quarta-feira, 1 de novembro de 2017

O culto à Deus, Virgem Maria e os santos

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A devoção mariana é parte intrínseca do culto cristão. A Santíssima Virgem é com razão venerada pelos católicos com um culto especial. A Igreja distingue claramente três tipos de culto:

1. culto de latria
 (grego: “latreuo”) quer dizer adorar

2. culto de dulia (grego: “douleuo”) quer dizer honra, venerar

3. culto de hiperdulia
 (grego: hyper, acima de; douleuo, honra) ou acima do culto de honra, sem atingir o culto de adoração


O culto da latria (adoração) é único para Deus. Só Deus pode ser adorado e só Cristo, Deus feito homem, ele é o Salvador. O próprio Cristo nos disse: “Adore o Senhor, teu Deus, e só você deve adorá-Lo” (Mt 4, 10). A adoração ao Santíssimo Sacramento teve um marco importante ao ser instituída a Festa de Corpus Christi por Urbano VI.

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O culto de dulia (veneração): é devido aos santos(as), às pessoas cujo heroísmo comprovado no exercício das virtudes cristãs da Igreja nos coloca como um exemplo a seguir sendo enviados ao altar. O Patriarca São José é considerado o primeiro dos santos, sendo ensinado o culto de protodulia. São José é proclamado patrono universal da Igreja pelo Papa Pio IX em 1870.


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Sem dúvida, a origem do culto aos santos se deve à profunda e exemplar influência dos mártires. Deles celebram-se seus dies natalis, ou seja, o dia em que nascem por toda a eternidade, o dia de seus martírios. Desde o Sec. IV, o catálogo dos mártires (Martirológio) foi se incrementando e seus dias são comemorados para recordar e celebrar a Eucaristia. Desde os primeiros martírios do Sec V, que esses catálogos começaram a ser feitos. O primeiro conhecido é chamado jeronimiano, por volta do ano 431. As relíquias de santos passaram a ser veneradas, templos foram construídos em locais onde eles sofreram o martírio e o costume de colocar as relíquias sob o altar foi estabelecido. Mais tarde, confessores, virgens, monges e as pessoas que, por aclamação, são consideradas santas foram adicionados. Só em 993 se teve o primeiro santo canonizado pelo Papa João XV (trata-se de Santo Ulrico, bispo de Augsburg). Começou assim a centralização do Vaticano neste assunto, que culmina quando Sisto V cria em 1588 a Congregação dos Ritos. Paulo VI dividiu a Congregação dos Ritos em duas: a Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Sagrada Constituição para as Causas dos Santos, que está atualmente no comando dos registros para a beatificação e canonização. No entanto, ainda hoje o povo continua dando aura de santidade para pessoas que consideram santos. O Martirológio Romano cataloga todos os santos realmente reconhecidos pela Igreja.

As celebrações de santos que a Igreja considera mais importantes são a de São José, já referido, a de João Batista, a de Todos os Santos e a dos Apóstolos Pedro e Paulo, como a base a fundação apostólica da nossa fé. A celebração de São José Operário permaneceu como memória livre para as associações cristãs de trabalhadores.

Hoje em dia, embora a “teologia progressista seja relutante em relação à veneração dos santos porque confunde a adoração de Deus” (Carlos Ros: Santos del Pueblo), vivemos em uma época de certo aumento no culto aos santos, que teve o seu apogeu na Idade Média, sem dúvida. O Vaticano determinou em relação a esse culto o seguinte: “Que as festas dos Santos não prevaleçam sobre os feriados comemorativos próprios dos mistérios da salvação, deve ser deixado a comemoração de muitos deles às Igrejas individuais, nações ou famílias religiosas, que se estendem a toda a Igreja só aqueles que se recordam santos de importância verdadeiramente universal” (SC.111). Para selecionar esses santos de significado universal deve se ter em conta os Doutores da Igreja, pontífices romanos, romanos e não romanos mártires e santos não mártires.

O culto da hiperdulia:
 é o culto especial devido a Maria Santíssima, como Mãe de Deus. É exclusivo à Ela e nasce da necessidade de colocar o culto à Virgem em uma posição privilegiada, acima dos santos, mas sem alcançar o limite, a latria.


A partir do Concílio de Éfeso, houve uma linha divisória entre o antes e o depois da devoção mariana, pois foi reconhecida a maternidade divina de Maria. Mais tarde o Concílio Vaticano II vem afirmar, na Constituição Lumen Gentium: “A Virgem Maria, que na Anunciação do anjo, recebeu o Verbo de Deus no coração e no corpo e trouxe ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor” (n. 53). Acrescenta ainda: “Unida a Cristo por um vínculo estreito e indissolúvel, é dotada da missão sublime e da dignidade de ser Mãe do Filho de Deus, e, por isso, filha predileta do Pai e sacrário do Espírito Santo. Por este dom de graça exímia supera de muito todas as outras criaturas, celestes e terrestres” (LG 53).

Foi o Papa Paulo VI quem, na Marialis Cultus, remodelou as celebrações dedicadas à Virgem passando a considerar como partes tanto na Anunciação como da Apresentação do Senhor (Candelária), mudando em vez da festa da maternidade divina de Maria a da Circuncisão do Senhor e suprimindo memórias menores ou devocionais.

Esta reforma de Paulo VI (que foi acusada de “antimariana” pelos conservadores) e o enriquecimento que veio da nova coleção de Missas da Santa Virgem Maria (Decreto de 15 de agosto de 1986) com o seu correspondente lecionário de 1987 (contém até 46 formulários de missas), que podemos considerar como a contribuição de um Papa mariano por excelência como foi João Paulo II, deixou o culto da Virgem agora bem estabelecido e em seu justo lugar.

“O culto da bem-aventurada Virgem Maria tem a sua suprema razão de ser na insondável e livre vontade de Deus, que, sendo a eterna e divina Caridade (cf.1Jo 4,7-8.16), realiza todas as coisas segundo um plano de amor: amou-a e fez-lhe grandes coisas (cf. Lc 1,49), amou-a por causa de si mesmo e por causa de nós e, deu-a a si mesmo e no-la deu a nós.” (MC 56)

Fonte: http://www.a12.com/academia/catequese/sobre-latria-dulia-e-hiperdulia

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