domingo, 19 de agosto de 2018

Quarta aparição de Nossa Senhora em Fátima - 19 de Agosto de 1917


Conta Irmã Lucia:

A aparição foi no domingo, em 19 de Agosto de 1917 ao cair da tarde..

Andando com as ovelhas na companhia de Francisco e seu irmão João, num lugar chamado Valinhos e sentido que alguma coisa de sobrenatural se aproximava e nos envolvia, suspeitando que Nossa Senhora nos viesse a aparecer e tendo pena que a Jacinta ficasse sem A ver, pedimos a seu irmão João que a fosse chamar. Como ele não queria ir, ofereci-lhe para isso dois vinténs e lá foi a correr.

Entretanto, vi com o Francisco, o reflexo da luz a que chamávamos relâmpago; e chegada a Jacinta, vimos Nossa Senhora sobre uma carrasqueira.

 - Que é que Vossemecê me quer?

- Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês farei o milagre para que todos acreditem.

- Que é que Vossemecê quer que se faça ao dinheiro que o povo deixa na Cova da Iria?

- Façam dois andores: um, leva-lo tu com a Jacinta e mais duas meninas vestidas de branco; o outro que o leve o Francisco com mais três meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário e o que sobrar é para a ajuda duma capela que hão de mandar fazer.

- Queria pedir-lhe a cura de alguns doentes.

- Sim, alguns curarei durante o ano.

E tomando um aspecto mais triste:

- Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno, por não haver quem se sacrifique e peça por elas.

E como de costume, começou a elevar-se em direção ao nascente.

A aparição nos Valinhos foi para o Francisco de dobrada alegria. Sentia-se torturado pelo receio de que Ela não voltasse. Depois dizia:

- De certo não nos apareceu no dia 13 para não ir a casa do Sr. Administrador, talvez por ele ser tão mau.

Em seguida, como a irmã disse que queria ficar ali o resto da tarde:

- Não! Tu tens que ir embora, porque a mãe hoje não te deixou vir com as ovelhas.

E para animar, foi acompanhá-la à casa.

O tempo todo as três crianças dedicavam à oração e a imaginar que mortificações poderiam praticar pela conversão dos pecadores. No mês de agosto, de maior seca, chegaram a ficar nove dias sem beber água. Em lugar de comer as frutas doces que os pais lhes davam, comiam ervas do campo e pinhas verdes. Tendo encontrado uma corda áspera no caminho para Aljustrel, os três a repartiram para usar na cintura como um silício, dia e noite.

Eram claros os sinais de que essas penitências agradavam a Deus. Particularmente, Jacinta agora era mais paciente, carinhosa, e aberta aos sofrimentos. Teve muitas visões sobre coisas futuras. Certo dia rezou três Ave-Marias por uma mulher muito doente, e todos os sintomas da doença desapareceram. Por outra mulher, que os injuriava chamando-as de impostoras e mentirosas, Jacinta pediu que os três fizessem muitas penitências para que se convertesse; e de fato, nunca mais a ouviram dizer uma palavra menos bondosa.

Fonte: Últimas e derradeiras graças

Nenhum comentário:

Postar um comentário