terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Festa da Sagrada Face de Jesus


Concede-nos hoje a Santa Igreja a possibilidade de celebrarmos a Festa da Sagrada Face de Jesus Cristo, devoção muito associada a Santa Teresinha, mas vinculada ainda mais intimamente à mística italiana Maria Pierina (1890–1945), beatificada em maio de 2010 e responsável por popularizar o uso de uma medalha com a imagem do Santo Sudário. A devoção à Sagrada Face de Nosso Senhor não difere substancialmente da devoção à Paixão de Cristo e tem, no fundo, a mesma finalidade que a devoção ao Sagrado Coração: reparar as ofensas contra o amor divino e, de modo particular, as que de tantas formas lançamos ao rosto adorável de Jesus, repetindo assim o mesmo gesto traidor com que Judas O indicou a seus inimigos. É preciso advertir, no entanto, que a necessidade de reparar os pecados, nossos e alheios, não nasce de uma imperfeição da misericórdia divina, como se Deus fora um ressentido, mas das carências do nosso amor. Deus, com efeito, não precisa da nossa reparação, mas nós, sim, temos necessidade dela. Deus pode muito bem nos perdoar, se O procuramos arrependidos; mas nós não nos podemos arrepender deveras e O amar de coração se não sentirmos a urgência de compensar, na medida do possível, os gestos, palavras, ações etc. com que Lhe ferimos a honra e negamos a obediência, a sujeição, o respeito, a reverência, o amor e a piedade a que Ele tem pleno direito. Deus quer, sim, que reparemos os pecados, porque é algo não apenas justo, mas muito conforme ao nosso modo humano de expressar e crescer no amor. Pelo muito que temos ofendido a Nosso Senhor; pelo muito que Ele, neste próximo Carnaval, por certo há de ser ofendido com tantas impurezas, com tantas blasfêmias, com tanta imoderação, com tanto escândalo à juventude, pelo muito, enfim, que temos deixado de amá-lO, reparemos sempre os pecados dos homens, sabendo que a Face amorosíssima de Cristo, se chora pelos ultrajes de que é vítima, chora ainda mais pelo triste fim que espera os que não se arrependem nem querem se arrepender deles.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

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