segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

90 anos da revelação da imagem da Divina Misericórdia: uma graça para o mundo inteiro!

Era o dia 22 de fevereiro de 1931. Uma jovem de 25 anos está recolhida em seu quarto no convento de Plock, na Polônia. É uma das mais antigas cidades daquele país, situada a 120 km de Varsóvia, a capital. Exatamente há um século ocorrera ali a última sessão do parlamento do Reino da Polônia. Entre 1079 e 1138 tinha sido a sua capital. Em 1938, quase 25% da população local eram judeus, a maior proporção no país, e que infelizmente seriam dizimados depois pelos nazistas.

Faustina Kowalska, camponesa de origem, era professa temporária da Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia, e desde 1930 residia na casa de Plock. Lá se ocupou sucessivamente na padaria, na cozinha e na despensa da padaria. Já durante o tempo de discernimento vocacional, em Varsóvia, esta polonesa fora agraciada por Deus com inúmeras locuções interiores e visões místicas. Em seu Diário havia registrado que, já durante o Noviciado, Jesus lhe havia exortado: “Procura conhecer a Deus, refletindo sobre os Seus atributos” (Diário 30).

Mas desta vez algo extraordinário estava para marcar a sua vida – e a de toda a Igreja.

Anota Santa Faustina em seu Diário, que iniciou a escrever três anos depois, em relação àquele dia:

“À noite, quando me encontrava na minha cela, vi Nosso Senhor vestido de branco. Uma das mãos erguida para a bênção, e a outra tocava-Lhe a túnica, sobre o peito. Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e o outro pálido. Em silêncio, eu contemplava o Senhor; a minha alma estava cheia de temor, mas também de grande alegria” (D. 47).

É o Cristo Ressuscitado, vencedor de todo o mal, que visita de um modo extraordinário a humanidade! É o mesmo que diz: “Vede minhas mãos e meus pés: sou eu!” – como lemos nos relatos da Sua ressurreição (Lc 24,39). “Dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés” (v. 40). O “temor” e a “alegria” que se verificam na reação de Faustina se assemelham aos Apóstolos – “perturbados”, mas com “alegria” (vv. 38.41). E as chagas que carrega? Como dizia São Beda o Venerável, (+735), Doutor da Igreja, o Ressuscitado faz questão de carregar consigo – eternamente! – estas marcas “para fazer os fiéis redimidos compreender com quanta misericórdia foram socorridos” (in S. Th. III, 54, 4).

Faustina continua o relato:

“Logo depois, Jesus me disse: Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. Desejo que esta Imagem seja venerada, primeiramente, na vossa capela e, depois, no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta Imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte. Eu mesmo a defenderei como Minha própria glória” (D. 47/48).

As promessas de Jesus estão relacionadas à veneração de uma imagem (pintura), que passaria a ser designada como imagem de Jesus Misericordioso. Neste novo movimento espiritual que apenas está se iniciando, há cinco novos elementos que o identificam – além da imagem, Jesus revelaria ainda a Festa, a Novena, o Terço e a Hora da Misericórdia. Na revelação de Plock Jesus não explica de modo detalhado como se deve dar esta veneração do quadro, ficando, portanto, a critério do amor e do bom senso de cada cristão, grupo ou comunidade. O fato é que mais adiante (D. 49) pedirá que seja “solenemente abençoada” na Festa da Misericórdia. A inscrição – como se fosse uma assinatura – indica que não basta a posse de um objeto material; é necessária a confiança pessoal, que nasce da fé unida à caridade e à esperança, da certeza de que Jesus e sua misericórdia estão sempre conosco!

É importante destacar que se celebrava naquele dia o 1º Domingo da Quaresma, tempo forte de preparação para a Páscoa. Anos antes (1928) o Papa Pio XI já havia convocado todo o orbe católico a se voltar ao Coração de Jesus em virtude do ataque violento infringido aos “direitos divinos e humanos” (Encíclica Miserentíssimus Redemptor, n. 16). Ao Cardeal Basilio Pompili (2/2/1930) escreveu preocupado com os avanços e ataques do ateísmo na Rússia. Na 1ª Radiomensagem de um Papa a todos os povos e criaturas (12/02/1931), expressou novamente a sua solidariedade com os perseguidos pelos “inimigos de Deus e da sociedade humana”, referindo-se aos regimes totalitários que pululavam.

Naquele mesmo ano de 1931, o Sudário de Turim foi exposto por ocasião do matrimônio de Umberto de Sabóia. Na ocasião é que foi fotografado novamente, desta vez por Giusepe Enrie, fotógrafo profissional. Novamente seria exposto em 1933, o Ano Santo Extraordinário por ocasião do XIX Centenário da Redenção, decretado pelo mesmo Pio XI (Bula Quod Nuper). A imagem de Jesus Misericordioso – depois pintada por Kazimirowski, a pedido do Beato Sopocko (1934) – seria exposta pela 1ª vez no encerramento daquele Ano Santo (1935). Surpreende o fato de que o rosto estampado no Sudário corresponde exatamente ao do quadro de Jesus Misericordioso!

“Com aquela revelação, o Senhor Jesus definiu a missão pessoal da Irmã Faustina, que consistia em viver e sofrer pelos outros (…)”, observa o estudioso Pe. Ignacy Rózycki em seu estudo de 1980 que contribuiu para a canonização de Santa Faustina. “Tal revelação” – continua – “deu início ao primeiro dos dois períodos das revelações do Culto: o período das revelações que se sucederam sobre o tema das formas e das promessas relativas ao Culto, que durou até 24 de outubro de 1936, e o período das revelações relacionadas às exigências morais, que durou até o fim das revelações”, em 1938.

Jesus não escolheu o ano de 1931 por acaso. Naquele ano, o pensador inglês Aldous Huxley publicou o livro Admirável Mundo Novo, no qual imagina uma sociedade do futuro sem ética ou religião, marcada pelo individualismo que estava deixando suas marcas negativas na modernidade. Um grande mal-estar se alastrava pelo mundo; naqueles anos 30-31, na América Latina, protestos violentos eram frequentes, levando à derrubada do poder em 11 dos 20 países; o Japão invadia e conquistava a Mandchúria, prelúdio de sua invasão à China; Hitler e Stalin se aproveitavam do caos social para assumirem o poder, tornando-se em seguida dois dos maiores assassinos da história; enfim, “em todos os lugares, as pessoas apelavam para a força”, constata Geoffrey Blainey.

Todavia o Céu resolveu intervir. Humildemente tentou. O próprio Jesus se dignou mais uma vez recordar à humanidade que a solução para os nossos problemas mais fundamentais passa necessariamente pelos caminhos do amor a Deus e ao próximo. No início daquele século outras religiosas haviam sido agraciadas com particulares experiências místicas. A Irmã Benigna Consolata (+1916) chegou a ser chamada pelo próprio Senhor de Secretária da Minha Misericórdia. A Irmã Josefa Menendez (+1923) ouvira de Jesus: Quero me servir de ti como instrumento de minha Misericórdia. Em 1930 a Madre Esperança fundara em Madrid as Servas do Amor Misericordioso.

A escolhida, porém, para uma verdadeira “revolução” da Misericórdia foi Santa Faustina Kowalska. Em pouco tempo aquela imagem estava em todos os continentes, carregada no bolso até mesmo por soldados combatentes, que muitas vezes nem mesmo se davam conta do que estava acontecendo. Há relatos de conversões e milagres por sua intercessão. As palavras têm sua beleza própria, mas para Mussolini, na Itália, “os rifles, as metralhadoras, os navios, os aviões e os canhões são ainda mais belos”. Jesus também nos ensina que as palavras devem ser acompanhadas de ações, mas estas devem se fundamentar no respeito aos direitos de Deus e do próximo, e não em impulsos destrutivos.

“Dize à humanidade sofredora que se aconchegue no Meu misericordioso Coração, e Eu a encherei de paz” (D. 1074).

Quantos têm medo de se aproximar deste “trono da graça” para serem curados de seu ódio, indiferença e toda maldade! Peçamos ao Senhor que repita sobre a humanidade inteira – sobretudo as nações onde reina a injustiça, a guerra, a corrupção – o gesto de bênção que está retratado na imagem revelada a Faustina, a fim de que muitos “filhos pródigos” retornem ao convívio divino, o mesmo gesto de bênção que lhe acompanhou durante a sua partida na Ascensão, e que tanto necessitamos hoje em dia: “Depois, levou-os até Betânia e, erguendo as mãos, abençoou-os. E enquanto os abençoava, distanciou-se deles e era elevado ao céu. Eles ficaram prostrados diante dele, e depois voltaram…” (Lc 24,50s).

Fonte: https://misericordia.org.br/22-de-fevereiro/

Festa da Cátedra de São Pedro

Celebramos a festa da Cátedra de S. Pedro. O que significa isso? Não custa lembrar, antes de tudo, que não estamos celebrando uma “cadeira”, isto é, a sede material em que se sentava S. Pedro para ensinar, na qual também se sentam os seus sucessores. O que celebramos é o fato de Deus querer nos ensinar pelo Magistério perene da Igreja através de Pedro e dos que o sucedem para nos iluminar com a verdade. É tempo de Quaresma, e uma das obras que poderíamos fazer é dedicar-nos ao estudo das coisas de Deus. Sim, também isto é um exercício espiritual, porque ninguém ama o que não conhece. Se a Quaresma é para exercitarmos o amor a Deus, nos aproximarmos dele e configurarmos o nosso coração ao de Cristo, como iremos fazê-lo sem querer antes conhecê-lo? Nosso Senhor, na Última Ceia, fechado no Cenáculo com os doze Apóstolos, disse: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. O primeiro sentido desta frase, é claro, está na cruz, onde vemos como Deus nos ama. Precisamos olhar para essa caridade infinita e pedir ao Senhor que faça o nosso coração arder em chamas de amor para que possamos, também nós, amar o próximo como Cristo nos amou. Mas, historicamente, levando-se em conta a data em que Jesus pronunciou essa frase — numa quinta-feira à noite —, como é que Cristo tinha amado até então? Estando com seus Apóstolos durante três anos e ensinando-os. A forma concreta como Jesus amou os Apóstolos foi, primeiramente, tirá-los da ignorância. Aqui está o princípio da grande transformação espiritual: nas sementes por Ele plantadas durante três anos. Alguém dirá: “Ah! mas os Apóstolos só ‘prestaram’ depois de Pentecostes”. Sim, mas, naquela ocasião, o Espírito Santo só fecundou uma terra que já estava preparada e trabalhada. Não foi à toa que, durante três anos, Jesus pregou e contou parábola , ensinando aos Apóstolos o sentido oculto delas. Não foi à toa que lhes apareceu ressuscitado várias vezes, ensinando-lhes o sentido secreto das Escrituras. Não foi à toa que o Espírito Santo desceu sobre a cabeça deles, a fim de lhes iluminar as ideias. Ninguém ama o que não conhece. Celebrar pois a Cátedra petrina é celebrar que Jesus quer nos ensinar, e ensinar pelo Magistério de sua santa Igreja Católica, a única Igreja de Cristo, que há dois mil anos ensina a mesma fé que Pedro. Que alegria saber que, ao longo desses dois milênios, Deus estabeleceu balizas claras em meio a tantas heresias, por intermédio de tantos sucessores de Pedro que, com serviço bondoso, convocaram e aprovaram Concílios, proclamaram dogmas e deixaram claro, por diversos atos, quem é o Cristo a quem amamos, porque o conhecemos verdadeiramente. Aproveitemos a Quaresma para estudar as coisas de Deus!

Fonte: Padre Paulo Ricardo

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Memória de São Francisco e Santa Jacinta Marto

Neste primeiro sábado da Quaresma, fazemos memória de S. Francisco e S. Jacinta Marto, os dois pequeninos pastores videntes de Fátima. Nossa Senhora lhes apareceu e perguntou: “Quereis oferecer-vos a Deus?”, ao que eles prontamente responderam, com a generosidade dos santos: “Sim, queremos”, oferecendo-se a Deus de tantas formas e com tanta facilidade. Eis a graça que Maria quer nos dar na Quaresma. A mortificação, a penitência e os sofrimentos da Quaresma costumam causar-nos medo, medo de nos entregar, medo de morrer para o nosso egoísmo, o que termina sendo medo também de Deus. Nossa Senhora apareceu aos pastorinhos e, de braços abertos, fez irradiar sobre eles a luz celeste. Eles se sentiram consolados ao se verem envoltos pela luz divina, que lhes fez cair  “escamas dos olhos”, dando-lhes enxergar o sentido da vida. Foi assim que eles se entregaram, foi assim que se doaram. Dali em diante, a generosidade deles será comovedora. Lúcia descreve como S. Jacinta, sem descanso, fazia penitência pela conversão dos pecadores. Francisco também, com grande devoção, se aproximava continuamente de Jesus escondido no sacrário. Essas duas realidades, a penitência e a oração, são obras quaresmais que precisamos pôr em nosso coração. A exemplo de Francisco, nossa oração deve voltar-se para o sacrário, para Jesus no SS. Sacramento, seja para comungar bem, seja para visitá-lo com mais frequência. Lembremos o que a seus alunos dizia às vezes D. Bosco: “Quereis receber muitas graças? Ide frequentemente ao sacrário visitar Jesus sacramentado dentro do tabernáculo. Quereis receber poucas graças? Ide raramente ao sacrário”. É Jesus a fonte da graça, dessa luz que só recebemos de Cristo ressuscitado no sacrário, a única que nos pode ensinar a amar. Ajoelhados, recebemos o amor dele para, com Ele, nos entregarmos também por amor, com o heroísmo que tiveram os santos pastorinhos. É comovedora a generosidade de Jacinta! Como ela se mortificava, a ponto de aceitar uma morte tão dolorosa, tão sozinha! De onde vinha tanta generosidade? De onde vinha tanto heroísmo numa criança? De Jesus, daquela luz refletida por Nossa Senhora! A Virgem é a grande companheira de nossa Quaresma. Peçamos-lhe as graças e luzes de que precisamos para nos aproximar de Jesus e amá-lo com penitência e orações, a fim de que o nosso coração seja cada vez mais semelhante ao de Cristo e ao de Maria.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Grande oportunidade

Quaresma no Ano de São José, grande oportunidade para imitarmos as virtudes do Santo Patriarca, o maior santo depois da Virgem Maria!

Tempo de nascer novamente

Na noite de 16 para 17 de fevereiro de 1876, Nossa Senhora apareceu para a serva de Deus Estelle Faguette pela terceira vez. Na noite anterior, Estelle pôde ver seus pecados passados, fato que a deixou triste. Na seguinte aparição, a Virgem Santíssima disse:

“Ânimo, minha filha, aquilo já passou, a sua conversão resgatou as faltas passadas.”

A frase dita pela Mãe de Deus à Estelle é direcionada também para nós! A Virgem revelou-se em Pellevoisin, como a "Toda Misericordiosa", a Mãe que intercede a auxilia seus filhos! Contemos com a sua ajuda! Aproveitemos a Quaresma para repararmos as faltas passadas e nos convertermos, pois Deus pode realizar uma verdadeira transformação na vida do pecador arrependido, como fez com Estelle, Santa Maria Madalena, Santo Agostinho e tantos outros santos!

Quaresma no Ano de São José

Que nesta Quaresma, em especial, São José interceda por cada um de nós! Imitemos seu grande exemplo de humildade, castidade, fidelidade e paciência! 

Quarta-feira de Cinzas é dia de jejum e abstinência!

a) O jejum. — O Código de Direito Canônico, no Cânon 1251, estabelece que se devem guardar “a abstinência e o jejum na Quarta-feira de Cinzas”, que dá início à Quaresma, “e na sexta-feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo”, que precede a solenidade do Domingo de Páscoa. São esses os únicos dois dias em que os fiéis estamos obrigados a guardar o jejum. E o que entende a Igreja por jejum?

O jejum eclesiástico que se deve observar, nos dois dias assinalados, consiste em tomar uma única refeição completa até a saciedade (o que não significa empanturrar-se, mas comer o suficiente segundo a própria condição). Além dessa refeição única, que pode ser feita à hora do almoço, do jantar ou mesmo no café-da-manhã, a disciplina tradicional da Igreja reconhece a possibilidade de se tomarem duas outras refeições, ligeiras e bem modestas, ao longo do dia.

Essas refeições complementares têm de equivaler a um pequeno lanche, que sirva apenas para “enganar a fome”. Embora possa ser feito a qualquer hora, é costume, inclusive por razões de conveniência, reservar o primeiro desses lanches para o desjejum da manhã; à hora do jantar, é possível tomar o segundo, como uma comida mais robusta, mas que esteja bem longe de saciar.

Este é o mínimo que a Igreja nos pede. Nada impede que os que, por terem boa saúde ou se sentirem mais generosos, abstenham-se por completo de toda comida ou, à hora das refeições, se alimentem somente de pão e água.

A lei da Igreja, no Cânon 1252, especifica ainda que “ à lei do jejum estão sujeitos todos os maiores de idade”, isto é, a partir dos 18 anos completos, até terem começado os sessenta anos”, isto é, até terem completado os 59 anos. Estão dispensados da observância do jejum, além dos menores de idade e dos maiores de 59 anos, as pessoas que têm alguma dificuldade de saúde ou os que têm como ofício alguma forma de trabalho braçal. “Todavia”, continua o mesmo Cânon, “os pastores de almas e os pais procurem que, mesmo aqueles que, por motivo de idade menor não estão obrigados à lei da abstinência e do jejum, sejam formados no sentido genuíno da penitência”.

b) A abstinência. — Quanto à abstinência, à qual estão obrigados todos os que completaram 14 anos, a Igreja prescreve que são dias de penitência todas as sextas-feiras do ano, dias em que, salvo no caso de coincidirem com alguma solenidade, estamos obrigados a abster-nos de carne “ou de outro alimento segundo as determinações da Conferência episcopal” (Cânon 1251) de cada país: “A Conferência episcopal pode determinar mais pormenorizadamente a observância do jejum e da abstinência, e bem assim substituir outras formas de penitência, sobretudo obras de caridade e exercícios de piedade, no todo ou em parte, pela abstinência ou jejum” (Cânon 1253).

Fonte: Padre Paulo Ricardo

Quarta-feira de Cinzas - Início da Quaresma

Iniciamos o tempo da Quaresma, tempo de mortificação. O que quer dizer isso? Significa que é tempo de “fazer morte”, pois mortificar quer dizer isso. Mas por que a Igreja nos coloca num tempo de penitência? Toda Quarta-feira de Cinzas, nós vamos à igreja para receber cinzas sobre nossas cabeças. A Igreja, então, pronuncia aquelas palavras que ecoam pelos séculos: Memento homo, “Lembra-te, homem”, quia pulvis es et in pulverem reverteris, “que tu és pó e ao pó hás de voltar”. A Igreja nos recorda nossa mortalidade, nos recorda que este mundo vai virar pó e cinza. Ora, será que estamos construindo nossa casa em cima da rocha firme ou em cima de areia? Porque virá o vento, virá a tempestade, e grande será a ruína… São esses os pensamentos que devem nos acompanhar no início da Quaresma. Precisamos compreender que estamos neste mundo, literalmente, de passagem, preparando nossa repatriação, ou seja, nosso retorno para a Pátria. Estamos no mundo, mas não somos do mundo. O problema é que, marcados pelo pecado original, nos esquecemos disso, por isso começamos a nos adaptar ao mundo e a adquirir uma mentalidade mundana. Esquecemos que a pátria não é aqui. Somos estrangeiros, estamos de passagem, e no entanto, esquecidos do céu, começamos a fazer do mundo nossa “casa”, nosso “lar”, nossa “morada”, nosso “destino”… A Igreja, Mãe e Mestra, quer que nos encontremos no início da Quaresma com nossas próprias cinzas. De fato, as cinzas que recebemos na cabeça nesta Quarta-feira são feitas com os ramos de Domingo de Ramos, aquelas palmeiras abençoadas no ano passado. Isso nos deve recordar uma outra cinza: a cinza que nós seremos, quando formos decompostos no túmulo. Quantas pessoas, neste tempo de pandemia, foram tomadas de surpresa por uma verdade que andava tão esquecida: a nossa fragilidade! Nós vamos morrer! No confessionário, muita gente tem dito: “Padre, o pior da doença foi o medo, o medo de morrer…” As pessoas estão dando testemunho de que não estavam preparadas para a morte. No entanto, ao longo dos séculos, a coisa que a Igreja mais fez, por ser a mais certa e necessária, foi concluir os dias com um exame de consciência, porque hoje pode ser o meu último dia. Temos de pedir perdão a Deus, colocar-nos diante dele e pedir-lhe que, no fim da noite, tenhamos uma noctem quietam, uma noite tranquila, et finem perfectum, e uma morte santa. Todos os dias, precisamos fazer um exercício de morte, e o tempo da Quaresma é para intensificar esta experiência e esta verdade, é para nos lembrarmos do quão passageiras são as alegrias do mundo. Mortificação! Façamos nossos propósitos quaresmais, propósitos de mortificação, demos um pouco de morte a nossos gostos, demos um pouco de morte à mentalidade mundana, pois as alegrias do mundo são efêmeras; elas brotam de manhã como a erva e, de tarde, já murcharam e feneceram. Mas existe uma alegria no céu! Esperamos a Páscoa, a passagem deste mundo para a Pátria e, porque estamos de passagem, vivemos o tempo da Quaresma.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Festa da Sagrada Face de Jesus

Na terça-feira que precede a Quarta-feira de Cinzas, nós recordamos a devoção à Sagrada Face de Nosso Senhor Jesus Cristo. Trata-se de uma devoção instituída exatamente no período que precede a Quarta-feira de Cinzas, o chamado Carnaval, na “terça-feira gorda”, momento para reparar as ofensas feitas a Nosso Senhor Jesus Cristo e à sua Sagrada Face durante o tempo de “festas”. Essa devoção, que não está no calendário litúrgico universal, foi acolhida pelos bispos do Brasil muitos anos atrás, que pediram licença à Santa Sé para celebrá-la aqui, exatamente pelo fato de o Carnaval ser tão forte no Brasil. O Evangelho desta festa é o de S. Lucas. Jesus se encontra com S. Pedro, que acabara de negá-lo três vezes. S. Lucas nota então uma coisa que não está presente nos outros evangelistas: “O Senhor olhou para Pedro” (v. 61). É este olhar misericordioso da face compassiva de Nosso Senhor Jesus Cristo que nós queremos celebrar, esta certeza de que, apesar de nossos pecados, apesar de nós o negarmos, Ele olha para nós cheio de misericórdia! Além disso, o Evangelho diz, logo em seguida, que Jesus era ofendido pelos soldados, que batiam no seu rosto e lhe davam bofetões e cusparadas, escarrando-lhe a face. A face de Cristo ofendida! Mas o rosto de Jesus recebeu uma outra grande ofensa, pior do que os bofetões e as cusparadas: foi a ofensa do beijo de Judas. Celebrando hoje a Sagrada Face, queremos reparar este beijo, beijar o rosto de Jesus e dizer: “Senhor, tende compaixão de mim, que vos ofendi e traí como vos traiu Judas, como vos traiu Pedro”. No entanto, como foi diferente a reação de um e outro! O mesmo rosto de Jesus, para Pedro, foi visto como rosto de misericórdia, e Pedro arrependeu-se; o mesmo rosto de Jesus, para Judas, foi visto como rosto de ira, e ele desesperou. Mas a face de Jesus é misericordiosa ou irada? Lembremos o que diz S. Agostinho no livro IV das Confissões: no fundo, é impossível afastar-se de Deus, porque, quando se foge dele, se foge do Deus de misericórdia para encontrar o Deus de ira e de justiça. O rosto de Jesus é sobretudo de misericórdia. Nós precisamos nos voltar para Ele e reparar as ofensas que fizemos. Somente assim estaremos nos preparando para viver corretamente a santa Quaresma, que está às portas. Sim, é tempo da conversão, é o tempo de misericórdia; mas, para isso, é preciso mudar o coração, com a atitude de fé e confiança de S. Pedro, que, saindo para fora, chorou amargamente. É a atitude com que precisamos entrar na Quaresma, arrependidos e confessados de nossos pecados.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Histórico das aparições de Nossa Senhora em Pellevoisin, França

Nossa Senhora, apareceu pela primeira vez na noite fria de 14 para 15 de Fevereiro de 1876, a uma jovem de 32 anos, a hoje serva de Deus Estelle Faguette, que possuía uma doença incurável. 

Resolve escrever uma carta com toda sua fé e fervor à Virgem Maria, pedindo a Ela que intercedesse junto ao seu Divino Filho pela sua cura, pois ela cuidava de seus pais idosos. 

A Virgem Maria responde à sua carta através de 15 Aparições de Fevereiro a 8 de Dezembro de 1876. Durante este período ela cura a serva de Deus Estelle e diz: 

“Eu vim especialmente para a conversão dos pecadores”. 

E lhe dá uma grande missão. Confia a ela a difusão do Escapulário Branco do Sagrado Coração de Jesus. Em 19 de Fevereiro de 1876, Estelle foi curada. 

Faleceu em odor de santidade no dia 23 de Agosto de 1929, em Pellevoisin, França, com 83 anos. Alguns anos mais tarde, o quarto onde ocorreram as Aparições à serva de Deus Estelle Faguette foi transformado em Capela.

RECONHECIMENTO DA IGREJA

Ainda em 1876, com licença eclesiástica, o quarto das Aparições foi transformado em oratório, e pouco depois em Capela. 

No ano seguinte foi erigida a Confraria da Mãe de Todas as Misericórdias, elevada à dignidade de Arquiconfraria em 1894, por Sua Santidade o Papa Leão XIII. O mesmo Papa ofereceu um círio à Capela das Aparições, concedendo indulgências aos peregrinos. 

Em 1904, o Cardeal Merry del Val, secretário de São Pio X ofereceu um livro recentemente publicado sobre as Aparições. O Pontífice enviou sua bênção em testemunho de sua acolhida favorável, e também recebeu a serva de Deus Estelle Faguette em Março de 1912. 

Em 1922, Sua Santidade o Papa Pio XI concedeu aos párocos de Pellevoisin o poder de impor o Escapulário do Sagrado Coração de Jesus (revelado na nona Aparição), bem como o de conceder indulgências. 

Em 1979, o Cardeal Ciappi OP, mestre do Palácio Apostólico, entregou a Sáo João Paulo II o livro sobre o centenário das Aparições. 

Em 1983, a comissão teológica que analisou os relatórios médicos a respeito da cura da serva de Deus Estelle Faguette, e concluiu seus trabalhos. O arcebispo de Bourges, Dom Paul Vignancour, com base nessas conclusões, reconheceu oficialmente o milagre, um grande milagre.

Em 10 de Junho de 2020, após reunião em videoconferência de todo episcopado francês, foi aberta a causa para beatificação da serva de Deus Estelle Faguette, vidente das Aparições de Nossa Senhora em Pellevoisin, na França, em 1876.

Nossa Senhora da Misericórdia de Pellevoisin, rogai por nós.

Serva de Deus Estelle Faguette, rogai por nós.

Fonte: Facebook Valdemar Oportet Ilum Regnare

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Precioso diálogo entre Jesus e Conchita González


Em 13 de fevereiro de 1966, Conchita González de Garabandal recebia uma locução interior de Jesus, lhe dizendo que Ele não a queria num convento, mas sim no mundo. O diálogo com Jesus é precioso.

Relata Conchita:

"No Domingo, 13 de Fevereiro de 1966, no momento de ação de graças após a comunhão, eu recebi uma enorme alegria, bem como um desapontamento! Eu ouvi a voz de Cristo dizer:

"Conchita, tu viestes para este colégio para te preparares para me seguires e seres uma irmã? Estás a dizer Conchita que não queres fazer a minha vontade? Muito bem, bem sei que é teu desejo fazer cumprir isto. No entanto, queres fazer isto o resto da tua vida? Eu escolhi-te para o Mundo, para que fizesses parte dele, para que possas fazer face aos seus problemas, que tu irás encontrar para a minha causa. Eu pretendo a tua santificação, e que possas oferecer isto para a salvação de todo o Mundo. Tens que falar ao Mundo de Maria. Lembra-te que da última vez que falamos tu me perguntastes se tu irias ser uma religiosa, e eu te disse, que encontrarás a cruz e sofrimento em todo o lado. Digo-te isto de novo.

Conchita, sentistes o meu chamamento para que te tornasses uma religiosa? Não, porque eu não te chamei para isso.

Conchita perguntou então: "Então que tipo de chamamento se tem quando se quer seguir por esse caminho?"

Jesus responde : "Não te preocupes, porque tu o nunca irás sentir."

Conchita diz: "Então tu não me amas ?

Jesus responde: "Conchita, tu perguntas-me isso? Cumpre a minha vontade e tu encontrarás o Meu amor. Examina-te bem a ti mesmo. Pensa mais nos outros. Não tenhas medo das tentações. Se tu tens fé no Meu amor, tu irás conseguir ultrapassar as grandes tentações que te esperam. Tenta ser inteligente, entender o que eu te disse numa forma espiritual. Não feches os olhos à tua alma... Ama a humildade e a simplicidade. Nunca penses que tudo o que estás a fazer é coisa grande. Pensa que naquilo que tiveres que fazer, não é para o mérito do Céu, mas sim para salvar o mundo, que é essa a Minha divina vontade. Cada alma que se prepare ela própria, cada alma que esteja disposta a ouvir-me, saberá qual é a minha vontade.

Conchita, Eu desejo dizer-te que desde este momento até ao milagre, pelos poucos que acreditarão em ti, inclusive a tua família.. Eu sou o único que quer tudo isto. Eu disse-te, para a tua santificação e pelo mundo para cumprir a mensagem. Quero avisar-te que na tua vida irá ser um sofrimento constante.

Não tenhas medo.Tu irás encontrar-me em sofrimento, a mim e a Maria que te amam muito."

Perguntei-lhe também se em Roma eu iria não ser acreditada. Jesus não responde. No entanto disse-me:

"Não te preocupes se és ou não acreditada. Eu sou o único que fará tudo, mas também te darei sofrimento. Eu estarei com todos aqueles que sofrem por mim."

Fonte: Apostolado de Garabandal

sábado, 13 de fevereiro de 2021

"[...] tu ficas cá mais algum tempo."


Em 13 de fevereiro de 2005, partia para o Céu a Serva de Deus Irmã Lúcia. A freira ficou conhecida como a pastorinha mais velha que teve as aparições de Nossa Senhora em Fátima. Os olhos que viram a Mãe de Deus hoje descansam. Lúcia agora vê a Senhora com os olhos espirituais, até a ressurreição no Juízo Final quando recuperará seus olhos físicos.

A Virgem revelou à pastorinha, em 13 de junho de 1917, que ela viveria mais tempo do que seus primos, Francisco e Jacinta:

"[...] tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração..."

Que a Serva de Deus Lúcia interceda por nós!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Memória de Nossa Senhora de Lourdes


Com grande alegria, celebramos hoje a memória da aparição da Virgem SS. em Lourdes, na França. O bem-aventurado Papa Pio IX tinha acabado de proclamar a Imaculada Conceição, e os Céus, confirmando o dogma, mandaram a própria Mãe de Deus aparecer em uma pobre gruta, que antes fora usada para apascentar porcos, a uma pobre pastorinha: “Eu sou a Imaculada Conceição”. A mensagem de Lourdes é muito simples. Enquanto as outras aparições de Nossa Senhora trazem mensagens mais difíceis de interpretar ou, por assim assim, um pouco inalcançáveis para as pessoas, a de Lourdes é um acontecimento para os humildes: Nossa Senhora aparece à pequena Bernadette Soubirous e diz: “Eu não te prometo felicidade aqui na Terra, mas irei te dar a felicidade no céu”. Essa promessa de Nossa Senhora é quase redundante, “supérflua”. Por quê? Porque a própria Bernadette dizia: “Uma vez que se viu Nossa Senhora, não há mais nada que atraia aqui na Terra. A única coisa que se quer é morrer para poder vê-la de novo no céu”. Ou seja: no céu, temos aquilo que nos dará plena felicidade. Nós, que não recebemos a graça de ver Nossa Senhora, podemos no entanto viver esse mistério na fé, sabendo, pelo testemunho dos santos e pelo que o próprio Cristo nos disse, que Deus prometeu preparar-nos um lugar, isto é, a felicidade eterna: “Vinde, eleitos, para a felicidade”! Nós sabemos, pela fé, que será assim; portanto, não devemos deixar-nos seduzir pelas belezas deste mundo, tão passageiras e caducas. Nossa Senhora veio nos visitar e trazer a beleza do céu. Ela não teve “nojo” de vir entre nós, pecadores que somos. Ela veio a uma velha gruta, a um lugar onde antes se apascentavam porcos, à nossa sujeira, para fazer brotar água límpida e cristalina, como se dissesse: “Vede: no meio da sujeira, surge a água límpida do Batismo”, o sacramento que nos abre a porta do céu. Vivamos concretamente a vida da Igreja, a vida, antes de tudo, dos sacramentos, renovando nossas promessas batismais, confessando-nos direito, comungando bem. Por meio disso, mantenhamos sempre os olhos voltados para o céu. Uma das coisas que mais desanimam as pessoas que estão na caminhada da fé e têm vida sacramental regular é exatamente o fato de, em meio às dificuldades deste mundo, acabarem se distraindo e esquecendo do céu. Sim, é preciso sempre, no confessionário, na direção espiritual, nas pregações etc., recordar-se e recordar-se, quase “a marteladas”, do céu! Celebrar a grande aparição de Nossa Senhora em Lourdes é recordar a felicidade do céu: a Virgem Maria, a Imaculada, veio visitar-nos! Enchamos pois o coração de esperança celeste! Não tem sido boa nossa vida aqui embaixo, com tantas dificuldades? Temos reveses? A cruz está pesando? Então não há problema: Nossa Senhora está conosco! Corações ao alto, voltados para o céu, cantando com alegria: “Com minha Mãe estarei na santa glória um dia: no céu triunfarei”!

Fonte: Padre Paulo Ricardo

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Festa da Apresentação do Senhor

Celebramos a festa da Apresentação do Senhor. Concretamente, estamos há 40 dias do Natal. Estava previsto na Lei que o primogênito, ou seja, o primeiro nascido de qualquer hebréia, seria circuncidado ao oitavo dia do nascimento; previa-se ainda que, 33 dias mais tarde, seria apresentado no Templo. Tudo isso para realizar duas coisas: primeiro, a purificação da mãe do derramamento de sangue no parto, o que nós sabemos que não aconteceu com Nossa Senhora; segundo, para oferecer um sacrifício em resgate do primogênito. Ora, José e Maria não precisavam cumprir a Lei porque Jesus não estava sob ela, mas a Família, obediente e humilde, foi a Jerusalém realizar o que previa a Lei. Ofereceram o pobre sacrifício de dois pombinhos, permitido aos que não tinham recursos para comprar um cordeiro, símbolo do que fora sacrificado no Egito para salvar do anjo da morte os primogênitos. É importante, durante esse Ano de S. José, olhar para o coração do Patriarca posto diante desses mistérios. De modo geral, quando meditamos a apresentação do Senhor, falamos muito sobre a Virgem Maria e a espada que iria lhe transpassar a alma, e sobre o profeta Simeão e suas palavras — “Agora, podeis deixar teu servo ir em paz”, enquanto S. José, como sempre, fica de fundo, silencioso. Ora, S. José, chefe da Sagrada Família, foi a Jerusalém oferecer e resgatar seu Filho adotivo. Na verdade, José, assim como a Virgem Maria, sabia perfeitamente que era Jesus quem viera oferecer o resgate. Simeão só lhes deixa as coisas mais claras. É por isso que lhes causa grande admiração ver confirmado o que já sabiam: que Cristo veio para morrer, que seu nascimento tinha na morte o seu propósito. As duas rolinhas oferecidas por José, oferta de sua pobreza, eram apenas uma lembrança do grande sacrifício que Jesus haveria de oferecer por nós. Por isso, a festa da noite de hoje, denominada “das candeias” (por causa das velas que abençoamos), une duas outras noites: a do Natal e a da Páscoa. O Menino há pouco nascido e hoje apresentado é o mesmo que será crucificado e morto. Quando Simeão diz à Virgem Maria que uma espada lhe transpassaria a alma, ele também estava se referindo a S. José. Por quê? Porque, embora não tenha participado da Paixão de Cristo nem estado presente aos pés da cruz, José muitas vezes viveu e meditou, junto com Maria em Nazaré, a expectativa do sacrifício do Senhor pela salvação da humanidade. Nossa Senhora não teve a alma transpassada pela espada somente no Calvário. Não, desde a profecia de Simeão a cruz era-lhe uma certeza constante: certeza de alegria pela salvação do universo — todos os homens seriam salvos por Jesus —, mas certeza de tristeza, por saber do peso e do custo do sacrifício daquele Inocente, do Cordeiro de Deus que tira o pecado mundo. Temos aqui uma luz: assim como José, nós tampouco estivemos aos pés da Cruz, mas, a exemplo do guardião do Salvador, devemos pôr-nos espiritual e misticamente no Calvário, para enxergar ali o amor com que Deus nos amou, feito homem para nos salvar e resgatar. Como fomos amados, mas quão alto preço o Amor teve de pagar por nós!

Fonte: Padre Paulo Ricardo

Fevereiro, mês da Sagrada Família


O segundo mês do ano é tradicionalmente dedicado à Sagrada Família. Neste Ano de São José, meditemos especialmente no seu papel de Chefe da Família mais santa de todas!