sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Oração Te Deum (A vós, ó Deus) para o último dia do ano

Concede-se indulgência parcial ao fiel que recitar o hino Te Deum (A vós, ó Deus) em ação de graças, e será plenária, quando recitado em público no último dia do ano.

O Te Deum é um hino cristão, usado principalmente na liturgia católica, como parte do Ofício das Leituras da Liturgia das Horas e outros eventos solenes de ações de graças. Ele costuma ser rezado no último dia do ano como um ato de louvor.

"A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
A vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos.

Louva-vos dos Profetas
A nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos mártires.

A vós por toda a terra
Proclama a Santa Igreja,
Ó Pai onipotente,
de imensa majestade.

E adora juntamente
O vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita de Deus,
do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que segue pode ser
omitida, se for oportuno.)

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
Fiéis, vos bendizemos,
Louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
Guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
Sois vós minha esperança!"

Fonte: Comshalom

domingo, 26 de dezembro de 2021

Solenidade da Sagrada Família

Hoje, a Igreja celebra a solenidade móvel da Sagrada Família de Jesus, Maria e José. O Dia da Sagrada Família celebra-se no Domingo seguinte ao Natal, na Oitava do Natal. Caso o Natal seja num Domingo, a Sagrada Família festeja-se a 30 de Dezembro.

A Sagrada Família é constituída por Jesus Cristo; Sua Mãe, a Virgem Maria; e pelo Seu Pai nutrício e terreno, São José. A solenidade da Sagrada Família remonta ao século XVII e consiste na celebração da família santa, como um exemplo de vida familiar para todas as famílias cristãs.

Fonte: Facebook Valdemar Oportet Ilum Regnare

sábado, 25 de dezembro de 2021

Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo

Deus nos traz hoje, pelo coro majestoso dos anjos, uma grande alegria: Não temais, diz o emissário celeste à turba atemorizada de pastores, eis que vos anuncio uma boa-nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,10s). Eis a boa-nova, eis o evangelho que hoje nos é anunciado: nasceu-nos por fim, na cidade de Belém, o Cristo, nosso Salvador. Sim, o nascimento de Cristo é para todo o povo uma grande alegria. Mas os evangelistas, inspirados pelo Espírito divino, fazem questão de anotar que nem todos reagiram com júbilo ao anúncio deste nascimento. Mateus, por exemplo, fala-nos da fúria com que Herodes, ao ouvir dos magos que acabara de nascer o rei dos judeus, mandou exterminar em Belém todos os meninos até os dois anos (cf. Mt 2,16). E não só Herodes: com ele, toda Jerusalém ficou perturbada (cf. Mt 2,3). Também nós, em alguma medida, deveríamos hoje ficar “perturbados”, porque o nascimento que celebramos é o do nosso Salvador, que veio pôr a nu os nossos pecados, revelando toda a feiura deles no horror de sua paixão, e exigir de nós, não sem nos conceder o auxílio da graça, uma profunda mudança de vida. Sim, é-nos anunciada hoje uma grande alegria, mas uma alegria que nada tem de “anestésica”, que não é um simples dar de ombros, em nome de uma suposta “paz” entre os homens e as religiões, ao erro e ao pecado. Não é a “alegria” anódina e sensaborona de um Natal de mesa farta, e corações vazios. Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo Senhor, e não outro, porque não há nenhum um nome pelo qual possamos ser salvos além do dele. Trata-se de um alegria “incômoda”, porque a alegria de todo nascimento é sempre precedida pelas angústias do parto. Na santíssima e toda pura Teotóco, é verdade, o dar Jesus à luz foi exceção à dolorosa regra a que toda parturiente está sujeita; em nós, ao contrário, o nascimento espiritual de Cristo, para dar o fruto gozoso de sua plena maturidade em nossas almas, há antes de ser doloroso. Por isso, que os nossos corações, nos quais há sempre um pouco do egoísmo fechado de Herodes e da cândida confiança dos pastores, se deixe hoje incomodar por esta Natividade, que, se nos fere o orgulho e exige conversão, nos traz também as maiores delícias que teremos tanto nesta quanto na outra vida. Acolhamos a Cristo, que hoje quer nascer em nossas almas; acolhamo-lo no presépio do nosso espírito e corramos, de almas limpas, a adorá-lo e servi-lo doravante com uma vida nova e reta aos seus olhos.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

Feliz Natal!


Nasceu para nós o Salvador! Feliz e Santo Natal para todos!

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Memória de São João da Cruz, Doutor da Igreja

A Igreja celebra hoje São João da Cruz. Nasceu em Fontiveros, na Espanha, em 1542. Seus pais, Gonçalo e Catarina, eram pobres tecelões. Gonçalo morreu cedo e a viúva teve de passar por dificuldades enormes para sustentar os três filhos: Francisco, João e Luís, sendo que este último morreu quando ainda era criança. Como João de Yepes (era esse o seu nome de batismo) mostrou-se inclinado para os estudos, a mãe o enviou para o Colégio da Doutrina. Em 1551, os padres jesuítas fundaram um colégio em Medina (centro comercial de Castela). Nele, esse grande santo estudou Ciências Humanas.

Com 21 anos, sentiu o chamado à vida religiosa e entrou na Ordem Carmelita, na qual pediu o hábito. Nos tempos livres, gostava de visitar os doentes nos hospitais, servindo-os como enfermeiro. Ocasião em que passou a ser chamado de João de Santa Maria. Devido ao talento e à virtude, rapidamente foi destinado para o colégio de Santo André, pertencente à Ordem, em Salamanca, ao lado da famosa Universidade. Ali, estudou Artes e Teologia. Nesse colégio ele foi nomeado “prefeito dos estudantes”, o que indica o seu bom aproveitamento e a estima que os demais tinham por ele. Em 1567 foi ordenado sacerdote.

Desejando uma disciplina mais rígida, São João da Cruz quase saiu da Ordem para ir ingressar na Ordem dos Cartuxos, mas, felizmente, encontrou-se com a reformadora dos Carmelos, Santa Teresa d’Ávila, a qual havia recebido autorização para a reforma dos conventos masculinos. João, empenhado na reforma, conheceu o sofrimento, as perseguições e tantas outras resistências. Chegou a ficar nove meses preso num convento em Toledo, até que conseguiu fugir. Dessa forma, o santo espanhol transformou, em Deus e por Deus, todas as cruzes num meio de santificação para si e para os irmãos. Três coisas pediu e acabou recebendo de Deus: primeiro: força para trabalhar e sofrer muito; segundo: não sair deste mundo como superior de uma comunidade; e terceiro: morrer desprezado e escarnecido pelos homens.

Pregador, místico, escritor e poeta, esse grande santo da Igreja faleceu após uma penosíssima enfermidade, em 1591, com 49 anos de idade. Foi canonizado no ano de 1726 e, em 1926, o Papa Pio XI o declarou Doutor da Igreja. Escreveu obras bem conhecidas como: Subida do Monte Carmelo; Noite escura da alma (estas duas fazem parte de um todo, que ficou inacabado); Cântico espiritual e Chama viva de amor. No decurso delas, o itinerário que a alma percorre é claro e certeiro. Negação e purificação das suas desordens sob todos os aspectos.

São João da Cruz é o Doutor Místico por antonomásia; da Igreja, o representante principal da sua mística no mundo, a figura mais ilustre da cultura espanhola e uma das principais da cultura universal. Foi adotado como Patrono da Rádio, pois, quando pregava, a sua voz chegava muito longe.

Fonte: Canção Nova

domingo, 12 de dezembro de 2021

Festa de Nossa Senhora de Guadalupe

A Igreja celebra hoje, de forma especial no México, a festa litúrgica de Nossa Senhora de Guadalupe, cujo auxílio materno a grande multidão do povo implora humildemente na colina de Tepeyac, perto da cidade do México, onde Ela apareceu, saudando-a confiadamente como estrela da evangelização dos povos e protetora dos indígenas e dos pobres.

No dia 9 de dezembro de 1531, Nossa Senhora apareceu no México para um indígena de 57 anos chamado Juan Diego, hoje São Juan Diego, pela primeira vez. No dia 12 de dezembro, a Virgem Maria pediu a Juan Diego que recolhesse com a sua tilma, um manto típico feito de tecido muito pobre, rosas de Castela que tinham florescido apesar do inverno e as apresentasse ao arcebispo Dom Juan de Zumárraga como prova das aparições. Quando São Juan Diego desdobrou o manto com as rosas diante do arcebispo, as pessoas presentes perceberam que estava impressa sobre a tilma do indígena a Imagem que hoje o mundo inteiro conhece como a de Nossa Senhora de Guadalupe.

Fonte: Facebook Valdemar Oportet Ilum Regnare

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Memória de Nossa Senhora de Loreto

Celebramos hoje a memória litúrgica da Virgem Maria de Loreto. A história desta invocação mariana é repleta de fatos maravilhosos, ligados à Santa Casa da Sagrada Família.

A casa onde viveu a Sagrada Família em Nazaré era uma relíquia conservada pelos católicos na Terra Santa. Era uma casinha pequena, feita de pedras à maneira que os nazarenos construíam. Sob aquele teto sagrado, "O anjo do Senhor anunciou a Maria e ela concebeu do Espírito Santo". Ali, São José ensinou Jesus o ofício da carpintaria. Ali, eles viveram em amor e felicidade. Ali, Jesus "crescia em estatura, em graça e em sabedoria diante do Senhor". Esta casa era um grande centro de peregrinações dos cristãos em Nazaré.

Extraordinariamente, a Casa da Sagrada Família que ficava em Nazaré, Israel, foi transportada inteira, sem ser demolida, para a região de Loreto, na Itália. Trata-se de um fenômeno que permanece sem explicação científica e que demonstra a importância que o próprio Senhor dá para esta casa.

Os muçulmanos tinham invadido a Terra Santa. Por onde passavam saqueavam e destruíam principalmente as igrejas católicas e os lugares santos. Então, no ano de 1291, antes da chegada dos muçulmanos em Nazaré, a Casa da Sagrada Família desapareceu inexplicavelmente de sua locação e "apareceu" na cidade de Trsat, na Croácia, perto do mar Adriático, a milhares de quilômetros de Nazaré. Na ocasião, o sacerdote local, que estava muito doente, ficou curado instantaneamente e passou a anunciar a visita de Maria e sua casa na cidade. Ele teve uma visão de Nossa Senhora na qual ela afirmou: "Aquela é a casa onde Jesus foi concebido pelo espírito Santo e onde a Sagrada Família morou em Nazaré!".

O povo começou a fazer peregrinações até à casa e graças começaram a acontecer. O governador local ficou impressionado com o fato, mas quis confirmar a versão do padre. Por isso, enviou quatro especialistas à Terra Santa para tirarem a prova de que aquela era a casa verdadeira.

Os especialistas encontraram em Nazaré somente os alicerces da casa e os nazarenos espantados com o desaparecimento da mesma. E, para espanto de todos, os alicerces tinham as medidas e o tamanho idênticos aos da casa que aparecera em Trsat. Estes alicerces estão até hoje em Nazaré, na Basílica da Anunciação, onde recebem a visita de peregrinos de todo o mundo. E a casa que estava em Trsat não apresentava sinais de ter sido demolida e reconstruída. Ao contrário, ela estava intacta como era conhecida em Nazaré. Então, concluíram que Deus, em sua infinita bondade, ordenou que seus anjos transportassem pelo ar a casa em que Nossa Senhora havia recebido a visita do anjo para anunciar a Salvação do mundo. Esse foi o primeiro milagre. A casa logo se tornou centro de peregrinações.

Após ter ficado por mais de três anos da cidade de Trsat, um novo milagre aconteceu. No dia 10 de dezembro de 1294, a casa milagrosamente levantou voo rumo ao mar Mediterrâneo e foi parar nos bosques de Loreto, na cidade de Recanati, Itália. Então os fiéis se lembraram de uma profecia de São Francisco de Assis: "Loreto será um dos locais mais sagrados do mundo. Lá será construída uma Basílica em honra à Nossa Senhora de Loreto". De fato, hoje há uma Basílica que foi construída em volta da casa. Esta Basílica é um dos maiores santuários da Europa. 

Por conta dos fatos prodigiosos, a Virgem de Loreto é considerada a padroeira dos aviadores. Em 2019, o Papa Francisco incluiu a memória litúrgica de Nossa Senhora de Loreto no calendário romano, sendo, portanto, celebrada por toda a Santa Igreja. 

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/historia-de-nossa-senhora-de-loreto/33/102/

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Ide a José - Ite ad Ioseph


O Ano de São José foi concluído ontem, porém, o chamado para irmos até São José continua! Ide a José! Ite ad Ioseph!

Ide a José - Ite ad Ioseph

O Ano de São José foi concluído ontem, porém, o chamado para irmos até São José continua! Ide a José! Ite ad Ioseph!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Sempre unidos

Terminamos o Ano de São José como começamos, juntos de Nossa Senhora! Tenhamos sempre em mente que a devoção ao Terror dos Demônios ajuda e aumenta a devoção à Imaculada, e vice-versa. Os dois são os melhores e maiores guias para Jesus Cristo.

Santos Pais de Cristo, intercedam por nós!

Fim do Ano de São José

Hoje finalizamos o Ano de São José, definido pelo Papa Francisco de 8 de dezembro de 2020 até o mesmo dia no ano de 2021. Louvemos a Deus por tão grandes graças, concedidas através do Glorioso São José! Não podemos deixar a devoção ao Pai Nutrício de Jesus arrefecer, diminuir, que o Ano Josefino tenha dado um impulso para continuarmos no caminho ao Céu, tendo por especial auxílio e companhia, o mais Santo dos Patriarcas!

São José, Patrono da Igreja Católica Universal, rogai por nós!

8 de Dezembro - Hora da Graça Universal

“Desejo que cada ano, no dia 8 de dezembro, ao meio dia, se celebre a Hora da Graça para todo o mundo. Mediante esta devoção se alcançarão numerosas Graças para a Alma e para o Corpo.”

(Nossa Senhora em Montichiari, à serva de Deus Pierina Gilli.)

Conforme as aparições de Nossa Senhora Rosa Mística em Montichiari e Fontanelle, Itália, à serva de Deus Pierina Gilli, foi revelado por Nossa Senhora que, no dia 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição, ao meio dia (12h), será a hora da GRAÇA UNIVERSAL.

Nossa Senhora irá interceder, de maneira muito especial, pelos nossos pedidos, feitos neste horário.

Fonte: Facebook Valdemar Oportet Ilum Regnare

Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora

O objeto da solenidade que alegra hoje toda a santa Igreja Católica, contido na saudação que ouvimos da boca de São Gabriel Arcanjo: Ave, cheia de graça, é o singular privilégio com que a bem-aventurada Virgem Maria, desde o primeiro instante de sua concepção, foi preservada imune por Deus onipotente, em atenção aos méritos futuros de Cristo, Redentor do gênero humano, de toda a mancha do pecado original. Trata-se do mistério da Imaculada Conceição, em virtude do qual Maria Santíssima teve sempre, apenas saiu das mãos do Criador, o dom da graça santificante. Como todo descendente de Adão segundo a carne, também a Virgem deveria contrair o pecado original, tão-logo fosse concebida por seus pais, São Joaquim e Sant’Ana, mas foi dele preservada a fim de tornar-se digna Mãe do Salvador. A causa eficiente deste privilégio, como diz um teólogo do século passado, foi o amor singularíssimo com que Deus amou desde o princípio sua futura Mãe, eximindo-a da lei comum do pecado sob a qual todo homem vem ao mundo. Tal privilégio — como definido pelos magistério eclesiástico na bula Ineffabilis Deus, do Papa Pio IX, em 8 de dezembro de 1854 — foi-lhe concedido em atenção aos méritos futuros de Nosso Senhor Jesus Cristo, de modo que também a Virgem Maria, ao contrário do que dizem hereges e cismáticos, foi verdadeiramente redimida por Cristo, e de maneira mais sublime. Com efeito, enquanto aos outros homens o mérito redentor de Cristo é aplicado para os libertar de um mal já contraído, à Virgem Santíssima foi aplicado para a preservar de todo contágio. Ora, não é melhor médico o que é capaz de impedir a contração da doença do que aquele que só pode curar os que já estão enfermos? Não foi portanto mais perfeita a redenção preservadora de Maria do que a restauradora dos outros homens? Como não louvar Deus por ter nela preparado, enriquecendo-a de todos os tesouros divinos, uma morada digna para o Filho encarnado? Se hoje os coros angélicos saúdam a Virgem Mãe com aquelas sublimes palavras: Ave, cheia de graça, como não iremos nós, unidos a todas as gerações de fiéis, proclamar para maior honra e glória da santíssima e indivisível Trindade que Maria é realmente a Imaculada Conceição? — Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!

Fonte: Padre Paulo Ricardo

sábado, 4 de dezembro de 2021

Ato de Consagração e Desagravo ao Imaculado Coração de Maria

“Virgem Santíssima e Mãe nossa querida, ao mostrardes o vosso Coração cercado de espinhos, símbolo das blasfêmias e ingratidões com que os homens ingratos pagam as finezas do vosso amor, pedistes que Vos consolássemos e desagravássemos. Ao ouvir as vossas amargas queixas, desejamos desagravar o vosso doloroso e Imaculado Coração que a maldade dos homens fere com os duros espinhos dos seus pecados.

Dum modo especial Vos queremos desagravar das injúrias sacrilegamente proferidas contra a vossa Conceição Imaculada e Santa Virgindade. Muitos, Senhora, negam que sejais Mãe de Deus e nem Vos querem aceitar como terna Mãe dos homens. Outros, não Vos podendo ultrajar diretamente, descarregam nas vossas sagradas imagens a sua cólera satânica. Nem faltam também aqueles que procuram infundir nos corações das crianças inocentes, indiferença, desprezo e até ódio contra Vós.

Virgem Santíssima, aqui prostrados aos vossos pés, nós Vos mostramos a pena que sentimos por todas estas ofensas e prometemos reparar com os nossos sacrifícios, comunhões e orações tantas ofensas destes vossos filhos ingratos. Reconhecendo que também nós, nem sempre correspondemos às vossas predileções, nem Vos honramos e amamos como Mãe, suplicamos para os nossos pecados misericordioso perdão. Para todos quantos são vossos filhos e particularmente para nós, que nos consagramos inteiramente ao vosso Coração Imaculado, seja-nos ele o refúgio durante a vida e o caminho que nos conduza até Deus. Assim seja”.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Aniversário do início das aparições de Nossa Senhora em Beauraing

Comemora-se neste dia o aniversário da primeira aparição da Virgem do Coração de Ouro, em Beauraing, Bélgica, a 29 de novembro de 1932.

As aparições aconteceram durante o inverno de 1932-1933, para os videntes: as irmãs Andreé e Gilberte Degeimbre, de 14 e 9 anos respectivamente, e outros três irmãos, Fernande, Albert e Gilberte Voisin, de 15, 11 e 7 anos.

Virgem do Coração de Ouro, Nossa Senhora de Beauraing, rogai por nós.

(Aparições aprovadas pela Igreja)

Fonte: Facebook Valdemar Oportet Ilum Regnare

domingo, 28 de novembro de 2021

40 anos do início das aparições de Nossa Senhora em Kibeho


A Virgem Maria apareceu para três jovens, Alphonsine Mumureke, Nathalie Mukamazimpaka e Marie Claire Mukangango entre 1981 e 1989, em Kibeho, Ruanda, centro da África. Foi a primeira aparição da Virgem Maria no continente africano reconhecida por autoridades da Igreja Católica.

No final de 1981, Kibeho era apenas uma das pequenas aldeias pertencentes à diocese de Gikongoro. Nela havia um colégio fundado e dirigido por três Irmãs católicas, onde jovens ruandesas estudavam para serem secretárias ou professoras primárias. Como não se tratava de colégio para formação de religiosas, ali não se vivia um clima particular de devoção, pois sequer possuía uma capela. Podemos entender aí o fundamento das aparições de Maria.

No almoço do dia 28 de novembro deste ano, Alphonsine, de dezesseis anos, estava servindo suas colegas no refeitório quando ouviu nitidamente uma voz que a chamava: “Minha filha, venha até aqui”. A voz procedia do corredor, no fundo da sala de refeições. Alphonsine foi até lá e viu, pela primeira vez, a Senhora.

Assustada, Alphonsine, pediu à desconhecida que fosse embora. A Santíssima Virgem então se apresentou no dialeto ruandês: “Ndi Nyina Wa Jambo”, isto é “Eu sou a Mãe do Verbo”. A estudante contou todo o ocorrido às religiosas e às colegas, mas ninguém lhe deu crédito. Como as aparições continuaram, Alphonsine acabou passando por histérica. Sofrendo com essa situação, numa das visões ela pediu à Mãe que aparecesse ao menos às suas amigas, Nathalie e Marie Claire.

Assim, no dia 12 de janeiro de 1982, a Virgem apareceu para Natália que tinha dezessete anos. Depois para a Marie Claire, esta com vinte e um anos e a mais descrente. Só então as mensagens foram aceitas. Elas pediam a verdadeira conversão dos cristãos, através de muita oração, penitência e jejum.

Mas foi a descrição da aparição de 15 de agosto de 1982, que possibilitou verificar sua autenticidade, pois depois se confirmou como terrível realidade. Nesta, Maria apareceu para as três videntes juntas e lhes mostrou cenas impressionantes que enchiam de dor seu Imaculado Coração. Era um verdadeiro mar de sangue, pessoas que se matavam entre si, cadáveres abandonados sem sepultura… As imagens eram a antecipação da guerra civil deflagrada entre abril e julho de 1994, quando Ruanda viveu seu próprio genocídio.

Depois de vários anos de estudos, por parte da comissão médica e teológica, em 29 de junho de 2001, as aparições foram reconhecidas oficialmente pela autoridade eclesiástica local. Este reconhecimento deu-se pelo bispo Augustine Misago, numa missa na catedral de Gikongoro, na qual estavam presentes os outros bispos do país e o núncio apostólico em Kigali, Mons. Salvatore Pennacchio. No mesmo dia o Vaticano publicou a notícia da aprovação, dando assim respaldo à declaração episcopal. No dia 31 de maio de 2003, às dez horas da manhã, estava o Prefeito da Congregação para a evangelização dos povos, enviado do Papa, formalizando a consagração do Santuário à Nossa Senhora das Dores de Kibeho, através da missa solene realizada com a presença de todos os Bispos ruandeses, quando diante de todos os fiéis se repetiu o fenômeno da dança do sol, como em Fátima, no dia 13 de outubro de 1917. Ele durou oito minutos e foi filmado e fotografado por repórteres profissionais e amadores.

Informado e depois de ver todos os documentos, o Papa João Paulo II declarou: “Nossa Senhora das Dores de Kibeho é a Fátima do coração da África”.

Fonte: A12 e Revista Catolicismo

Tempo do Advento


Início do tempo litúrgico do Advento. Tempo de espera, de esperança. Vem Senhor Jesus!


sábado, 27 de novembro de 2021

Memória de Nossa Senhora das Graças

Comemora-se hoje a invocação de Nossa Senhora das Graças ou da Medalha Milagrosa. Tal comemoração se dá por ter ocorrido neste mesmo dia, em 1830, a revelação da Medalha Milagrosa por Nossa Senhora à Santa Catarina Labouré. A Virgem Maria, no dia 27 de novembro de 1830, aparece pela segunda vez à Santa Catarina na Capela da Rue du Bac, 140, em Paris. Na primeira aparição, Sabta Catarina conversou com Nossa Senhora, na madrugada de 18 para 19 de julho do mesmo ano, apoiada no colo materno da Virgem. Dessa vez foi às 17h30, durante a oração das Irmãs e das noviças, sobre o quadro de São José (hoje, o local onde se encontra a Virgem do Globo). Antes, Catarina vê dois globos vivos, que passam, um após o outro, e nos quais a Santíssima Virgem se mantém em pé, sobre a metade do globo terrestre, seus pés esmagando a serpente.

No primeiro quadro, a Santíssima Virgem traz nas mãos um pequeno globo, dourado, com uma cruz superposta, que Ela eleva aos céus. Catarina ouve:
«Este globo representa o mundo inteiro, particularmente a França e todas as pessoas»

No segundo, saem de suas mãos abertas raios de um brilho resplandecente. Catarina ouve ao mesmo tempo uma voz que lhe diz:

«Estes raios são o símbolo das graças que Maria alcança para os homens».

Depois, em forma oval, forma-se a aparição e Catarina vê inscrita, em letras de ouro, esta invocação: «Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a Vós! ».

Então uma voz se faz ouvir:

« Fazei cunhar uma medalha sob este modelo. As pessoas que a usarem, com confiança, receberão muitas graças ».

Finalmente, ao redor, Catarina vê o reverso da Medalha: no alto, uma cruz, com a inicial do nome de Maria superposta, e, em baixo, dois corações, um coroado de espinhos, e outro, transpassado por uma lança.

Um adeus

No mesmo mês de novembro de 1830, durante a oração, Catarina ouve de novo um “frou-frou”, desta vez atrás do altar. O mesmo quadro da medalha se apresenta perto do tabernáculo, um pouco atrás.

«Estes raios são o símbolo das graças que a Santíssima Virgem alcança para as pessoas que lhe pedem… Você não me verá mais ».

Fonte: http://www.chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com/langues/portugues/as-aparicoes-a-medalha/

domingo, 21 de novembro de 2021

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

“Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo” (Jo 18,37). Com a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a Igreja Católica conclui o Ano Litúrgico recordando aos fiéis e ao mundo que ninguém e nenhuma lei está acima de Deus.

A Solenidade de Cristo Rei foi instituída por Sua Santidade o Papa Pio XI em 1925 e celebra Cristo como o Rei bondoso e singelo que, como pastor, guia sua Igreja peregrina para o Reino Celestial e lhe outorga a comunhão com este Reino para que possa transformar o mundo no qual peregrina.

Por ocasião desta solenidade, em 2012, ao celebrar o Santo Sacrifício da Missa, Sua Santidade o Papa Bento XVI explicou que “neste último domingo do Ano Litúrgico, a Igreja nos convida a celebrar Jesus Cristo como Rei do universo; chama-nos a dirigir o olhar em direção ao futuro, ou melhor em profundidade, para a meta última da história, que será o reino definitivo e eterno de Cristo”.

A possibilidade de alcançar o Reino de Deus foi estabelecida por Jesus Cristo ao nos deixar o Espírito Santo que nos concede as graças necessárias para obter a santidade e transformar o mundo no amor. Essa é a missão que Jesus deixou à Igreja ao estabelecer seu Reino.

Em um mundo onde prima a cultura de morte e o crescimento de uma sociedade hedonista, a festividade anual de Cristo Rei anima uma doce esperança nos corações humanos, já que impulsiona à sociedade a voltar-se para Salvador.

Conforme declarou Bento XVI, “com o seu sacrifício, Jesus abriu-nos a estrada para uma relação profunda com Deus: nele nos tornamos verdadeiros filhos adotivos, participando assim da sua realeza sobre o mundo. Portanto, ser discípulos de Jesus significa não se deixar fascinar pela lógica mundana do poder, mas levar ao mundo a luz da verdade e do amor de Deus”.

E, recordando a oração do Pai Nosso, o agora Papa Emérito sublinhou “as palavras ‘Venha a nós o vosso reino’, que equivale a dizer a Jesus: Senhor, fazei que sejamos vossos, vivei em nós, reuni a humanidade dispersa e atribulada, para que em Vós tudo se submeta ao Pai da misericórdia e do amor”.

Fonte: Facebook Valdemar Oportet Ilum Regnare

sábado, 13 de novembro de 2021

Última aparição de Nossa Senhora em Garabandal - 13 de Novembro de 1965

No sábado, 13 de novembro de 1965, Conchita teve sua última aparição de Nossa Senhora em Garabandal. A Conchita deu os detalhes numa carta que escreveu:

Um dia na Igreja, Nossa Senhora disse-me, numa locução, que eu iria vê-la no sábado, 13 de novembro, nos pinheiros. Seria uma aparição especial para beijar os objetos religiosos para que eu pudesse dá-los depois, eu estava ansiosa para este dia chegar, para que eu pudesse ver de novo a Santíssima Virgem e o Menino Jesus, que tem implantado na minha vida as sementes da felicidade de Deus.

Estava chovendo, mas isso não importa para mim. Fui até os Pinheiros, carregando comigo muitos terços que as pessoas me têm dado, para distribuí-los… Quando eu estava indo para cima, e falando comigo própria, sentia-me culpada pelo meus defeitos, desejando não cair novamente, pois estava muito preocupada de comparecer perante a Mãe de Deus, sem me ter visto livre deles.

Quando cheguei aos Pinheiros, comecei a tirar os rosários para fora, e ouvi uma voz doce, a da Virgem, que sempre se distingue do meio das outras, chamando-me pelo meu nome. Respondi-lhe: 

- "O que é?"

Naquele momento eu vi-A com o Menino nos braços. Ela estava vestida como sempre, sorrindo. 

Eu disse-Lhe:

- "Eu vim trazer-Lhe os rosários, para que possa beijá-los."

Ela disse-me:

- "Posso ver."

Eu tinha estado a mascar pastilha elástica, mas como estava a vê-La, não mastigava. Eu coloquei a pastilha num dente. Ela deve ter notado, e por isso disse:

- "Conchita, porque não te livras da pastilha elástica e ofereces como um sacrifício para a glória de Meu Filho?"

Eu, um pouco envergonhada de mim mesma, tomei-a e joguei-a no chão. Ela disse depois:

- "Lembras-te do que Eu disse no dia do teu santo? - Que tu irias sofrer muito na Terra... Agora, eu repito-te. Tem confiança em Nós."

Então acrescentei:

- "Como sou indigna, ó Mãe nossa, de tantas graças recebidas através de Vós, e agora Vós vindes a mim para me ajudar a carregar a pequena cruz que eu tenho."

Ela disse:

- "Conchita, Eu não vim apenas para ti, mas estou vindo para todos os meus filhos, com o desejo de chegá-los para mais perto dos Nossos Corações."

Ela, então, pediu as coisas que eu tinha levado. 

- "Dá-mos para que eu possa beijar tudo o que trouxeste contigo."

E dei-Lhe tudo. Eu estava trazendo comigo também um pequeno crucifixo que eu lhe dei a beijar. Beijou-o e disse: 

- "Coloca-o nas mãos do Menino Jesus."

Eu fi-lo e Ele não disse nada. Eu disse:

- "Essa cruz, eu a pretendo levar comigo quando for para o convento."

Mas Ele não respondeu. Depois de tudo beijar, Ela comentou: 

- "O Meu filho, através deste beijo, irá operar maravilhas. Distribui-as aos outros..."

- "Claro que eu vou fazê-lo."

Depois de tudo isto, Ela pediu que eu Lhe dissesse todas as petições que havia recebido dos outros.

- "Conchita, diz-me, diz-me coisas sobre os meus filhos. Eu tenho todos eles sob o Meu Manto."

Eu comentei:

- "Ele é muito pequeno e não há espaço para todos nós."

Ela sorriu e disse:

- "Tu sabes, Conchita, porque Eu não vim pessoalmente a 18 de junho para dar-te a mensagem para o mundo? Porque Me doía dizê-lo pessoalmente, mas tenho que dizê-lo para vosso próprio bem, e se o cumprirdes, para glória de Deus. Eu te amo muito e desejo a vossa salvação; para reunir todos em torno de Deus Pai, do Filho e do Espírito Santo. Conchita, não vais responder a isto?"

Eu disse:

- "Se eu pudesse estar sempre a vê-La, sim, mas de outra forma não posso, porque eu sou muito má..."

- "Tu, faz tudo o que puderes”. Nossa Senhora acrescentou: "E nós te ajudaremos, bem como a minhas filhas Loli, Jacinta e Mari Cruz..."

Ela não ficou muito tempo comigo. 

Ela também disse:

- "Esta será a última vez que tu me vais ver aqui, mas Eu sempre estarei com todos os meus filhos." Depois disso, ela acrescentou: "Conchita, por que não vais frequentemente visitar o Meu Filho no Santíssimo Sacramento? Por que te deixas levar pela preguiça e não vais visitar quem está à tua espera noite e dia?"

Como já escrevi anteriormente, estava uma forte chuvada. Nossa Senhora e o Menino não se molharam. Eu não sabia que estava chovendo enquanto Os via, mas quando parei de vê-los, eu estava encharcada. Também Lhe disse: 

- "Ó como estou feliz quando eu Vos vejo. Por que não me levais conVosco agora?"

Ela respondeu: 

- "Lembra-te do que te disse no dia do teu santo. Quando tu te apresentares diante de Deus, deves mostrar-Lhe as mãos cheias de boas obras feitas por ti para teus irmãos, e para a glória de Deus. Agora, as tuas mãos estão vazias."

Isto é tudo. Passei um momento feliz com a minha Mãe do céu, a minha melhor amiga, e com o Menino Jesus. Eu deixei de Os ver, mas não de os sentir próximos. Novamente eles semearam na minha alma grande paz, alegria e o desejo de vencer os meus defeitos para que eu consiga amar, com todas as minhas forças, o Coração de Jesus e Maria, que tanto nos amam...

Conchita termina com isto: 

A Virgem Maria disse-me antes que Jesus não pretende enviar a punição, a fim de nos entristecer, mas para nos ajudar e nos repreender por não Lhe prestarmos atenção. E o Aviso, será enviado a fim de nos purificar para o Milagre, em que Ele vai nos mostrar o Seu grande Amor, e para que possamos cumprir a Mensagem.

Com esta aparição de Nossa Senhora, o ciclo de aparições em Garabandal fechou-se. Vai ser definitivamente confirmada numa quinta-feira às 08:30 da noite, quando o Milagre acontecer. Isso marcará o início de uma nova era na história da Salvação da humanidade.

Fonte: Site Amen

domingo, 7 de novembro de 2021

Solenidade de Todos os Santos

Quem são estes homens e mulheres que estamos a celebrar hoje? Trata-se dos seres humanos que já estão na glória do céu. No Apocalipse, eles são divididos entre os santos do Antigo e do Novo Testamento. Os primeiros contam “cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel” (7,4). O número é simbólico e indica doze mil pessoas, de cada um das doze tribos de Jacó, justamente porque foram poucos os justos veterotestamentários; antes de Jesus a santidade era um fenômeno ainda mais extraordinário do que é hoje. Os santos que vieram, porém, depois de Cristo, no tempo da Igreja e dos sacramentos, são descritos como “uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar” (7,9). Grande esperança nos infunde essa visão! Oxalá sejamos contados, no fim dos tempos, entre estes santos anônimos de que fala o Apocalipse!

1. As pessoas não sabem o que é santidade. — Para que cheguemos a esse estado, porém, precisamos compreender, em primeiro lugar, que a santidade é muito mais que cumprir os Mandamentos. 

O jovem rico do Evangelho, por exemplo, cumpria à risca os preceitos do Decálogo. Fosse católico, ele certamente teria respondido à Jesus, na ocasião em que com Ele se deparou: “Eu já vou à Missa aos domingos, rezo meu Terço todos os dias, confesso-me com frequência, pago meu dízimo e cumpro meus deveres de estado”. Talvez ele até ajuntasse que não mais comete pecados graves; que se limita a alguns “deslizes” e imperfeições aqui e ali; que pouco ou quase nada colhe dos exames de consciência que faz. Mesmo tendo feito tudo isso, porém, que para nós pode parecer muito, a verdade é que o ato de “não pecar”, de cumprir estritamente com as próprias obrigações, não passa disto mesmo: uma obrigação. Os santos, porém, longe de se limitar aos próprios deveres, o que procuraram fazer nesta vida foi unir-se amorosa e generosamente a Jesus.

Sim, eles também obedeceram à lei de Deus, mas dizer isso é pouco; o que melhor os caracteriza é a união distinta que tiveram com Nosso Senhor. 

Isso pressupõe, antes de tudo, um verdadeiro socorro vindo do alto. Pois não é com nossas próprias forças que seremos santos. A Torre de Babel foi um projeto fadado ao fracasso desde o começo por quê? Porque, por mais alto que suba o homem, ele nunca poderá chegar a Deus elevando, altivo, o seu olhar. É antes o Senhor que tem de vir primeiro ao nosso encontro. Isso aconteceu em Jesus, dois mil anos atrás. Porque Ele “desceu”, então nós podemos “subir”. A fonte de santidade é Ele mesmo, “Deus conosco”, a segunda Pessoa da Trindade que se uniu à nossa natureza humana — justamente a fim de torná-la consorte da natureza divina. Esse processo está destinado a consumar-se na glória do céu, mas seu princípio acontece ainda nesta vida, por meio da graça. 

2. As pessoas não querem ser generosas. — Com a graça nós podemos colaborar generosamente, mas também é possível que, preguiçosamente, nós resistamos à ação de Deus. Aqui entra, pois, o fator da nossa vontade, humana e débil — que poderíamos definir como a segunda grande dificuldade para que as pessoas se tornem santas. 

Como o jovem rico de que falamos acima, as pessoas em geral também não querem “pagar o preço” da santidade, não querem dar o passo de “deixar tudo” para seguir a Jesus. Se examinarmos a nossa vida, veremos como Deus pode estar nos pedindo já há muito tempo alguma coisa que teimamos em não lhe querer dar. A esse misto de ira, tristeza e preguiça em corresponder à inspiração divina os autores espirituais dão o nome de acídia. 

Para curar essa doença espiritual, precisamos meditar sobre a bondade de Deus, que quer a nossa felicidade perfeita, não parcial. Ninguém quer ser 50 ou 70% feliz; queremos ser 100% felizes. Para tanto, precisamos nos doar a Deus inteiramente, e não pela metade. É Ele que sabe o que é melhor para nós; nós, pelo contrário, quantas vezes não queremos coisas más, as quais sabemos que nos irão fazer mal! Confiemo-nos, pois, a Ele, sem medo.

3. Dicas para trilhar o caminho da santidade. — A base desse edifício que queremos construir é composta de duas virtudes fundamentais: fé e humildade. A primeira é exercitada pela oração e a segunda pelo reconhecimento contínuo de nossa miséria e pequenez ante Deus, de quem tudo recebemos. Não nos esqueçamos que foi a soberba o que fez cair Satanás e os seus anjos — com seu Non serviam, “Não servirei” —‚ ao passo que com o Coração de Jesus nós aprendemos a ser mansos e humildes; e, com a Virgem Maria, nós aprendemos a dizer: “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra”. 

Depois disso, é claro, procuremos viver à risca os Mandamentos: livremo-nos primeiro dos pecados graves, que matam em nós a vida da graça; depois, dos pecados veniais, que esfriam a chama do amor divino em nossos corações. E façamos tudo isso com a confiança de crianças, que se abandonam completamente aos cuidados de seus pais, cientes de que é Deus o autor da santidade, e não nós. “Bem-aventurados os pobres em espírito”, diz Jesus no Evangelho de hoje, fazendo alusão a essas pessoas que se esvaziam de si, a fim de se encherem da graça, “porque deles é o Reino dos céus”.

Sobretudo, caminhemos por uma “estrada régia” para a perfeição, que é o sacramento da Eucaristia. O Beato Carlo Acutis dizia ser esta a sua “autoestrada para o céu” — e deve ser também a nossa. Na Comunhão eucarística, unimo-nos a Cristo de modo especial. Se, pois, o fizermos bem, generosamente, frequentemente, fervorosamente, piedosamente, nada nos deterá em nossa ascensão até Deus. 

Fonte: Padre Paulo Ricardo

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos

A Santa Igreja comemora hoje Todos os Fiéis Defuntos, na qual a mesma Igreja, Mãe piedosa, depois da sua solicitude em celebrar, em grande parte do mundo, com os devidos louvores todos os seus filhos que se alegram no Céu, quer interceder diante de Deus pelas almas de todos os que nos precederam marcados com o sinal da fé e agora dormem na esperança da ressurreição, bem como por todos os defuntos desde o princípio do mundo cuja fé só Deus conhece, a fim de que, purificados de toda a mancha do pecado, sejam associados aos cidadãos celestes, para poderem gozar da visão da felicidade eterna.
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Oração

Deus, Pai de misericórdia, escutai benignamente as nossas orações, para que, ao confessarmos a fé na ressurreição do vosso Filho, se confirme em nós a esperança da ressurreição dos vossos servos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Fonte: Facebook Valdemar Oportet Ilum Regnare

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Bendito seja Deus nos seus anjos e nos seus santos!

Nos seus santos, Deus é honrado. É maravilhoso constatar tal realidade, pois um Ser perfeito e suficiente em si mesmo, quis ser honrado e glorificado através de tão miseráveis criaturas, como os santos, os quais são gloriosos por misericórdia e através de Deus.

Novembro, mês dedicado às Almas do Purgatório

No mês de novembro, a Igreja lembra especialmente das Benditas Almas do Purgatório. Exercitemos a caridade de rezar por elas, que possuem como maior sofrimento, a separação provisória da visão beatífica do Senhor Deus no Céu. Elas hão de interceder também, especialmente por àqueles que por elas dedicaram-se

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Oração a São José, pedida pelo Papa Leão XIII, para ser rezada após o Rosário

Recomenda-se que se reze especialmente no mês de outubro, dedicado ao Santo Rosário.

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A vós, São José, recorremos em nossa tribulação e, depois de ter implorado o auxílio de Vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança solicitamos o vosso patrocínio. Por esse laço sagrado de caridade, que o uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus, pelo amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar benigno para a herança que Jesus conquistou com seu sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com o vosso auxílio e poder. Protegei, ó Guarda providente da Divina Família, a raça eleita de Jesus Cristo. Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício.

Assisti-nos do alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas; assim como outrora salvastes da morte a vida do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas de seus inimigos e contra toda adversidade. Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo, e sustentados com vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no céu a eterna bem-aventurança. Assim seja.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Memória de São João Paulo II

Hoje, dia 22 de Outubro, a Igreja em todo o mundo celebra a festa litúrgica de São João Paulo II, Papa, que governou a Igreja levando a sua presença missionária a todas as partes da terra, alimentando a doutrina com esclarecidos documentos, e convocando todos os homens da sua época a abrir as suas portas ao Redentor.

São João Paulo II (Karol Josef Wojtyla), nasceu no dia 18 de Maio de 1920 na localidade de Wadowice na Polônia. Era o mais novo dos três filhos dos servos de Deus Karol Wojtyła, e de Emilia Kaczorowska, sua mãe Emília morreu em 13 de Abril de 1929, aos 45 anos, quando São João Paulo II tinha apenas 8 anos de idade. Sua irmã mais velha, Olga, já tinha morrido antes de seu nascimento, ficando muito próximo de seu irmão Edmund, que era 14 anos mais velho. O seu trabalho como médico o levaria à morte por escarlatina, o que deixou Karol Jósef Wojtyla muito abalado. Seu pai, um suboficial do Exército Polonês, morreu de ataque cardíaco em 1941.

São João Paulo II foi batizado em 20 de Junho de 1920 na Igreja paroquial de Santa Maria de Wadowice pelo Padre Franciszek Zak. Recebeu a Primeira Comunhão aos 9 anos de idade no dia 25 de Maio de 1929 e, aos 18, recebeu o sacramento da Confirmação (Crisma).

Em meados de 1938, Karol Josef Wojtyla e seu pai deixaram Wadowice e mudaram-se para Cracóvia.

Em 1938, com 18 anos, matriculou-se numa escola de teatro, a universidade Jagellonica. Quando as forças de ocupação nazistas fecharam a universidade em 1939, o jovem Karol Wojtyla foi trabalhar numa indústria química (Solvay) para se sustentar e para não ser deportado para a Alemanha.

A partir de 1942, sentindo a vocação para o sacerdócio, começou a estudar no seminário clandestino na cidade de Cracóvia, dirigido pelo Arcebispo D. Adam Stefan Sapieha. Após a II Guerra Mundial, continuou seus estudos no seminário maior de Cracóvia, novamente aberto, e na faculdade de teologia da universidade Jagellonica. 

Foi ordenado Sacerdote, por Sua Eminência Reverendíssima o Senhor Cardeal D. Adam Stefan Stanisław Bonifacy Józef Sapieha, Arcebispo de Cracóvia, no dia 1 de Novembro de 1946, continuando os seus estudos teológicos em Roma, depois dos quais regressou ao seu país, onde exerceu diversos cargos pastorais e universitários. 

Foi nomeado bispo auxiliar de Cracóvia e em 1964 Arcebispo do mesmo lugar. Tomou parte no Concílio Ecumênico Vaticano II. Foi eleito Papa a 16 de Outubro de 1978, com o nome de João Paulo II. Profundamente devoto de Nossa Senhora, dedicou a Ela o lema do seu pontificado: “Totus tuus ego sum, Maria, et omnia mea tua sunt” (Sou todo Teu, Maria, e tudo o que é meu é Teu). 

Distinguiu-se pela extraordinária solicitude apostólica, em particular para com as famílias, os jovens e os doentes, o que o levou a realizar numerosas visitas pastorais a todo o mundo. Entre os frutos mais significativos deixados em herança à Igreja, destaca-se o seu riquíssimo Magistério e a promulgação do Catecismo da Igreja Católica e do Código de Direito Canônico para a Igreja latina e oriental. Morreu piedosamente em Roma a 2 de Abril de 2005, na Vigilia do II Domingo de Páscoa ou da Divina Misericórdia.

São João Paulo II foi beatificado no dia 1 de Maio de 2011, na Praça de São Pedro
Por Sua Santidade o Papa Bento XVI, e canonizado no dia 27 de Abril de 2014 pelo Papa Francisco.

Sua festa litúrgica é celebrada no dia 22 de Outubro, aniversário do início solene do seu Pontificado em 1978.

Fonte: Facebook Valdemar Oportet Ilum Regnare

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

60 anos da primeira mensagem de Nossa Senhora em Garabandal - 18 de Outubro de 1961

Nesse dia, Nossa Senhora deixou a primeira mensagem pública em Garabandal, Espanha. Houveram decepções, em virtude da simplicidade das palavras da Virgem. Maria Santíssima, porém, é simples e direta em suas palavras, demonstrando sua maternal preocupação com seus filhos. Eis a mensagem:

"Há que fazer muitos sacrifícios; muita penitência, visitar o Santíssimo com frequência, mas antes temos que ser muito bons e se não o fizermos, vir-nos-á um castigo. Já se está enchendo a taça, e, se não mudarmos, vir-nos-á um castigo muito grande.”

Festa de São Lucas, Evangelista

Estamos em festa na liturgia da Igreja, pois lembramos a vida e o testemunho do evangelista São Lucas.

Nasceu em Antioquia da Síria, médico de profissão foi convertido pelo apóstolo São Paulo, de quem se tornou inseparável e fiel companheiro de missão. Colaborador no apostolado, o grande apóstolo dos gentios, em diversos lugares, externa a alta consideração que tinha por Lucas, como portador de zelo e fidelidade no coração. Ambos fazem várias viagens apostólicas, tornando-se um dos primeiros missionários do mundo greco-romano. Tornou-se excepcional para a vida da Igreja por ter sido dócil ao Espírito Santo, que o capacitou com o carisma da inspiração e da vivência comunitária, resultando no Evangelho segundo Lucas e na primeira história da Igreja, conhecida como Atos dos Apóstolos.

No Evangelho segundo Lucas, encontramos o Cristo, amor universal, que se revela a todos e chama Zaqueu, Maria Madalena, garante o Céu para o “bom” ladrão e conta as lindas parábolas do pai misericordioso e do bom samaritano. Nos Atos dos Apóstolos, que poderia também se chamar Atos do Espírito Santo, deparamos com a ascensão do Cristo, que promete o batismo no Espírito Santo, fato que se cumpre no dia de Pentecostes, e é inaugurada a Igreja, que desde então vem evangelizando com coragem, ousadia e amor incansável todos os povos.

Uma tradição – que recolheu no séc. XIV Nicéforo Calisto, inspirado numa frase de Teodoro, escritor do século VI – diz-nos que São Lucas foi pintor e fala-nos duma imagem de Nossa Senhora saída do seu pincel. Santo Agostinho, no século IV, diz-nos pela sua parte que não conhecemos o retrato de Maria; e Santo Ambrósio, com sentido espiritual, diz-nos que era figura de bondade. Este é o retrato que nos transmitiu São Lucas da Virgem Maria: o seu retrato moral, a bondade da sua alma. O Evangelho de boa parte das Missas de Maria Santíssima é tomado de São Lucas, porque foi ele quem mais longamente nos contou a sua vida e nos descobriu o seu Coração. Duas vezes esteve preso São Paulo em Roma e nos dois cativeiros teve consigo São Lucas, “médico queridíssimo”. Ajudava-o no seu apostolado, consolava-o nos seus trabalhos e atendia-o e curava-o com solicitude nos seus padecimentos corporais. No segundo cativeiro, do ano 67, pouco antes do martírio, escreve a Timóteo que “Lucas é o único companheiro” na sua prisão. Os outros tinham-no abandonado. O historiador São Jerônimo afirma que Lucas viveu a missão até a idade de 84 anos, terminando sua vida com o martírio. Por isso, no hino das Laudes rezamos: “Cantamos hoje, Lucas, teu martírio, teu sangue derramado por Jesus, os dois livros que trazes nos teus braços e o teu halo de luz”. É considerado o Padroeiro dos médicos, por também ele ter exercido esse ofício, conforme diz São Paulo aos Colossenses (4,14): “Saúda-vos Lucas, nosso querido médico”. São Lucas, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Memória de Santa Teresa d'Ávila

Com grande alegria celebramos hoje a memória da Doutora da Igreja Santa Teresa d’Ávila. Santa Teresa viveu 500 anos atrás e com 67 anos conseguiu não apenas reformar o Carmelo, mas também deixar um imenso legado espiritual para toda a Igreja.

O que podemos aprender de Santa Teresa d’Ávila? Qual é seu legado? Primeiro precisamos olhar para a sua vida. Santa Teresa d’Ávila nasceu na Espanha em 1515 de pais muito virtuosos. A mãe, Beatriz, morreu logo cedo, e Santa Teresa confiou-se à Virgem Maria, dizendo diante de uma imagem que ela seria sua mãe; de fato, Maria cuidou muito de Teresa. O pai, Alonso, era homem de muita virtude e deu à menina uma boa educação, mas queria dar-lhe também um bom casamento. No entanto, graças à formação que Teresa recebeu das agostinianas de Ávila, ela começou a querer dedicar-se completamente a Deus; mas não queria ser agostiniana, e sim carmelita. O pai porém não lhe deu permissão.

Aos 20 anos, ela decidiu sair de casa às escondidas para entrar no Carmelo e escolheu justamente o Dia de Finados, 2 de novembro, para fazê-lo. Teresa diz que foi um esforço tão grande, que seus ossos desconjuntaram ao entrar no Carmelo. Passado um tempo, o pai aceitou a vocação. Teresa, porém, logo caiu enferma, tomada por uma doença estranha sem cura conhecida. O pai pediu permissão para levar Teresa — que então se chamava Dona Teresa de Ahumada, porque as carmelitas da época podiam conservar seus títulos de nobreza —, a fim de buscar tratamento para a doença. No caminho, um tio chamado Pedro deu a Teresa um livro espiritual, o Terceiro Abecedário, com o qual ela aprendeu o que é recolhimento e como fazer oração pessoal.

Aqui vemos que a doença foi providencial: enquanto a comunidade carmelita vivia a vida regular, Santa Teresa, devido à enfermidade, tinha mais tempo para rezar e estar sozinha com Deus, que começou a realizar dentro dela uma transformação extraordinária. Foi assim que, durante os 19 anos seguintes, Santa Teresa procurou cultivar uma zelosa vida de oração. Ela não tinha diretor espiritual nem quem a aconselhasse ou soubesse dizer-lhe o como ia sua vida de oração. No entanto, ele tinha uma determinada determinação, para usar uma expressão sua. Aqui está a primeira lição de Santa Teresa d’Ávila, ensinada no livro Castelo Interior, nas II Moradas, onde explica que, quando a alma decide ter vida interior, o inferno se desata contra ela. Em outra passagem, ela afirma: “Murmure quem murmurar, reclame quem reclamar. Mesmo que lhe faltem as forças, mesmo que o mundo caia em cima de ti, não voltes atrás, continua a rezar, continua nessa determinada determinação de rezar”.

Eis a primeira lição desta grande Doutora — a necessidade da vida de oração. Se quisermos ser santos, precisamos rezar e rezar muito, porque é necessário dar a Deus a possibilidade de nos transformar o coração. Só haverá santos se houver antes a ação divina que opera nos corações. Em teologia, essa operação é chamada “graça atual” e ocorre principalmente na vida de oração. Na prática, o meio de alcançar graças atuais está em receber bem os sacramentos, confessar-se direito e comungar com piedade, mas, sobretudo, em rezar generosamente e estar disposto a deixar Deus ir transformando a própria vida, para que as virtudes se desenvolvam.

Após quase duas décadas de oração, Teresa viu acontecer dentro de si uma transformação extraordinária, à qualé costume referir-se como “a conversão de Santa Teresa”. Um dia, enquanto rezava em frente a uma imagem de Jesus flagelado, ela notou em si uma transformação interior; a partir daquele momento, soube que estava a crescer cada vez mais na vida de oração.

Esse progresso está relatado no Livro da Vida, escrito por ela justamente por não ter diretor espiritual, na esperança de que alguém, lendo sua história, soubesse explicar o que se estava passando com ela. Eis a grande providência de Deus com Santa Teresa d’Ávila: pela primeira vez na história da Igreja, depois de 1500 anos, surgiu um santo que descrevesse o modo como alcançou a santidade. O relato da vida interior de Santa Teresa nos proporciona um parâmetro de estudo, um caminho de referência que pode ser trilhado por todos.

É belíssimo o Livro da Vida, com tantas manifestações místicas, visões extraordinárias e exemplos de grandes virtudes; mas o importante, mais do que tudo, é entender que todos temos um chamado à santidade. Pode ser que não experimentemos manifestações extraordinárias como as de Santa Teresa (levitar, transverberação, visões e êxtases etc.); pode ser que o nosso caminho seja o ordinário e comum — como, por exemplo, o de Santa Teresinha do Menino Jesus —, uma coisa porém é certa: ninguém será santo sem vida de oração, sem intimidade com Jesus, sem se abrir à graça de Deus, que vai fazendo a nossa vontade assimilar-se cada vez mais à sua santa e divina vontade.

Como Jesus no Horto das Oliveiras, que, mesmo em grande agonia, pôs sua vontade humana, sempre ordenadíssima, à disposição da divina, também nós somos chamados a submeter e conformar nossos caprichos e vontades desordenadas à vontade de Deus. É a oração o que tornará isso possível. — Que Santa Teresa d’Ávila nos abençoe do céu, concedendo-nos a graça de rezar de forma amorosa e constante, sem jamais desfalecer. Somente num relacionamento de amor, num trato de amizade com Jesus, como ela costumava dizer, é que seremos transformados naquele a quem amamos.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Sexta aparição de Nossa Senhora em Fátima - 13 de Outubro de 1917

Já era o outono. Uma chuva persistente e forte transformara a Cova da Iria num lamaçal e encharcava a multidão de 50 a 70 mil peregrinos, vindos de todos os cantos de Portugal. Assim que chegaram os videntes, Lúcia pediu que fechassem os guarda-chuvas para rezarem o Terço. E, pouco depois, houve o reflexo de luz e Nossa Senhora apareceu sobre a carrasqueira.

(Relato da aparição em português de Portugal)

«– Que é que Vossemecê me quer?
– Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o Terço todos os dias. A guerra vai acabar [ainda hoje] e os militares voltarão em breve para as suas casas.
– Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir: se curava uns doentes e se convertia uns pecadores, etc.
– Uns sim, outros não. É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados.
E tomando um aspecto mais triste:
– Não ofendam mais a Nosso Senhor que já está muito ofendido! {Se o povo se emendar, acaba a guerra e, se não se emendar, acaba o mundo.}
[– Ainda me quer mais alguma coisa?
– Já não quero mais nada.]
E, abrindo as mãos, fê-las reflectir no Sol. E enquanto que se elevava, continuava o reflexo da sua própria luz a projectar no Sol.
[...]

- Outras visões -

Desaparecida Nossa Senhora na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, São José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul. São José com o Menino pareciam abençoar o Mundo, com os gestos que faziam com a mão em forma de cruz. Pouco depois, desvanecida esta aparição, vi Nosso Senhor e Nossa Senhora que me dava a ideia de ser Nossa Senhora das Dores. Nosso Senhor parecia abençoar o mundo da mesma forma que São José. Desvaneceu-se esta aparição e pareceu-me ver ainda Nossa Senhora em forma semelhante à Nossa Senhora do Carmo.»

- O Milagre do Sol -

E (Nossa Senhora), abrindo as mãos, fê-las refletir no sol, e enquanto Se elevava, continuava o reflexo da sua própria luz a projetar-se no sol

Chovera durante toda a aparição.

Lúcia, no término de seu colóquio com Nossa Senhora, gritara para o povo: “Olhem para o sol!” Rasgam-se as nuvens, e o sol aparece como um imenso disco de prata. Apesar de seu intenso brilho, pode ser olhado diretamente sem ferir a vista. As pessoas o contemplam absortas quando, de súbito, o astro se põe a “bailar”. Gira rapidamente como uma gigantesca roda de fogo. Pára de repente, para dentro em pouco recomeçar o giro sobre si mesmo numa espantosa velocidade. Finalmente, num turbilhão vertiginoso, seus bordos adquirem uma cor escarlate, espargindo chamas vermelhas em todas as direções. Esses fachos refletem-se no solo, nas árvores, nos arbustos, nas faces voltadas para o céu, reluzindo com todas as cores do arco-íris. O disco de fogo rodopia loucamente três vezes, com cores cada vez mais intensas, treme espantosamente e, descrevendo um ziguezague descomunal, precipita-se em direção à multidão aterrorizada. Um único e imenso grito escapa de todas as bocas. Todos caem de joelhos na lama e pensam que vão ser consumidos pelo fogo. Muitos rezam em voz alta o ato de contrição. Pouco a pouco, o sol começa a se elevar traçando o mesmo ziguezague, até o ponto do horizonte de onde havia descido. Torna-se então impossível fitá-lo. É novamente o sol normal de todos os dias.

O ciclo das visões de Fátima estava encerrado.

Os prodígios haviam durado cerca de 10 minutos. Todos se entreolhavam perturbados. Depois, a alegria explodiu: “O milagre! As crianças tinham razão!” Os gritos de entusiasmo ecoavam pelas colinas adjacentes, e muitos notavam que sua roupa, encharcada alguns minutos antes, estava completamente seca.

O milagre do sol pôde ser observado a uma distância de até 40 quilômetros do local das aparições.

Fontes: Santuário de Fátima e Arautos

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Com grande alegria, celebramos hoje a solenidade da Padroeira do Brasil, nossa imperatriz e rainha: Nossa Senhora Aparecida. Para entender a importância de tê-la como patrona de nossa nação, é importante recordar seu título inteiro: “Nossa Senhora da Conceição Aparecida”. Trata-se de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, milagrosamente “pescada” em 1717, no rio Paraíba, e escolhida por Deus para proteger nosso país e operar nele grandes milagres.

Por que insistir no fato de que estamos celebrando Nossa Senhora da Conceição? Em primeiríssimo lugar, porque isso está longamente enraizado na nossa história. Sob a proteção da Virgem “sem pecado concebida”, o Reino de Portugal foi fundado para levar a fé aos povos estrangeiros, entre os quais o Brasil, que desde o princípio esteve presente nos desígnios de Deus. Quando a cidade de Lisboa foi conquistada e os árabes foram expulsos de seu território, mandou-se celebrar uma Missa em honra a Nossa Senhora da Conceição. Dali em diante, cada vez mais a Imaculada se tornou a intercessora e o “luzeiro”, por assim dizer, do Reino de Portugal.

Hoje temos a impressão de que todo o orbe católico é devoto de Nossa Senhora da Conceição, mas não foi sempre assim. Na Idade Média, este dogma — de que a Santíssima Virgem Maria foi concebida sem a mancha do pecado original — ainda não havia sido declarado. Mesmo assim, Portugal já cultivava essa devoção; tanto que, após a nação se tornar independente da Espanha, o Condestável Nuno Álvares Pereira (São Nuno de Santa Maria) mandou erigir a igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa. Logo depois, Portugal foi consagrado a Nossa Senhora da Conceição.

Como isso aconteceu? Em 1646, o rei de Portugal decidiu consagrar todo o Reino — inclusive seus territórios ultramarinos — à Virgem da Conceição. Mas essa decisão foi tomada depois de uma consulta às cortes reais e de uma confirmação do Papa Clemente X, que assentiu, em 1671, ao desejo do rei. Portanto, a consagração a que fazemos referência não foi uma “reuniãozinha” qualquer, mas um ato que uniu as vontades do rei português, da nobreza lusitana e do Pontífice Romano.

Consagrado Portugal a Nossa Senhora da Conceição, começou tanto na sede do Reino quanto no Brasil um grande entusiasmo de devoção pela Santíssima Virgem sob esse título. A devoção já existia, mas aumentou ainda mais, recebeu um grande impulso; e é nesse contexto que alguém, não sabemos quem, aqui no Brasil, usou barro da região de São Paulo e modelou uma pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição — que hoje é a imagem que nós veneramos no Santuário de Aparecida.

Essa imagem sagrada tinha se quebrado; para não ser descartada no lixo, foi jogada no rio; e justamente aí ela foi “pescada” milagrosamente, primeiro o corpo e depois a cabeça, no ano de 1717. Depois, através dela, Deus começou a operar milagres. Eis como começou a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida — assim apelidada por ter aparecido milagrosamente numa pesca, sem deixar, no entanto, de ser a Virgem “da Conceição”.

O Brasil nasceu, portanto, debaixo do manto sagrado de Nossa Senhora da Conceição, porque ela foi a eleita de Deus, a escolhida, que esmagou a cabeça da serpente desde o primeiro instante da sua concepção. Esse é o mistério da Imaculada Conceição de Maria. Todos nós, seres humanos, quando passamos a existir no ventre de nossa mãe, estávamos debaixo do domínio de Satanás. Todos fomos concebidos com uma certa escravidão, com uma certa dependência, com um certo jugo de Satanás sobre nós. Esse jugo foi quebrado quando fomos batizados. Tanto que, antes do Batismo, o sacerdote faz um exorcismo sobre a criança; depois, ela é batizada, o Espírito Santo toma posse dela e ela é consagrada a Deus. O que aconteceu conosco só no dia do nosso Batismo, porém, com nossa Mãe bendita aconteceu no instante mesmo de sua concepção, no seio de Sant’Ana. Na alma da Santíssima Virgem, Satanás foi derrotado desde o princípio; ele jamais pôs as garras em Nossa Senhora. Ela é a Virgem Intacta: Satanás jamais teve domínio sobre ela, pois desde o primeiro momento da sua existência ela esmagou a cabeça da serpente.

Diante dessa verdade, então, como não nos confiarmos a ela? Como não recorrer a essa Imaculada Conceição, a essa santíssima Mãe, para que proteja o nosso Brasil nestes tempos tão tremendos em que o jugo de Satanás parece querer imperar sobre a nossa nação? Nos maus costumes, nos pecados, na falta de devoção, na perda da fé, no relativismo e no indiferentismo religioso, nas drogas, no sexo desregrado, nas leis injustas, nas decisões judiciais injustas, na corrupção, na mentira: vejam quanta miséria o nosso país tem passado por nossa culpa, por nossa própria culpa.

Como não voltarmos às origens de nossa verdadeira identidade? Deus sonhou com o Brasil, Deus sonhou com o Brasil quando pediu a Dom Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, que constituísse um Reino para levar o seu nome — o nome de Jesus — aos povos estrangeiros que somos nós, os brasileiros. Deus pensou no Brasil quando, antes mesmo de o Brasil ser descoberto, fez Portugal ter devoção a Nossa Senhora da Conceição. Os reis de Portugal, os professores de Coimbra, todos juravam derramar o seu sangue para defender o dogma da Imaculada Conceição, que ainda não havia sido proclamado. Depois, em 1822, veio a Independência do Brasil, e às vésperas desse acontecimento, o príncipe herdeiro do trono, Dom Pedro I, prometeu consagrar o nosso país a Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

O nosso país nasceu historicamente de Portugal e, quando se tornou independente, nasceu igualmente debaixo do manto sagrado de Nossa Senhora Aparecida. Ao ser proclamada a República, a coroa que a nossa futura imperatriz, D. Isabel, a Princesa Isabel, tinha deixado para Nossa Senhora da Conceição, foi colocada na cabeça de Nossa Senhora Aparecida. Portanto, na nossa República não há um rei, um imperador ou uma imperatriz, mas Nossa Senhora da Conceição Aparecida. É ela, verdadeiramente, a Imperatriz perpétua do Brasil.

Nós temos uma vocação sublime que precisamos viver e honrar. Como nós, brasileiros, podemos viver essa consagração a Nossa Senhora da Conceição Aparecida? Como a podemos viver concretamente? Fazendo com que, para além das palavras, Nossa Senhora seja de fato a nossa rainha, ou seja, precisamos nos consagrar individualmente a ela. Se não temos mais rei nem cortes para consagrar o Brasil, temos os brasileiros que podem consagrar o Brasil consagrando a si próprios. 

Entregue, pois, o seu coração a Nossa Senhora da Conceição; para tanto, dê as costas para o pecado. No evangelho de hoje, Nossa Senhora diz: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Para termos Nossa Senhora como nossa Imperatriz e Rainha, precisamos obedecer a Jesus e ter o nosso coração unido ao Coração de Jesus, fazer o que Ele disser. Só dessa forma a serpente será esmagada em nossa nação; só dessa forma seremos verdadeiros filhos e súditos de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Imperatriz perpétua do Brasil.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Memória de Nossa Senhora do Rosário

Com grande alegria celebramos hoje a memória de Nossa Senhora do Rosário. Esse ano, celebramos de forma especialíssima essa festa porque é o aniversário de 450 anos da batalha que deu origem a ela. Em 1571, os cristãos montaram uma armada de navios para deter o avanço dos turcos muçulmanos contra a Europa. O Papa via que os infiéis estavam tomando a Europa de roldão, mas os príncipes católicos permaneciam de braços cruzados; havia entre eles muita desunião, por isso o romano pontífice, São Pio V, fez todo um trabalho de diplomacia para conseguir montar uma armada, prontamente consagrada a Nossa Senhora.

Além disso, Pio V mandou que houvesse um padre em cada barco para a confissão dos soldados e marinheiros. Ordenou ainda que se rezasse o Terço, para que todos estivessem em estado de graça. Veja-se a preocupação deste grande Papa em pôr a armada católica contra a invasão muçulmana sob a proteção de Nossa Senhora! No dia 7 de outubro, veio o verdadeiro milagre: os católicos saíram vencedores de Lepanto, embora seu número de navios e canhões etc. fosse bem inferior ao número dos infiéis.

Para confirmar que a vitória fora uma graça do céu, aconteceu outra coisa extraordinária: o Papa São Pio V, a centenas de quilômetros da batalha, estava em reunião; de repente, ele parou, foi até a janela, olhou fixamente para fora e depois voltou, dizendo: “Senhores, temos de encerrar a reunião porque é preciso ir à capela agradecer a Deus a vitória dos cristãos”. Naquela tarde, o Papa, a centenas de quilômetros de distância de Lepanto, viu misticamente a vitória com que o céu presenteou a cristandade. É um fato histórico.

Mas o que ele tem a ver conosco? Lembremos que Nossa Senhora apareceu inúmeras vezes insistindo na importância do Rosário como arma espiritual. Não há escapatória. A Virgem insiste de forma quase martelante na necessidade de precisamos rezar o Rosário, no entanto, ainda há quem não o reze! De fato, não sabemos o que é mais admirável: se a insistência de Nossa Senhora, se a cabeça dura dos católicos que insistem em não rezar o Terço todos os dias. O Santo Padre Pio de Pietrelcina sempre se referia ao Terço como a arma. Certa feita, estava ele em sua cela e perguntou a um dos frades: “Onde está a arma?” O outro não entendeu nada. “Eu quero a arma”. “Mas que arma é essa?”, pensava o irmão “A arma!” Era o Terço. 

Mas por que, afinal, o Terço é tão eficaz? Por que uma oração repetitiva, aparentemente enfadonha, tem tanta importância? Em primeiro lugar, porque o Terço se baseia nos mistérios da nossa salvação. Rezá-lo é meditar os mistérios da nossa salvação tendo como pano de fundo a Ave-Maria, que já carrega em si mesma o mistério da entrada do Salvador neste mundo. Ora, Satanás e os seus demônios tremem no inferno quando ouvem uma Ave-Maria. Por quê? Porque foi por ocasião da mensagem do anjo que Nossa Senhora realizou o ato de obediência e de humildade pelo qual o Filho de Deus entrou no mundo. São as virtudes da obediência e da humildade as que derrotam Satanás. O diabo é soberbo; logo, a humildade de Nossa Senhora e de Jesus são o sinal e a causa de sua derrota.

Precisamos, sim, inclinar a cabeça. Somos soberbos, e o Terço é uma oração que nos faz pequeninos. Na verdade, é uma oração que até as crianças podem fazer. Não é como a Liturgia das Horas, a Lectio Divina, uma meditação espiritual etc., ou seja, métodos de oração que, por assim dizer, são mais acessíveis aos letrados e aos progredidos espiritualmente.

O Terço não. Ele pode ser rezado por uma criança de colo ou por um grande místico. É uma oração para todos porque é a oração da humildade. As crianças crescem ouvindo a mãe rezar o Terço, e assim vão elas aprendendo a recitá-lo. Nossa Senhora quer que percorramos esse caminho de santificação, de modo que nos tornemos cada vez mais devotos do santo Terço.

No início, pode parecer repetitivo; mas, se formos meditando os mistérios de nossa salvação, e contemplaremos em cada um deles as vitórias de Deus. O santo Terço é, de fato, uma grande arma, que faz o inferno tremer de horror e vergonha. Queiramos agradar à nossa Mãe cantando as vitórias de seu Filho, e demos graças pelas inúmeras vitórias que os cristãos têm recebido dos céus por intercessão dela.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Memória de São Bruno

Com alegria celebramos hoje a memória de São Bruno, fundador da Ordem dos cartuxos. São Bruno nasceu em Colônia, na Alemanha, e viveu durante a Idade Média. Estamos no séc. XI. Bruno foi inicialmente um sacerdote santo, até que, aos 40 anos de idade, resolveu deixar tudo para tornar-se monge. Mas dizer que ele viveu uma vida monástica é dizer pouco; na verdade, ele fundou uma das Ordens mais rigorosas da Igreja. Iremos descrever um pouco a disciplina dos cartuxos e explicar como ela foi idealizada por São Bruno; antes disso, porém, é necessário pôr as coisas no contexto. Como dito, São Bruno nasceu em Colônia, na Alemanha, grande cidade às margens do Reno, e logo cedo foi estudar. Estudou na arquidiocese de Reims, onde se notabilizou por sua grande inteligência.

No entanto, ele não queria saber do mundo acadêmico. Bruno então voltou para Colônia, foi ordenado sacerdote e começou um trabalho de evangelização dos pobres nos lugares mais afastados. Mas, como Jesus mesmo disse, ninguém consegue esconder uma cidade em cima da montanha (cf. Mt 5,14). Rapidamente, Bruno começou a brilhar por sua santidade, a ponto de o arcebispo de Reims pedir-lhe que voltasse à cidade. Assim foi. Bruno voltou para o lugar onde tinha estudado e, sendo ainda um simples padre diocesano, começou a reunir em torno de si um bom número de discípulos, alguns dos quais se tornariam figuras célebres na história da Igreja: São Hugo, bispo de Grenoble, e Urbano II, o papa que convocou as Cruzadas.

Embora tivesse realizado já grandes obras, Bruno estava inquieto. Assim, aos 40 anos, foi procurar um mosteiro em que pudesse viver uma vida de união com Deus. Dirigiu-se a Molesme, onde encontrou São Roberto, e quis começar ali sua vocação monástica; contudo, viu que o seu lugar era outro, então partiu em peregrinação, até encontrar um antigo discípulo, São Hugo, bispo de Grenoble. A meio do caminho, Bruno teve um sonho: três anjos lhe falavam de uma nova Ordem a ser fundada por ele. Na mesma noite, os três anjos apareceram a São Hugo, em Grenoble, dizendo-lhe: “Aqui será fundada uma nova Ordem”. Fundou-se então o primeiro mosteiro: La Chartreuse, donde a Ordem recebeu o nome por que é mais conhecida — Cartuxa.

Pois bem, como é a vida dos cartuxos e no que ela difere da de outros mosteiros? Quando se ouve falar de monge, a primeira ideia que nos vem à mente, em geral, é a de uma comunidade de homens ou mulheres que vivem juntos para rezar. É o caso, por exemplo, de uma abadia beneditina, onde se vive em silêncio, mas com muitas atividades comunitárias. Bruno inspirou-se nos Padres do Deserto, aqueles primeiros monges do cristianismo, de vida eremítica ou semi-eremítica, cada um recluso em sua cela (isto é, uma pequena cabana, chamada cælia em latim). Na Cartuxa, São Bruno quis imitar o mesmo esquema: cada um teria a própria cela; as reuniões seriam poucas e em momentos específicos. Trata-se, em resumo, de uma vida ao mesmo tempo semi-comunitária e semi-eremítica, caracterizada pelo rigor da disciplina (longas vigílias, jejuns, penitências e, sobretudo, muito espírito de oração).

Ora, quando ouvimos falar de monges como estes, homens entregues a Deus, fechados em seus mosteiros, distantes de todo o mundo, unidos para viver sozinhos, o que tendemos a pensar? “Nossa, que radicalismo! Para que se trancafiar num convento?” De fato, muitos não entendem o que leva um homem como São Bruno, um padre tão santo, que fazia o bem aos pobres, pregava o Evangelho, convertia as almas etc., a se fechar num mosteiro. Não é radicalismo; é um grande amor. O que faz de alguém um monge é o amor. Afinal, como diz Santa Teresinha, os que se amam precisam de solidão — A des amants, il faut la solitude. Na lua de mel, a esposa não quer o pai, a mãe, os irmãos, amigos e colegas por perto; quer estar sozinha com o marido. A solidão monástica é isso, um coração a coração o tempo todo. Não é, por assim dizer, uma solidão solitária; é uma solidão acompanhada — acompanhada por Deus.

Além disso, o católico nunca deve esquecer que pertencer à Igreja é ser membro de um Corpo, ou seja, é estar unido organicamente a todas as outras partes dele. Nenhum católico está sozinho. Os monges que vivem “trancafiados” em suas celas estão, na verdade, fazendo muito mais do que nós, tão agitados e distraídos, para a conversão dos povos. A oração deles é como o ar que respira a Igreja, o incenso que de dia e de noite se eleva ao céu para impetrar graças incalculáveis, uma fonte de méritos sobrenaturais que circulam pelo Corpo místico qual sangue vivo e vivificante. Sim, é poderosíssima a oração do monge.

No Evangelho de hoje, Nosso Senhor ensina o Pai-nosso. Ora, por que Jesus nos ensinou a rezar? Porque rezar é estar com Deus num encontro de amor e, ao mesmo tempo, num trabalho ativo pela salvação das almas. Pela oração, pela nossa entrega, pela nossa confiança em Deus, salvamos muito mais almas do que pelas nossas agitações, essas, sim, verdadeiramente solitárias, porque frequentemente distantes de Deus. No fundo, estamos sozinhos quando tentamos salvar o mundo com nossas próprias forças; mas, se rezamos, não há mais solidão, porque passamos a agir com o único que pode transformar os corações. — Que São Bruno nos sirva de farol e exemplo da eficácia da oração, instrumento que opera maravilhas nos membros da Igreja. Porque os cartuxos rezam e se entregam, por isso estamos aqui, recebendo os frutos de sua santa e bem acompanhada “solidão”.

Fonte: Padre Paulo Ricardo