quinta-feira, 14 de setembro de 2017

14 de Setembro - Festa da Exaltação da Santa Cruz

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Vemos na Cruz de Cristo duas realidades contrastantes. De um lado, o crime nefando do deicídio, a morte crudelíssima do Homem-Deus; de outro, a caridade infinita com que o Pai, entregando-nos o seu Filho unigênito, quis libertar-nos do pecado e tirar-nos da miséria que nos levou a assassinar o nosso próprio Redentor. É este último mistério de amor, tremendo e oculto à nossa pobre inteligência, o que hoje veneramos, Festa da Exaltação da Santa Cruz, donde pendeu entre dores terríveis a nossa Salvação.


Celebramos hoje a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Por isso, precisamos ter em mente, antes de tudo, que na Cruz de Cristo estão presentes duas realidades, das quais só uma constitui o objeto próprio dessa comemoração. Por um lado, o que vemos na Cruz do Senhor é um crime terrível, o crime do deicídio, perpetrado por aqueles judeus furiosos — e com eles toda a humanidade pecadora — que há dois mil anos fizeram de tudo para calar a Palavra encarnada. Este mistério tremendo, é claro, não é nem poderia ser o que a Igreja hoje venera e festeja. Sucede, porém, que Deus dispôs em sua sapientíssima Providência que do maior pecado que poderíamos cometer, o ignominioso assassinato de seu Filho bem-amado, viria a maior de todas as bênçãos: a salvação e as graças superabundantes que escorrem, como seiva de vida, das chagas gloriosas do Redentor. Daí, pois, que na Cruz de Cristo tenhamos, por outro lado, a expressão de um amor infinito.
É nas palavras da consagração eucarística, pronunciadas pelo Senhor na ceia de sua última Páscoa, que o mistério da Cruz é expresso com clareza: "Tomai e comei, isto é o meu corpo [...] Bebei dele", do cálice da Nova e eterna Aliança, "porque isto é o meu sangue [...], derramado por muitos homens em remissão dos pecados" (Mt 26, 27s). Com efeito, Deus "amou tanto o mundo", diz-nos hoje o evangelista São João, "que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna". Ora, se é o amor de Cristo, presente agora de forma incruenta na Missa, o que veneramos e exaltamos ao, prostrados em adoração, festejarmos sua Santa Cruz, então é claro que não podemos voltar criminosamente a crucificá-lO em nosso coração, fazendo-nos escravos do pecado, do qual Ele nos veio libertar. Com a alma transbordante de alegria por nos sabermos amados com tão grande amor, façamos o firme propósito de evitar por todos os meios o pecado, que levou Nosso amantíssimo Senhor a pregar-se num madeiro, a fim de que, entre dores lancinantes, brotassem de suas chagas as delícias de caridade que gozaremos em plenitude no Reino que Ele mesmo nos franqueou.


Fonte: Padre Paulo Ricardo

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