domingo, 8 de setembro de 2019

Festa da Natividade de Nossa Senhora


Alguém poderia perguntar-se hoje, festa da Natividade de Nossa Senhora, por que a Igreja não celebra com maiores homenagens o nascimento da Virgem Mãe. Afinal, se a Natividade de São João Batista merece, aos olhos da Igreja, o grau de solenidade litúrgica, por que então a Natividade de Maria, que é sem dúvidas e sob todos os aspectos muito maior do que o Precursor de Cristo, não passa de uma simples festa como outra qualquer? A razão é que, mais do que o nascimento físico(fenômeno natural e universalíssimo), a Igreja sabe que o fato mais importante na vinda ao mundo da Mãe de Deus é a sua Imaculada Conceição. É por isso que todos os anos, no dia 8 de dezembro, comemoramos solenemente este grandíssimo mistério, pelo qual a Virgem Maria, desde o primeiro instante de sua concepção no ventre de Sant’Ana, foi preservada imune de toda mancha de pecado, tendo permanecido assim, sem culpa nem imperfeição de qualquer sorte, até o fim do curso de sua vida terrena. A ela, antes mesmo de nascer, foi dada mais graça do que têm, juntos, todos os anjos e bem-aventurados do céu, do que todos os santos e almas piedosas da terra. Eis porque o seu nascimento tem uma importância relativa, até menor, em certo sentido, do que o milagre da graça que o precedeu. É também por isso que o nosso aniversário de Batismo, data em que fomos purificados do pecado original e introduzidos na vida divina, deveria ser para nós um dia de muito maior alegria do que o nosso aniversário civil. De fato, como entoa o precônio pascal, de que nos adiantaria ter nascido se não houvéssemos sido redimidos? De que nos valeria, enfim, esta vida mortal, se ao cabo dela fôssemos privados da glória imortal do paraíso celeste? Hoje, contemplamos a entrada no mundo daquela que, como vaso puríssimo de eleição, foi preparada desde todo o sempre para gerar e dar à luz Aquele que daria sentido e valor à nossa vida terrena, ordenando-a a um fim mais alto do que podem sequer imaginar nossos mais sublimes desejos. Que o nosso coração saiba, pois, alegrar-se ao contemplar todos esses mistérios marianos, que não são mais do que um sinal claro de como, por meio da Virgem Santíssima, Deus nos ama e quer nos transformar em criaturas perfeitas, filhos dignos de entrar na sua herança eterna.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

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