quinta-feira, 30 de novembro de 2017

30 de Novembro - Festa de Santo André, Apóstolo



Celebramos hoje a Festa de Santo André, Apóstolo, irmão de São Pedro. Jesus Cristo, que escolheu doze discípulos dentre os seus vários seguidores, para que estivessem com Ele de mais perto (cf. Mc 3, 14), ao longo de sua vida aqui na terra deu mostras de uma especial predileção por quatro Apóstolos: São João e São Tiago, filhos de Zebedeu, por um lado; Santo André e São Pedro, por outro. Esses dois pares de irmãos presenciaram os momentos mais importantes da vida do Senhor: a ressurreição da filha de Jairo, a Transfiguração, a agonia mortal no Horto das Oliveiras etc. Ora, dado que Deus tem os seus prediletos, escolhidos a dedo para o bem dos outros, e nunca age sem uma razão conveniente, pode-se dizer que Jesus escolheu estes irmãos, propondo-os como modelo a ser imitado pelos outros fiéis, porque em cada um deles resplandecem as virtudes em que mais nos devemos exercitar. São João, com efeito, é o Apóstolo da contemplação, da devoção filial à Virgem Maria, da perseverança aos pés da Cruz, da intimidade com o Coração Sagrado de Nosso Senhor. São Pedro, ao contrário, é o Apóstolo da ação, da fé operante, da evangelização sem fronteiras. Santo André, por sua vez, é o Apóstolo da Cruz, da perfeita configuração com o Cristo que sofre: ele, unindo-se à Paixão do Mestre, foi crucificado em uma crux decussata, ou seja, em forma de “x”. Santo André participou, assim, na própria carne do mistério da Paixão redentora de Nosso Senhor e, desse modo, seguiu o único caminho, aberto por Ele, que todos nós devemos de percorrer antes de entrarmos na glória da Ressurreição. — Que este santo Apóstolo interceda hoje por nós e nos alcance as graças necessárias para abraçarmos a Cruz quando, como e onde o Senhor quiser.

Fonte: Padre Paulo Ricardo




quarta-feira, 29 de novembro de 2017

As aparições de Nossa Senhora em Beauraing, Bélgica

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Um pequeno povoado de apenas 2000 habitantes, situa-se na Bélgica, denomina-se Beauraing. Nada o distingue de muitos outros povoados da zona. Nesse local, nossa Mãe celeste apareceu 33 vezes a cinco crianças entre 29/11/1932 e 3/1/1933, ou seja, quase todos os dias! Tais aparições foram reconhecidas pelo bispo de Namur em 1943, e, em 2 de julho de 1949, oficialmente pela Igreja. É uma das poucas aparições, ocorridas no século passado, reconhecidas oficialmente.

As meninas Gilberte e Andree Degeimbre, órfãs de 9 e 14 anos, acompanham Fernande e Alberte Voisin, de 15 e 11 anos, que foram buscar, num pensionato de freiras, Gilberte Voisin, de 13 anos, irmã dos dois últimos. Os meninos brincavam, quando Alberto fica assustado e diz: “Olhem, a Virgem vestida de branco está caminhando sobre a ponte”. As meninas olham e ficam também muito assustadas. Batem com força à porta do pensionato. Surgem uma freira — a irmã Valerie, que nada percebe — e Gilberte Voisin, que vê a aparição e fica também muito assustada. Os meninos correm de volta à casa e contam a suas famílias o ocorrido. Estas não acreditam. Ainda pior: a irmã mais velha das meninas Degeimbre, tomada de inveja, diz: “Vocês duas vêem a Virgem? Se eu a tivesse visto, seria diferente… Mas, vocês duas!?” Dominada pelo despeito de nada ter visto, ela chegará a caluniar suas irmãs.

Os cinco visionários

Uma característica da aparição de Beauraing é que Nossa Senhora fala pouco. Várias vezes não diz nada, limita-se a sorrir para as crianças.
Após os visionários indagarem à Mãe de Deus o que queria deles, Ela simplesmente respondeu: “Sejam sempre bons”. No dia seguinte, Ela pergunta aos meninos: “Vocês serão sempre bons, não é verdade?”. “Sim!” — responderam enfaticamente

No dia 30 de dezembro de 1932, ao mostrar seu Coração, que parecia de ouro, a Virgem Santíssima recomenda: “Rezai, rezai muito”. No dia 1º de janeiro, apenas aconselha: “Rezai sempre”. Ela afirma ser a "Virgem Imaculada". Na última aparição, no dia 3 de janeiro, Ela falará mais. E mesmo assim, será breve: Nossa Senhora contou um segredo a Albert, Gilbert Degeimbre e a Gilberte Voisin. Depois diz a Gilberte: "Eu converterei os pecadores." Ela disse a Andrée: “Eu sou a Mãe de Deus, a Rainha dos Céus. Rezem sempre." 

Fernande Voisin era a única que não via a Virgem enquanto Ela dava as mensagens para as outras crianças, então começou a rezar assiduamente. A visionária chorava e rezava muito para poder ver a Senhora. Pedia a graça de vê-La novamente e implorava perdão pelos seus pecados. De repente, um poderoso raio estremeceu a todos, sua luz resplandeceu no céu, seguido de uma bola de fogo que caiu sobre um espinho de uma árvore, Todos puderam vê-la. A multidão ficou estremecida e todos olharam para a árvore. Fernande estava sorridente, a Rainha do Céu havia regressado! A Imaculada Mãe de Deus olhou para Fernande, que não parava de chorar de alegria. A Virgem Maria esperou um momento e então falou:

"Amais o Meu Filho? Amais a Mim?" Ao que ela responde que sim, Nossa Senhora diz: "Então sacrificai-vos por Mim."

Curiosamente, a Virgem Santíssima, nesta derradeira aparição, revela três segredos pessoais a três dos videntes. O que revelou? Nada veio a público.

Algumas pessoas quiseram acrescentar palavras ao que Nossa Senhora asseverou, mas os visionários não aceitaram.

Incredulidade e perseguição

Outro aspecto digno de nota: os meninos viam Nossa Senhora com raios dourados em torno da cabeça, como se fosse uma coroa, símbolo de majestade. O que está em consonância com a afirmação: “Sou a Rainha do Céu”.

Desde o início as aparições chamaram muito a atenção, e o interesse público ia crescendo diariamente. No dia da última aparição, havia uma multidão de 30.000 pessoas presentes. Entre elas, numerosos médicos. Estes aproveitaram a ocasião para fazer experiências, durante as aparições. Eles beliscaram os videntes, apertaram-lhes a pele, aproximaram fogo de suas mãos, soltaram flashes incandescentes sobre os olhos, mas os videntes não reagiram. Não ficaram marcas ou cicatrizes de tais experiências.

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Os visionários em êxtase
Os visionários sofreram muita oposição. Nem o sacerdote do local acreditava neles, e não tinham nas adjacências a quem recorrer para os ajudar. Como até parte da imprensa católica tentava negar os eventos miraculosos, sentiam-se rodeados por um desprezo geral. No início, até seus pais mostravam-se contrários à veracidade das aparições. Muitos acusavam as crianças de mentirosas, pois esperavam que uma aparição da Mãe de Deus devesse ser necessariamente no estilo Hollywood, com milagres espetaculares e uma mensagem apocalíptica. A curiosidade geral encheu a loja dos Voisin. Mas logo eles perderam os fregueses, que não podiam ou não se atreviam a entrar na loja, que acabou tendo de ser fechada. Mas isto foi um fator para a conversão do pai, Hector Voisin, que abandonou o partido socialista e voltou a praticar a religião.

Uma aparição incomum?


Algumas pessoas perguntaram: por que Nossa Senhora apareceu para dizer tão pouca coisa, além do mais, já muito conhecida? Seria algo na linha de uma aparição “ordinária”, diferente de aparições “fora de série”, como as de Lourdes ou Fátima?

Como resposta, podemos lembrar, de início, que a Virgem Santíssima quis Ela mesma fazer apostolado, para nos ensinar que todo apostolado é santo, mesmo se dirigido a pessoas simples, e limitando-se a repetir doutrina já conhecida.

Em segundo lugar, a Religião católica não se caracteriza por sensacionalismos. É a Religião da perseverança em meio à vida cotidiana. Nunca uma aparição de Nossa Senhora é algo comum. Embora seja um acontecimento extraordinário, uma aparição mariana pode ter por objeto, entretanto, reafirmar uma doutrina básica da Igreja.

Em terceiro lugar, a Santíssima Virgem, com sua aparição, ressalta que Ela está protegendo a nós, seus filhos. Nem sempre mediante palavras, mas sempre nos amparando. O que mais podemos desejar?

Ademais, uma aparição de Nossa Senhora não pode deixar de trazer consigo grandes graças, seja para os videntes, seja para os que os rodeiam e mesmo para todo o mundo. Ela é a Mãe da divina graça, que conduz sempre a seu Filho amantíssimo, Jesus. 

Essas aparições, apesar de não apresentar grandes profecias como Fátima ou La Salette, possui em sua simplicidade uma grande reafirmação da doutrina da Igreja e uma grande promessa: "Eu converterei os pecadores."

A Virgem regressa


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Quando todos davam por encerradas as manifestações de Nossa Senhora de Beauraing, os Céus ainda tinham planos para a região.


Em 11 de junho de 1933, um artesão chamado Tilman Come, morador de Pontaury, distante 50 quilômetros de Beuaraing, foi até a pequena “gruta” de Nossa Senhora de Lourdes local das Aparições, buscar um pouco de conforto, tendo essa decisão por fé, devido ao grande sofrimento que vivia nesse momento de sua vida, acometido de uma gravíssima moléstia na coluna vertebral, denominada espondilite, e que trazia dores terríveis, além do enrijecimento definitivo das articulações.

Em suma, estava morrendo.

E que grande sacrifício foi percorrer a distancia, apesar de pequena, pelas irregularidades da sala da entrada. Lá chegando, rezou diversas Ave-Marias chamando a Deus, por intercessão de Nossa Senhora, por misericórdia. Quando já retornava sem nenhuma melhora, eis que, começa a retorcer-se dentro do carro por dores fortíssimas, causando pânico em sua esposa, ao lado, pensando que estava morrendo.


As pessoas que também rezavam e estavam próximas ficaram chocadas ao verem seu estado, mas logo a seguir muito impressionados, pois de um momento para outro, viram-no deixar o carro caminhando normalmente, com o rosto sereno e fisicamente perfeito, sem nenhuma sequela.


O fato espalhou-se rapidamente por toda a região e o país. Tilman Come explicou o momento em que contorceu-se de dores no carro, como um êxtase, pois perdeu a noção de tudo em seu redor, viu nitidamente Nossa Senhora que lhe sorria maternalmente, dizendo que “o veria amanhã”.



No dia seguinte ao retornar a “gruta”, já acompanhado por grande número de pessoas, Nossa Senhora manifestou-se novamente e disse-lhe:


- “Vim aqui para a glória da Bélgica e para preservar esta terra do invasor. Você precisa se apressar”.


OBS: Neste momento é preciso deixar bem claro que a Mãe de Deus está profetizando Hitler que em 1939, ou seja, 06 anos depois, durante a II Guerra Mundial, invadiria a Bélgica, apesar de todos os tratados de paz e neutralidade da Bélgica assinados com a Alemanha.

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Lamentavelmente mais uma vez os homens preferiram acreditar nos homens, não levando em conta os Misericordiosos avisos de Deus. Pela incredulidade e ceticismo das classes dominantes, o povo belga sofreu terrivelmente nas mãos dos nazistas. Com isso Tilman Come passou a ser o principal interlocutor da Santíssima Virgem nesta aparição.



Resumo das 33 aparições da Mãe de Deus em Beauraing para as cinco crianças:


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1ª aparição, 29 de novembro de 1932: Ao anoitecer deste dia, pelas 18h30min, Fernande Voisin, 15 anos e seu irmão Albert, 11, foram buscar sua irmã Gilberte, 13, na escola das Irmãs da Doutrina de Cristo. Eles estavam com as amigas Andrée Degeimbre, 14, e sua irmã Gilberte de 9 anos. Em frente esta escola, havia uma ponte e um jardim com algumas árvores. Ventava e fazia muito frio. As crianças tocaram a campainha e esperaram a irmã buscar Gilbert. Enquanto isso, Albert vê Nossa Senhora no jardim, pairando no ar perto da ponte. Ele conta para as meninas e elas pensam que é brincadeira. Como o menino não pára de olhar, elas também olham e vêem a aparição. Assustadas, as crianças batem com força na porta da escola chamando por socorro. A irmã Valérie chega para ver. As crianças lhe mostram onde está Nossa Senhora, mas a irmã não vê nada e diz que é uma besteira. Mas Gilberte Voisin chega e também vê a aparição. Todos voltam para casa preocupados e contam o ocorrido aos familiares. Eles não acreditam e dizem que é uma bobagem. As crianças ficam tristes, choram e rezam.



2ª aparição, 30 de novembro de 1932: As crianças voltaram na mesma hora à escola para buscar Gilbert e Nossa Senhora apareceu por alguns instantes sobre um espinheiro sem dizer nada, apenas sorria. Ela era uma linda moça de uns 20 anos. Tinha a pele e lábios rosados, sobrancelhas pretas. Usava um vestido branco com tons azulados e um longo véu branco na cabeça. Ela tinha as mãos postas e os olhos azuis. Raios finos e dourados saíam de sua cabeça formando uma coroa.



3ª, 4ª, 5ª e 6ª aparição, 1º de dezembro de 1932: Nossa Senhora aparece novamente acima da ponte. Desaparece e reaparece no arbusto de azevinho. Ela desaparece e reaparece de novo debaixo da árvore de espinheiro. Ela sorriu para as crianças, mas não disse nada.



7ª aparição, 2 de dezembro de 1932: As crianças perguntam: "A Senhora é a Virgem Imaculada?” Ela acena afirmativamente com a cabeça. As crianças perguntam também: "O que a Senhora quer de nós?" A Senhora responde: "Sejam sempre bons." As crianças respondem humildemente: "Sim, nós seremos sempre bons."



8ª aparição, 2 de dezembro de 1932: Mais tarde desta mesma noite, pelas nove horas, as crianças voltam. A Senhora aparece e é ela quem pergunta: "Vocês serão sempre bons?" As crianças respondem: "Sim, nós sempre seremos." A palavra que Nossa Senhora usou em francês na ocasião foi “sages”, que significa “sábios”, mas corresponde ao nosso “bons”.



9ª aparição, 4 de dezembro de 1932: Nossa Senhora aparece com as mãos cruzadas, olha para o céu ou olha para as crianças. As multidões começam a ir a Beauraing para as aparições. Os pais ficam muito preocupados. Pressionam as crianças severamente e elas choram.



10ª aparição, 4 de dezembro de 1932: As crianças pedem: "Se você é a Virgem Maria, pedimos que cure o nosso pequeno amigo, Joseph, e o tio de Andrea." Mas Nossa Senhora não responde. As crianças perguntam: "Que dia a Senhora voltará?" Ela responde: "No dia da Imaculada Conceição.” Perguntam: "Devemos construir uma capela?" Ela diz: "Sim.”



11ª aparição, 5 de dezembro de 1932: As crianças pedem para a Senhora fazer um milagre à luz do dia, mas ela não responde. Perguntam quando devem voltar. Ela responde: “À noite.”



12ª aparição, 5 de dezembro de 1932: A Senhora apareceu novamente à noite com as mãos entrelaçadas e olhava para o céu. De repente, abriu os braços. É pequena, bonita e jovem. Sua voz é suave. Não segura um Terço e as crianças não vêem o cabelo dela.



13ª aparição, 6 de dezembro de 1932: Nossa Senhora segurava um Terço pela primeira vez. As crianças eram interrogadas o dia todo. Todos os que falaram com elas, acharam-nas muito simples e sinceras.



14ª aparição, 6 de dezembro de 1932: Nossa Senhora voltou apenas para dizer: "Venham no dia da Imaculada Conceição.”



15ª aparição, 7 de dezembro de 1932: A Virgem apenas olhou para o céu. As multidões continuam vindo em número cada vez maior.



16ª aparição, 8 de dezembro de 1932: Nesse dia da Imaculada Conceição, Nossa Senhora estava linda. Não disse nada, mas estava mais brilhante do que nos outros dias, segundo as crianças. Uma multidão enorme de pessoas estava presente. Nos dias seguintes, as pessoas de toda a Bélgica continuaram a vir para rezar no local e hora das aparições, mas Nossa Senhora não apareceu.



17ª aparição, 13 de dezembro de 1932: Nossa Senhora voltou a aparecer para as crianças, pressionadas o dia inteiro por interrogatórios, mas não disse nada.



18ª aparição, 14 de dezembro de 1932: Nossa Senhora apenas sorriu para seus humildes videntes e os olhava com seus belos olhos azuis, cheios de bondade. Ela não voltou nos dois dias seguintes, apesar do povo que deseja sua aparição.


19ª aparição, 17 de dezembro de 1932: As crianças perguntam: "Em nome do clero, o que podemos fazer por você?" A linda moça responde: "Uma capela.” Nossa Senhora não apareceu no dia seguinte.


20ª aparição, 19 de dezembro de 1932: As crianças contam: "Ela não tem cinto, mas reflexos azuis. Ela permaneceu em silêncio, sorrindo, olhando agora para o céu, agora para nós. Somos forçados a cair de joelhos.”


21ª aparição, 20 de dezembro de 1932: Nossa Senhora volta novamente alegre e sorridente. O povo espera alguma mensagem, mas ela não disse nada nessa noite. Ela aparece e desaparece abruptamente, como luz elétrica, na descrição infantil dos videntes.


22ª aparição, 21 de dezembro de 1932: Os videntes perguntam: "Diga-nos quem você é, diga-nos o seu nome?" Ela responde: "Eu sou a Virgem Imaculada.”


23ª aparição, 22 de dezembro de 1932: Nossa Senhora veio silenciosa. Tem as mãos entrelaçadas e abre os braços antes de desaparecer. Veio usando um Terço no braço e sorriu para todos.


24ª aparição, 23 de dezembro de 1932: As crianças perguntam: "Por que aparece aqui em Beauraing?" Ela responde: "Para que venham aqui em peregrinação.” "Se você é a Virgem Imaculada, podemos esperar algo em breve? Você vai nos dar um sinal?" Nossa Senhora não responde.


25ª aparição, 24 de dezembro de 1932: Muitas pessoas estão presentes na cidade durante todo o dia. O povo esperava alguma mensagem espetacular, mas Nossa Senhora não deu mensagem hoje e não voltou nos dois dias seguintes.


26ª aparição, 27 de dezembro de 1932: Muitas pessoas não entendem a maneira das aparições. E Nossa Senhora voltou nesse dia sem dar mensagens nem explicar suas aparições.


27ª aparição, 28 de dezembro de 1932: Nossa Senhora avisou para as crianças: "Em breve será a minha última aparição. Em breve será a última vez que eu venho."



28ª aparição, 29 de dezembro de 1932: Quando Nossa Senhora abriu os braços, no peito onde normalmente tem as mãos juntas, havia um Coração de ouro, brilhante e cercado por pequenos raios. Ela voltou com seu Coração dourado nos dias seguintes. Nossa Senhora de Beauraing é conhecida como a Virgem do Coração de Ouro.



29ª aparição, 30 de dezembro de 1932: Nossa Senhora deu a pequena mensagem: “Rezem, rezem muito.”


30ª aparição, 31 de dezembro de 1932: A Senhora veio, mas não deu mensagem.



31ª aparição, 1º de janeiro de 1933: Nossa Senhora disse: “Rezem sempre.”



32ª aparição, 2 de janeiro de 1933: A Senhora avisa: "Amanhã, eu vou dizer uma coisa para cada um de vocês individualmente."



33ª e última aparição, 3 de janeiro de 1933: Nossa Senhora contou um segredo a Albert, Gilbert Degeimbre e a Gilberte Voisin. Depois diz a Gilberte: "Vou converter os pecadores." Ela disse a Andrée: “Eu sou a Mãe de Deus, a Rainha dos Céus. Rezem sempre." Para Fernande disse: “Amais o Meu Filho? Amais a Mim? Então sacrificai-vos por Mim." Nossa Senhora abriu os braços mostrando a todos os seu Coração de Ouro e se despediu dizendo: "Adeus.”

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O Papa São João Paulo II rezando em frente a imagem da Senhora de Beauraing

Fontes: http://www.amoranossasenhora.com.br/nossa-senhora-de-beauraing-a-virgem-do-coracao-de-ouro/,//www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm e http://www.derradeirasgracas.com/4.%20Apari%C3%A7%C3%B5es%20de%20N%20Senhora/Nossa%20Senhora%20em%20Beauraing.htm

terça-feira, 28 de novembro de 2017

As aparições de Nossa Senhora em Kibeho, Ruanda



Em muitas manifestações sobrenaturais, Nossa Senhora alerta, como Mãe, sobre a proximidade da punição; mas Ela não pode opor-se à justiça divina, quando os pecadores não cessam de ofender a Deus. Não correspondendo à advertência, o castigo se descarrega sobre os homens.

São 12h35min do dia 28 de Novembro de 1981, na localidade de Kibeho, em Ruanda, pequeno Estado localizado bem no coração da África. No refeitório da escola religiosa que freqüenta, Alphonsine Mumureke, de 17 anos, ouve uma voz: “Minha filha!”.

Julgando estranho esse chamado, a adolescente dirige-se ao corredor do edifício e encontra uma linda Senhora. Esta aparece toda vestida de branco, com um véu em torno do pescoço, as mãos juntas sobre o peito como em oração.

Alphonsine pergunta-lhe: “Quem é a Senhora?”.

“Ndi Nyina Wa Jambo” (responde ela na língua nativa) — “Sou a Mãe do Verbo”.

O início desse diálogo causou dificuldade porque Alphonsine não tinha entendido realmente o que significava “Mãe do Verbo”. Nas línguas neo-latinas, “verbo” significa também “palavra”. “Sou a Mãe da Palavra” é uma tradução correta. E também concernente à descrição bíblica quando refere-se a Jesus Cristo, o “verbo de Deus”, “palavra de Deus” ou “verbo que se fez carne”

Vemos que ao valer-Se da expressão "Mãe do Verbo", Nossa Senhora vem pessoalmente confirmar um dogma exclusivo da Igreja de Seu Filho, conforme fizera em 1830 para Santa Catarina Labouré e também em outras manifestações pelo mundo.
 A Virgem Maria continua:

 “O que você busca na religião?”

A menina respondeu:

- Amo a Deus e a Mãe dele , que nos deu um filho que nos salva!

Diz a Senhora:

“Vim para te acalmar, porque tenho escutado tuas orações. Quisera que tuas amigas tivessem muita fé, porque elas não crêem com fé suficiente”

"Mãe do Salvador!", exclamou a jovem, finalmente reconhecendo Nossa Senhora.

- Se verdadeiramente é a Senhora, a Senhora que vem dizer que em nossa escola temos pouca fé, é porque nos ama! Estou realmente cheia de alegria porque a Senhora veio a mim.

Sorrindo a Senhora lentamente subiu e desapareceu.

Empolgada pelo acontecido, Alphonsine narrou tudo para suas colegas, Além de não acreditarem ainda disseram que ela estava querendo “aparecer”.

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Alphonsine em êxtase

As aparições continuaram e a menina pediu a Virgem Maria que também fosse visível a outras pessoas, para que acreditassem.

Inicia-se a extraordinária história de uma das poucas aparições do século XX reconhecidas até agora pela Igreja.

Com efeito, das cerca de 400 aparições marianas registradas no século XX, cerca de 12 têm reconhecimento do Vaticano ou dos bispos com jurisdição no local da aparição. Este reconhecimento deu-se em 29 de junho de 2001 pelo bispo Augustine Misago, numa missa na catedral de Gikongoro, na qual estavam presentes os outros bispos do país e o núncio apostólico em Kigali, Mons. Salvatore Pennacchio. No mesmo dia o Vaticano publicou a notícia da aprovação, dando assim respaldo à declaração episcopal.

Confusão: artifício do demônio


Quem pela primeira vez toma conhecimento das aparições de Kibeho nota que em torno delas se apresenta uma característica comum: a confusão. Em Kibeho, após ter aparecido a Alphonsine, Nossa Senhora ainda manifestou-se a outras duas moças, Nathalie Mukamazimpaka (entre janeiro de 1982 e 3 de dezembro de 1983) e Marie Claire Mukangango (que viu Nossa Senhora várias vezes entre 2 de março e 15 de setembro de 1982). A própria Alphonsine teve várias aparições até 1989. Estas, e as aparições às outras duas videntes, foram confirmadas pela autoridade eclesiástica.

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As três visionárias reconhecidas pela Igreja. Respectivamente Alphonsine, Nathalie Mukamazimpaka e Marie Claire Mukangango

É frequente porém que, havendo verdadeiras aparições em determinado lugar, o demônio procure multiplicar o número de “videntes” e de falsas aparições para desacreditar as verdadeiras. Assim, surgiram pouco depois outras pessoas dizendo ter sido favorecidas por aparições sobrenaturais, começando então a circular todo tipo de supostas mensagens “celestes”. Houve até pessoas que, seguindo falsos visionários, chegaram ao suicídio coletivo...

As primeiras aparições — as verdadeiras — ocorreram na escola onde as jovens estudavam, despertando reações diversas, favoráveis e contrárias. No início, numerosas pessoas zombavam de Alphonsine. Uma das mais desconfiadas era Marie Claire, que depois, ela própria, foi favorecida por numerosas aparições. Com o passar do tempo, e tendo ocorrido várias conversões, foi aumentando a aceitação do fato sobrenatural.

Pode ser que alguns dos outros supostos videntes tenham recebido verdadeiras aparições, mas recomenda-se cautela.

Noção do pecado coletivo


Em tão numerosas aparições, o que Nossa Senhora comunicou?

Essencialmente Ela pediu orações, a renúncia ao pecado, o arrependimento e confissão destes. E, ponto importante a ser notado, mostrou as conseqüências do pecado.

Hoje em dia, a maioria das pessoas considera que ser católico consiste em assistir à missa aos domingos e, quando muito, praticar em particular ou em pequenos grupos alguma ação religiosa ou social.

A idéia de que Deus deve ser reconhecido e cultuado pelos homens não só individualmente, mas pelo conjunto da sociedade enquanto tal, e de forma pública, está infelizmente desaparecendo. E a par disso vai se extinguindo em nossos contemporâneos a noção da gravidade do pecado coletivo. É por isso que numerosos católicos manifestam-se indiferentes quanto ao combate aos pecados coletivos, como a adoção legal do aborto, do homossexualismo, do laicismo, do ateísmo etc. Pensam eles que, não cometendo tais pecados particularmente, não têm outras obrigações, e com isso estariam isentos de qualquer castigo divino.

Entretanto, Nossa Senhora nessas aparições revelou as graves conseqüências dos numerosos pecados coletivos que se cometiam em Ruanda. Por exemplo, pouco antes das aparições, houve no país uma onda de destruições de imagens religiosas. Não consta que tenham sido praticados atos públicos em reparação por tais pecados.

Por isso, têm especial importância as aparições ocorridas no dia 19 de agosto de 1982, em que as videntes viram Nossa Senhora chorando. Elas também acompanharam o pranto da Mãe de Deus. Mais de uma vez, alguma delas chegou a desmaiar. No total, foram oito horas seguidas de visões.

As "viagens místicas"

Um fato inexplicável testemunhado pelas comissões de investigação era o das “viagens místicas”. Os videntes avisavam que iriam permanecer como mortos durante dias e Alphonsine chegou a pedir que “não os enterrassem”, pois estariam vivos. Disse também que não sentia nenhum medo.

Nessas viagens místicas, foram conduzidos pela Mãe Santíssima ao Céu, ao Purgatório e ao Inferno.

Ao observarem tais fenômenos, os investigadores percebiam que os videntes permaneciam como mortos por dois ou três dias e noites. Mas sinais mínimos eram detectados pelos médicos. A princípio, tomaram medidas severas para despertar os videntes comatosos. Mas nenhuma surtiu efeito.

Os médicos da comissão de inquérito, juntamente com padres, freiras, enfermeiras e outras testemunhas puderam comprovar que ao recobrarem a consciência, voltavam sem apresentar nenhum sinal de desidratação ou fraqueza, embora tivessem permanecido sem comer e beber durante o período de coma.

Porém, narravam suas “viagens misteriosas” e também “visões de horror”. Diziam que durante essas viagens testemunharam a “tristeza de Jesus” e o “fim do mundo”.

Visão terrificante

Segundo as jovens, em 15 de agosto de 1982,  Nossa Senhora apareceu triste, contrariada, verdadeiramente “encolerizada”.

Alphonsine Mumureke contou que a Santíssima Virgem chorava. E as três jovens foram vistas tremendo, batendo os dentes e caindo por terra como mortas. Disseram elas ter visto “um rio de sangue, pessoas que se matavam umas às outras, cadáveres abandonados sem alguém que os enterrasse, uma árvore toda em fogo, um abismo escancarado, um monstro, cabeças decapitadas”. 

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Contaram ter ouvido dos lábios da belíssima Senhora, envolta num traje esplendoroso, frases do tipo: 

“Os pecados são mais numerosos que as gotas do mar. O mundo corre em direção à ruína. O mundo está cada vez pior”.

Nesse dia, milhares de pessoas estiveram presentes no local das aparições. Todas saíram sob uma forte impressão de medo e tristeza.

Confirmação das visões


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A última aparição de Kibeho, em 28 de novembro de 1989, ocorreu exatamente oito anos após a primeira. O bispo local nomeou uma comissão médica e outra teológica para investigar os fatos. Um santuário foi construído no local das aparições, tornando-se ponto de peregrinações.

Mas não se operou a conversão dos pecadores como Nossa Senhora pedira e, menos de cinco anos após a última aparição, caiu o tremendo castigo sobre aquela infeliz nação africana.

Entre abril e junho de 1994, ocorreu uma onda de massacres cuidadosamente planejada. Em Ruanda, onde quase metade da população se declarava católica, foi sendo cultivado, sob diversos pretextos, o ódio entre as duas raças principais que compõem o país: a dos hutus e a dos tutsis.

Invocando a morte do presidente do país em um atentado, 30.000 facínoras, aglutinados em torno de um partido, lançaram-se numa cruel caçada aos adversários. Aldeias inteiras foram massacradas, sendo a maioria das vítimas mortas a machadadas. Tantos corpos foram lançados no rio Kagera, que este ficou conhecido como Rio do sangue.

Pior. Numa terra já devastada por numerosas matanças, as igrejas haviam sido refúgios respeitados, onde as pessoas podiam se proteger para escapar às carnificinas. Mas desta vez isto não aconteceu. O próprio santuário edificado em Kibeho, repleto de refugiados — aproximadamente 4.000 pessoas — foi cercado pelos milicianos hutus. Estes lançaram granadas dentro do templo, mataram os sobreviventes a machadadas e queimaram os restos do edifício sagrado.

Uma das videntes, Marie Claire Mukangango, foi morta com o marido no povoado de Byumba.

No decorrer de três meses, milhares de pessoas foram massacradas. Até hoje o número exato é controvertido. Alguns falam em 250.000, outros chegam a calcular um milhão. A cifra mais provável gira em torno de 800.000 mortos. Verdadeiro massacre, classificado como “o maior genocídio africano dos tempos modernos”.

Advertência para todo o mundo


Numa das aparições, Nossa Senhora comunicou a uma das videntes, Maria Clara: “Quando falo contigo, não estou me dirigindo só a ti. Eu venho não somente para Kibeho, não apenas para o diocese de Butare, não somente para Ruanda, não apenas para a África, mas para o mundo inteiro”
A vidente narrou que a Virgem descrevia o mundo como estando “em revolta” contra Deus.

Dificilmente alguém pode negar tal afirmação. Os pecados dos quais Nossa Senhora se queixou em Ruanda são cometidos — e quantos até mais graves — em todo o mundo. Basta pensar na proliferação das legislações abortistas, e as do chamado “casamento” homossexual.

Se em Ruanda os pecados descritos por Nossa Senhora foram punidos com tanta severidade, os pecados coletivos que se cometem em nosso País não devem também atrair, no rigor da lógica, tremendos castigos divinos?

Seriam então tais considerações motivo para desânimo? Pelo contrário! Devem ser elas motivo para animar-nos a atuar com mais empenho em prol da restauração de uma sociedade plenamente católica. Se o castigo divino nos surpreender em meio a essa benemérita atuação, a misericórdia de Deus tomará isso em consideração, em nosso favor.

Nossa Senhora de Kibeho, rogai por nós!

Fonte: Últimas e derradeiras graças e http://catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=80273353-63FB-46C5-ADADAB0C17B11AD7&mes=Janeiro2004 e http://www.aveluz.com/KIBEHO_RUANDA/ruanda.htm

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

27 de Novembro - Memória de Nossa Senhora das Graças



Um dos mais valiosos presentes da Santíssima Virgem para a humanidade, foi dado no dia 27 de Novembro de 1830, por meio de Santa Catarina Labouré, humilde freira da Congregação das Filhas da Caridade. Isto foi na Rue du Bac, no centro de Paris, na Capela da Medalha Milagrosa.

Nesse dia, segundo relata a vidente, Nossa Senhora apareceu-lhe mostrando nos dedos anéis incrustados de belíssimas pedras preciosas, “lançando raios para todos os lados, cada qual mais belo que o outro”.

Em seguida, formou-se em torno da Virgem uma moldura ovalada no alto da qual estavam escritas em letras de ouro as seguintes palavras, a bela jaculatória:

“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”.


Esta foi uma prova do céu de que Nossa Senhora é Imaculada, concebida sem pecado original; vinte e quatro anos depois o Papa Pio IX proclamava solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Maria no dia 8 de dezembro de 1854; e quatro anos após Nossa Senhora aparece em Lourdes e diz a Santa Bernadette: “Eu Sou a Imaculada Conceição”. Quantas provas de sua Imaculada Conceição!

A Virgem apareceu sobre um Globo, a Terra, pisando a cabeça da Serpente e segurando nas mãos um globo menor, oferecendo-o a Deus, num gesto de súplica. E diz a Santa Catarina: “Este globo representa o mundo inteiro e cada pessoa em particular”. De repente, o globo desapareceu e suas mãos se estenderam suavemente, derramando sobre o globo brilhantes raios de luz. E Santa Catarina ouviu uma voz que lhe dizia:

“Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo. Todos os que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças. Estas serão abundantes para aqueles que a usarem com confiança.”
Em 1832, uma violenta epidemia de cólera assolou a cidade de Paris. Foram, então, cunhados os primeiros exemplares da medalha, logo distribuídos aos doentes. À vista das graças extraordinárias e numerosas obtidas por meio dessa medalha, o povo passou a chamá-la de Medalha Milagrosa. Em pouco tempo, essa devoção difundiu-se pelo mundo inteiro, e foi enriquecida com a composição de uma Novena.

Nossa Senhora foi a única criatura que nunca ofendeu a Deus, por isso o Anjo a chama de “cheia de Graça”; assim, ela encanta o coração de Deus e Este lhe atende todas as súplicas como nos mostra as Bodas de Caná da Galiléia. Se os nossos pecados dificultam a nossa comunhão com Deus e nos impedem de obter suas graças, isto não ocorre com Nossa Senhora, então, como boa Mãe, ela se põe como nossa magnífica intercessora.

Mais do que em outros dias, hoje é dia de Graças; peça tudo o que desejar a Nossa Senhora das Graças e já comece a agradecer; pois, se for para o seu bem, Deus lhe concederá pelas mãos benditas de Sua Mãe querida. Afinal, ela é a Filha predileta do Pai, a Esposa bendita do Espírito Santo e a Mãe Santa do Filho de Deus. O que ela não consegue de Deus?



Fonte: https://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2012/11/27/nossa-senhora-das-gracas/

domingo, 26 de novembro de 2017

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo



A Igreja celebra neste último domingo do Tempo Comum a Solenidade de Cristo Rei. Como atestam as Escrituras, Jesus deve mesmo exercer um reinado sobre nossos corações, de maneira tal que sejamos obedientes a todas as verdades ensinadas por Ele. A finalidade desta solenidade, portanto, não é tanto incensar uma imagem de Jesus sentado no trono, mas convencer o homem de que em Cristo está o Reino de Deus que se encarnou e veio a este mundo para nos salvar.

Deixar que Jesus reine em nossos corações significa deixar que a sua verdade governe nossos pensamentos e ações. Acontece que, desde a queda de nossos pais no paraíso, a humanidade tem repetido o pecado de Adão e Eva, insistindo em querer ser senhora do bem e do mal. Não queremos obedecer à verdade do nosso ser.

Deus é como um engenheiro que projetou o ser humano segundo um propósito. Do mesmo modo que um carro só funciona se obedecer às regras de quem o construiu, o homem também deve submeter-se às leis de sua natureza, caso queira ser realmente feliz. Mas o gênero humano inventou uma filosofia relativista pela qual os homens é que decidem se uma coisa é certa ou errada. Os homens perderam a sensatez.

No livro A Cidade de Deus, Santo Agostinho fala da existência de dois amores que construíram duas cidades, Babilônia e Jerusalém: “Aquela é o amor de si até ao desprezo de Deus; esta, o amor de Deus até ao desprezo de si” (l. XIV, 28). Se quisermos viver na Jerusalém celeste, precisamos desprezar nossas opiniões, renunciar aos nossos caprichos e abraçar o caminho da cruz, o caminho do amor a Deus sobre todas as coisas. Mas, se insistirmos no amor desordenado por si mesmo, então a Babilônia é a única coisa que conseguiremos construir.

O exercício de obediência a Deus deve começar já em nossas famílias. Os pais devem gastar tempo com seus filhos, ensinando-os a crer nas verdades reveladas por Deus. Nessa dinâmica catequética, as famílias poderão ser um testemunho eloquente da Cidade de Deus para toda a sociedade, incentivando outros a viverem o mesmo compromisso de amor. Por outro lado, os pais que vivem apenas para o dinheiro e delegam a educação de suas crianças às escolas, cuja filosofia é o relativismo, só o que conseguirão construir será outras Babilônias. Os pais precisam assumir a missão de educar os filhos, sobretudo nesta época em que as escolas seguem o pensamento marxista de que nada é verdade, tudo é ideologia e discurso de poder.

A medida do cristão não é a sua própria vontade, mas a Pessoa do “Filho de Deus, o verdadeiro homem”, a quem devemos nos unir por um vínculo de amizade “que nos abre a tudo o que é bom e nos dá o critério para discernir entre verdadeiro e falso, entre engano e verdade” (Bento XVI, Homilia pro eligendo pontifice, 18 de abril de 2005). Esse é o Reino de Deus.

Fonte: https://padrepauloricardo.org/episodios/jesus-cristo-rei-da-verdade?utm_content=buffer020c4&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

22 de Novembro - Memória de Santa Cecília

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Santa Cecília é uma das mártires mais veneradas durante a Idade Média

Hoje celebramos a santidade da virgem que foi exaltada como exemplo perfeitíssimo de mulher cristã, pois em tudo glorificou a Jesus. Santa Cecília é uma das mártires mais veneradas durante a Idade Média, tanto que uma basílica foi construída em sua honra no século V. Embora se trate da mesma pessoa, na prática fala-se de duas santas Cecílias: a da história e a da lenda. A Cecília histórica é uma senhora romana que deu uma casa e um terreno aos cristãos dos primeiros séculos. A casa transformou-se em igreja, que se chamou mais tarde Santa Cecília no Trastévere; o terreno tornou-se cemitério de São Calisto, onde foi enterrada a doadora, perto da cripta fúnebre dos Papas.

No século VI, quando os peregrinos começaram a perguntar quem era essa Cecília cujo túmulo e cuja inscrição se encontravam em tão honrosa companhia, para satisfazer a curiosidade deles, foi então publicada uma Paixão, que deu origem à Cecília lendária; esta foi sem demora colocada na categoria das mártires mais ilustres. Segundo o relato da sua Paixão Cecília fora uma bela cristã da mais alta nobreza romana que, segundo o costume, foi prometida pelos pais em casamento a um nobre jovem chamado Valeriano. Aconteceu que, no dia das núpcias, a jovem noiva, em meio aos hinos de pureza que cantava no íntimo do coração, partilhou com o marido o fato de ter consagrado sua virgindade a Cristo e que um anjo guardava sua decisão.

Valeriano, que até então era pagão, a respeitou, mas disse que somente acreditaria se contemplasse o anjo. Desse desafio ela conseguiu a conversão do esposo que foi apresentado ao Papa Urbano, sendo então preparado e batizado, juntamente com um irmão de sangue de nome Tibúrcio. Depois de batizado, o jovem, agora cristão, contemplou o anjo, que possuía duas coroas (símbolo do martírio) nas mãos. Esse ser celeste colocou uma coroa sobre a cabeça de Cecília e outra sobre a de Valeriano, o que significava um sinal, pois primeiro morreu Valeriano e seu irmão por causa da fé abraçada e logo depois Santa Cecília sofreu o martírio, após ter sido presa ao sepultar Valeriano e Tibúrcio na sua vila da Via Ápia.

Colocada diante da alternativa de fazer sacrifícios aos deuses ou morrer, escolheu a morte. Ao prefeito Almáquio, que tinha sobre ela direito de vida ou de morte, ela respondeu: “É falso, porque podes dar-me a morte, mas não me podes dar a vida”. Almáquio condenou-a a morrer asfixiada; como ela sobreviveu a esse suplício, mandou que lhe decapitassem a cabeça.

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Escultura representando o corpo de Santa Cecília

Nas Atas de Santa Cecília lê-se esta frase: “Enquanto ressoavam os concertos profanos das suas núpcias, Cecília cantava no seu coração um hino de amor a Jesus, seu verdadeiro Esposo”. Essas palavras, lidas um tanto por alto, fizeram acreditar no talento musical de Santa Cecília e valeram-lhe o ser padroeira dos músicos. Hoje essa grande mártir e padroeira dos músicos canta louvores ao Senhor no céu.

Santa Cecília, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova

terça-feira, 21 de novembro de 2017

21 de Novembro - Memória da Apresentação de Nossa Senhora



Celebramos hoje com grande alegria a Memória da Apresentação de Nossa Senhora ao Templo, ou seja, a consagração total da Santíssima Virgem Maria ao serviço de Deus, nosso Senhor. Esta festa, segundo os dados históricos mais confiáveis, seria celebrada em Jerusalém desde pelo menos o século VI; sua data, 21 de novembro, parece coincidir com a época em que o imperador Justiniano mandou construir sobre as ruínas do Templo de Jerusalém, por volta do ano 543, uma igreja dedicada a Nossa Senhora e profundamente ligada à memória de sua Apresentação. O mistério celebrado hoje, por sua vez, encontra-se atestado no Protoevangelho de São Tiago, um escrito apócrifo do século II. De acordo com esse relato, os pais de Maria Santíssima, Joaquim e Ana, seriam estéreis; como porém Deus os agraciasse com uma filha, eles prontamente tomaram a decisão de consagrá-la, com ainda três anos de idade, ao Senhor. Para surpresa dos pais, que receavam que uma menina tão pequena se recusasse a viver longe de casa, a Virgem Maria subiu os degraus do Templo sem olhar para trás, dançando de alegria por saber-se entregue sem reservas ao Todo-poderoso.

Tenha essa história fundamento histórico ou não, o fato é que a verdade teológica que lhe subjaz é inteiramente certa: a completa consagração de Nossa Senhora a Deus por um voto perpétuo de virgindade. Prova disso são aquelas palavras que Ela, embora já desposada por São José, dirige ao Anjo: “Como se fará isso, se não conheço homem?” (Lc 1, 34), que só podem ser entendidas se supomos o propósito de não conhecer nunca homem nenhum. Maria, por ser cheia de graça e imaculada, desde o ventre materno ardia de tão grande amor a Deus que lhe seria impensável não dar-se toda a Ele sem nada guardar para si. Seu voto de virgindade, portanto, não foi mais do que uma consequência espontânea de sua puríssima e inigualável caridade, que a impelia a olhar, não para trás, para as coisas deste mundo, como a mulher de Ló, mas sempre para o alto, onde está o nosso Amado. Peçamos hoje a esta imaculada Virgem, sobre todas bendita, que conceda aos que lhe seguem o exemplo, consagrando-se de corpo e alma a Cristo, Esposo das almas, a graça de uma caridade mais perfeita e de uma vida de oração mais assídua e profunda.



Fonte: Padre Paulo Ricardo

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

17 de Novembro - Memória de Santa Isabel da Hungria

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Santa Isabel da Hungria nasceu no ano 1207 em um dos castelos - Saróspatak ou Posonio - de seu pai, André II rei da Hungria, que a teve com sua primeira mulher, Gertrudes, filha de Bertoldo IV, que corria em suas veias o sangue de Bela I, também rei de Hungria, pelo qual a princesinha Isabel veio a ser a mais preciosa flor da estirpe real húngara.

Abriu a princesinha seus olhos à luz em um ambiente de luxo e abundância que, por divino contraste, foi despertando em seu sensível coração anseios de evangélica pobreza.

Desde seu privilegiado posto na corte descia, desde muito pequena, para buscar aos necessitados, e os presentes que recebia de seus pais passavam logo para as mãos dos pobres. Em vão a vestiam conforme seu posto principesco, porque aproveitava o menos descuido para tirar as sedas e brocados, e dá-los aos pobres e voltar ao palácio com os farrapos da mais miserável de suas amiguinhas.

Conforme os costumes da época, foi prometida em sua mais tenra idade a Luís, filho de Herman I, da Turingia. Este compromisso matrimonial tinha, sem dúvida, a finalidade política de garantir a aliança de ambos países contra o rei Felipe de Suabia.

Um belo dia de primavera - 1213- quando os campos se espreguiçavam do gélido sono invernal, apresentou-se no castelo de Posonio uma embaixada turingia para buscar a prometida de seu príncipe herdeiro. O rei da Hungria, então no auge do poder e da riqueza da dinastia, dotou generosamente a sua filha dizendo aos emissários:

"Saúdo a vosso senhor e rogo que se contente por enquanto com estas pobres prendas que, se Deus me dá vida, completarei com maiores riquezas". E revestindo com palavras tão modestas sua jactanciosa exibição, fez juntar-se um cúmulo de tesouros que deixaram admirados aos emissários, poucos acostumados a tais riquezas na abrupta e dura comarca de Turingia.

O matrimônio aconteceu no ano 1221, quer dizer, quando Isabel completava seus 14 anos, em Wartburgo de Turingia. E desta maneira a princesa, nascida em um país cheio de sol e de abundância como era a Hungria, veio parar na dura e pobre terra germânica.

A pobreza do povo estimulou ainda mais a caridade da princesa Isabel. Tudo parecia-lhe pouco para remediar aos necessitados: a prata de suas arcas, as jóias que trouxe como dote e até seus próprios alimentos e roupas. Enquanto podia, aproveitando as sombras da noite, deixava o palácio e visitava uma a uma as choças dos vassalos mais pobres para levar aos doentes e às crianças, sob seu manto, um cântaro de leite ou uma broa de pão. E até o próprio manto o entregou em um dia frio de inverno a uma pobre mendiga que tremia de frio pelo caminho, e qual não seria o seu assombro que, ao estender o arminho sobre a corcunda da anciã, viu transfigurar-se aquela na adorável imagem de Jesus Cristo. Por muito que escondesse suas mercês, não era raro que estas chegassem a ferir aos espíritos invejosos e mesquinhos. Não faltou quem acusasse à princesa ao próprio duque de estar dilapidando os caudais públicos e deixar vazios os celeiros e os armazéns. Luís queria a sua esposa com delírio, mas não pôde resistir, sem dúvida, o acosso de seus intendentes e pediu-lhes uma prova de sua acusação.
- Espere um pouco - disseram-lhe - e verás a senhora sair carregada de coisas.

Efetivamente, o duque teve que esperar pouco para ver sua mulher que saía, furtivamente, do palácio fechando cautelosamente a porta.

Violentamente a deteve e perguntou-lhe com dureza:
- O que estás levando na saia?
- Nada..., são rosas - respondeu Isabel tratando de se desculpar, sem lembrar que estava em pleno inverno.

E, ao estender o avental, eram rosas e não pães o que Isabel estava carregando, porque o Senhor quis sair fiador da palavra de sua serva.
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Parece que sua sogra, a duquesa e viúva Sofia, não olhava a Isabel com bons olhos, talvez porque a caridade que ela fazia eram uma acusação ao seu egoísmo ou, simplesmente, porque acreditava que o carinho de Isabel, no coração de Luís, tinha substituído o seu. Com mais ou menos paixão aproveitava qualquer oportunidade para desvirtuar a Isabel frente aos olhos de seu marido. Segundo conta a lenda, voltou em certa ocasião o duque Luís de uma longa viagem e, ansioso para abraçar a sua esposa, foi procurá-la na alcova conjugal. Saiu ao seu encontro a duquesa Sofia, que tinha escutado atrás da porta vozes estranhas no quarto e preveniu-lhe dizendo:
- agora verás, meu filho, até onde chega a fidelidade de tua esposa. Forçou a porta o zeloso marido e, ao tirar da cobertura do leito, viu nele estendida a imagem de Cristo crucificado, que tinha se transfigurado o pobre leproso que Isabel tinha deitado em seu leito para curar-lhe as chagas.

O zelo dos pobres, nos quais ela sempre via a imagem transfigurada de Cristo, foi espiritualizando cada vez mais a sua vida. Sua alma generosa se assomava a seus olhos negros e profundos, que brilhavam como lamparinas de amor nos sombrios casebres dos pobres de Wartburgo. Por muito severas que fossem suas penitências, Isabel as recobria com carinho para não perder o encanto natural frente aos olhos de seu apaixonado marido. Mas não pôde, em troca, conciliar seu espírito franciscano com a frivolidade da vida cortesã.

Sob influência de seu confessor, extremamente severo, Conrado de Marburgo, que a proibiu inclusive de provar certas comidas, Isabel veio a ser uma viva acusação contra uma corte um tanto licenciosa, que começou a conspirar contra a princesa estrangeira.

Enquanto seu marido foi seu amparo, nada teve a temer a princesa Isabel, mas chegou um dia em que aos ouvidos do príncipe soou, como chamada irresistível, o clarim convocando a cruzada em nome de Frederico II.

Isabel não quis ser um obstáculo no caminho do príncipe cristão que oferecia sua lança para resgatar o Santo Sepulcro. Já seu pai, o rei André II, tinha voltado sobrevivente da Quinta cruzada, e cada vez era mais difícil vencer a desilusão e a indiferença dos reis e dos povos cristãos por coroar tão cavaleiresca empresa. O nobre coração de Luís acreditou, sem dúvida, mais obrigado a dar o exemplo e, deixando sua esposa sozinha, partiu com seus cavaleiros, com propósito de embarcar em Otranto para unir-se à cruzada. Poucos meses depois, Isabel recebia, das mãos de um emissário turingio, a cruz de seu marido, que tinha morrido vítima de uma epidemia.

Assim, pois, aos vinte anos - 1227 - a princesa Isabel ficou viúva e desamparada em uma corte estrangeira e hostil, e foi então quando realmente começou o seu calvário. Seu cunhado Herman, querendo substituir os filhos de Luís da herança do Ducado, acusou a Isabel de prodigalidade, e em verdade que ela tinha esvaziado até o fundo de sua arca para remediar a miséria do povo no temível "ano da fome" que a Europa inteira atravessava. As acusações de Herman encontraram eco na corte, e a princesa Isabel, expulsa do palácio, teve que buscar refúgio com seus três filhos e a companhia de duas serventes em Marburgo, a pátria de sua mãe. Em tão difícil situação, a socorreram seus tios, a abadessa Mectildis de Kitzingen e o bispo de Bamberg, que tinha abandonado o projeto que teve de casá-la de novo.

O pontífice Gregório IV nomeou Conrado de Marburgo seu "defensor". Os bons ofícios que este realizou conseguiram, por fim, que a princesa fosse indenizada com uma importante suma e que lhe fosse atribuída algumas posses na vila de Marburgo. Mas Isabel já não tinha nada que a ligasse ao mundo, e solenemente, na Igreja dos Frades Menores de Eisenach, renunciou a seus bens, vestiu o hábito cinza da Terceira Ordem e se consagrou inteiramente e de por a vida a praticar heroicamente a caridade. Anos mais tarde - 1228-29 - empreendeu a construção do hospital e Marburgo, cuja capela pôs sob a advocação do Padre Seráfico, São Francisco de Assis, recentemente canonizado.

Neste tempo, voltavam os cruzados dos Santos Lugares ardendo em febres e com suas carnes maceradas pela lepra, e a eles Isabel dedicava seus mais amorosos cuidados, em memória, sem dúvida, de seu marido, morto muito longe do alcance de suas mãos.

Isabel, firme em seu propósito de dedicar sua vida aos pobres e doentes, buscando neles o próprio Cristo, rejeitou uma e outra vez o chamado de seu pai, o rei da Hungria, que, valendo-se de nobres emissários e até da autoridade episcopal, tratava de convencê-la a voltar a seu país.

Em troca, acudiu solícita ao chamado do Senhor, e aos vinte e quatro anos -1231 - subiu ao céu para receber o prêmio merecido por ter dado água a tantos lábios sedentos, curado tantas feridas ulceradas e consolado tantos corações oprimidos.

A fama de sua santidade ficou bem patente no enterro, que comoveu toda a comarca. Pouco depois de sua morte, as hierarquias religiosas de três países e Conrado de Turingia, grande mestre que foi da Ordem Teutônica, promoveram na Santa Sede a declaração de suas heróicas virtudes, e o processo terminou com a solene cerimônia da canonização em 27 de maio de 1235 na Perusia, ainda em vida de seu pai, André II da Hungria. Sua festividade foi fixada para o 19 de novembro (mas, atualmente é celebrado no dia 17 do mesmo mês ). Alguns meses mais tarde foi colocada a primeira pedra da catedral gótica de Marburgo e nela rendeu-se o primeiro testemunho de veneração à santa princesa pelo imperador Frederico II à frente de seu povo.

Santa Isabel da Hungria foi erigida como Patrona da Terceira Ordem Franciscana e são muitas as congregações religiosas dedicadas à caridade que levam o seu nome, e são mais de setenta os templos que a têm por Patrona.

Santa Isabel da Hungria, rogai por nós!

Fonte: http://www.acidigital.com/biografias/Madres/isabel.htm

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

15 de Novembro - Memória de Santo Alberto Magno, Doutor da Igreja

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A Igreja celebra hoje a memória de um de seus grandes Doutores: Santo Alberto Magno, mestre do Aquinate e um dos maiores luzeiros da intelectualidade medieval. Santo Alberto, antes mesmo de ser ordenado sacerdote, já se dedicava ao estudo das ciências naturais, especialmente da biologia, na Universidade de Pádua, fundada em 1222, trinta e um anos depois de seu nascimento. Tão grande era o seu amor pelo saber que, embora consciente de sua vocação religiosa, acabou por adiar seu ingresso na Ordem dos Pregadores com o fim de progredir ainda mais nas ciências humanas. Uma visão de Nossa Senhora, porém, fê-lo tomar logo o hábito e, uma vez chegado a Bolonha, entregar-se ao estudo da teologia sagrada. Tornou-se monge com já alguma idade, entre os trinta ou trinta e seis anos de idade, e irá viver até os oitenta e sete, sobrevivendo assim ao seu mais dotado e conhecido aluno, Santo Tomás de Aquino, Doutor Comum da Igreja, em quem soube incutir não só o zelo por todo tipo de conhecimento, mas também a convicção de que é do mesmo Deus, Criador de todas as coisas, que procedem harmonicamente as verdades de ordem tanto natural como sobrenatural, de maneira que não há nem pode haver contradição entre o que nos diz a Revelação cristã, de um lado, e o que nos demonstram os saberes profanos, de outro. Com efeito, a razão e a fé, como diz o Papa São João Paulo II, “constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade” (Encíclica “Fides et Ratio”, de 14 set. 1998, pr.), que a nossa alma é capaz de enxergar sob duas luzes distintas: a luz natural da razão e a luz sobrenatural da fé, infundida em nós como um dom inefável de Deus e alimentada, de dia para dia, pela correspondência à graça divina. Que Santo Alberto Magno interceda hoje por nós, e de modo particular pelos que se dedicam às ciências, e nos ajude a evitar tanto o racionalismo, que atribui à inteligência humana forças que ela por si mesma não possui, como o fideísmo, “que não reconhece a importância do conhecimento racional e do discurso filosófico para a compreensão da fé” (S. João Paulo II, op. cit., n. 55) e para demonstrar os preâmbulos que preparam o espírito humano, movido pelo Espírito Santo, para assentir convenientemente às verdades reveladas.


Fonte: Padre Paulo Ricardo

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

13 de Novembro de 1965 - Última aparição de Nossa Senhora em Garabandal



No sábado, 13 de Novembro de 1965, Conchita teve sua última aparição de Nossa Senhora em Garabandal. A Conchita deu os detalhes numa carta que escreveu:

«Um dia na Igreja, Nossa Senhora disse-me, numa locução, que eu iria vê-la no sábado, 13 de Novembro, nos pinheiros. Seria uma aparição especial para beijar os objetos religiosos para que eu pudesse dá-los depois, eu estava ansiosa para este dia chegar, para que eu pudesse ver de novo a Santíssima Virgem e o Menino Jesus, que tem implantado na minha vida as sementes da felicidade de Deus.

Estava chovendo, mas isso não importa para mim. Fui até os Pinheiros, carregando comigo muitos terços que as pessoas me têm dado, para distribuí-los… Quando eu estava indo para cima, e falando comigo própria, sentia-me culpada pelo meus defeitos, desejando não cair novamente, pois estava muito preocupada de comparecer perante a Mãe de Deus, sem me ter visto livre deles.

Imagem de Nossa Senhora nos Pinheiros "los pinos", onde Ela apareceu muitas vezes e onde Deus fará o futuro Grande Milagre


Quando cheguei aos Pinheiros, comecei a tirar os rosários para fora, e ouvi uma voz doce, a da Virgem, que sempre se distingue do meio das outras, chamando-me pelo meu nome. Respondi-lhe:

- “O que é?”


Naquele momento eu vi-A com o Menino nos braços. Ela estava vestida como sempre, sorrindo.

Eu disse-Lhe:

- “Eu vim trazer-Lhe os rosários, para que possa beijá-los."


Ela disse-me:

- “Posso ver."


Eu tinha estado a mascar pastilha elástica, mas como estava a vê-La, não mastigava. Eu coloquei a pastilha num dente. Ela deve ter notado, e por isso disse:

- “Conchita, porque não te livras da pastilha elástica e ofereces como um sacrifício para a glória de Meu Filho?

Eu, um pouco envergonhada de mim mesma, tomei-a e joguei-a no chão. Ela disse depois:

- "Lembras-te do que Eu disse no dia do teu santo? - Que tu irias sofrer muito na Terra... Agora, eu repito-te. Tem confiança em Nós."

Então acrescentei:

- "Como sou indigna, ó Mãe nossa, de tantas graças recebidas através de Vós, e agora Vós vindes a mim para me ajudar a carregar a pequena cruz que eu tenho."

Ela disse:

- "Conchita, Eu não vim apenas para ti, mas estou vindo para todos os meus filhos, com o desejo de chegá-los para mais perto dos Nossos Corações."

Ela, então, pediu as coisas que eu tinha levado.

- "Dá-mos para que eu possa beijar tudo o que trouxeste contigo.”

E dei-Lhe tudo. Eu estava trazendo comigo também um pequeno crucifixo que eu lhe dei a beijar. Beijou-o e disse:

- "Coloca-o nas mãos do Menino Jesus”.


Eu fi-lo e Ele não disse nada. Eu disse:

- “Essa cruz, eu a pretendo levar comigo quando for para o convento”.

Mas Ele não respondeu. Depois de tudo beijar, Ela comentou:

- "O Meu filho, através deste beijo, irá operar maravilhas. Distribui-as aos
outros”...


- "Claro que eu vou fazê-lo”.

Depois de tudo isto, Ela pediu que eu Lhe dissesse todas as petições que havia recebido dos outros.

- “Conchita, diz-me, diz-me coisas sobre os meus filhos. Eu tenho todos eles sob o Meu Manto."  


Eu comentei:

- "Ele é muito pequeno e não há espaço para todos nós."

Ela sorriu e disse:

- "Tu sabes, Conchita, porque Eu não vim pessoalmente a 18 de Junho para dar-te a mensagem para o mundo? Porque Me doía dizê-lo pessoalmente, mas tenho que dizê-lo para vosso próprio bem, e se o cumprirdes, para glória de Deus. Eu te amo muito e desejo a vossa salvação; para reunir todos em torno de Deus Pai, do Filho e do Espírito Santo. Conchita, não vais responder a isto?"

Eu disse:

- “Se eu pudesse estar sempre a vê-La, sim, mas de outra forma não posso, porque eu sou muito má..."

- “Tu, faz tudo o que puderes”. Nossa Senhora acrescentou: "E nós te ajudaremos, bem como a minhas filhas Loli, Jacinta e Mari Cruz...»

Ela não ficou muito tempo comigo.

Ela também disse:

- "Esta será a última vez que tu me vais ver aqui, mas Eu sempre estarei com
todos os meus filhos."
Depois disso, ela acrescentou: "Conchita, por
que não vais frequentemente visitar o Meu Filho no Santíssimo Sacramento? Por que te deixas levar pela preguiça e não vais visitar quem está à tua espera noite e dia”?

Como já escrevi anteriormente, estava uma forte chuvada. Nossa Senhora e o Menino não se molharam. Eu não sabia que estava chovendo enquanto Os via, mas quando parei de vê-los, eu estava encharcada. Também Lhe disse:

- “Ó como estou feliz quando eu Vos vejo. Por que não me levais conVosco agora?”


Ela respondeu:

- “Lembra-te do que te disse no dia do teu santo. Quando tu te apresentares diante de Deus, deves mostrar-Lhe as mãos cheias de boas obras feitas por ti para teus irmãos, e para a glória de Deus. Agora, as tuas mãos estão vazias".

Isto é tudo. Passei um momento feliz com a minha Mãe do céu, a minha melhor amiga, e com o Menino Jesus. Eu deixei de Os ver, mas não de os sentir próximos. Novamente eles semearam na minha alma grande paz, alegria e o desejo de vencer os meus defeitos para que eu consiga amar, com todas as minhas forças, o Coração de Jesus e Maria, que tanto nos amam...

Conchita termina com isto:

A Virgem Maria disse-me antes que Jesus não pretende enviar a punição, a fim de nos entristecer, mas para nos ajudar e nos repreender por não Lhe prestarmos atenção. E o Aviso, será enviado a fim de nos purificar para o Milagre, em que Ele vai nos mostrar o Seu grande Amor, e para que possamos cumprir a Mensagem».

Conchita em êxtase nos Pinheiros


Com esta aparição de Nossa Senhora, o ciclo de aparições em Garabandal fechou-se. Vai ser definitivamente confirmada numa quinta-feira às 08:30 da noite, quando o Milagre acontecer. Isso marcará o início de uma nova era na história da Salvação da humanidade.

Fonte: http://www.amen-etm.org/MensagemdaVirgemMariaemGarabandal.htm

sábado, 11 de novembro de 2017

11 de Novembro - Memória de São Martinho de Tours, Bispo

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São Martinho de Tours, cuja memória a Igreja hoje celebra, passou por todos os estados de vida até chegar àquele estado de santidade em que o encontrou o termo da vida. Ainda leigo e soldado romano, São Martinho já começava a dar mostras daquela caridade que, de ano em ano, ir-se-ia desabrochando em seu coração até chegar à plena maturidade de Cristo. De origem pagã e oriundo da Panônia, Martinho batizou-se com cerca de dezoito anos, tornou-se eremita pouco depois e, após um período dedicado à vida monástica, fundou na província da Gália o mosteiro de Ligugé, a instâncias de ninguém menos que Santo Hilário de Poitiers. Devido ao clamor popular, foi sagrado bispo no ano de 371, ainda que a contragosto. Já no fim da vida, foi-lhe revelado o dia de sua morte. Chegado, porém, o momento de partir deste mundo, viu com tanto pesar a necessidade, os lamentos e a desolação de seus filhos espirituais, a quem se via obrigado a abandonar, que rogou a Deus lhe concedesse um tempo a mais de vida para continuar padecendo e trabalhando por Cristo e pela salvação das almas. Deu-nos, assim, um exemplo perene de como deve ser o coração do cristão: paterno, disposto a sofrer pelo bem dos outros, pronto para obedecer à vontade de Deus, generoso sem descanso nem limite. Assim como São Martinho, inteiramente configurado ao Coração de Jesus, não recusou os trabalhos de seu ministério com o fim de gerar logo em Cristo uma multidão de almas, assim também nós, por intercessão deste santo confessor e pontífice, entreguemo-nos sem descanso àqueles cujo cuidado Deus nos confiou.


Fonte: Padre Paulo Ricardo

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

10 de Novembro - Memória de São Leão Magno, Papa e Doutor da Igreja

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São Leão I, chamado Magno, esteve à frente do governo visível da Igreja num momento mais do que delicado, em que, de uma lado, invasões bárbaras de um Átila punham em perigo a cristandade e, de outro, heresias cristológicas de um Eutiques ameaçavam a pureza da fé católica e ortodoxa. Como pastor sábio e prudente, São Leão Magno cumpriu de modo admirável sua missão, enquanto sucessor do bem-aventurado Pedro, de confirmar seus irmãos na fé. Sua famosa carta ao então Patriarca de Constantinopla, São Flaviano, contém uma exposição primorosa do que é a verdadeira fé da Igreja em Jesus Cristo: sem deixar de ser perfeitamente Deus, e sendo ao mesmo tempo inteiramente homem, em Nosso Senhor há uma só pessoa — a pessoa divina do Verbo —, que assumiu uma natureza humana com tudo o que lhe é próprio. Cremos, com efeito, que há um só e mesmo Cristo, Filho e Senhor unigênito, em duas naturezas, sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação, de sorte que, embora unidas na mesma hipóstase do Verbo, elas permaneceram e sempre hão de permanecer perfeitamente íntegras e inconfusas, cada uma com suas propriedades. Pois um só é o Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito do Pai, pelo qual temos acesso à divindade, no qual encontramos um mediador para interceder por nós junto ao Altíssimo e pelo qual recebemos a graça de, por uma participação inefável e misteriosa, nos associarmos à natureza divina, não como uma gota que se funde com o oceano, mas como filhos pela justiça e co-herdeiros com Cristo da bem-aventurança eterna.

Quanto à dimensão social, Leão foi crescendo, já que com a vitória dos desordeiros bárbaros sobre as forças do Império Romano, a última esperança era o eloquente e santo Doutor da Igreja, que conseguiu salvar da destruição, a Itália, Roma e muitas pessoas. Átila ultrapassara os Alpes e entrara na Itália. O Imperador fugia e os generais romanos escondiam-se. O Papa era a única força capaz de impedir a ruína universal. São Leão sai ao encontro do conquistador bárbaro, acampado às portas de Mântua. É certo que o bárbaro abrandou-se ao ver diante de si, em atitude de suplicante, o Pontífice dos cristãos e retrocedeu com todo o seu exército.

Dentre tantas riquezas em obras e escritos, São Leão Magno deixou-nos este grito: “Toma consciência, ó cristão da tua dignidade, já que participas da natureza Divina”.

Entrou no Céu no ano de 461.
— Que São Leão Magno rogue hoje por todos nós e nos alcance daquele cuja verdade pregou o incremento e a pureza da fé católica, apostólica e ortodoxa.



Fontes: Padre Paulo Ricardo e Canção Nova

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

9 de Novembro - Festa da Dedicação da Arquibasílica de São João de Latrão



Celebramos hoje a Festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão em Roma, a catedral do Papa. Erigida no monte Célio e pertencente originalmente a uma família de patrícios — os chamados “Laterani” —, a Basílica do Latrão remete-se à época de Constantino, o Grande, que no ano de 313 d.C., pelo Édito de Milão, tornou o cristianismo religião oficial do Império Romano. Ela foi consagrada pelo então Pontífice, Papa S. Silvestre, no dia 9 de novembro de 324 d.C. Foi, aliás, a partir desta época que começou a propagar-se o conceito de “igreja” tal como o entendemos até os dias de hoje: um edifício sagrado em que os fiéis se reúnem para rezar e prestar culto a Deus. Até então, os templos pagãos eram espaços destinados apenas aos sacerdotes, cabendo ao restante do povo ficar de frente para a fachada do templo (“fanum”). Isso nos mostra, como quer que seja, o quão revolucionária é a noção de “igreja” que inaugura o cristianismo. Se para as antigas religiões pagãs, por um lado, o templo era um lugar específico em que morava este ou aquele deus, para a fé cristã, por outro, o templo é, não já uma construção de pedra, mas o próprio fiel; é nele, com efeito, que Deus habita pela graça.



Ao comemorar, portanto, a Festa da dedicação da Basílica do Latrão, o que a Santa Madre Igreja está fazendo é chamar-nos a atenção para essa realidade misteriosa de que, rasgando-se o véu do Templo de Jerusalém ao último suspiro de Cristo na cruz, são os fiéis os templos vivos de Deus, que têm agora acesso livre à intimidade dos átrios das igrejas para orar e oferecer ao Pai um sacrifício agradável: o seu próprio Filho, que se faz presente sob as aparências do pão e do vinho para santificar nossas paróquias, capelas e oratórios com a sua presença real, verdadeira e substancial.



Fonte: Padre Paulo Ricardo

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

8 de Novembro - Memória de Santa Elisabete da Trindade

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Essa jovem santa, não muito conhecida, foi uma mulher profundamente contemplativa, buscou em tudo estar mergulhada em Deus, escondida em Cristo.

Elisabete Catez nasceu no campo militar de Avor, França, em 1880. Seu pai era um militar, sendo a pequena Elisabete educada neste ambiente. No ano de 1882, a família Catez se transferiu para a cidade de Dijon. Desde pequena, Elisabete se destacava pelo seu forte temperamento, demonstrando ser uma criança geniosa e de um caráter muito enérgico e irascível. Sua mãe buscou ensiná-la a controlar-se por amor. Em um de seus testemunhos, Elisabete conta que, em um Natal, quando ela tinha provavelmente entre 4 a 5 anos, sua mãe emprestou sua boneca para servir de menino Jesus no presépio da Igreja. Quando a pequena Elisabete, na missa da noite de Natal, olhou para dentro da manjedoura e reconheceu sua boneca, fez um grande escândalo, chamando o padre de malvado e exigindo que ele lhe devolvesse a sua boneca.

Esse foi um pequeno exemplo de quanto esta jovem de temperamento forte, precisou ser trabalhada no autodomínio e na ternura. Elisabete foi um grande exemplo de alguém que se deixou transformar pelo amor de Deus. Os santos não foram pessoas perfeitas, foram homens e mulheres que se deixaram transformar por Deus e souberam viver o ordinário da vida de forma extraordinária.

Aos 7 anos de idade, Elisabete perdeu o seu pai, uma grande dor para sua mãe, que a partir daquele momento, teria que educar sozinha suas duas filhas, Elisabete e Margarida. Nesta mesma época, a pequena Elisabete confessava ao Cônego Angles o seu desejo de um dia ser religiosa. Desde pequena se destacava pelo seu amor a Jesus. Logo após a morte do pai, sua família se mudou para perto do Carmelo e assim a pequena foi crescendo rodeada dos sinos do claustro, ao ponto de na juventude compor uma poesia sobre o que via da sua varanda. Ela mesmo dizia se referindo às carmelitas: “Vejo a capela misteriosa das humildes e pobres religiosas. Santas jovens como vos invejo!”. Da sua varanda, Elisabete via o mosteiro das carmelitas e sonhava em um dia viver ali como uma delas.


Entrada no Carmelo

Elisabete também se inscreveu no conservatório e assim se tornou uma grande pianista. Ao passar um dia em frente ao teatro de Dijon, disse a uma amiga: “Eu queria ser uma grande pianista e fazer um grande concerto neste lugar!”. A amiga perguntou o porquê deste desejo, obtendo a seguinte resposta: “Quero estar lá para naquele meio ter pelo menos uma alma que ama a Deus.” Em 1894, sentiu um apelo interior de se entregar ao celibato, mesmo que privadamente e seguindo esta inspiração fez um voto privado de virgindade. Em 1895, ganhou o certificado no conservatório.

Dentro do coração da jovem Elisabete crescia cada vez mais o desejo de se entregar por inteiro a Deus dentro do Carmelo, mas sua mãe não aceitava, pedindo que a filha esquecesse o Carmelo e nunca mais falasse nisso. Depois de muita luta e oração, a mãe consentiu que a filha entrasse no Carmelo, mas só aos 21 anos. Elisabete esperou mais de 4 anos para entrar no seu tão esperado claustro, mas sua vida no mundo já era uma vida de carmelita.

No dia 02 de Agosto de 1901, aos 21 anos de idade, entrou no Carmelo, recebendo como nome religioso o de Irmã Elisabete da Trindade. De fato, a Trindade seria a fonte de toda vida de Elisabete. Ela vivia mergulhada nos “Três”. “Os meus Três”, assim chamava a Trindade. Elisabete descobriu na Trindade o seu Céu. Vivendo escondida no coração do Pai, ela pedia que o Espírito Santo formasse nela o Verbo, a ponto de quando o Pai olhasse para ela, reconhecesse nela a face de Seu Filho muito amado. Era essa sua prece.


Laudem Gloriae

Elisabete queria ser uma criatura nova, queria ser como que uma nova encarnação do Verbo e assim assumiu seu novo nome dentro do Carmelo, um nome ao mesmo tempo profético, que dizia de toda sua missão nesta Terra e mais tarde no Céu. Depois de ler as cartas de São Paulo e meditá-las, ela assumiu seu nome novo, o nome de “Laudem Gloriae” (Louvor de Sua Glória, se referindo a Deus). Ela queria ser no seio da Trindade o louvor de Sua glória. Elisabete viveu o grande mistério da inabitação de Deus ( mistério da morada de Deus que habita dentro de nós). Ela sentia Deus dentro dela, como se Ele e ela fossem uma única coisa. A grande mensagem desta vivência é o amor, um convite a deixarmos-nos amar por Deus. Na sua última carta, que escreveu à sua superiora, a Madre Germana ela dizia: “Reverenda Madre, deixe-se amar mais que os outros”! Elisabete em tudo se deixou amar por Deus e assim amada, buscou ser um louvor de glória a este Deus que ela sentia tão íntimo de si.

Hoje Elisabete vem dizer a mim e a você: “Deixe-se amar por Deus”! Deixe que este Deus te ame acima de tudo e seja você para ele também um louvor de Sua Glória! Que sua vida seja um louvor a Deus!

Elisabete deseja que muitos como ela sejam também “Laudem Gloriae” na vivência da vocação própria de cada um. Ser um “Laudem Gloriae” é ser sempre, nas atitudes, uma ação de graças a Deus. Cada um de seus atos, movimentos e pensamentos, cada uma de suas aspirações, ao mesmo tempo em que se enraízam mais profundamente no amor, são como um eco do “Sanctus” eterno. Um “Laudem Gloriae” vive a vida de Deus! É preciso, assim como ela, fazer da nossa vida e das nossas atitudes um louvor de glória a Deus.

Elisabete da Trindade deixou de cantar seu louvor de glória nesta terra no dia 09 de Novembro de 1906 com apenas 26 anos de idade e 4 anos de Carmelita. A partir daí ela se tornava, na eternidade, o perfeito louvor de glória da Trindade. Elisabete tinha como irmã espiritual a querida Santa Teresinha do Menino Jesus. Esta dizia que do Céu faria cair uma chuva de rosas sobre a terra. Elisabete dizia que no Céu sua missão seria a de “levar as pessoas a viver a vida interior, viverem mergulhadas em Deus no mais íntimo de si.” Os Santos são formidáveis!

No dia 24 de Novembro de 1984, Elisabete foi beatificada pelo Papa João Paulo II e canonizada em 16 de Outubro de 2016 pelo Papa Francisco, não por seus méritos próprios, mas por graça e ação de Deus, a quem ela entregou completamente sua vida. Elisabete da Trindade, rogai por nós!

“Ó meus Três, meu Tudo, minha beatitude, Solidão infinita, Imensidade onde me perco, entrego-me a vós qual uma presa. Sepultai-vos em mim para que eu me sepulte em vós, até que eu vá contemplar em vossa luz o abismo de vossas grandezas.” (Santa Elisabete da Trindade)


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/o-louvor-de-gloria-de-elisabete-da-trindade/