos."

Estelle queria ainda pedir um sinal do poder da Santíssima Virgem, mas não conseguia exprimir-se adequadamente. Nossa Senhora, lendo-lhe o pensamento, disse: "Tua cura não é uma das maiores provas de meu poder?" E acrescentou: "Vim para a conversão dos pecadores."

A necessária paz de alma

No dia seguinte Nossa Senhora apareceu mais uma vez, cercada de rosas. Estelle a esperava com certa agitação, e Nossa Senhora a repreendeu docemente: "Gostaria que fosses mais calma. Eu não tinha marcado dia nem hora em que voltaria. Necessitas de repouso. Ficarei apenas alguns minutos."

A nona aparição deu-se em 9 de setembro. Nossa Senhora insistiu ainda sobre a calma e a tranquilidade de alma. “Foste privada de minha presença em 15 de agosto, porque não tinhas suficiente calma. Tens bem o caráter francês, que deseja saber tudo em lugar de aprender, e compreender tudo antes de saber. Ainda ontem eu quis vir, mas tiveste que ficar sem minha presença. Esperava de ti este ato de submissão e de obediência. Há muito tempo os tesouros de meu Filho estão abertos." 




Nesse instante Nossa Senhora lhe deu o escapulário do Sagrado Coração de Jesus, tirando-o de seu peito: "Tenho predileção por esta devoção, e nela serei honrada." Nossa Senhora, apóstola da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, trazia consigo esse escapulário, e nos recomendou o coração que tanto amou os homens. A Virgem Santíssima portava também esse escapulário quando apareceu pela décima vez, e não o deixará mais. Eram três horas da tarde, soaram as Vésperas, e Ela disse antes de desaparecer: "Que todos rezem."

A décima primeira aparição se deu em presença de 15 pessoas. Era uma sexta-feira, 15 de setembro. Nossa Senhora apareceu com as mãos juntas, em oração. "Sei que fizeste grande esforço para conservar-te calma. Não é apenas para ti que peço a calma, mas para toda a Igreja e a França. A Igreja não goza dessa paz que eu desejo." Após profundo suspiro, acrescentou: "Que todos rezem e tenham confiança em mim. França — o que não fiz por ela? Quantas advertências! E assim mesmo ela recusa ouvir. Não posso mais conter meu Filho." E terminou acentuando especialmente estas palavras: "A França sofrerá."

Futuros sofrimentos


Passaram então diante dos olhos de Estelle vários quadros nunca antes vistos: soldados em uniforme azul, desconhecidos dela, usando capacetes “em forma de caldeirão”, segundo sua expressão. Estavam entrincheirados. Mais tarde, em 1914, durante a Grande Guerra, ela reconheceu aqueles soldados.

Num segundo quadro, ela via combates de rua entre civis e soldados. Maria lhe disse então: "Coragem e confiança. Tanto pior para os que não acreditarem. Eles reconhecerão mais tarde a veracidade de minhas palavras."

Na aparição de 1º de novembro de 1876 (décima segunda), não houve palavras. Maria manifestou apenas terna bondade em relação à vidente. A seguinte aparição (décima terceira) se deu em presença de uma religiosa, enquanto Estelle rezava o terço: "Eu te escolhi. Escolho os pequenos e fracos para minha glória. Coragem: o tempo das provas vai começar." Dito isto, a Virgem cruzou os braços sobre o peito e desapareceu.

Na décima quarta aparição, Nossa Senhora lhe falou no sábado, 11 de novembro de 1876, por volta das 4 horas da tarde, em presença de cinco pessoas, quanto ela rezava seu Rosário. Nossa Senhora lhe disse: "Não perdeste teu tempo hoje; trabalhaste por mim." De fato, Estelle tinha bordado um escapulário, e a Virgem acrescentou: "É preciso fazer muitos outros."

Difusão do escapulário


Escapulário de Pellevoisin

A festa da Imaculada Conceição foi escolhida por Nossa Senhora para sua 15ª e última aparição. Foi a mais importante de todas, tendo-se dado perante 15 pessoas. Pouco depois de meio-dia Estelle foi a seu quarto, agora transformado em oratório, com permissão do bispo. Nossa Senhora lhe apareceu mais bela do que anteriormente, cercada de rosas: "Minha filha, lembra-te de minhas palavras." De todas as palavras de Nossa Senhora, as que mais marcaram Estelle naquele momento eram: "Sabes que és minha filha. Eu sou toda misericórdia e senhora de meu Filho. O que mais me aflige é a falta de respeito por meu Filho na Santa Comunhão e a atitude de distração com outras coisas, que se tem na oração. Seu Coração tem tanto amor pelo meu, que nada lhe recusa. Por meu intermédio Ele tocará os corações mais empedernidos. Vim especialmente para a conversão dos pecadores. Há muito tempo os tesouros de meu Filho estão abertos. Que rezem. Tenho predileção por esta devoção. Aqui serei honrada. Não é apenas para ti que peço a calma, mas para toda a Igreja e a França. Eu te escolhi. Escolho os pequenos e fracos para minha glória." E recomendou: "Repete-as sempre. Que elas [as palavras] te fortifiquem e te reconfortem na hora da provação. Não me reverás mais."

A vidente mostrou-se perturbada por estas últimas palavras. Nossa Senhora acrescentou então de modo profundamente materno: "Estarei invisivelmente a teu lado." Estelle viu então ao longe, à esquerda da visão, pessoas com gestos ameaçadores. Mas também, em outro plano, pessoas que pareciam boas. Maria, referindo-se ao grupo da esquerda, disse: "Não os temas. Eu te escolhi para dar-me glória e propagar esta devoção." Estelle, vendo que Nossa Senhora segurava o escapulário, pediu-o como presente, e a Virgem ordenou: "Levanta-te e oscula-o." Tendo feito o que a Virgem lhe disse, exclamou: Osculei verdadeiramente um coração de carne, senti o calor e as pulsações.

Nossa Senhora lhe disse então para apresentar ao bispo aquele modelo de escapulário, e exprimiu o desejo de que todos o portem, a fim de reparar os ultrajes sofridos pelo Santíssimo Sacramento. Em sinal das graças dadas aos que o portam, Nossa Senhora fez cair de suas mãos uma chuva abundante: "Essas graças são de meu Filho. Colho-as em seu Coração. Ele não pode me recusar."

Estelle perguntou o que conviria representar do outro lado do escapulário, e ouviu esta resposta singular: "Quero que tu decidas. Submeterás tua idéia, e a Igreja decidirá." E afastando-se, acrescentou: "Coragem. Se ele não conceder o que pedes (Nossa Senhora se referia ao bispo) e puser dificuldades, irás além. Nada temas, eu te ajudarei."

Com estas palavras, Nossa Senhora encerrou as aparições.

Reconhecimento da Igreja


Ainda em 1876, com licença eclesiástica, o quarto das aparições foi transformado em oratório, e pouco depois em capela. No ano seguinte foi erigida a Confraria da Mãe de Todas as Misericórdias, elevada à dignidade de Arquiconfraria em 1894, por Leão XIII. O mesmo Papa ofereceu um círio a essa capela, concedendo indulgências aos peregrinos. Em 1904, o Cardeal Merry del Val ofereceu a São Pio X um livro recentemente publicado sobre as aparições. O Pontífice enviou sua bênção em testemunho de sua acolhida favorável, e também recebeu Estelle em março de 1912. Em 1922, Pio XI concedeu aos párocos de Pellevoisin o poder de impor o escapulário do Sagrado Coração de Jesus (nona aparição), bem como o de conceder indulgências. Em 1979, o Cardeal Ciappi OP, mestre do Palácio Apostólico, entregou a João Paulo II o livro sobre o centenário das aparições. Em 1983, a comissão teológica que analisou os relatórios médicos a respeito da cura de Estelle concluiu seus trabalhos. O arcebispo de Bourges, Dom Paul Vignancour, com base nessas conclusões, reconheceu oficialmente o milagre, um grande milagre.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Memória de Nossa Senhora de Lourdes


Celebramos hoje a aparição de Nossa Senhora a Santa Bernadette Soubirous em Lourdes, no sul da França, em 1858. Essa aparição é caracterizada por algumas questões muito singelas. Primeiro, pelo fato de que Nossa Senhora aparece em uma gruta natural. Por isso, no mundo inteiro, muitas pessoas fazem grutas de Nossa Senhora de Lourdes em seus jardins, para, diante delas, rezar o Terço. Esse ato rememora o fato de que, nas aparições de Lourdes, Bernadette reza o Terço diante da Virgem. Embora também em Fátima a Virgem Santíssima tenha recomendado insistentemente a récita do Terço, em Lourdes existe um aspecto místico em relação a isso, pois, nos dizeres do Papa Pio XII, Bernadette santificou-se rezando o Terço diante de Nossa Senhora. Todos aqueles que testemunharam esses momentos reconhecem que havia naquela jovem uma transformação, um arrebatamento, enquanto rezava em silêncio, passando as contas de seu Terço. No relato das aparições, a Virgem Santíssima apenas acompanhava a oração, pois ela não pode rezar o Pai-Nosso nem a Ave-Maria, uma vez que, sendo imaculada, não pode dizer “perdoai as nossas ofensas”, assim como não haveria sentido em ela rezar a Ave-Maria para si mesma. De qualquer modo, a Virgem Santíssima acompanha a oração, e isso nos deve servir de consolação e alento, pois, onde quer que estejamos rezando o Terço, temos a certeza de que não estamos sós, mas somos acompanhados pela presença sobrenatural de Nossa Senhora. O Santo Terço é um caminho de santificação, visto que é uma oração contemplativa, por meio da qual meditamos sobre os mistérios da nossa salvação e alcançamos do Céu as graças necessárias para a nossa conversão. Em Lourdes, confirmando a proclamação infalível do Bem-aventurado Pio IX, Nossa Senhora diz: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Assim, Nossa Senhora fala a uma menina analfabeta sobre um mistério que nenhuma elucubração teológica conseguiu esgotar. Porém, na sua beleza que é uma irradiação da glória divina, ela nos mostra a sublimidade que é estar na presença da Imaculada, aquela que é plena de graça. Peçamos, pois, a Nossa Senhora de Lourdes, ela que nos acompanha diariamente na récita do Terço, que nos conceda a graça de sermos lavados nas águas batismais (simbolizadas pela fonte de Lourdes) e convertidos e santificados como o foi Santa Bernadette Soubirous.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

As Santas Chagas de Nosso Senhor


Hoje, em Portugal, celebramos a Festa das Cinco Chagas de Cristo; e aqui no Brasil, podemos unir-nos a nossos irmãos lusitanos, celebrando a missa votiva da Paixão do Senhor. Essa é uma devoção que há séculos permeia a história e a cultura de Portugal. O grande Luís de Camões, na monumental obra Os Lusíadas, descreve a presença das chagas de Nosso Senhor no escudo português: “Vede-o no vosso escudo que presente/ Vos amostra a vitória já passada/ Na qual vos deu por armas e deixou/ As que Ele per Si na Cruz tomou”. Isso porque existe a tradição segundo a qual Jesus crucificado teria aparecido a D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, dizendo-lhe que ele venceria a batalha de Ourique a fim de fundar o Reino português, por meio do qual o nome do próprio Cristo seria levado a terras distantes e a povos estrangeiros. Ou seja, nós, brasileiros, também fomos contemplados nessa aparição de Jesus crucificado. Para além do sentido histórico, é necessário compreender o significado espiritual dessa devoção. No Ofício das Leituras próprio de Portugal, a segunda leitura é de São João Crisóstomo, que se questiona por que Jesus ressuscitado, em corpo glorioso, aparece a Tomé com suas chagas abertas. Ele interpreta, então, que Nosso Senhor foi condescendente com Tomé, de modo que, experimentando-lhe a humanidade, ele pudesse crer na divindade. Também com relação a nós, as Chagas de Cristo dão-nos a certeza do amor de Deus; ajudam-nos a compreender que o Ressuscitado é o Crucificado, que morreu para a nossa salvação. Depois da Comunhão, muitas vezes rezamos a belíssima oração Alma de Cristo, na qual pedimos a Nosso Senhor: “Dentro de Vossas chagas, escondei-me. Não permitais que me separe de Vós. Do espírito maligno, defendei-me. Na hora da minha morte, chamai-me e mandai- me ir para Vós, para que com os vossos Santos Vos louve, por todos os séculos dos séculos”. Vivamos, pois, nas Chagas de Cristo, a fim de que estejamos sempre unidos a Ele, nesta vida e na eternidade.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Festa da Apresentação do Senhor


A data de hoje lembra o cumprimento, por Maria e José, de um preceito hebraico. Quarenta dias após dar à luz, a mãe deveria passar por um ritual de "purificação" e apresentar o filho ao Senhor, no templo. Desde o século IV, essa festa era chamada "Purificação de Maria".

Com a reforma litúrgica (1960), passou-se a valorizar o sentido da "apresentação", oferta de Jesus ao Pai, para que seu destino se cumprisse, marcando em consequência a aceitação por parte de Maria do que o Pai preparara para o fruto de sua gestação. A data passou a ser lembrada então como a da "Apresentação do Senhor".

No templo, a família foi recebida pelo profeta Simeão e pela profetiza Ana, num encontro descrito por São Lucas no seu evangelho:

"Assim que se completaram os dias da purificação conforme a Lei de Moisés, levaram o Menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, segundo está escrito na Lei do Senhor, que "todo varão primogênito será consagrado ao Senhor" e para oferecerem em sacrifício, segundo o que está prescrito na Lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos.

Havia em Jerusalém um homem justo chamado Simeão, muito piedoso, que esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. Pelo Espírito Santo foi-lhe revelado que não veria a morte antes de ver o Cristo Senhor. Movido pelo Espírito, veio ele ao templo e, ao entrarem os pais com o Menino Jesus, também ele tomou-o em seus braços, bendizendo a Deus, e disse: "Agora, Senhor, já podes deixar teu servo morrer em paz segundo a tua palavra, porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste ante a face de todos os povos, luz para iluminação das gentes e para a glória do teu povo, Israel".

José e Maria estavam maravilhados com as coisas que se diziam de Jesus. Simeão os abençoou e disse a Maria, sua Mãe: "Este Menino será um sinal de contradição, para ruína e salvação de muitos em Israel; e uma espada atravessará a tua alma para que se descubram os pensamentos de muitos corações". (Lc 2,22-35).

Ambos, Simeão e Ana, reconheceram em Jesus o esperado Messias e profetizaram o sofrimento e a glória que viriam para Ele e a família. É na tradição dessa profecia que se baseia também a outra festa comemorada nesta data, a de Nossa Senhora da Candelária, ou da Luz, ou ainda dos Navegantes.

Fonte: Vatican News

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Fevereiro, mês da Sagrada Família


Fevereiro é o mês da Sagrada Família porque após as celebrações do Natal, a Igreja a venera. Foi na Sagrada Família que Jesus viveu toda a a sua vida antes de começar sua vida pública, para a salvação da humanidade. Ali ele aprendeu as coisas santas, trabalhou com mãos humanas, obedeceu a Seus pais e se preparou para a grande missão. Olhando para a Sagrada Família, a Igreja deseja que os casais e filhos aprendam a viver segundo a vontade de Deus: “O mundo seria bem melhor se o Natal não fosse um dia, se as mães fossem Maria e os pais fossem José”… Embora o começo da Quaresma mude de acordo com o calendário civil, uma boa parte do mês de Fevereiro nos dá um espaço de tempo entre as celebrações do Natal e foco maior na vida pública e no ministério de Jesus, que ocorrem na Quaresma.

Fonte: https://cleofas.com.br/as-devocoes-da-igreja-para-cada-mes-do-ano/