sábado, 31 de julho de 2021

Ladainha em honra ao Preciosíssimo Sangue de Cristo


Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.

Deus Pai dos céus, tende piedade de nós.
Deus Filho, redentor do mundo tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Sangue de Cristo, Sangue do Filho Unigênito do Eterno Pai, salvai-nos.
Sangue de Cristo, Sangue do Verbo de Deus encarnado, salvai-nos.
Sangue de Cristo, Sangue do Novo e Eterno Testamento, salvai-nos.
Sangue de Cristo, correndo pela terra na agonia, salvai-nos.
Sangue de Cristo, manando abundante na flagelação, salvai-nos.
Sangue de Cristo, gotejando na coroação de espinhos, salvai-nos.
Sangue de Cristo, derramado na cruz, salvai-nos.
Sangue de Cristo, preço da nossa salvação, salvai-nos.
Sangue de Cristo, sem o qual não pode haver redenção, salvai-nos.
Sangue de Cristo, que apagais a sede das almas e as purificais na Eucaristia, salvai-nos.
Sangue de Cristo, torrente de misericórdia, salvai-nos.
Sangue de Cristo, vencedor dos demônios, salvai-nos.
Sangue de Cristo, fortaleza dos mártires, salvai-nos.
Sangue de Cristo, virtude dos confessores, salvai-nos.
Sangue de Cristo, que suscitais almas virgens, salvai-nos.
Sangue de Cristo, força dos tentados, salvai-nos.
Sangue de Cristo, alívio dos que trabalham, salvai-nos.
Sangue de Cristo, consolação dos que choram, salvai-nos.
Sangue de Cristo, esperança dos penitentes, salvai-nos.
Sangue de Cristo, conforto dos moribundos, salvai-nos.
Sangue de Cristo, paz e doçura dos corações, salvai-nos.
Sangue de Cristo, penhor de eterna vida, salvai-nos.
Sangue de Cristo, que libertais as almas do Purgatório, salvai-nos.
Sangue de Cristo, digno de toda a honra e glória, salvai-nos.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós, Senhor.

V. Remistes-nos, Senhor com o Vosso Sangue.
R. E fizestes de nós um reino para o nosso Deus.

Oremos:
Todo-Poderoso e Eterno Deus, que constituístes o Vosso Unigênito Filho, Redentor do mundo, e quisestes ser aplacado com o seu Sangue, concedei-nos a graça de venerar o preço da nossa salvação e de encontrar, na virtude que Ele contém, defesa contra os males da vida presente, de tal modo que eternamente gozemos dos seus frutos no Céu. Pelo mesmo Cristo, Senhor nosso. Assim seja.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Memória de São Joaquim e Santa Ana

Celebramos com grande alegria a memória dos avós de Nosso Senhor Jesus Cristo, os pais de Nossa Senhora: São Joaquim e Sant’Ana. Celebrá-los é celebrar a promessa de Deus realizada. Quando Cristo veio ao mundo, Deus realizou o seu projeto, o seu decreto eterno de amor pela Encarnação do Filho; mas, ao realizar essa vontade salvífica de mandar o Filho ao mundo, Deus realizou também uma série de outros atos unidos a esse decreto, a essa vontade e decisão divinas. Deus, ao decidir que o seu Filho eterno, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, iria encarnar-se, decidiu também todas as circunstâncias em que isso iria acontecer. É por isso que, desde a antiguidade, foi prometida uma descendência a Davi. Foi prometido que dele viria o Salvador. Assim, ao longo dos séculos, toda a tribo de Judá (isto é, os descendentes de Davi) esperava o Salvador que dela viria. Hoje vemos acontecer maravilhosamente a promessa de Deus, e de uma forma muito mais abundante, muito mais generosa e especial do que jamais poderíamos imaginar: o Messias prometido não é só o Messias, é o próprio Deus que vem habitar entre nosso meio, assumindo a natureza humana no ventre de uma mulher perfeitíssima, a Virgem Maria, concebida imaculada, sem nenhuma mancha do pecado, em superabundância de graças. Ela é a gratia plena, κεχαριτωμένη, aquela que é a cheia de graça. Cristo vem ao mundo não para morar no meio dos espinheiros ou no deserto, mas num jardim belíssimo, no jardim das delícias de Deus: na Virgem Maria. Tota pulchra es, Virgo Maria, “tu és toda bela, ó Virgem Maria”! É ali, nesse belíssimo jardim de amor, no Coração imaculado de Nossa Senhora, que o Verbo de Deus vem ser plantado.

Essa é a nossa fé, e por ela vemos o quanto é eleito esse casal, São Joaquim e Sant’Ana, escolhidos por Deus para ser os pais felicíssimos da Virgem Maria. Já velhinho, quando Sant’Ana, humanamente falando, não podia mais conceber, São Joaquim, que nada mais esperava de uma descendência, recebe a revelação de que Deus fará um milagre. Em obediência ao anjo que lhe revelou que ele teria uma filha, Joaquim retorna para a esposa e volta a ter intimidade com ela. Assim nasce a Virgem Maria. Mas esse milagre, que é um milagre de natureza (uma mulher já envelhecida concebe e dá à luz uma filha), é somente uma sombra diante do milagre extraordinário que Deus opera no ventre de Sant’Ana. Dentro da barriga dela acontece a Imaculada Conceição, ou seja, no momento em que Sant’Ana concebe Maria, ou seja, no exato momento em que a Virgem passa a existir, Deus realiza o maior de todos os portentos e milagres da graça: o milagre de que ela tem uma graça tão abundante, que é maior do que a graça de todos os santos e anjos do céu. O maior milagre da graça para uma pessoa humana aconteceu no ventre de Sant’Ana. É claro que o milagre da Encarnação do Verbo é muito maior, mas falamos aqui de pessoas humanas. O maior milagre aconteceu no ventre de Sant’Ana! A superabundância da graça divina foi derramada na barriga dela sobre a Virgem Maria. Por isso é agraciado esse casal, São Joaquim e Sant’Ana, e por isso nós somos felizes ao venerar e recorrer à intercessão dele. Foram muito amados por Nossa Senhora, e, evidentemente, Jesus tem no céu um lugar de honra e privilégio para os pais de sua Mãe bendita e cheia de graça. Deus escolheu esse casal. — Que Ele, pela intercessão de São Joaquim e Sant’Ana, abençoe também nossas famílias. Peçamos a graça de, pela intercessão desse santo casal, realizarmos a vontade de Deus trazendo ao mundo filhos e filhas felizes — felicíssimos porque cumpridores da vontade de Deus.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Festa de Santa Maria Madalena

Celebramos hoje a festa de Santa Maria Madalena, uma figura luminosa na história da Igreja que nos enche o coração de grande esperança. Por que Maria Madalena é para nós um sinal de esperança? Porque, ao ver que uma pecadora pode transformar-se em grande discípulo de Jesus, nosso coração enche-se de ânimo. Como diz o Dies Irae, uma poesia usada antigamente como sequência da Missa dos defuntos e agora rezada na Liturgia das Horas na última semana litúrgica, Qui Mariam absolvisti mihi quoque spem dedisti, “Tu”, Jesus, “que absolveste Maria a mim também deste esperança”. Temos esperança porque, ao ver Jesus absolver Maria Madalena e atender ao pedido do bom ladrão na cruz, vemos que também nós podemos ser grandes santos! Não importa qual seja o nosso passado, o que importa verdadeiramente é o que Deus quer para nós hoje: o futuro da glória de um grande santo no céu. Somos chamados à vocação da santidade. É uma vocação universal. (cf. Concílio Vaticano II, Constituição “Lumen gentium”, c. 5). Todos os fiéis batizados, não interessa se têm um passado virginal ou de prostitutos; não interessa se vêm de berço católico ou se se converteram recentemente; não interessa se são padres, religiosos ou leigos; não interessa se são casados, solteiros ou celibatários — todos os batizados são chamados à santidade. 

Mas por que tão poucos chegam lá? A maioria não chega à santidade, número um — e aqui está o segredo da coisa —, porque não faz ideia do que seja a santidade. As pessoas não têm ideias claras. Para a maior parte delas, santo é quem obedece aos Mandamentos. Bastaria não matar nem roubar. Ora, isso não é santidade. Sim, quem obedece aos Mandamentos, se morrer em graça, será salvo, mas nem por isso terá sido santo. Santo é quem ama a Deus com amor divino e sobrenatural. É o fiel capaz de ter por Deus o amor que Maria Madalena mostra a Jesus no Evangelho de hoje. Maria, antes uma pecadora, está agora no túmulo de Jesus e, o que é extraordinário, ela vê dois anjos vestidos de branco — um sentado à cabeceira, outro aos pés do sepulcro —, mas nem eles são capazes de consolá-la! Madalena quer Jesus e é somente quando ela o encontra: “Raboni!”, que se sente consolada. Aquela que antes procurava consolação nas coisas carnais e mundanas agora tem um amor tão ardente por Jesus, que nem os anjos podem consolá-la. Isso é ser santo. Santo é quem ama Jesus com amor sobrenatural, um amor que, por nós mesmos, não somos capazes de produzir; somente Deus o pode infundir no nosso coração, tornando-nos capazes de viver um amor tão sublime. 

Então, o que é um santo? É aquele que, perdoado de seus pecados pelo Batismo ou pela Confissão, se dispôs a mudar interiormente e deixar que Deus aja e transforme o seu coração. Aqui vemos o segundo obstáculo pelo qual muitos não chegam a ser santos: a falta de generosidade, de disposição para mudar e ser instrumento de Deus. — Em resumo: Todos, absolutamente todos são chamados à santidade; mas por que poucos chegam lá? Primeiro problema: não sabemos mais o que é a santidade, que é ter um grande amor sobrenatural por Jesus. Segundo problema: mesmo quando sabemos o que é, não somos generosos, ou seja, não estamos dispostos a viver aquelas mudanças extraordinárias que Deus quer fazer dentro de nós, esquecendo-nos de nós para viver para Cristo, para o serviço de Cristo, para amar Jesus, como fez Maria Madalena. Já sabemos, pois, o que precisamos fazer. Primeiro: ter ideias claras sobre o que é a santidade. Neste site há inúmeros vídeos em que, de um jeito ou de outro, se busca esclarecer o que é verdadeiramente a santidade e quais são as virtudes que devemos desenvolver generosamente para ser santos. Mãos à obra! Que Santa Maria Madalena nos ilumine e conduza pelo caminho de santidade, caminho em que, esquecidos de nós e de toda consolação criada, seremos consolados por Jesus, nosso grande amor. 

Fonte: Padre Paulo Ricardo

domingo, 18 de julho de 2021

O "Pequeno Milagre" em Garabandal - 18/19 de Julho de 1962

Durante algum tempo, as meninas videntes pediram à Virgem Maria e a São Miguel para que realizassem um milagre, para convencer todos aqueles que ainda não acreditavam nas aparições de Nossa Senhora em Garabandal.

Finalmente, São Miguel disse um dia (29 de junho de 1962) à Conchita que numa determinada data indicada pela Virgem Maria, iria acontecer a Comunhão visível, ou seja, naquele dia a hóstia que recebia por parte do Anjo, tornar-se-ia visível na sua língua.

Conchita avisou a população com cerca de 15 dias de antecedência sobre a ocorrência deste milagre. Quando esse dia chegou (18 para 19 de julho de 1962), várias centenas de pessoas estavam na aldeia, mas devido ao fato de a espera ter sido longa, muitas pessoas ficaram desanimadas e algumas foram embora.

Depois, cerca de 1:30 da manhã do dia 19, Conchita saiu da sua casa em êxtase, virou uma esquina e, caiu de joelhos numa rua adjacente à da sua casa. Pouco tempo depois Conchita colocou a sua língua para fora.

De repente, mais rápido do que o olho humano poderia detectar, um brilhante corpo branco apareceu na língua da Conchita.

Um empresário de Barcelona filmou tudo com uma câmera emprestada e com a ajuda de uma lanterna de iluminação conseguiu tirar alguns pequenos frames do filme, em que mostrava a língua de Conchita com a pequena hóstia. Na mesma altura,estava também presente uma outra pessoa, Dr. Caux, que com a sua máquina profissional de filmar, esperava ansiosamente sobre este momento. No entanto, no momento em que a hóstia apareceu, não conseguiu gravar nada, ficando imóvel perante tal acontecimento. Segundo ele, aquele momento foi o momento de viragem da sua vida.

As pessoas que assistiram a tudo isto, ficaram espantados com tal fenômeno e ficaram a acreditar nas aparições de Nossa Senhora.

"La forma! La forma! La forma!", foram as palavras que a multidão falou numa só voz quando viram aparecer na língua de Conchita a Hóstia, que apresentava ter uma forma brilhante e explendorosa e com alguma espessura. A Hóstia ficou visível na língua de Conchita cerca de 2 minutos. Era 1:40 da madrugada, dia 19 de julho.

Esse foi o "Pequeno Milagre" público realizado em Garabandal. Espera-se agora o Grande Milagre, que será para a conversão do mundo inteiro.

Fonte: Apostolado de Garabandal

Memória da primeira aparição de Nossa Senhora à Santa Catarina Labouré, na Rue du Bac

"Aos 18 de julho de 1830, véspera da festa de São Vicente que ela tanto ama, Catarina recorre àquele de quem, cujo coração ela viu transbordando de amor, para que seu grande desejo de ver a Santíssima Virgem seja enfim alcançado. Às onze horas e meia da noite, ela ouve chamá-la pelo seu nome.

Uma misteriosa criança está ali, ao pé da sua cama e a convida para levantar-se:

« A Santíssima Virgem a espera » diz ela. 

Catarina se veste e, acompanha a criança que, deixa raios de luz por todos os lugares por onde passa. Chegando à Capela, Catarina pára perto da cadeira do Padre, colocada no presbitério. Ela ouve então “como o frou-frou” de uma roupa de seda:

«Eis a Santíssima Virgem»

diz seu pequeno guia. Ela não quer acreditar. A criança, porém, repete com uma voz mais forte:

«Eis a Santíssima Virgem»

Catarina corre aos joelhos da Santíssima Virgem sentada na cadeira. Então não fiz senão dar um salto para junto d’Ela, e, de joelhos, sobre os degraus do altar, as mãos apoiadas nos joelhos da Santíssima Virgem:

«Aí, passei um momento, o mais suave de minha vida. Ser-me-ia impossível dizer o que experimentei. A Santíssima Virgem disse-me como eu devia conduzir-me com o meu confessor e várias coisas mais».

Catarina recebe o anúncio de sua missão e o pedido de fundação de uma Confraria dos Filhos de Maria. O que será realizado pelo Padre Aladel no dia 2 de fevereiro de 1840."

Fontes: https://amminter.org/pt/relato-das-aparicoes/ e Facebook José Eduardo Câmara

sábado, 17 de julho de 2021

Hino Flor do Carmelo (Flos Carmeli)

Flor do Carmelo
Vinha florida,
esplendor do Céu,
Virgem fecunda,
és singular.

Doce e bendita,
ó Mãe puríssima,
aos carmelitas,
sê tu propícia,
Estrela do Mar.

Raiz de Jessé,
de brotos floridos,
queiras, feliz,
ao céu pelos séculos
nos elevar.

Entre os abrolhos,
viçoso lírio,
guarda de escolhos,
o frágil ânimo,
Mãe tutelar.

Forte armadura
Frente o adversário,
Na guerra dura,
o escapulário
vem nos guardar.

Nas incertezas,
conselho sábio;
nas asperezas,
consolo sólido
queira nos dar.

Mãe de doçura
do Carmo régio
sê a ventura
que o povo, em júbilo,
faz exultar.

Do paraíso,
és chave, és pórtico;
prudente guia,
a nós, de glória,
vem coroar. Amém.

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Memória de Nossa Senhora do Carmo

Com grande alegria celebramos hoje a festa de Nossa Senhora do Carmo. Quem é Nossa Senhora do Carmo? Nossa Senhora é sempre a Mãe de Jesus, única e irrepetível. Acontece que, ao longo dos séculos, as pessoas foram dedicando-se a Deus na oração e na vida contemplativa, e um grupo de monges da Terra Santa resolveu reunir-se no Carmelo, um monte bastante verdejante, cheio de vegetação, coisa rara na Terra Santa, de clima um pouco árido, com a vista para o mar. Naquela região, desde o Antigo Testamento, se reuniram discípulos do profeta Elias. Quando chegou o cristianismo, diz a tradição que eles, dedicados à vida consagrada, se converteram, reconheceram que Jesus era o Messias previsto e começaram a viver ali mesmo como monges cristãos. Essa tradição foi transmitida ao longo dos séculos de forma oral. E ao que tudo indica, as escavações feitas no Monte Carmelo dão conta de que existem, sim, sinais de vida monástica muito antigos, anteriores aos cruzados da Idade Média, isto é, à época em que pela primeira vez tivemos notícia escrita dos monges do Carmelo. O fato é que essa tradição monástica, que chegou até o Ocidente por inúmeras vias, foi difundida pelo mundo graças à Ordem carmelita.

Trata-se, além disso, de uma tradição muito ligada à Nossa Senhora. Por quê? Porque Nossa Senhora sempre foi venerada como modelo da vida contemplativa. Dizem os carmelitas: “O Carmelo é todo mariano” porque Nossa Senhora, com o seu Coração Imaculado, é o ideal de cristão consagrado a Deus. Ora, como é o coração de um consagrado a Deus? Aqui vêm as comparações tão caras à tradição carmelita. O coração do santo, da alma em estado de graça, para usar uma comparação do Livro dos Provérbios, “é o jardim das delícias onde Deus gosta de passear”, o que remete à situação de Adão e Eva no paraíso. Houve um jardim originário. Esse jardim, em grego, chama-se παράδεισος, isto é, paraíso. É o Éden, é o jardim das delícias onde Adão e Eva, ainda em estado de graça e amizade com Deus, viviam em colóquios amistosos com Ele. O Livro do Gênesis, no capítulo 3, diz que Deus descia para passear com nossos primeiros pais à hora da brisa da tarde. De fato, o jardim foi perdido, mas a tradição carmelita nos diz que, se bem não tenhamos mais acesso ao paraíso terrestre, Deus fez algo mais extraordinário: replantou-o pela graça no nosso coração. É o mistério da inabitação. Deus, amigo que gosta de passear em nosso interior, habita agora em nossa alma. Ora, se é verdade que Deus está no coração dos justos, como não estará Ele no Coração santíssimo de Nossa Senhora?!

Celebrar Nossa Senhora do Carmo é celebrar o fato de que a Virgem Maria era o jardim onde Deus mais gostava de passear. Deus veio do céu, à brisa da tarde. Ao anúncio do Anjo, Ele veio não só para passear, mas para habitar no Coração da Virgem Maria. Ela é o jardim das delícias, o esplendor do Carmelo, decor Carmeli; é a flor do Carmelo, flos Carmeli, o paraíso antes perdido que agora existe no Coração Imaculado. Nela, Deus refez o jardim, o seu paraíso! É Nossa Senhora do Carmo, hortus conclusus, o jardim fechado onde Deus, na intimidade, gosta de passear. Contemplando este mistério maravilhoso, podemos dirigir-nos com confiança à nossa Mãe bendita e, colocando-nos debaixo do seu santo escapulário, pedir: “Minha Mãe, revesti-me com o vosso hábito e protegei o meu coração, esse jardim das delícias de Deus”. O santo escapulário nos foi dado por Nossa Senhora como muralha para guardar o nosso coração. Nossa Senhora, como o querubim do Gênesis, está de guarda à porta do paraíso do nosso coração para que, diante das armadilhas de Satanás, diante das investidas e dos ataques do demônio, estejamos sempre seguros. Ela é a protetora do escapulário. Ser devoto de Nossa Senhora do Carmo é ser devoto destes mistérios. Nossa Senhora prometeu a São Simão Stock que iria proteger o nosso estado de graça. Ela mandaria seus anjos para guardar o dom mais precioso que temos: nossa amizade com Deus, o jardim onde Ele passeia e quer estar com seus filhos e amigos. — Que Nossa Senhora do Carmo nos proteja, e que nós, que carregamos o santo escapulário, sejamos verdadeiramente filhos dedicados a ela. Contemplemos sempre o mistério desse jardim belíssimo que é o Coração de Maria, modelo do que Deus quer fazer com o nosso.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

terça-feira, 13 de julho de 2021

Terceira aparição de Nossa Senhora em Fátima - 13 de Julho de 1917

Acerca da aparição, relata Irmã Lúcia:

Momentos depois de termos chegado à Cova de Iria, junto da carrasqueira, entre numerosa multidão de povo, estando a rezar o terço, vimos o reflexo da costumada luz e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira.

– Vossemecê que me quer? – perguntei.

– Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem, que continuem a rezar o terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer.

– Queria pedir-Lhe para nos dizer Quem é, para fazer um milagre com que todos acreditem que Vossemecê nos aparece.

– Continuem a vir aqui todos os meses. Em Outubro direi Quem sou, o que quero e farei um milagre que todos hão-de ver, para acreditar.

Aqui, fiz alguns pedidos que não recordo bem quais foram. O que me lembro é que Nossa Senhora disse que era preciso rezarem o terço para alcançarem as graças durante o ano. E continuou:

– Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.

Ao dizer estas últimas palavras, abriu de novo as mãos, como nos dois meses passados.

O reflexo pareceu penetrar a terra e vimos como que um mar de fogo. Mergulhados em esse fogo, os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saíam juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das faúlhas em os grandes (incêndios), sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor (deveu ser ao deparar-me com esta vista que dei esse ai! que dizem ter-me ouvido). Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negros carvões em brasa. Assustados e como que a pedir socorro, levantamos a vista para Nossa Senhora que nos disse, com bondade e tristeza:

– Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores; para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio Xl começará outra pior. Quando virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre.

Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia a Meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia que se converterá e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal se conservará sempre o dogma da Fé.

{Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fogo em a mão esquerda; ao cintilar, despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: “Penitência, Penitência, Penitência!” E vimos numa luz imensa que é Deus algo semelhante a como se vêem as pessoas num espelho quando lhe passam por diante um Bispo vestido de Branco; tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre. Vários outros Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fora de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo, com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz, foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas e várias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de várias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, neles recolhiam o sangue dos Mártires e com ele regavam as almas que se aproximavam de Deus.}

Isto não o digais a ninguém. Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo.

Quando rezais o terço, dizei, depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno; levai as alminhas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem.

Seguiu-se um instante de silêncio e perguntei:

– Vossemecê não me quer mais nada?

– Não. Hoje não te quero mais nada.

E, como de costume, começou a elevar-se em direção ao nascente até desaparecer na imensa distância do firmamento.

Fonte: Canção Nova

domingo, 4 de julho de 2021

Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo

Hoje é a solenidade de São Pedro e São Paulo. Todo o mundo sabe que o dia de São Pedro e São Paulo é 29 de junho, mas no Brasil se transfere para o domingo seguinte. Portanto é neste domingo, 4 de julho de 2021, que celebramos a festa. O que significa celebrar esses dois grandes Apóstolos, que com o seu sangue consagraram a igreja de Roma como centro do cristianismo, a sede de onde o Apóstolo Pedro e seus sucessores governam a Igreja ao longo dos séculos? 

Em primeiro lugar, é preciso entender como a Igreja é edificada. Essa é a lição que nos dá o Evangelho deste domingo. Jesus pergunta: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? Depois de ouvir as respostas mais disparatadas, volta-se para os Apóstolos e diz: E vós, quem dizeis que eu sou? São Pedro faz então sua profissão de fé. Para quem observa externamente o Evangelho, parece banal que São Pedro tenha acertado a resposta, como quem acerta um teste numa prova com alternativas.

São Pedro diz: Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo. No entanto, a reação de Jesus não é banal. Isso quer dizer que tampouco a resposta de Pedro o foi. Jesus diz: Feliz és tu, bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. O que Jesus vê aqui? Lembremos que Jesus não é um homem qualquer. É essa a resposta de Pedro. Pedro enxerga que Jesus não é somente o Messias, o Cristo, o Ungido de Deus. É muito mais. É o próprio Filho de Deus feito homem, que olha para São Pedro e se alegra com o que aconteceu dentro da alma dele. 

Sim, aconteceu algo diferente dentro do coração de Pedro. Cristo vê nele algo que é fonte de felicidade, de alegria, de bem-aventurança. O Senhor diz: Não foi um ser humano, não foi a carne nem o sangue que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Houve, portanto, algo de sobrenatural. Aqui está a maravilha das maravilhas. Quando os cristãos realizamos um ato de fé, ocorre em nós uma transformação interior.

É nessa mudança que acontece dentro da alma que a Igreja é edificada. Claro, para que essa mudança seja completa, é necessário que o cristão seja batizado, para que Deus realize no coração dele todas as transformações. Mas é importante notar que o ato de fé é fundamental, é fundante, é o início. Podemos, por exemplo, ser batizados na Igreja Católica, mas se perdermos a fé no meio do caminho, deixando de crer em Jesus, deixaremos de ser membros da Igreja.

A Igreja é edificada sobre a fé. Aqui está a coisa mais maravilhosa: o que aconteceu na alma São Pedro precisa acontecer também na nossa, na alma de cada um de nós. É por isso que Jesus, antes de subir aos céus, olhou para os Apóstolos e disse: Ide pelo mundo inteiro, fazei discípulos, pregai o Evangelho, ensinando a observar as coisas que vos ensinei, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 

“Ide”. É a missionariedade dos Apóstolos. Eles saem para transmitir a fé, ou seja, para levar aos outros o mesmo que aconteceu com São Pedro, a mesma fé, a mesma felicidade que Jesus viu no coração de Simão, fruto não de uma revelação humana, mas do Pai do céu e graça do Espírito Santo. Essa é a missão dos Apóstolos.

Os Apóstolos precisam sair pelo mundo como enviados para fazer surgir a fé nas almas. Por isso o cristianismo tem uma doutrina. Não adianta dizer: “Ah, para mim, Jesus é…”, como se fosse uma questão subjetiva. Não. Jesus ouviu as respostas do povo: “Para uns, era João Batista; para outros, Elias; para outros, Jeremias; para outros ainda, um dos profetas”, mas essas respostas não estavam certas porque não passavam disso: impressões subjetivas. Não eram a verdade sobre Jesus.

Todos erraram o alvo. Só Pedro acertou; portanto, no dogma da fé, só Pedro ensinou quem é Jesus de verdade: Ele é o Messias prometido, mas é também muito mais — é o próprio Filho de Deus encarnado. Essa é a fé dogmática. Se queremos fazer parte da Igreja Católica, temos de entender que nós católicos cremos numa doutrina específica, nos dogmas da Igreja, num conteúdo dogmático. 

Em outras palavras, há coisas que estão certas, que são a verdade, e é a partir disto que a Igreja é construída. Infelizmente, vivemos num tempo — para usar uma expressão de Bento XVI — de ditadura do relativismo. Hoje todo o mundo pode achar o que quiser, menos que a sua opinião seja a correta. Todo o mundo pode pensar o que bem entender, desde que não tenha a pretensão de buscar a verdade. 

Ora, todo ser humano quer a verdade! Deus mesmo quer que a encontremos! Jesus está com Pedro e os Apóstolos no dia a dia e, através de suas pregações, dos milagres, dos exorcismos, de seus exemplos, faz o trabalho de um verdadeiro Mestre, para que eles finalmente cheguem à profissão da fé. E a primeira característica dela é ter um conteúdo específico e definido. 

Quando os budistas, por exemplo, vão fazer meditação, o que eles fazem? Pensam “no nada”. Meditar para eles quer dizer acalmar as paixões interiores, pensar em coisa alguma e, assim, sentir-se tranquilo. Nós cristãos não somos assim. Quando vamos meditar, temos de começar com algo dogmático, com um conteúdo da revelação divina, e assim meditamos sobre Jesus, a sua Paixão, como Ele nos amou etc. Há um conteúdo que pode ser narrado, uma história, uma verdade de fato: aquilo aconteceu, Deus veio a esse mundo para morrer na cruz por nós, para nos amar, para se entregar pelos homens.

Meditamos essas verdades, e assim, na nossa vida de oração, acontece uma experiência semelhante à de Pedro no Evangelho: aquilo que aprendemos na catequese, com nosso pai, mãe ou a avó, começa a fazer sentido. Dá um click, e nós enxergamos a luz. Ao meditarmos as histórias da Paixão, pondo-nos em oração sob a presença de Cristo, chega um momento em que dizemos: “Nossa, eu vi”. Viu o quê? “Jesus me ama”. Mas não sabíamos disso antes? “Sim, aprendi na catequese, mas agora eu vi”, ou seja, nos tornamos testemunhas de algo.

O que é esse ver? É o ato de fé, e é nele que a Igreja é edificada. Uma vez que o fiel teve a experiência da fé, ou seja, depois que aprendeu o dogma, deu o seu “sim” à doutrina da Igreja Católica, mas a levou também para a oração e para a vida, ninguém consegue mais movê-lo para outro lugar, porque ele viu e não pode negar que viu. Tornou-se testemunha da verdade da fé, realmente teve uma experiência da verdade: Jesus é Deus, Jesus nos ama, Jesus morreu na cruz por nós, Jesus está na Eucaristia.

Mas é preciso ter vida espiritual para que finalmente essas fórmulas que aprendemos no catecismo tenham um sentido para nós, isto é, para que as verdades por elas expressas brilhem dentro de nós. Isso é a fé, é sobre ela que é edificada a Igreja e é com essa experiência que as portas do inferno não prevalecerão. Por quê? Porque podem vir todas as ideologias do mundo; mas, uma vez que vimos, ninguém será capaz de nos engambelar ou ensinar coisas diferentes. Uma vez que vimos que dois mais dois são quatro, não poderemos mentir para nós mesmos dizendo que são cinco.

Essa é a realidade da fé, em cuja experiência precisamos crescer, num movimento interior em que vamos enxergando aos poucos as coisas de Deus. Mas não é o fim. É preciso mais. Temos aqui somente o começo. Que passos dar, então? Primeiro, aceitar com fé os dogmas da Igreja, ou seja, o que está no catecismo. Depois, pegar esses dogmas aprendidos no catecismo e levá-los para a oração porque são verdades, sim, mas que precisam ser amadas, buscadas, cavoucadas, digeridas, transformadas em “sangue”.

Mas, uma vez que vimos a verdade do dogma católico e nos tornamos testemunhas dela, não podemos parar por aí. Deus não somente ilumina a inteligência, Ele também convida a vontade a amar. Na oração, na meditação cristã, o que fazemos é isso: pegar uma verdade que já sabemos ser verdadeira para meditá-la, porque buscamos entendê-la com cada vez mais profundidade, a fim de amá-la com maior intensidade.

Podemos, por exemplo, meditar sobre a Paixão de Cristo. Contemplamos a Jesus no Horto das Oliveiras a suar sangue, o anjo que o consola, suas últimas palavras: Meu Pai, Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? No alto da cruz, vemos Jesus amar e sofrer, vivendo as mais tremendas situações de angústia e de dor por caridade etc. Mas só vamos enxergá-lo de fato se o levarmos para a oração, se buscarmos a verdade para amá-la. Uma vez que vimos a verdade, para amá-la será necessário mover a vontade. Aqui está o drama. Por que tanta gente que até chega a fazer experiência da fé ainda é capaz de trair Jesus? Porque não basta que a inteligência seja iluminada; a vontade precisa ser convidada, e nós precisamos dizer “sim” a esse convite. 

Quando formos rezar, precisamos estar dispostos a mudar. Mas a mudar o quê? Mudar nossa vontade — a não querer o que queremos, mas o que Deus quiser. Alterar a vontade interiormente é o efeito sublime e exclusivo da oração cristã, que vai mudando as pessoas interiormente, dando-lhes um coração semelhante ao de Cristo. Mas essa transformação só acontece quando há coragem para dizer “não” aos próprios caprichos pessoais e “sim” à vontade manifesta de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Olhemos para a nossa vida. O que temos feito ou vivido que não está de acordo com o Evangelho? Tomemos isso mesmo que estamos meditando. Muitas pessoas pensam hoje: “Não, há o dogma da Igreja tradicional, de dois mil anos; mas eu sou moderno, sou discípulo de tal teólogo e, na minha escola teológica, a gente não pensa de modo romano, quadrado, tradicional”. Pois é, levemos isso para a oração. Veremos que Deus quer que mudemos essa forma de pensar, a qual não é mais do que uma busca de peculiaridade: é querer ser diferente e julgar dois mil anos de história, de Magistério, de santos — porque achamos que somente nós e a nossa “turma” estamos certos. Queremos realmente edificar a Igreja? Queremos ser santos? É no fundamento dos santos e na fé dos santos que a Igreja é edificada. É assim que as portas do inferno não prevalecerão. 

Tenhamos a humildade de mudar de opinião e de vontade. Temos nossos projetos, caprichos, veleidades, querendo fazer certas coisas, mas Deus talvez não queira o que queremos. Talvez tivéssemos o projeto de viajar sabe-se lá para onde; mas, no tempo da epidemia, isso se tornou impossível. Nossos projetos foram frustrados… Então aceitemos a vontade de Deus, mudemos nossa vontade, mas não a mudemos como fazem as almas revoltadas, que ficam simplesmente resignadas. Mudemos de vontade porque o que Deus quer é sempre o melhor. Dizia São Rafael Arnáiz: “Quem seria louco de querer o que Deus não quer?” É isso que vai edificar a Igreja. 

Os Apóstolos foram enviados por Cristo para fazer isso. Jesus, antes de subir aos céus, disse-lhes: Ide pelo mundo inteiro, fazei discípulos. Ora, como o mundo inteiro se tornou cristão, mas agora está se descristianizando? Por que há essa diferença? Por que aqueles doze pobres pescadores da Galiléia foram capazes de transformar o mundo, e nós agora, que temos todos os meios de comunicação disponíveis, não estamos mudando o mundo? 

Antes de tudo, eles fizeram a experiência da verdade. Eles, em primeiro lugar, estavam dispostos a mudar de vontade para abraçar a de Cristo e, uma vez que eles se tornaram testemunhas da verdade com a própria vida, saíram e fizeram discípulos mundo afora. Isso quer dizer o quê? Que, no corpo a corpo do convívio, eles foram convertendo as pessoas uma por uma, ensinando a rezar uma por uma, ensinando os dogmas, ensinando a meditar a Palavra de Deus. Ensinavam as pessoas a progredir na fé. São Pedro e São Paulo saíram para evangelizar o mundo, mas eles, na prática, não evangelizaram o “mundo”, evangelizaram as pessoas concretas com quem se preocuparam e a quem quiseram salvar.

Por isso precisamos parar com “projetos mundiais” de evangelização e começar a ter um projeto pessoal de convencer, de converter, de mudar a vida dos que estão ao nosso lado. “Ah, mas eu quero evangelizar o Brasil!” Comecemos evangelizando quem está ao nosso lado, os que estão abertos, desejosos… Paremos de querer apenas likes no Facebook, no Instagram, e nos preocupemos realmente em ajudar as pessoas a se salvarem, sejamos pescadores de homens. Foi isso o que fizeram os Apóstolos: saíram por todo o mundo ensinando as pessoas a fazer a experiência da fé sobre a qual é edificada a Igreja.

Nesse sentido, também nós somos “sucessores” dos Apóstolos. A Igreja é apostólica porque temos a mesma fé, é o mesmo conteúdo dogmático ensinado pelos Apóstolos dois mil anos atrás. Há mais, todavia: é a mesma experiência de encontrar nessas verdades a Palavra feita carne, Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ilumina com o Espírito Santo, transforma o nosso coração, unindo-o à vontade do Pai do céu. Assim o Reino de Deus é edificado. Somente assim poderemos dizer que as portas do inferno nunca irão prevalecer.

Neste domingo de São Pedro e São Paulo, renovemos nossa fé na fé dos Apóstolos e tenhamos o firme propósito não só de fazer a experiência da verdade na vida de oração, mas de mudar de vida, para que a nossa vontade esteja cada vez mais unida à de Cristo. Então estaremos edificando a Igreja sobre a pedra na qual Jesus quis edificá-la.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

sexta-feira, 2 de julho de 2021

60 anos da primeira aparição de Nossa Senhora em Garabandal

Anunciada por São Miguel Arcanjo no dia anterior, 1° de julho, a Virgem Maria aparece pela primeira vez no vilarejo espanhol de San Sebastián de Garabandal em 2 de julho de 1961. Nesse dia, antigamente, festejava-se a Visitação de Nossa Senhora. A Mãe de Deus apresenta-se sob o título do Carmelo, confirmando assim a devoção que consagra o mês de julho a Nossa Senhora do Carmo, cuja festa se comemora no dia 16.

Nesse Domingo, depois do terço, as meninas desceram em direção a Cosio para receber os irmãos de Conchita, que chegavam de viagem. Mas no meio do caminho tiveram de voltar, pois o público que afluía à vila reconheceu-as pelas fotografias e não as deixaram ir mais adiante. As pessoas que as viam, lhes faziam agrados dando-lhes presentes: balas, bombons, bolo, etc.

Todavia, como não encontraram os parentes que esperavam, decidiram voltar ao povoado, pois já estavam distantes. Pegaram uma carona com conhecidos até o povoado e de lá, caminharam para a “Calleja”. Encontraram as ruas abarrotadas de forasteiros, entre os quais, onze padres, vários médicos e um abade.

"Eram aproximadamente seis da tarde quando iniciamos a caminhada em direção à calleja, seguidas por todos. Mal começamos a rezar o terço, apareceu a Santa Virgem, ladeada por dois anjos. Um era São Miguel. O outro não conhecemos".

São Miguel. Ouvimos aqui, pela primeira vez, o nome do misterioso anjo que, ao longo dos 14 dias anteriores, conversava com as meninas. E hoje ele voltava escoltando a sua Rainha.

"Ambos vestiam da mesma maneira e pareciam gêmeos. Ao lado do anjo da direita, à altura da Virgem, vimos um olho de tamanho grande; parecia o olho da Deus".

A Virgem sempre carinhosa, deu espaço às crianças, que conversaram muito com Ela. As meninas alegres e desembaraçadas logo começaram a contar os seus “casos” a Nossa Senhora que ria muito com o jeito e as palavras delas. Depois, ainda de joelhos, rezaram o Terço diante da Mãe de Deus, e Ela, ia ensinando as crianças a rezá-lo de um modo melhor. Em seguida Ela Se limitava apenas a acompanhá-las em silêncio e, somente rezava o Glória a Trindade Santíssima.
Terminado o Terço, a Virgem se despediu das meninas. As crianças suplicaram que Ela ficasse mais um pouquinho. Ela sorriu e prometeu que voltaria na segunda-feira.

Felizes, sorridentes e saudosas, ficaram se lamentando pela ausência de Nossa Mãe Santíssima. Como sempre, algumas pessoas se aproximaram para beijar as meninas e queriam saber o que Nossa Senhora tinha falado. Elas muito felizes por terem vivido um momento tão especial, contaram tudo, inclusive que a Mãe de Deus ria muito com as palavras delas, quando descrevia os seus afazeres e as coisas que realizavam no dia a dia. Como sempre, muitos acreditaram e alguns não creram, achando que era impossível a Virgem proceder assim! Estes, com certeza, se esqueceram de que Ela é também a nossa Mãe.

"As pessoas" - conta ainda, "rodeavam-nos para abraçar e perguntavam o que ela tinha dito - ao menos algumas, porque a maioria não acreditavam no que falávamos. As que acreditavam diziam que era como uma mãe que não vê as filhas já muito tempo. E então as filhas contam-lhe tudo... Em seguida levaram-nos à sacristia, onde um padre chamado Francisco Odriozola nos interrogou individualmente".

Fontes: https://www.apostoladodegarabandal.com/aparicao-de-n-senhora/, http://apostoladosagradoscoracoes.angelfire.com/vigaral.html, https://www.facebook.com/groups/493384927454115/

quinta-feira, 1 de julho de 2021

São Miguel Arcanjo anuncia a visita de Nossa Senhora

No sábado, 1º de Julho, às 19:30 horas, o dia estava bem claro em Garabandal, pois no verão o sol ainda não tinha se ocultado no horizonte. Muitas pessoas compareceram. Nesse dia o Anjo conversou com as meninas pela primeira vez dizendo:

 “Sabeis porque eu vim? Devo anunciar-vos que a Virgem Santíssima irá aparecer-vos amanhã como Nossa Senhora do Carmo." 

Cheias de alegria, as quatro meninas exclamaram: “Que venha depressa!”

 São Miguel também, continuou trazendo o letreiro, que elas não sabiam o que significava. As meninas insistiram para que ele explicasse de que se tratava, mas o Arcanjo apenas lhes adiantou, que Nossa Senhora lhes explicará tudo. Ele estava sempre sorridente e vestia uma túnica azul larga, com as laterais em rosa claro, muito bonita, sua face era morena, nem larga e nem redonda, com o nariz pequeno e elegante, olhos negros, mãos muito finas com as unhas cortadas, mas os pés estavam ocultos. Terminada a Aparição, como das vezes anteriores, as meninas foram levadas para a Igreja e interrogadas, e sempre protegidas pelos jovens parentes e irmãos, que as resguardavam do indiscreto e impulsivo entusiasmo das pessoas, que sempre queriam se aproximar para conversar, fazer algum pedido e até para beijá-las.

Fontes: http://apostoladosagradoscoracoes.angelfire.com/vigaral.html, https://www.garabandal.it/pt/about/historia

Memória do Preciosíssimo Sangue de Jesus

Com grande alegria iniciamos o mês de julho, dedicado ao Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. No calendário antigo, celebrava-se hoje a festa do Preciosíssimo Sangue, que no rito novo pode ser celebrada com uma Missa votiva do Precioso Sangue de Nosso Senhor. Mas o que estamos celebrando, afinal? Comecemos pela expressão. Precioso é aquilo que tem preço, geralmente elevado, é o que tem valor e, portanto, não é gratuito: há que pagar por ele alguma coisa. Ora, fomos resgatados da morte eterna, dos nossos pecados, do poder que o demônio tinha sobre nós, não com o sangue de bodes e de touros, mas com o preço do Sangue de Cristo, que não é um preço baixo. É preciosíssimo. A primeira coisa que temos de compreender é que a devoção ao Preciosíssimo Sangue está ligada ao mistério da Paixão, ou seja, ao fato de que, pela cruz de Cristo, o mundo foi redimido. Vamos além. O que quer dizer a palavra “redimido”? “Redimido” quer dizer “comprado de volta”. É como se fôssemos escravos alforriados porque alguém pagou o nosso preço. Estávamos no mercado, à venda como escravos, condenados a uma vida miserável, mas um benfeitor bondoso apareceu e nos comprou, não para que continuemos escravos, mas para nos dar a liberdade. Foi isso o que Jesus Cristo fez por nós: Ele nos veio redimir. Mas o que tudo isso quer dizer, no fim das contas? Antes de tudo, que Deus nos amou com amor infinito. O amor de Deus chegou aos limites do que, aos olhos humanos, pode até parecer uma loucura. Sim, uma loucura. Pensemos bem. Quem de nós teria tanto amor por um animal de estimação, a ponto de dar a vida e morrer por ele? A qualquer pessoa que agisse nós chamaríamos de louca. Afinal, uma vida humana é preciosíssima se comparada com a de qualquer animal irracional. Ora, Deus é Deus e nós, pobres criaturas; ainda mais, criaturas pecadoras. Não merecemos que Deus nos venha resgatar. No entanto, o amor de Deus por nós não encontrou limites nem fronteiras. Por isso Ele fez por nós loucuras de amor. É uma adaptação das palavras de São Paulo, que se refere à cruz de Cristo como a sabedoria de Deus, mas que é loucura para os homens.

Para algumas pessoas, é difícil crer no Evangelho, não porque ele seja incompreensível, mas porque ele é bom demais. O Evangelho traz uma notícia tão boa, que chega a ser incrível. Sim, é incrível que Deus infinito, de poder e majestade soberanos, aquele que rege o universo, por quem e para quem todas as coisas existem, tenha vindo a este mundo por nós, para nos amar entregando a própria vida. Diante disso, como não cair de joelhos em gratidão e adoração? Eis o grande mistério que celebramos: Deus pagou um o inimaginável para nos resgatar. Tal foi o amor dele por nós, que não encontrou limites. Deus nos amou em Cristo Jesus. Meditar sobre o Precioso Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, portanto, é olhar para o preço pago por Deus em resgate da nossa miséria, a fim de que pudéssemos participar de sua divindade. Há mais, porém, porque o Sangue de Cristo, o preço maravilhoso pago por Deus, se tornou ainda outra realidade: tornou-se para nós, na Eucaristia, bebida espiritual, alimento celeste. Na comunhão, mesmo que recebamos somente a espécie do pão, sem beber do cálice sagrado, recebemos o Cristo todo, Christus totus, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Esse Sangue é uma verdadeira bebida, é a caridade de Deus derramada em nossos corações para incendiar nossas almas. Na Eucaristia, com efeito, recebemos a força para amar de volta aquele que tanto nos amou. Por isso, o Preciosíssimo Sangue nos fala não somente do amor de Deus por nós, mas também do amor que Ele mesmo quer nos dar para que o amemos de volta. Para isso Ele se fez alimento e bebida. Se é maravilhoso que Deus nos ame, o que não será que Ele queira que a nossa miséria seja transformada a ponto de amá-lo como Ele mesmo ama! Sim, Deus se dá a nós por amor para nos dar o amor com que Ele quer ser amado! São esses os pensamentos e mistérios maravilhosos que nos acompanharão durante o mês de julho, mês do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mergulhemos nesses mistérios que nos alimentam e são para nós caminho de salvação. 

Fonte: Padre Paulo Ricardo

Julho, mês do Preciosíssimo Sangue de Jesus

O mês de julho é dedicado à devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus. O Sangue de Cristo foi o preço de nossa salvação, sendo o purificador dos pecados, de toda a maldade! Peçamos a proteção do Sangue do Senhor, especialmente neste mês!