domingo, 28 de março de 2021

Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor - Início da Semana Santa

Hoje celebramos o Cristo que entra triunfante em Jerusalém, mas também ouvimos e meditamos a Paixão do Senhor. Que não sejamos como o povo de Jerusalém, que aclamou Jesus, para depois pedir sua crucificação. Sejamos fiéis.

quinta-feira, 25 de março de 2021

A Consagração do Mundo ao Coração de Maria

A 25 de Março de 1984, São João Paulo II, na Praça de São Pedro e em união com os bispos do mundo inteiro, invoca o fiat dito por Maria ao Anjo, no dia da Anunciação, e consagra ao seu Coração Imaculado todos os homens e povos do mundo inteiro. Fá-lo na presença da Imagem original de Nossa Senhora de Fátima, que convidou especialmente para estar em Roma neste dia memorável. “À vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus! Ao pronunciar esta antífona com que a Igreja de Cristo reza há séculos, encontramo-nos hoje diante de vós, ó Mãe, no ano jubilar da nossa Redenção. Ó Mãe dos homens e dos povos, vós que conheceis todos os sofrimentos e as suas esperanças, vós que sentis maternamente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, que abalam o mundo contemporâneo, acolher o nosso clamor, que movidos pelo Espírito Santo, elevamos diretamente ao vosso Coração: com o amor de Mãe e de Serva do Senhor, abraçai este nosso mundo humano, que vos confiamos e consagramos, cheios de inquietação pela sorte terrena e eterna dos homens e dos povos. De modo especial, vos entregamos e consagramos aqueles homens e aquelas nações que desta entrega e desta consagração particularmente têm necessidade”.

Fonte: Facebook Valdemar Oportet Ilum Regnare

Angelus

O Anjo do Senhor anunciou a Maria. 

R: e ela concebeu do Espírito Santo. 

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém 

Eis aqui a serva do Senhor. 
R: Faça-se em mim segundo a vossa palavra. 

...Ave Maria... 

e o Verbo se fez carne. 
R: E habitou entre nós. 

...Ave Maria... 

Rogai por nós, Santa Mãe de Deus. 
R: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. 

Oremos: 
Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações, para que, conhecendo, pela mensagem do Anjo, a encarnação do Cristo, vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição pela intercessão da Virgem Maria. Pelo mesmo Cristo, Senhor Nosso. Amém

Glória ao Pai (3x)

A grande contribuição de Nossa Senhora

Ninguém contribuiu nem contribuirá mais com a Salvação de Cristo do que a Virgem Maria. Ela consentiu que o Salvador entrasse no mundo. Assim quis Deus, vir por meio de Maria!


O ápice da História

É a Encarnação do Verbo Divino o ápice da História humana. Por Maria, nos veio o Divino Senhor, Filho verdadeiro de Deus e da Virgem! Rogai por nós São Gabriel Arcanjo e Santa Mãe de Deus!

Solenidade da Anunciação do Senhor

É uma grande alegria celebrar hoje a solenidade da Anunciação do Senhor! Estamos a nove meses do Natal. Celebramos o nascimento de Jesus em 25 de dezembro, nove meses do dia bendito em que Deus, lá do céu, enviou o arcanjo Gabriel para anunciar a Nossa Senhora a boa-nova. Que alegria, que felicidade essa notícia! Deus veio! Esse momento fora anunciado pelos profetas e esperado pelos Patriarcas. Jesus mesmo depois dirá no evangelho de S. João que “Abraão viu o meu dia e se alegrou”. O Filho de Deus, que existe desde todos os séculos — Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro — veio e quis amar-nos, quis derramar sobre nós a sua caridade divina, o seu amor infinito amando-nos com uma alma humana, com um Coração humano! Deus criou para si corpo e alma, uma natureza humana; Esse é o mistério que celebramos hoje, o mistério da Encarnação. Deus veio, já não estamos mais sozinhos, como diz a primeira leitura, tirada do profeta Isaías: Ele é “Emanuel, Deus conosco”. Deus está conosco, está presente entre nós, mas de uma forma diferente. Sim, Deus está presente em todos os lugares; sim, Deus já estava presente no coração dos justos antes de Cristo vir ao mundo, agora porém Deus está presente na nossa humanidade de outro modo, porque a humanidade de Cristo tornou-se o instrumento da nossa salvação. É nele e por Ele que somos salvos. Que beleza esse mistério! Por isso nós católicos nos prostramos e nos ajoelhamos para adorar o corpo humano, a alma humana, a natureza humana viva que está no sacrário. Ali não há somente um homem como nós, pois Ele é Deus — Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro. Que grande mistério, que maravilha! Ora, o primeiro sacrário — poderíamos até dizer: o único e verdadeiro — foi Nossa Senhora, que acolheu de Coração agraciado ao Deus que vem. Que beleza esse mistério! Poderíamos passar o tempo todo discorrendo sobre isso, delongando-nos bastante, mas aqui é a oração que nos há de conduzir a esses segredos do coração de Deus, sem o qual não iremos entender a grandeza do que estamos celebrando. Os anjos celebram conosco, o céu inteiro celebra conosco; na verdade, eles é que celebram de verdade, enquanto nós entramos quase como coadjuvantes, na tentativa de associar-nos aos coros angélicos e dos santos que clamam: “Deus conosco! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” No entanto, existe uma outra forma de celebrar mais dignamente a solenidade da Anunciação do Senhor, a saber: fazendo a vontade de Deus. É importante entendê-lo. Na segunda leitura, o autor da Carta aos Hebreus nos recorda que, quando o Filho de Deus se encarnou, Ele disse: “Eis que eu venho. Eis-me aqui”, como disse Nossa Senhora a S. Gabriel: “Eis aqui a serva do Senhor”. O Filho encarnado no ventre de Maria também está dizendo: “Eis-me aqui, eis que venho. Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade”. Desde o primeiro momento da existência de sua natureza humana, Cristo, no ventre de Nossa Senhora, já está dizendo: “Eu vim fazer vossa vontade”! Eis um Coração humano tão unido a Deus, que o seu alimento é fazer a vontade de quem o enviou! Para celebrarmos dignamente essa solenidade, é isso que precisamos fazer: conformar nossa vontade à de Deus. Na verdade, essa é a nossa missão, razão por que também nós podemos dizer com Jesus: “Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade”. Sim, viemos ao mundo para isso. Hoje porém as pessoas creem que a realização está em fazer o que se quer. Pergunte-se a um pai ou a uma mãe que profissão o filho deles escolheu, qual a sua vocação, o que ele pretende ser etc., e o que se ouvirá em resposta é: “Ah, ele quis fazer tal ou qual coisa, mas o importante é que ele está fazendo o que ele quer”... É o conceito de “autorrealização” do mundo moderno: o importante é fazer o que se quer; se o homem faz o que deseja, então ele é feliz. Isso é estúpido! Por quê? Porque isso supõe que eu, que não sou sábio, sei o que é bom para mim. Mas como? Por acaso eu sei o que é bom para mim? Ora, nós vamos ao médico por não sabermos nem o que é bom para o nosso corpo! É um médico quem nos tem de dizer se nossa alimentação está errada, se temos maus hábitos, se somos sedentários, se precisamos fazer exercício, evitar tal movimento, tomar aquele remédio… Se não sabemos nem o que é bom para o corpo, acaso vamos saber o que o é para a alma, para a nossa existência? É claro que não. Mas existe alguém que sabe. A Sabedoria encarnada. Ela veio, é Jesus, que pode dizer-nos qual é a vontade de Deus a nosso respeito. Ele é sábio, Ele sabe o que é bom para nós; Ele é bom, Ele quer o nosso bem e veio trazer-nos a graça de pegarmos nossa vontade própria, nossos caprichos, nossas veleidades, e renunciarmos a tudo isso, dizendo: “Farei o que o Senhor mandar”. Celebrar a Anunciação do Senhor é seguir o exemplo de Deus feito carne: “Eis que venho fazer a vossa vontade”, é seguir o exemplo de Nossa Senhora: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim conforme a tua palavra”. Viemos para fazer a vontade de Deus. É o que diz Nossa Senhora, é o que devemos fazer todos nós. Façamos, pois, um exame de consciência. Como temos vivido nossa vida? Fazemos apenas o que queremos? Não. Deus faz-nos um grande favor ao nos contrariar, negando-nos muitas vezes a oportunidade de fazermos o que queremos. Tenhamos horror de fazer o que queremos, porque devemos querer o que Ele quer que façamos. Alguém irá pensar: “Tudo bem, padre, mas isso está muito abstrato, muito fora do planeta. Afinal, como eu vou saber o que fazer? Devo ficar rezando, rezando, rezando até que Deus me revele o que quer de mim?” Na verdade, Deus já revelou o que quer: basta, por exemplo, seguir os Mandamentos. Quanta gente acha que a própria “autorrealização” está em desobedecer aos Mandamentos: na fornicação, no adultério, na idolatria, na bebedeira, nas festas, nas drogas, no sexo desregrado!… Não, renunciemos a isso e obedeçamos aos Mandamentos. Deus é bom, é sábio, sabe o que é bom para nós. Obedeçamos. Se obedecermos aos Mandamentos, nosso coração irá configurar-se aos poucos ao de Deus, então ficará mais claro o que Ele quer de nós em outras áreas, em outros campos. Estamos na Quaresma: renúncia e pequenos sacrifícios são formas de ir dobrando a própria vontade caprichosa, altiva, de criança mimada. Digamos: “Eis que eu venho para fazer a vontade de Deus porque esse é o meu bem”. Esse é o meu bem! Ele sabe o que é bom para nós; na verdade, é Ele o nosso Sumo Bem. Renunciar a si e fazer a vontade de Deus, eis aí a forma de celebrar dignamente, em espírito e verdade, o mistério da santa Anunciação do Senhor. — O Verbo se fez carne e habitou entre nós!

Fonte: Padre Paulo Ricardo

segunda-feira, 22 de março de 2021

A humildade e a castidade

“Pela hu­mildade é que se obtém a castidade.” (São Bernardo de Claraval) 

É preciso praticar mais a humildade. Segundo Cassiano, quem não é humilde, não pode ser casto. Não é raro que Deus castigue os orgulhosos, permitindo que caiam nalguma falta vergonhosa; tal foi a causa da queda de Davi, como ele próprio confessa: Pequei antes de ser humilhado. É pela humildade que se obtém a castidade, diz São Bernardo. E antes dele tinha dito Santo Agostinho: O guarda da pureza é o amor de Deus; mas é humildade a morada em que este guarda habita. — Segundo São João Clímaco, quem nos combates contra a carne quer vencer somente pela continência, assemelha-se ao náufrago que tentasse salvar-se, nadando com uma só mão. É necessário ajuntar a humildade à continência.

São José, homem humilde e casto, rogai por nós!

Fonte: A Selva, de Santo Afonso Maria de Ligório

Se queres ser como São José, sejas, antes de tudo, humilde!

Eu dificilmente falo sobre mim neste perfil, porém decidi abrir algumas situações ocorridas bem recentemente. Sou consagrado a Jesus por meio de São José. O método de consagração baseou-se no livro "Consagração a São José - as glórias de nosso pai espiritual", de autoria do Padre Donald Calloway. Me consagrei na solenidade de São José do ano passade e realizei a consagração por vontade de ser mais próximo e imitar o pai nutrício de Cristo. Tinha em mente, de maneira principal, a vontade de ser casto como o santo. No dia a seguir da consagração, vi no site do Padre Paulo Ricardo a frase de São Bernardo de Claraval: "Pela humildade é que se obtém a castidade." A imagem que ilustrava a frase não era de São José. Porém, senti que era uma mensagem do santo. No dia posterior, ocorreu algo que dificilmente acontece no site do padre, a mesma frase repetiu-se, porém, a imagem que estava de fundo era de São José (a mesma utilizada para esta postagem). Houve alegria pela confirmação da ação, discreta, mas eficaz, de São José! Então, passa-se o tempo, e o amor e carinho pelo santo aumentam. Sabia que ele seria uma grande ajuda para a vivência da castidade, porém, pensava menos acerca de sua contribuição para o crescimento de humildade. José foi um homem casto, mas a sua castidade e outras virtudes suas foram fortalecidas e mantidas por sua grande humildade. Ele sabia que Deus era sua força e sem o Senhor, "nada poderia fazer". Recentemente, solenidade de São José, em um ano josefino, por falta de confiança e humildade, procrastinei para confessar. Todavia "sabia" que São José, por ser meu pai espiritual e senhor, providenciaria minha confissão, para posteriormente comungar em seu grande dia, em um ano tão especial. Quis ser absolvido antes da missa solene, contei com o auxílio de duas moças, a quem lembro, que para uma delas, divulguei a consagração a São José e orgulhosamente dizia que queria comemorar o primeiro ano como consagrado comungando na missa. Porém, o padre não pôde me atender. Participei da missa triste por não poder comungar sacramentalmente (fiz espiritualmente), mas tinha "uma fézinha" de que conseguiria confessar depois da mesma e comungar extraordinariamente. Porque "imagina um filho consagrado de São José não comungar em seu dia!" Terminada a missa, fui confessar. Após a confissão, perguntei para o padre se poderia receber a comunhão de maneira extraordinária. Ele disse não haver problema, pois havia assistido a missa inteira, MAS, ele tinha mais uns compromissos e ficaria muito tarde, logo não poderia comungar. Entendi mas fiquei triste, pois era um consagrado de São José que não receberia a comunhão no dia dele, no ano dele! Vinha esta situação como uma prova de que, posso ser consagrado e tal, mas sou um filho amado como qualquer outro. Não sou especial e mais digno por isso. Voltei para casa refletindo sobre o que havia ocorrido, feliz de certa forma pela provação, porém o orgulho ainda estava (e provavelmente está) em mim. Refletia orgulhosamente o fato do evangelho do dia solene de São José ter sido a passagem que veio para mim na escuta da última reunião de núcleo do Grupo de Oração em que sirvo. No outro dia, em que a Reunião de Oração do grupo acontecia, queria ver a pregação que haveria de ser feita muito para ouvir o que iria ser falado da "passagem do evangelho que o filho consagrado de São José tinha recebido durante a reunião de núcleo". Não queria tanto pela reunião em si, mas para alimentar meu orgulho como "filho querido" de São José. Porém, acabei dormindo além da hora da reunião de oração, e perdi o horário da mesma. Veio uma frustração, mas percebi o recado: "Não sou mais que ninguém!". A passagem do evangelho que me veio era para os outros também, e não para alimentar meu orgulho. As graças que recebo como católico e filho de São José, são dons de Deus, para a maior glória dEle, e não minha! São para os outros, para ajudar na edificação dos irmãos! E tudo é mérito do Senhor. Não é porque sou consagrado a Jesus por meio de seus pais que mereço mimos e graças espirituais. Se quero, e se você quer, imitar a São José em suas virtudes, como a castidade, é necessário pedir e contribuir para o crescimento da humildade, que é a base de todas as outras virtudes! Como já vi escrito, de que adianta ser puro como um anjo, mas soberbo como um diabo? (Ainda a homilia do dia após a solenidade de São José relatava soberba, mais um tapa na cara 😅) Foi o orgulho que fez cair os anjos maus. Acredite, São José vai ajudar a quem pedir sua paternidade e auxílio! O recado do querido santo, comunicado ano passado, reverbera ainda hoje, e peço que o faça até o resto da vida!

Consagra-te à Maria e a José!

sexta-feira, 19 de março de 2021

Solenidade de São José

Com grande alegria celebramos hoje a solenidade de S. José, nosso pai e senhor. Neste ano a ele dedicado, o dia de São José deve comemorar-se com uma solenidade muito especial, porque Deus quer nos dar graças especiais por meio dele. É importante recordar que S. José não é mais um santo entre outros. É necessário lembrar que, dentro do projeto de salvação, S. José ocupa um lugar especialíssimo ao lado da Virgem Maria. Por quê? Porque ele foi eleito por Deus para participar da Encarnação do Filho. Mas como S. José participou da Encarnação? Afinal, todos sabemos que Jesus não é filho biológico dele, mas apenas da Virgem Maria. No entanto, no mesmo decreto divino em que decidiu salvar-nos pela encarnação de seu Filho, que assumiu uma humanidade como a nossa, corpo e alma, Deus pensou também como isso haveria de acontecer. Ou seja, na mesma decisão divina, em que decretou a Encarnação, mistério sublime, Deus escolheu a Virgem Maria para Mãe verdadeira e legítima de seu Filho, mas também S. José para esposo dela, a fim de proteger tanto a ela quanto a Jesus Cristo.

É preciso recordar isso, porque existe hoje uma “noção popular” — na qual muitas vezes se cai quando se leem superficialmente os evangelhos —, segundo a qual José teria entrado nos desígnios divinos apenas “de última hora”. Deus teria decidido tudo — seu Filho encarar-se-ia de uma Virgem imaculada chamada Maria, cujo consentimento pediria o arcanjo Gabriel... Tudo decidido, tudo feito, pronto, acabou! Mas, de repente, Deus se teria dado conta num segundo momento: “Ih! Esqueci-me de José. Agora vou ter de avisá-lo…”. É evidente que não foi assim. Por quê? Porque quando o anjo dirigiu-se a S. José em sonho, ele disse: “José, filho de Davi”. Atenção a essa frase: “José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria por tua esposa”. Isso quer dizer o seguinte: S. José fora profetizado, sim, porque “nascerá um rebento de Jessé”, ou seja, um filho de Davi, um descendente de Davi. O Messias será filho de Davi. É claro que, biologicamente falando, a Virgem SS., Nossa Senhora, é filha de Davi e que Jesus era filho de Davi através da Virgem Maria. No entanto, as genealogias dos evangelhos seguem a linha masculina, como era costume fazer; portanto, é S. José quem está profetizado. Por isso se lê que Jacó, gerou José, que era esposo de Maria, da qual nasceu Jesus Cristo. Jesus não nasceu de José, mas José é pai davídico de Nosso Senhor, é pai segundo a Lei e perante a sociedade, é aquele que garante que Jesus é filho de Davi.

Sendo assim, estamos aqui diante de três realidades grandemente misteriosas. Primeiro, temos o Filho Encarnado, o Filho eterno de Deus que se fez homem, dotado de uma alma humana, de um Coração de carne que ama de forma infinita. O Coração de Jesus é uma realidade sem termos de comparação. Em segundo, muito abaixo do Coração de Jesus, e muito acima de todos os outros santos, temos o Coração da Virgem Maria, Nossa Senhora. Por quê? Porque ela é a Imaculada Conceição, que, desde o primeiro momento de sua existência, foi enriquecida com uma plenitude de graça superior à graça de todos os anjos e todos os santos. E terceiro, bem abaixo do coração de Maria, mas ainda muito acima dos anjos e santos, temos o de S. José, que também fez parte do decreto divino da Encarnação.

De fato, Deus jamais entregaria seus dois maiores tesouros, Jesus e Maria, a um homem que não fosse perfeitíssimo e santíssimo. Se a missão de S. José era a de proteger os dois, então é claro que estamos falando de alguém muito santo. Não só isso. Dentro da Sagrada Família, Jesus não precisava obedecer nem a Maria nem a José; mas, por um desígnio divino de salvação, por bondade divina, Ele quis obedecer, quis obedecer ao que era chefe da casa. “José, levanta-te, pega a Mãe e o Menino e parte para o Egito” (Mt 2, 13). Ora, Deus não correria o risco de pôr como chefe, a quem seu Filho e a Mãe dele deveriam obedecer, um homem que não tivesse um coração plenamente conforme ao de Deus, isto é, com perfeição e santidade sublimes. Eis os três corações: de um lado, o Coração de Jesus; de outro, o de Maria; por fim, o coração de S. José.

Celebrar o ano de S. José é celebrar que Deus quer nos dar muitas graças através desse a quem chamamos pai e senhor, e assim nos referimos para honrar Nosso Senhor Jesus Cristo, que também o tratava como pai e lhe obedecia como senhor. No episódio de Jesus perdido e reencontrado no Templo, Maria diz: “Filho, teu pai e eu…”; ora, ela sabia que José não era pai biológico de Jesus, mas Jesus o tratava como tal. Quando Jesus volta para Nazaré, o evangelista S. Lucas diz: “E era-lhes submisso…”. Sim, Jesus chamava pai a São José e era-lhe submisso como a seu senhor. Ora, se Cristo mesmo o tratava assim, nós devemos tratá-lo da mesma forma. É por isso que acreditamos que podemos, e iremos, receber muitíssimas graças de S. José ao longo deste ano a ele dedicado. Por quê? Porque Jesus, que aqui na Terra acostumou-se a obedecer à vontade de Deus pela obediência a seu pai adotivo, mesmo no céu há de seguir esse mesmo “caminho de obediência”, como diz S. Teresa d’Ávila. Em outras palavras, quando José apresenta a Cristo a necessidade de algum devoto seu, Ele atende sem demora, porque gosta muito de atender aos pedidos de S. José!

Neste ano de S. José, devemos resgatar do esquecimento a devoção a ele. Em todas as igrejas da cristandade, encontra-se pelo menos um crucifixo e uma imagem de Nossa Senhora. Não há igreja nem casa católica que não tenha um crucifixo e uma imagem da Virgem. Mas, se S. José é tão especial, se são esses três corações os escolhidos por Deus para, durante trinta anos, preparar a nossa salvação, não podemos deixar S. José no esquecimento. Sejamos muitos devotos dele, muito confiantes no seu patrocínio porque Deus, repita-se, quer-nos dar muitas graças neste ano de S. José.

Que graças são essas? Podemos pedir muitas coisas, mas há duas que, com certeza, S. José quer dar a todos. A primeira delas é a pureza. Aquele lírio que vemos S. José carregar em suas imagens não é um enfeite, mas expressão de seu coração virginal e puro. S. José quer nos dar a graça da pureza, de uma pureza esmerada. Caprichemos neste ano! Queiramos mesmo a pureza de coração! Peçamo-la a S. José! Ele quer nos dar esse dom, porque também quer nos dar uma segunda graça: o dom da vida interior e contemplativa, vida de quem está unido a Jesus como estiveram José e Maria na casa de Nazaré. Deus quer nos dar o dom da vida interior, da intimidade com Ele, intimidade com o próprio Deus, e S. José é mestre nessa arte, como nos recorda S. Teresa d’Ávila, que chega a chamar-lhe “mestre de vida interior”.

Sim, quem deseja progredir na oração e na vida espiritual, peça-o a São José, pois ele quer dar essa graça. Juntando essas duas graças que S. José quer-nos dar, a da pureza e a da vida interior, podemos lembrar uma frase dita pelo próprio Senhor: “Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus” (Mt 5, 8). A pureza de coração leva a ver a Deus! É o que São José mais nos quer dar, essas duas coisas: uma castidade extraordinária, cândida; a alegria de vermos a Deus aqui neste mundo pela fé, uma fé que vai crescendo (é a vida interior), até dar o fruto do amor; e, no céu, a visão face a face, pela qual veremos não só a glória de Deus e do Filho encarnado, mas também quem são, verdadeiramente, a Virgem Maria e S. José, dois astros luminosos que espantam os anjos e todos os santos com sua grandeza. — Que S. José venha em nosso socorro e nos conceda, aumentando-nos a devoção a ele, a confiança de que receberemos das mãos deles esses dons, essas pérolas preciosas que são a pureza e a vida contemplativa.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quarta-feira, 3 de março de 2021

segunda-feira, 1 de março de 2021

Março, mês de São José


O mês de março é dedicado a São José, pai nutrício de Jesus! Neste ano dedicado ao maior santo depois de Maria, honremos José de modo especial, sobretudo em seu mês! Rogai por nós São José, para que sejamos dignos das promessas de Cristo!