quinta-feira, 30 de abril de 2020

Nossa Senhora, Mãe da Eucaristia


Em Maria encontramos o primeiro tabernáculo, que Jesus habitou por nove meses

Maria, de modo especial, é o templo de Deus por excelência, ela é a Arca da Aliança. Ela trouxe em seu seio imaculado, o próprio Filho de Deus. De tal forma amou o Pai e guardou as palavras do seu Filho que, o Filho e o Pai vieram a ela e nela fizeram sua morada. Ao concebermos Maria como habitação do Sagrado, compreendemos o quanto Deus nos ama, apesar de nossa condição frágil.

É impossível nos aproximarmos de Maria sem nos aproximarmos de Jesus. Maria nos leva a Cristo. Junto de Maria somos banhados pela luz do Espírito Santo que a cumulou de graça. Em toda a Sagrada Escritura não há mulher que tenha sido agraciada dessa maneira a ponto de ter sido convidada para ser a mãe do Filho de Deus. São Lucas nos relata: “O Altíssimo te cobrirá com sua sombra” (Lc 1, 34). Aqui, o evangelista nos apresenta Maria como uma nova tenda do encontro de Deus com a humanidade. Coberta pela sombra do Altíssimo, Maria se torna o santuário onde Jesus toma imagem visível.

Em Maria encontramos o primeiro tabernáculo que Jesus habitou por nove meses. Em Maria, Deus encarnado visita seu povo. Entre todos os santos, a santíssima Virgem Maria resplandece como modelo de santidade e de espiritualidade eucarística. Maria está de tal modo, ligada ao mistério eucarístico que mereceu que o Papa João Paulo II a chamasse de “Mulher Eucarística”. Ela viveu este espírito eucarístico antes que o Sacramento da Eucaristia fosse instituído por Jesus, isto pelo fato de ter oferecido seu seio virginal à encarnação do Verbo de Deus. Logo após o nascimento de Jesus, ela realizou um gesto puramente eucarístico e ao mesmo tempo, eclesial: apresentou o Menino Jesus aos pastores, aos magos e ao sumo-sacerdote no templo em Jerusalém; o fruto bendito de seu ventre  apresenta-o ao povo de Deus e aos gentios para que o adorassem e o reconhecessem como o Messias, o próprio Filho de Deus.

Para ser como Maria, Mulher Eucarística, devemos transformar a nossa vida que deve ser toda ela eucarística. O livro dos Atos dos Apóstolos nos refere que, após a ascensão do Senhor ao céu, os apóstolos voltaram de novo ao Cenáculo, onde costumavam se reunir (At 1, 12-13).  A Mãe de Jesus estava ali presente no seio da Igreja. Lucas, o autor dos Atos, não poderia deixar de anotar esse fato: Maria está presente no instante em que vai resplandecer a Igreja. A Mãe de Jesus, que estava com os apóstolos no desabrochar da Igreja no dia de Pentecostes, continuava no meio deles, participando da fração do pão. A Eucaristia, que por assim dizer, viera dela, que tem com ela relação e origem, era seu alimento de cristã, que caminhava com a Igreja.

Igreja e Eucaristia são inseparáveis. Não há Igreja sem Eucaristia, porque não há Igreja sem sacrifício de Jesus que se renova, como não há Igreja sem encarnação de Jesus que se prolonga no tempo. A peregrinação da Igreja se faz com a Eucaristia e pela Eucaristia, e com Maria, assunta ao céu,  isto é, inseparável da mediação de Maria no céu.

O teólogo René Laurentin, resume assim a participação de Maria Santíssima na Eucaristia:

1º) A participação de Maria no mistério da Eucaristia corresponde, em primeiro lugar à participação que ela teve na Encarnação do Verbo de Deus. O Corpo que recebemos na Hóstia é o mesmo corpo daquele que nasceu de Maria. Esse corpo, nascido de uma mulher é o Corpo de Deus!

2º) A participação de Maria no mistério do Santo Sacrifício corresponde à sua participação no sacrifício da cruz. A presença de Maria junto à Missa corresponde à sua presença no Calvário. Como consequência, é certa a universal intercessão de Maria junto ao Santo Sacrifício, a Missa.

3º) As ligações de Maria com a Eucaristia se prendem, enfim, ao fato de que a Mãe de Deus participou na fração do pão na Igreja de Pentecostes. Ela é o modelo mais perfeito e mais concreto da comunhão do Corpo de Cristo.

4º) A Igreja, povo de Deus que está a caminho, vive da Eucaristia e pela Eucaristia, fruto do seio virginal de Maria e estritamente unida à sua oblação materna no Calvário. Por isso, é impossível separar o culto da Eucaristia do culto de Maria.

Cada vez mais devemos enfatizar na caminhada de fé do povo de Deus estes dois mistérios vitais para a Igreja: Cristo Eucarístico e sua Mãe medianeira junto da Eucaristia.

Em suas aparições em Garabandal, Nossa Senhora enfatiza a importância da visita à Jesus Eucarístico, falando para uma das meninas:

"Conchita, por que não vais frequentemente visitar o Meu Filho no Santíssimo Sacramento? Por que te deixas levar pela preguiça e não vais visitar quem está à tua espera noite e dia?"

Fonte: Aleteia

Nossa Senhora em Medjugorje e o Espírito Santo



A Virgem Maria, como Esposa do Espírito Santo, é dotada de todos os Seus Dons no mais alto nível. Do Paráclito, a Imaculada concebeu a humanidade do Verbo Divino, e tornou-se a mais alta e excelsa das criaturas. Em suas aparições em Medjugorje, Nossa Senhora assinalou a importância fundamental do Espírito Santo, que santifica e edifica a Igreja de Cristo. Ele torna possível a santidade ao homem decaído, e, ninguém melhor para divulgá-Lo do que a criatura que mais O honrou, a ponto de tornar-se Sua Esposa. Eis algumas mensagens:

“Durante a novena de Pentecostes rezai e jejuai o quanto mais vos é possível a fim de que o Espírito Santo se difunda na Igreja. Além da sexta-feira, jejuai em mais um outro dia da semana em honra ao Espírito Santo.” (15 de maio de 1983)

“Consagrai-vos ao meu Coração Imaculado. Abandonai-vos totalmente a mim e eu os protegerei e rezarei ao Espírito Santo para que ele se derrame sobre vós. Invocai-o também vós.” (2 de agosto de 1983)

“Meus queridos filhos sacerdotes, tentai difundir a fé o mais possível. O importante é rezar ao Espírito Santo para que Ele desça sobre vós. Possuindo-o se tem tudo." (20 de outubro de 1983)

“O povo se engana quando se dirige unicamente aos santos para pedir qualquer coisa. O importante é rezar ao Espírito Santo para que desça sobre vós. Possuindo-o se tem tudo.” (21 de outubro de 1983)

Nas Sagradas Escrituras, o Divino Espírito fala de Sua Fidelíssima Esposa em Cântico dos Cânticos 6,8-10:

"Há sessenta rainhas, oitenta concubinas, e inumeráveis jovens mulheres, uma, porém, é a minha pomba, uma só a minha perfeita, ela é a única de sua mãe, a predileta daquela que a deu à luz. Ao vê-la, as donzelas proclamam-na bem-aventurada, rainhas e concubinas a louvam. Quem é esta que surge como a aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, temível como um exército em ordem de batalha?"

Que através da poderosa intercessão da Virgem Maria, o Espírito Santo desça sobre nós e nos santifique!

Fonte: Medjugorje Brasil

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Santa Catarina de Siena, a voz profética de Deus


Nascida em Siena, na Itália, por volta de 1347, "Catarina ouvira o chamamento de Deus desde a mais tenra infância, numa idade em que, normalmente, só se pensa em brincar". Passava sua infância aproveitando o silêncio e a solidão de sua casa para rezar e, em segredo, flagelar seus ombros com uma corda, por amor a Deus.

"O desejo de isolamento e as lendas dos padres do deserto, que tanto lhe ocupavam a imaginação, levaram-na a sonhar com um gruta solitária onde pudesse esconder-se para entreter-se exclusivamente com Deus". De fato, um dia, cruzando o portão de sua cidade, Catarina saiu à procura de uma dessas grutas onde se escondiam os eremitas. Achando uma, entrou e, pondo-se de joelhos, rezou fervorosamente. Nessa experiência, aconteceu-lhe de "ser levantada do solo e flutuar livremente sob a abóbada". A humilde criança, "temendo tratar-se de uma tentação do diabo para impedi-la de rezar, redobrou de ardor e de firmeza na oração".

A pequena Catarina não se preocupava com as coisas com que normalmente dispendiam seus familiares. Ainda com sete anos, ansiando entregar-se exclusivamente a Deus, sem nenhuma ligação com o mundo aborrecedor dos homens, Catarina suplicou à Virgem Maria que a conservasse casta, a fim de tornar-se esposa de Jesus. "Amo-O com toda minha alma – dizia a Nossa Senhora – e prometo a Ele e a Ti jamais aceitar outro esposo".

Para fugir de seus pais, que queriam vê-la casada, Catarina cortou sua longa cabeleira, sem lhes dizer uma palavra. Para castigá-la, a mãe impediu-a de ter um quarto próprio, pondo-a para viver com o irmão Stefano. Mas nem isso a podia afastar de seu Bem-Amado. "Durante o dia, enquanto Stefano se atarefava no porão diante dos caldeirões da tinturaria, Catarina tinha o aposento só para ela; e à noite Stefano dormia como uma pedra, sem se aperceber das longas vigílias que a irmã passava em oração, a mil léguas deste mundo terrestre". Mais tarde, depois de uma experiente vida de oração, Catarina aconselhava aos seus filhos: "Construí uma cela no fundo de vossa alma e de lá não vos afasteis mais". Parecia prefigurar a bela analogia feita por Santa Teresa de Ávila, ao comparar a alma a um castelo em cujo centro está Jesus.

Visitada em sonho por São Domingos de Gusmão, Catarina tomou a firme resolução de tornar-se "mantelata" – como eram chamadas as leigas da ordem dominicana. Quando comunicou a decisão aos familiares, as reações foram as mais negativas possíveis. O seu virtuoso pai, no entanto, acalmou a todos, com maturidade: "Deixem-na inteiramente livre para servir a seu Esposo e rezar assiduamente por nós. Jamais teríamos sido capazes de proporcionar-lhe tão gloriosa aliança. Não nos lamentemos, pois, se, ao invés de tomar por esposo um homem mortal, ela se entregar ao Deus feito homem, que é eterno".

Voltando a ter um quarto só para si, Catarina entregou-se com assiduidade à vida de penitência. Consciente de que, como ela mesma escreveu mais tarde, "a satisfação se dá pelo amor, pelo arrependimento e pelo desprezo do pecado" e que "os gestos finitos são insuficientes para punir ou satisfazer, sem a força da caridade", unia às suas severas mortificações corporais e a seus rigorosos jejuns um amor filial a Jesus.

Admitida, então, na Ordem Terceira de São Domingos, não demorou muito para que sua vida de virtudes atraísse as pessoas à sua volta. Em torno dela, nota o Papa Bento XVI, "foi-se constituindo uma verdadeira família espiritual. Tratava-se de pessoas fascinadas pela respeitabilidade moral desta jovem mulher de elevadíssimo nível de vida, e por vezes impressionadas também pelos fenômenos místicos aos quais assistiam, como os frequentes êxtases. Muitos se puseram ao seu serviço e sobretudo consideraram um privilégio ser orientados espiritualmente por Catarina". Daniel-Rops ainda faz notar que, "nesse núcleo de cristãos autênticos, lia-se a Divina Comédia, meditavam-se os místicos e perscrutavam-se os artigos da Suma de São Tomás de Aquino". Todos carinhosamente chamavam Catarina de "dolcissima mamma", pois se consideravam seus filhos espirituais.

Ao lado de uma sólida vida interior, Santa Catarina de Siena desempenhou um papel fundamental na história da Igreja, ao pedir ao Papa Gregório XI o fim do terrível "grande cisma do Ocidente". Ela exortou o Sumo Pontífice a sair do exílio em Avignon e voltar para Roma, a fim de devolver a unidade ao povo católico. Fê-lo por amor à Igreja, ao Papa – a quem chamava de "doce Cristo na terra" – e aos sacerdotes – que ela tinha em altíssima conta, mesmo consciente de suas faltas humanas. Sobre esses, ela escrevia, repetindo palavras do próprio Senhor:

"Os ministros são ungidos meus. A respeito deles diz a Escritura: 'Não toqueis nos meus cristos' (Sl 105, 15). (...) Se me perguntares por que a culpa dos perseguidores da santa Igreja é a maior de todas e, ainda, por que não se deve ter menor respeito pelos meus ministros por causa de seus defeitos, respondo-te: porque, em virtude do sangue por eles ministrado, toda reverência feita a eles, na realidade não atinge a eles, mas a mim. Não fosse assim, poderíeis ter para com eles o mesmo comportamento de praxe para com os demais homens. Quem vos obriga a respeitá-los é o ministério do sangue. Quando desejais receber os sacramentos, procurais meus ministros.
Não por eles mesmos, mas pelo poder que lhes dei. Se recusais fazê-lo, em caso de possibilidade, estais em perigo de condenação. (...) Mas também o desrespeito. Afirmo-te que devem ser respeitados pela autoridade que lhes dei, e por isso mesmo não podem ser ofendidos. Quem os ofende, a mim ofende. Disto a proibição: 'Não quero que mãos humanas toquem nos meus cristos'!"


Com seus ensinamentos, Catarina não só pedia a volta do clero à pureza dos costumes, mas também o respeito devido aos sacerdotes pelo caráter que receberam no sacramento da Ordem. Quando se procura os sacerdotes para receber os sacramentos ou quando se beija as suas mãos ungidas, não se faz isso "por eles mesmos", mas pelo poder que Deus lhes deu de trazer à humanidade a Eucaristia e a remissão dos pecados.

Ao fim de sua vida, a santa de Siena configurou-se inteiramente a Nosso Senhor, sendo coroada com os santos estigmas. Ela – "que era capaz de não tomar, durante cinquenta e cinco dias, outro alimento senão uma hóstia" – converteu-se em um milagre vivo de Deus. Por isso, ainda em 1461, menos de um século depois de seu nascimento para o Céu, foi canonizada pelo Papa Pio II. O Papa São Paulo VI proclamou Catarina como Doutora da Igreja em 1970.

"Nunca, ao longo da sua breve existência, se rompeu o seu contato com Aquele que a chamava pelo nome", escreveu Daniel-Rops. E, agora, na Pátria Celeste, nada mais pode romper os laços tão estreitos que unem o seu coração ao Sagrado Coração de Jesus. Que a sua intercessão nos torne fiéis e perseverantes na oração e na penitência e fortaleça os nossos laços com a Igreja triunfante, de cuja plenitude pretendemos, com a graça de Deus, participar.

Santa Catarina de Siena, rogai por nós!

Fonte: Padre Paulo Ricardo

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Locução interior de Jesus à Conchita sobre vocação (As palavras de Cristo à ela, também servem para nós)


No dia 7 de Fevereiro de 1966, dia do seu aniversário, Conchita deixa a sua aldeia e parte para o colégio dos Missionários carmelitas, em Pamplona ela gostaria um dia de fazer parte desta congregação, para poder um dia ajudar e trabalhar na África....

No entanto, e numa segunda locução com Jesus, após uma semana ter chegado ao colégio, fica a saber que Jesus não pretende que a mesma siga a carreira de religiosa.

Foi dito o seguinte:

No Domingo, 13 de Fevereiro de 1966, no momento de ação de graças após a comunhão, eu recebi uma enorme alegria, bem como um desapontamento! Eu ouvi a voz de Cristo dizer:

"Conchita, tu viestes para este colégio para te preparares para me seguires e seres uma irmã ?. Estás a dizer Conchita que não queres fazer a minha vontade? Muito bem, bem sei que é teu desejo fazer cumprir isto. No entanto, queres fazer isto o resto da tua vida? Eu escolhi-te para o Mundo, para que fizesses parte dele, para que possas fazer face aos seus problemas, que tu irás encontrar para a minha causa. Eu pretendo a tua santificação, e que possas oferecer isto para a salvação de todo o Mundo. Tens que falar ao Mundo de Maria. Lembra-te que da última vez que falamos tu me perguntastes se tu irias ser uma religiosa, e eu te disse, que encontrarás a cruz e sofrimento em todo o lado. Digo-te isto de novo.

Conchita, sentistes o meu chamamento para que te tornasses uma religiosa? Não, porque eu não te chamei para isso."


Conchita perguntou então: "Então que tipo de chamamento se tem quando se quer seguir por esse caminho?"

Jesus responde: "Não te preocupes, porque tu o nunca irás sentir."

Conchita diz: "Então tu não me amas?"

Jesus responde: "Conchita, tu perguntas-me isso? Cumpre a minha vontade e tu encontrarás o Meu amor. Examina-te bem a ti mesmo. Pensa mais nos outros. Não tenhas medo das tentações. Se tu tens fé no Meu amor, tu irás conseguir ultrapassar as grandes tentações que te esperam. Tenta ser inteligente, entender o que eu te disse numa forma espiritual. Não feches os olhos à tua alma... Ama a humildade e a simplicidade. Nunca penses que tudo o que estás a fazer é coisa grande. Pensa que naquilo que tiveres que fazer, não é para o mérito do Céu, mas sim para salvar o mundo, que é essa a Minha divina vontade. Cada alma que se prepare ela própria, cada alma que esteja disposta a ouvir-me, saberá qual é a minha vontade.

Conchita, Eu desejo dizer-te que desde este momento até ao milagre, pelos poucos que acreditarão em ti, inclusive a tua família. Eu sou o único que quer tudo isto. Eu disse-te, para a tua santificação e pelo mundo para cumprir a mensagem. Quero avisar-te que na tua vida irá ser um sofrimento constante.


Não tenhas medo. Tu irás encontrar-me em sofrimento, a mim e a Maria que te amam muito."


Perguntei-lhe também se em Roma eu iria não ser acreditada. Jesus não responde. No entanto disse-me:

"Não te preocupes se és ou não acreditada. Eu sou o único que fará tudo, mas também te darei sofrimento. Eu estarei com todos aqueles que sofrem por mim."

Fonte: Apostolado de Garabandal

sábado, 25 de abril de 2020

Oração mariana para pedir o fim do aborto no mundo


Santa Mãe de Deus e da Igreja, Nossa Senhora de Guadalupe, fostes escolhida pelo Pai e pelo Filho, através do Espírito Santo. Sois a Mulher vestida de Sol que dá à luz a Cristo, enquanto Satanás, o Dragão Vermelho, espera para devorar, vorazmente, Vosso Filho.

Assim também, Herodes, procurou destruir Vosso Filho, Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, massacrando tantas crianças. O mesmo se faz hoje com o aborto, que mata os inocentes, e explora tantas mães em seu ataque contra a vida humana e contra a Igreja, o Corpo de Cristo.

Mãe dos Inocentes, louvamos a Deus em Vós, pelo dom que Vos deu em Vossa Imaculada Conceição, Vossa remissão preventiva contra todo pecado; vossa plenitude de graça, vossa Maternidade Divina e da Igreja, vossa Perpétua Virgindade e Vossa Assunção em corpo e alma ao Céu.

Ó Cheia de Graça, Auxílio dos Cristãos, Refúgio dos Pecadores, Consoladora dos Aflitos, pedimos-vos, protegei todas as mães dos nascituros e os filhos que estão em seus ventres. Rogamos a Vós para que, por Vosso auxílio, termine o holocausto do aborto. Abrandai os corações para que a vida seja reverenciada.

Mãe Santíssima, rogamos ao Vosso Doloroso e Imaculado Coração por todas as mães e todas as crianças não-nascidas, para que possam viver em plenitude aqui na terra e que, pelo Preciosíssimo Sangue derramado por Vosso Filho, possam ter a vida eterna com Ele no céu.

Rogamos igualmente, ao Vosso Doloroso e Imaculado Coração, por todos os abortistas, os que apoiam o aborto, para que se convertam e aceitem Vosso Filho, Jesus Cristo, como Seu Senhor e Salvador. Defendei-nos a todos na batalha contra Satanás e os espíritos malignos nessas trevas atuais.

Desejamos que as inocentes crianças não-nascidas, que morreram sem Batismo, sejam salvas. Pedimos-Vos que alcanceis esta graça por elas, tal como contrição, reconciliação e o perdão de Deus para os seus pais.

Que seja revelado, mais uma vez, na história do mundo, o poder do Amor Misericordioso de Jesus. Que Ele ponha fim ao mal. Que Ele transforme as consciências. Que o Vosso Doloroso e Imaculado Coração revele a todos a luz da esperança. Que Cristo Rei reine sobre nós, sobre nossas famílias, cidades, estados, nações e sobre toda a humanidade.

Ó clemente, ó amável, ó doce Virgem Maria, ouvi nossas súplicas e aceitai este brado de nossos corações!

Nossa Senhora de Guadalupe, Protetora dos Nascituros, rogai por nós! Assim seja.

Fonte: comshalom

sexta-feira, 24 de abril de 2020

As conversões de Santo Agostinho



A vida de Santo Agostinho é um caso especial de conversão ao cristianismo, que surpreende tanto pela sua determinação como pelas dificuldades que ele teve de enfrentar. Santos como Francisco de Assis e Inácio de Loyola aceitaram a fé católica após se darem conta da desolação que os pecados da carne lhes causavam. É o que acontece também com a maior parte dos cristãos. Na história de Santo Agostinho, porém, o encontro com Cristo não aconteceu depois de uma frustração moral, mas após uma busca sincera e perseverante pela verdade, que durou mais de 14 anos.

Agostinho nasceu em Tagaste, norte da África, em 354, apresentando, desde muito cedo, um grande talento intelectual. O jovem realizou seus estudos em outras cidades e, aos 19 anos, acabou se dispersando pelas paixões da adolescência, unindo-se a uma concubina, com quem teria um filho e passaria 14 anos ao seu lado. Isso serviu para controlar o seu ímpeto sexual fogoso. Agostinho foi extremamente fiel a sua amante.

Na escola, o santo havia aprendido o trivium, ou seja, a arte da lógica, da gramática e da retórica, disciplinas que o persuadiram a ser um grande orador. Através dessa realidade, tornou-se um sofista, alguém que usa os discursos para convencer os outros de suas opiniões, ainda que estas estejam erradas. Em Cartago, ele aperfeiçoou seus estudos e teve contato pela primeira vez com o livro Hortensius, de Cícero, um escrito que posteriormente se perdeu. A crítica do texto contra as coisas efêmeras causou-lhe uma profunda comoção, incentivando-o a buscar a verdade, como narra nas Confissões: “Aquele livro mudou verdadeiramente o meu modo de sentir”, a ponto que “de repente perdeu valor qualquer esperança vã e desejava com um incrível fervor do coração a imortalidade da sabedoria" (III, 4, 7).

A princípio, Agostinho tentou buscar a verdade na Igreja Católica. Mas o texto bíblico lhe pareceu rude demais e, somado ao seu preconceito contra o cristianismo, ele não encontrou quem o orientasse teologicamente nesse estudo. O jovem acabou buscando apoio entre os maniqueus, cuja falsa ciência adaptava Jesus ao pensamento materialista e dualista.

A filosofia dos maniqueus acabou se revelando insuficiente e, tendo se frustrado com o líder maniqueísta Fausto, Agostinho decidiu ir para Roma, escondido de sua mãe Mônica, para fundar uma escola de retórica. Na cidade, deparou-se com a desonestidade dos alunos, que não o pagavam pelas aulas. Com a ajuda do prefeito, mudou-se para Milão, onde estudou os acadêmicos e caiu no ceticismo. Nesse percurso intelectual por respostas sobre a verdade, Agostinho descobriu a filosofia neoplatônica, que lhe revelou a existência de um princípio espiritual, pelo qual descobriu a necessidade de uma vida interior e de uma luz natural da razão para encontrar Deus, como narra nestas belíssimas páginas de suas Confissões (VII, 10, 18):

Instigado a voltar a mim mesmo, entrei em meu íntimo, sob tua guia e o consegui, porque tu te fizeste meu auxílio (cf. Sl 29, 11). Entrei e com certo olhar da alma, acima do olhar comum da alma, acima de minha mente, vi a luz imutável. Não era como a luz terrena e evidente para todo ser humano. Diria muito pouco se afirmasse que era apenas uma luz muito, muito mais brilhante do que a comum, ou tão intensa que penetrava todas as coisas. Não era assim, mas outra coisa, inteiramente diferente de tudo isto. Também não estava acima de minha mente como óleo sobre a água nem como o céu sobre a terra, mas mais alta, porque ela me fez, e eu, mais baixo, porque feito por ela. Quem conhece a verdade, conhece esta luz.

Ó eterna verdade e verdadeira caridade e cara eternidade! Tu és o meu Deus, por ti suspiro dia e noite. Desde que te conheci, tu me elevaste para ver que quem eu via, era, e eu, que via, ainda não era. E reverberaste sobre a mesquinhez de minha pessoa, irradiando sobre mim com toda a força. E eu tremia de amor e de horror. Vi-me longe de ti, no país da dessemelhança, como que ouvindo tua voz lá do alto: “Eu sou o alimento dos grandes. Cresce e me comerás. Não me mudarás em ti como o alimento de teu corpo, mas tu te mudarás em mim”.

O testemunho de Santo Agostinho é a perfeita refutação das teses de Lutero, o qual se professava agostiniano. O bispo de Hipona foi guiado por Deus, pela luz natural da razão, mesmo antes da sua conversão, quando ainda era neoplatônico. E, diante da grandeza de Deus, “tremia de amor e de horror” por ver-se tão pequeno.

De fato, nós somos apenas uma bactéria que vive em uma poeira chamada Terra. Somos apenas mais um ponto no meio de uma galáxia de mais de cem bilhões de estrelas. Se existimos, portanto, é porque Deus nos sustenta no ser. Foi essa experiência filosófica de amor e horror que comoveu profundamente Agostinho, ajudando-o a superar o ceticismo e o materialismo maniqueu.

Mas ainda faltava um obstáculo.

Agostinho deparou-se com a grandeza de Deus e percebeu que para alcançá-lo precisaria de um mediador:

E eu procurava o meio de obter forças, para tornar-me idôneo a te degustar e não o encontrava até que abracei o mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus (1Tm 2, 5), que é Deus acima de tudo, bendito pelos séculos (Rm 9, 5). Ele me chamava e dizia: Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14, 6). E o alimento que eu não era capaz de tomar se uniu à minha carne, pois o Verbo se fez carne (Jo 1, 14), para dar à nossa infância o leite de tua sabedoria, pela qual tudo criaste.

Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu, fora. E aí te procurava e lançava-me nada belo ante a beleza que tu criaste. Estavas comigo e eu não contigo. Seguravam-me longe de ti as coisas que não existiriam, se não existissem em ti. Chamaste, clamaste e rompeste minha surdez, brilhaste, resplandeceste e afugentaste minha cegueira. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz.


A descoberta da verdade provocou em Agostinho uma grande mudança. Ele abandonou sua concubina e decidiu-se pelo celibato, embora não encontrasse ainda forças para vivê-lo, por causa dos constantes apelos da carne. Foi então que uma conversa com o amigo Possídio, o qual lhe contou sobre a vida de Santo Antão, levou-o a chorar seus pecados em um jardim, onde lhe apareceu uma criança com a Sagrada Escritura, que disse: “Toma e lê”. Agostinho abriu no capítulo 13 da Carta aos Romanos (v. 13-14), que fala sobre a castidade, e viveu sua terceira conversão. Depois desse episódio, o santo foi para Óstia, onde assistiu à morte de sua mãe e, finalmente, foi ordenado presbítero.

O itinerário de Santo Agostinho deve nos provocar um sério exame de consciência. Ele, que sentia uma profunda vertigem diante de Deus, nos inspira a mudar o modo como tratamos o Senhor, lembrando-nos de que Ele não é uma pessoa qualquer. A busca da verdade precisa ser o objetivo de todo cristão, pois não é possível compactuar com um cristianismo marqueteiro, que falsifica o Evangelho para adaptá-lo ao gosto do mundo moderno. Agostinho passou 14 anos à procura da verdade até finalmente encontrá-la e deixar-se moldar por ela. Que tenhamos também essa mesma disposição em nossos corações.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

A Virgem de Guadalupe se manifesta contra o aborto



Após a Missa celebrada na Basílica pelas criancinhas não nascidas, abortadas, quando muitos fiéis fotografavam o quadro da Virgem de Guadalupe, diante do qual uma multidão de peregrinos desfilam num tapete rolante, a imagem de Nossa Senhora começou a se apagar, enquanto uma luz intensa emanava do seu ventre, constituindo um halo brilhante tendo a forma de um embrião. Essa luz provinha realmente do ventre da imagem da Santíssima Virgem Maria e não era um reflexo, nem um artefato.

A foto com o sinal no ventre da Virgem

O engenheiro Luis Girault, que examinou a imagem, confirmou a autenticidade do negativo e especificou que não foi nem modificado nem alterado. Ele revelou que a luz não provinha de nenhum reflexo, mas saia literalmente do interior da imagem da Virgem. A luz era muito branca, pura e intensa, muito diferente dos clarões fotográficos habituais, produzidos pelos flashes. Esta luz era envolvida por um halo com a forma de um embrião. Examinando ainda mais precisamente esta imagem, distingue-se no interior do halo certas zonas de sombra que são características de um embrião humano no seio materno .

Este fato ocorreu pouco tempo após o aborto ser legalizado no México, em 2007.

As fotos foram enviadas do México pelo Pe.Luis Matos, superior da Comunidade des Béatitudes e este é um resumo de sua mensagem.

Fonte: comshalom

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Santa Maria Egipcíaca, admirável exemplo de conversão



É uma constante na arte sacra a figura de Santa Maria Egipcíaca, que viveu de 344 a 421. Sempre impressionaram os artistas sua vida de penitência no deserto e o episódio milagroso de sua última comunhão, recebida das mãos de um monge chamado Zózimo.

Foi a ele que esta santa contou toda a sua história, a qual chega até nós graças a um relato intitulado Vita Sanctae Mariae Aegyptiacae, Meretricis, atribuído a São Sofrônio de Jerusalém.

Quem tiver tempo, deve fazer a si mesmo o favor de ler inteiro este edificante relato. Não devem nos assustar os fatos miraculosos que rondam a vida dessa santa — e que a crítica moderna insiste em desacreditar —, pois prodígio algum que aconteceu em sua vida se compara à transformação que lhe aconteceu na alma. Lembremo-nos sempre que, como dizem Santo Agostinho e Santo Tomás, a justificação do ímpio é obra maior do que a criação do céu e da terra, pois estes passarão, mas a glória dos bem-aventurados no Céu não passará jamais.

Maria do Egito (seu lugar de nascimento) começa sua história contando como deixou a casa paterna, aos 12 anos, e foi para Alexandria, onde perdeu a virgindade e entregou-se à luxúria por cerca de 17 anos. “Eu era como um fogo de depravação pública”, ela confessa, “e não era por amor ao ganho. Frequentemente, quando eles desejavam pagar-me, eu recusava o dinheiro. Agia dessa maneira para fazer com que tantos homens quantos fosse possível desejassem possuir-me, fazendo de graça o que me dava prazer.” Ela se prostituía, portanto, não tanto por dinheiro, mas por um “desejo insaciável e uma paixão irreprimível por deitar-me na lama”.

Um dia, ela embarcou com inúmeros líbios e egípcios rumo a Jerusalém. Eram peregrinos que iam à Terra Santa para a festa da Exaltação da Santa Cruz. Ela ia movida não por desejo religioso, mas sim pela vontade de “ter mais amantes que pudessem satisfazer” suas paixões. Sem dinheiro e sem alimento, como se manteria Maria? “Eu tenho um corpo e, ao invés de pagar pela viagem, o porei à disposição”, ela dizia.

De fato, assim ela fez. Para dar a Zózimo uma ideia do abismo em que se achava, é com estas palavras que ela descreve sua viagem a Jerusalém:

Como poderei relatar o que aconteceu depois disso, ó homem de Deus? Que língua pode narrar, ou que ouvidos podem ouvir tudo o que aconteceu naquela embarcação durante a viagem? Como eu então forçava aqueles pobres moços, até mesmo contra a sua vontade! É inominável a turpíssima depravação que eu então lhes ensinei. Estou surpresa, Pai, de como o mar suportou as luxúrias da minha iniquidade, de como a terra não abriu suas mandíbulas e me arrojou viva no inferno, eu, que tantas almas havia prendido nas teias da morte.

Chegando à Terra Santa, Maria continuou “vivendo o mesmo tipo de vida, talvez até pior”: além dos rapazes que seduziu em alto mar, continuou a se entregar ainda “a muitos outros, tanto da cidade quanto estrangeiros que lá estavam”.

Já aqui essa história nos convida à meditação. Comecemos por constatar que, infelizmente, exemplos da vida pregressa como a de Santa Maria Egipcíaca não são muito difíceis de encontrar hoje em dia. Na verdade, eles estão a apenas um clique de distância. O que são, de fato, os sites de pornografia senão uma reunião, seleta e artificiosamente elaborada, dessas pessoas perdidas, entregues aos prazeres da carne e que “ensinam” a seus usuários todo tipo de depravação? E nossos homens, o que se tornaram senão frequentadores assíduos desses “prostíbulos virtuais”, sem os quais não conseguem mais passar e levar uma vida saudável?

Homens e mulheres afundados na lama da impureza, e não se sabe quem está mais sujo: eis a situação em que nos encontramos. Mas quantas dessas pessoas não morrem nesse estado? Esta, sim, é a maior tragédia de todas. Maria Egipcíaca recebeu de Deus a graça — como veremos — de se arrepender dos pecados que cometeu, levar uma vida de penitência e morrer em estado de amizade com Deus. Mas e nós, quanto tempo mais esperaremos para nos convertermos e mudarmos de vida? Até quando continuaremos a ignorar o Deus que nos procura e quer a nossa salvação?

A quem se encontra em estado de graça, não é menos forte a meditação a fazer: o que seríamos de nós, se tivéssemos partido deste mundo em pecado mortal? O que seria de nossa alma se naquela noite em que dormimos afastados de Deus, naquele dia em que lhe voltamos as costas (até prometendo para nós mesmos buscar a Confissão no dia seguinte), o que aconteceria se naquela hora fôssemos chamados para a prestação de contas que dá início à eternidade?

Pensemos nessas coisas e tenhamos sempre um coração agradecido a Deus por sua misericórdia nos ter atingido como atingiu esta sua filha, Santa Maria Egipcíaca. Mas deixemos que agora fale ela, sem interrupções, de como se deu o bonito milagre de sua conversão:

O dia sagrado da Exaltação da Cruz despontou, enquanto eu ainda estava à caça de jovens. Ao amanhecer, vi que todos corriam para a igreja. Então, corri com o resto deles. Quando a hora da sagrada elevação se aproximou eu estava tentando abrir caminho entre a multidão, que lutava para chegar às escadarias. Finalmente, com grande dificuldade, consegui ir me espremendo quase até às portas da igreja, de onde a vivificante árvore da Cruz estava sendo mostrada ao povo. Mas quando eu pisei no limiar da porta, por onde todos entraram, fui impedida por uma força que não me deixou entrar. Entretanto, completamente ignorada pela multidão, me encontrei sozinha no pórtico da igreja. Pensando que isto tivesse acontecido devido à minha fraqueza de mulher, comecei novamente a abrir caminho com os cotovelos no meio da multidão. Mas era em vão meu esforço. Novamente meus pés pisaram no limiar onde outros iam entrando na igreja, sem encontrar nenhum obstáculo. Eu somente parecia não ser aceita na igreja. Era como se um destacamento de soldados estivesse lá de pé, se opondo à minha entrada. Mais uma vez fui excluída pela mesma força poderosa e novamente fiquei no limiar.

Havendo tentado por três ou quatro vezes, finalmente me senti esgotada e não tendo mais forças para empurrar e ser empurrada, fui para o lado e permaneci num canto do pórtico. E então, com grande dificuldade, começou a despontar algo em mim e comecei a perceber a razão pela qual eu estava sendo impedida de ver a Cruz vivificante. A palavra da salvação gentilmente tocou os olhos do meu coração e revelou-me que era minha vida impura que fechava a entrada para mim. Comecei a chorar e lamentar e bater no meu peito e a suspirar das profundezas do meu coração. E assim permaneci chorando, quando vi acima, um ícone da Santíssima Mãe de Deus. E voltando para ela meus olhos do corpo e da alma eu disse: “Ó Senhora, Mãe de Deus, que deste à luz na carne a Deus, a Palavra; eu sei, ó quão bem eu sei, que não há nenhuma honra ou louvor para ti, quando alguém tão impura e depravada como eu olha para teu ícone, ó sempre Virgem, que mantiveste vosso corpo e alma na pureza. Certamente inspiro desprezo e desgosto ante tua pureza virginal. Mas já ouvi que Deus, que nasceu de ti, se tornou homem para chamar pecadores à conversão. Então, ajuda-me, pois não tenho outro auxílio. Ordena que os portais da igreja se abram para mim. Permite-me ver a venerável árvore na qual Ele que nasceu de ti, sofreu na carne e na qual Ele derramou seu preciosíssimo Sangue pela redenção dos pecadores e para mim, indigna como sou. Seja minha testemunha fiel diante de teu Filho que eu nunca mais corromperei meu corpo na impureza da fornicação, mas tão logo eu veja a árvore da Cruz, renunciarei ao mundo e às suas tentações e irei aonde quer que me conduzas.”


Assim falei e como se recobrasse nova esperança, com fé firme e sentindo alguma confiança na misericórdia da Mãe de Deus, deixei o lugar onde tinha ficado rezando. E fui novamente, misturada à multidão que fazia seu caminho dentro do templo. E ninguém parecia impedir-me, ninguém estorvou minha entrada na igreja. Fiquei possuída de tremor e estava quase à beira do delírio. Tendo chegado tão próximo das portas, o que eu não conseguira antes, como se a mesma força que me impedira agora abrisse caminho para mim, eu agora entrava sem dificuldade e me encontrei no lugar santo. E então vi a Cruz vivificante. Vi também os Mistérios de Deus e como o Senhor aceita o arrependimento. Jogando-me ao chão, adorei aquela terra santa e tremendo, beijei-a. Então saí da igreja e fui àquela que prometeu ser minha segurança, ao lugar onde eu selei meu voto. E dobrando meus joelhos diante da Virgem Mãe de Deus dirigi a ela estas palavras: “Ó amável Senhora, tu me mostraste teu grande amor por todos os homens. Glória a Deus, que aceita o arrependimento de pecadores através de ti. O que mais posso lembrar ou dizer, eu que sou tão pecadora? É hora para mim, ó Senhora, de cumprir meu voto, de acordo com o teu testemunho. Agora, conduz-me pela mão pelo caminho do arrependimento!”

E ao dizer estas palavras ouvi uma voz do alto: “Se tu atravessares o Jordão irás encontrar glorioso repouso”. Ouvindo esta voz e crendo que eram para mim, gritei para a Mãe de Deus: “Ó Senhora, Senhora, não me abandones!”


A história é bela e comovedora. Maria estava ainda afundada em seu pecado, à procura de mais pessoas a quem ensinar suas imoralidades, e Deus lhe mostrou — fortiter et suaviter, como só Ele é capaz — que sua vida desregrada precisava mudar.

Santo Tomás diz algo parecido ao comentar a passagem das bodas de Caná: observando que o evangelista diz primeiro: “achava-se ali a mãe de Jesus”, para só depois mencionar a presença de Cristo e de seus Apóstolos (cf. Jo 2, 2) na festa, o Aquinate afirma que “a bem-aventurada Virgem, mãe de Jesus, está presente nos matrimônios espirituais como aquela que une os esposos [nuptiarum consiliatrix], pois é por sua intercessão que as almas se unem a Cristo pela graça”.Ela então caiu em si e recorreu a quem? A Maria, Mãe de Deus! Mas se foi Deus quem a fez despertar de seu sono de pecado, por que recorrer a outrem? Se é Ele que salva, por que dirigir-se a ela? Ora, muito simples — e Santa Isabel o intuiu no Evangelho (cf. Lc 1, 43), e os primeiros cristãos o entenderam ao compor a oração Sub tuum praesidium, e Maria do Egito demonstrou ter entendido o mesmo com sua súplica: assim como Deus quis desposar a humanidade na Encarnação servindo-se de Maria, Ele quer se unir a nossas almas também através dela.

Maria do Egito dá testemunho, no entanto, de que a intercessão de Nossa Senhora não só a uniu a Cristo, como a manteve firme nessa união. Depois de deixar aquela igreja em Jerusalém, atravessar o rio Jordão e chegar ao deserto (onde ela passou, como se sabe, o resto de seus dias), as batalhas que ela travou com o demônio foram intensas, e em todas elas foi a Mãe de Deus que a valeu:

Creia-me, Pai, por dezessete anos vivi nesse deserto lutando contra feras selvagens — desejos loucos e paixões. Quando ia me alimentar eu costumava lamentar a carne e o peixe que eu tinha em abundância no Egito. Lamentava também não ter vinho que eu apreciava tanto, pois eu bebia muito vinho quando vivia no mundo, enquanto aqui eu nada tinha, nem mesmo água. Queimava-me até sucumbir de sede. Um desejo atroz de canções libertinas também me perturbavam e me confundiam grandemente, levando-me quase a cantar canções satânicas, que eu tinha aprendido antes. Mas quando esses desejos me vinham, eu batia no peito e me recordava do voto que tinha feito antes de vir para o deserto. Em meus pensamentos voltava-me para o ícone da Mãe de Deus que me tinha recebido e a quem clamava na oração. Implorava-lhe para dar caça a esses pensamentos, diante dos quais minha alma estava sucumbindo. E depois de chorar por longo tempo e batendo no peito, eu costumava ver uma luz que parecia brilhar sobre mim de algum lugar. E depois da violenta tempestade finalmente vinha a paz.

E como posso dizer-lhe sobre os pensamentos que me instavam à fornicação, como posso expressá-los a ti, Pai? Um fogo inflamava meu miserável coração que parecia queimar-me completamente e me despertava uma sede de abraços. Tão logo esse desejo me surgia, eu jogava-me ao solo e molhava-o de lágrimas, como se visse diante de mim minha testemunha, que tinha me aparecido em minha desobediência e que parecia ameaçar punição para o castigo. E eu não me erguia do chão (algumas vezes ficava lá prostrada por um dia e uma noite), até que a calma e a doce luz descesse e me iluminasse e pusesse em fuga os pensamentos que me possuíram. Mas sempre eu voltava os olhos de minha mente para minha protetora, pedindo-lhe para estender seu auxílio a uma que estava afundando rápido nas dunas do deserto. E sempre a tive como meu socorro e aquela que aceitava meu arrependimento. E assim vivi por dezessete anos, entre constantes perigos. E desde então a Mãe de Deus me auxilia em tudo e me conduz como se pela mão fosse.



Santa Maria do Egito recebeu ainda, antes de morrer, uma visita especial de Jesus sacramentado: aquela que, por sua impureza, se vira impedida de entrar na casa de Deus, por sua penitência terminou “atraindo” o próprio Deus para o seu deserto.

Assim acaba sua história neste mundo, assim Santa Maria do Egito nasce para o Céu. Há uma porção de detalhes de sua biografia dos quais poderíamos extrair ainda um sem número de lições, mas deixemos isso para outra ocasião. Por ora, sirvamo-nos desse belo relato de conversão para meditarmos em nossa própria vida, no modo como Deus nos visitou para fazer-nos entrar em sua Igreja, e em como Ele nos chamou para fazer penitência no deserto desta vida.

Em primeiro lugar, alegremo-nos por tantas “portas fechadas” em nossa cara ao longo desta vida; bendigamos ao Senhor por todas as “desgraças” que nos sucederam, mas que se revelaram, ao fim e ao cabo, grandes instrumentos da Providência para a nossa salvação! A frase pode estar banalizada, mas, de fato, Deus nos fecha portas agora porque tem outras para nos abrir. Dizendo de outro modo, é melhor que nos sejam negadas certas coisas aqui, que soframos certas penas aqui, que nos sejam fechadas certas portas aqui, do que sermos barrados na entrada do Reino dos céus.

Mas se as palavras “penitência”, “deserto” e “sofrimento” nos parecem duras e nos fazem querer desanimar, não nos esqueçamos da grande paz e doçura que acompanham a entrega dos que amam a Deus — paz e doçura que os mundanos não encontram em seus pecados!

Com efeito, quem olhasse para Maria Egipcíaca prostituída, antes de seu encontro com Cristo crucificado, com que pena não veria, no fundo de seu olhar, o vazio angustiante de quem estava gastando todas as suas energias numa procura vã de felicidade! Aquela mulher sensual nunca imaginaria a reviravolta que aconteceria em sua vida… E, no entanto, se colocássemos lado a lado, no leito de morte, a Maria pecadora e a Maria penitente, e perguntássemos a uma e a outra se se arrependia da vida que tinha levado… a primeira certamente diria que sim — e daria tudo para voltar atrás e refazer-se —, mas a segunda com certeza responderia que não…

Por quê? Porque Santa Maria do Egito, a Penitente, havia encontrado, no deserto com Deus, a paz que o mundo não pode dar (cf. Jo 14, 27). Dali ela seguiria rumo à Jerusalém celeste, sim; rumo à Terra Prometida do Céu, onde não há luto, nem lágrimas, nem dor, nem escuridão. Mas já aqui, através da fé, ela pôde experimentar um prelúdio de tudo isso — e de ter entregado sua vida ao Amor ela não poderia arrepender-se jamais.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

A proximidade que santificou São José

São José depoisda Virgem Maria, foi o santo que mais perto esteve de Cristo, de maneira que para ele se aplica a frase do Doutor Angélico, Santo Tomás de Aquino:

“...quanto mais nos aproximamos do fogo, que produz calor, mais aquecidos ficamos... a única fonte de toda a santidade é o mesmo Deus. Então, quanto mais perto de Deus
estiver a criatura, mais parte terá de sua infinita santidade.” (Santo Tomás de Aquino)

São José, rogai por nós!

terça-feira, 21 de abril de 2020

A Mãe que segue do Calvário até a Ressurreição



Como fez com Seu Divino Filho, Nossa Senhora também nos acompanha em nosso caminho com a cruz, nossa "Via Dolorosa", e também lá está Ela na hora de nossa morte, de pé, rogando por seus filhos. Que possamos acolher a Mãe Santíssima em nossa trilha, que a exemplo e imitação de Cristo, deve seguir o Calvário e terminar na Ressurreição!

segunda-feira, 20 de abril de 2020

São José, o depositário do Mistério de Deus


(Da exortação apostólica "Redemptoris Custos", do Papa São João Paulo II)


4. Quando Maria, pouco tempo depois da Anunciação, se dirigiu a casa de Zacarias para visitar Isabel sua parente, ouviu, precisamente quando a saudava, as palavras pronunciadas pela mesma Isabel, «cheia do Espírito Santo» (cf. Lc 1, 41). Para além das palavras que se relacionavam com a saudação do anjo na Anunciação, Isabel disse: «Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que Ihe foram ditas da parte do Senhor» (Lc 1, 45). Estas palavras constituíram o pensamento-guia da Encíclica Redemptoris Mater, com a qual tive a intenção de aprofundar o ensinamento do Concílio Vaticano II, quando afirma: «A Bem-aventurada Virgem Maria avançou no caminho da fé e conservou fielmente a união com seu Filho até à Cruz», «indo adiante» de todos aqueles que, pela via da fé, seguem Cristo.

Ora ao iniciar-se esta peregrinação, a fé de Maria encontra-se com a fé de José. Se Isabel disse da Mãe do Redentor: «Feliz daquela que acreditou», esta bem-aventurança pode, em certo sentido, ser referida também a José, porque, de modo análogo, ele respondeu afirmativamente à Palavra de Deus, quando esta lhe foi transmitida naquele momento decisivo. A bem da verdade, José não respondeu ao «anúncio» do anjo como Maria; mas «fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu a sua esposa». Isto que ele fez é puríssima «obediência da fé» (cf. Rom 1, 5; 16, 26; 2 Cor 10, 5-6).

Pode dizer-se que aquilo que José fez o uniu, de uma maneira absolutamente especial, à fé de Maria: ele aceitou como verdade proveniente de Deus o que ela já tinha aceitado na Anunciação. O Concílio ensina: «A Deus que revela é devida a "obediência da fé" (...); pela fé, o homem entrega-se total e livremente a Deus, prestando-lhe "o obséquio pleno da inteligência e da vontade" e dando voluntário assentimento à sua revelação». A frase acabada de citar, que diz respeito à própria essência da fé, aplica-se perfeitamente a José de Nazaré.

5. Ele tornou-se, portanto, um depositário singular do mistério «escondido desde todos os séculos em Deus» (cf. Ef 3, 9), como se tornara Maria, naquele momento decisivo que é chamado pelo Apóstolo «plenitude dos tempos», quando «Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher... para resgatar os que se encontravam sob o jugo da lei e para que recebêssemos a adoção de filhos» (Gál 4, 4-5). «Aprouve a Deus — ensina o Concílio — na sua bondade e sabedoria, revelar-se a si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade (cf. Ef 1, 9), pelo qual os homens, através de Cristo, Verbo Encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina (cf. Ef 2, 18; 2 Pdr 1, 4)».

Deste mistério divino, juntamente com Maria, José é o primeiro depositário. Simultaneamente com Maria - e também em relação com Maria - ele participa nesta fase culminante da auto-revelação de Deus em Cristo; e nela participa desde o primeiro momento. Tendo diante dos olhos os textos de ambos os Evangelistas, São Mateus e São Lucas, pode também dizer-se que José foi o primeiro a participar na mesma fé da Mãe de Deus e que, procedendo deste modo, ele dá apoio à sua esposa na fé na Anunciação divina. Ele é igualmente quem primeiro foi posto por Deus no caminho daquela «peregrinação da fé», na qual Maria, sobretudo na altura do Calvário e do Pentecostes, irá adiante, de maneira perfeita.

6. A caminhada própria de José, a sua peregrinação da fé terminaria antes; ou seja, antes que Maria esteja de pé junto à Cruz no Gólgota e antes que Ela - tendo Cristo voltado para o seio do Pai se encontre no Cenáculo do Pentecostes, no dia da manifestação ao mundo da Igreja, nascida pelo poder do Espírito da verdade. E contudo, a caminhada da fé de José seguiu a mesma direção, permaneceu totalmente determinada pelo mesmo mistério, de que ele, juntamente com Maria, se tinha tornado o primeiro depositário. A Encarnação e a Redenção constituem uma unidade orgânica e indissolúvel, na qual a «economia da Revelação se realiza por meio de ações e palavras, intimamente relacionadas entre si». Precisamente por causa desta unidade, o Papa João XXIII, que tinha uma grande devoção para com São José, estabeleceu que no Cânone romano da Missa, memorial perpétuo da Redenção, fosse inserido o nome dele, ao lado do nome de Maria e antes do dos Apóstolos, dos Sumos Pontífices e dos Mártires.

domingo, 19 de abril de 2020

São José e a Divina Misericórdia na hora derradeira


A Divina Misericórdia é e deve ser pedida em nossa vida e sobretudo na hora da morte. Dela depende nossa entrada no Reino do Céu, junto de Nosso Senhor. Neste sentido, é salutar meditar sobre a morte mais consoladora e cheia de misericórdia que poderíamos imaginar, a de São José.

A Exortação Apostólica Redemptoris Custos não acena a morte de São José, também se a piedade dos fiéis sempre foi sensível neste ponto. Por que este importante documento sobre José não faz referência à sua morte? Porque a missão de São José na vida de Cristo e da Igreja, é apresentada por este documento pontifício de uma maneira rigorosamente cristológica e eclesiológica, que não deixou espaços, também se legítimos, para fatos que não têm uma ligação neste campo.

A Redemptoris Custos dá atenção somente aos mistérios da vida de Cristo que pertencem à Economia da salvação, conforme é também a indicação da Dei Verbum (nº 2). Desta forma, a Redemptoris Custos evidencia a tarefa de “ministro da salvação” confiada por Deus a José no plano da encarnação. Isto não significa que a morte de José não tenha o seu valor e não deva ter lugar na piedade dos fiéis. Já que sobre o tempo em que ele viveu e sobre a sua morte, nem os evangelhos, nem os Concílios, nem os pronunciamentos da Igreja ou da Tradição, fazem referências. Portanto, deve-se buscar uma opinião que seja racional e prudente, conforme acenou João de Cartagena.

Em vista disso, São Bernardino de Sena afirma: “Deve-se crer piamente que durante a sua morte (de José) estiveram presentes Jesus Cristo e a Sacratíssima Virgem, sua Esposa” (Sermo de S. Joseph Sponso B.M. Virginis, art. 2, nº 52). Afirma ainda que a sensibilidade religiosa levou a piedade cristã a considerar desde os tempos mais antigos a morte de São José como “Um plácido sono entre os braços da Virgem e da casta prole”.

Entre os apócrifos encontramos a “História de José o Carpinteiro” do século II, o qual foi escrito para o uso litúrgico dos judeus-cristãos. Neste faz-se uma narrativa colocando na boca do próprio Jesus, o qual teria contado aos apóstolos, reunidos no Monte das Oliveiras, toda a vida de José, inclusive a sua morte. O Dominicano Isidoro Isolani tornou-a conhecida através de sua obra “Summa de donis S. Joseph”, publicada em 1522. A narrativa assim exprime: “Sentei-me na cabeceira de José e minha mãe sentou-se aos seus pés… Vieram Miguel e Gabriel ao meu pai José. Assim expirou com paciência e com alegria…”. Ainda neste relato Jesus faz uma promessa a quem praticar a devoção para com São José:“Eu abençoarei e ajudarei cada pessoa da Igreja dos justos que no dia de tua memória, Ó José, oferecer um sacrifício a Deus. E quem meditar sobre tua vida, sobre teus cansaços, sobre teu Trânsito deste mundo, quando este morrer, eu cancelarei do livro os seus pecados… Na casa onde houver uma lembrança de Ti, não entrará a doença e nem a morte improvisamente”.

A cena do “Transito de São José” está presente na iconografia no final do século XVI e se difundiu rapidamente, surgindo várias Confrarias para promover a “festa do Trânsito”. Uma das mais conhecidas é a “Pia União do Trânsito de São José para a salvação dos moribundos” instituída por Pio X em 1913 junto a Igreja de San Giuseppe Al Trionfale” em Roma. Também o papa Bento XV com o motu próprio “Bonum Sane” (25/7/1920), promoveu esta mesma devoção: “sendo que ele é tido merecidamente como o mais eficaz protetor dos moribundos, tendo expirado com a assistência de Jesus e de Maria”. O mesmo papa aprovou em 1920, das missas votivas de São José, um para os moribundos e outra para a boa morte. Na Ladainha de São José aprovada por São Pio X aos 18/3/1909 tem a invocação pelos moribundos.

Pio XI, em agosto de 1922, dispunha que no ritual Romano fosse colocado no rito do sacramento da unção dos enfermos, o nome de São José e as palavras: “São José, dulcíssimo protetor dos moribundos, fortaleça a tua esperança”, assim como a oração: “A ti recorro, São José, protetor dos moribundos; e a ti, em cujo bem-aventurado Trânsito te assistiram vigilantes Jesus e Maria, fervorosamente recomendo pelo precioso dom de ambos, a alma deste servo empenhado na luta extrema, a fim de que seja livre, pela tua proteção das insídias do diabo e da morte eterna, e mereça chegar às alegrias eternas”. Em vista disso, como já acenamos na consideração sobre a sua morte, ele tornou-se o patrono da boa morte.

Que São José rogue por nós junto da Virgem Maria ao Senhor de Misericórdia! Que tenhamos a graça de ter a assistência dos três no momento derradeiro!

Fonte: http://www.osj.org.br/josefologia/sao-jose-patrono-da-boa-morte/

Domingo da Divina Misericórdia


No segundo domingo da Páscoa, é celebrada a Divina Misericórdia. Esta festa litúrgica permite ao fiel alcançar a graça do perdão dos pecados.

“Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores (...). Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças”, prometeu Jesus em suas aparições à Santa Faustina Kowalska.

“Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate”, assegurou-lhe o Senhor.

No ano 2000, o Papa São João Paulo II instituiu esta Festa da Misericórdia e, em 2002, foi publicado pela Santa Sé o “decreto sobre as indulgências recebidas na Festa da Divina Misericórdia”, um dom que também pode ser alcançado pelos doentes e navegantes em alto mar.

Concede-se indulgência plenária no segundo domingo de Páscoa ao fiel que, com as condições habituais (confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Santo Padre), “participe nas práticas de piedade em honra da Divina Misericórdia, ou pelo menos recite, na presença do Santíssimo Sacramento da Eucaristia, publicamente exposto ou guardado no Tabernáculo, o Pai-Nosso e o Credo, juntamente com uma invocação piedosa ao Senhor Jesus Misericordioso (por ex., ‘Ó Jesus Misericordioso, confio em Ti’)”.

E a indulgência parcial é concedida “ao fiel que, pelo menos com o coração contrito, eleve ao Senhor Jesus Misericordioso uma das invocações piedosas legitimamente aprovadas”.

Também os doentes e as pessoas que os ajudam, os navegantes, os afetados pela guerra, conflitos ou clima severamente adverso “e a todos os que, por uma justa causa, não podem abandonar a casa ou desempenham uma atividade que não pode ser adiada em benefício da comunidade, poderão obter a Indulgência plenária no Domingo da Divina Misericórdia”.

Para isso, devem, com total rechaço de qualquer pecado e com a intenção de cumprir logo que possível as três condições habituais, rezar “diante de uma piedosa imagem de Nosso Senhor Jesus Misericordioso, o Pai-Nosso e o Credo, acrescentando uma invocação piedosa ao Senhor Jesus Misericordioso”.

Além disso, se nem mesmo essas exigências puderem ser cumpridas, poderão obter a indulgência plenária “todos os que se unirem com a intenção de espírito aos que praticam de maneira ordinária a obra prescrita para a Indulgência e oferecem a Deus Misericordioso uma oração e juntamente com os sofrimentos das suas enfermidades e os incômodos da própria vida, tendo também eles o propósito de cumprir logo que seja possível as três condições prescritas para a aquisição da Indulgência plenária”.

Fonte: Acidigital

sábado, 18 de abril de 2020

Maria, a Mãe de Misericórdia



Comecei uma novena a Nossa Senhora. Essa Novena consistia em rezar nove vezes: Salve Rainha(…). No final da Novena, vi a Mãe de Deus com o Menino Jesus nos braços… Eu estava ocupada em conversar com o Menino Jesus, que desceu dos braços de Nossa Senhora e aproximou-se de mim. Não me cansava de admirar Sua beleza. Ouvi depois, algumas palavras que Nossa Senhora lhe dizia, mas não ouvi tudo, e são as seguintes: Não sou apenas a Rainha do Céu, mas também a Mãe de Misericórdia e tua Mãe. (Diário de Santa Faustina, 330)

Não sou apenas a Rainha do Céu, mas também a Mãe de Misericórdia e tua Mãe.

Estas palavras de Maria nos colocam imediatamente diante da cruz, como nos diz o Evangelho: Perto da Cruz de Jesus, estavam sua Mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas e Maria Madalena. E Jesus, vendo sua mãe e perto dela o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: “Mulher eis aí teu filho!” Em seguida, disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe!” E desde aquela hora o discípulo a recebeu aos seus cuidados (Jo 19,25-27).

São Vicente Pallotti, fundador dos Padres Palotinos ao comentar esta passagem deixou escrito: “Nosso Senhor Jesus Cristo entregou-nos Sua mãe, para que fosse nossa mãe. Quando Jesus disse a João: “Eis aí tua mãe!”, fez-nos filhos de Sua Mãe Santíssima.

Jesus fez-nos filhos de sua Mãe Santíssima. Ali, aos pés da Cruz vemos uma mãe que nunca abandonou Seu filho. Desde o seu nascimento em Belém, até o sacrifício no Calvário, Maria acompanhou sempre a Jesus como mãe. Ela estava unida a ele pelo sofrimento, mas apesar do sofrimento do seu coração de Mãe, ela sabia que esse sofrimento tinha um sentido: o de esmagar a cabeça da serpente que no Paraíso seduziu e levou nossos pais a pecar, a se revoltar contra Deus. Agora, Jesus com o seu sacrifício reconcilia toda a humanidade com Deus.

Maria é a pessoa que experimentou a Misericórdia e assim, de forma particular, tornou próximo dos homens aquele amor que o Filho tinha vindo revelar; o amor que se manifesta concretamente para com os que sofrem…, os pecadores (DM 59.61).

Maria torna presente na nossa vida, aquela solicitude que ela demonstrou pelo seu Filho Jesus. Ali, mesmo sofrendo ela estava de pé, junto da Cruz procurando com a sua presença sofrida e silenciosa menos duro, os últimos momentos de Jesus nesta terra. Assim como ela acompanhou Jesus, hoje como minha mãe, ela me acompanha em todos os momentos da minha vida. Por isto, uma profunda gratidão deve encher o nosso coração para com Jesus Cristo, que nos deu como herança na cruz a Sua própria mãe.

Podemos nós, no lugar de Jesus, ser filhos de Maria: o discípulo está no lugar do seu mestre. E Jesus quer isto: que levemos Maria para nossa casa e para o nosso coração. Que saibamos colocar Maria no centro da nossa vida. Esta é uma verdade. Assim como ela estava aos pés da cruz de Jesus, também nos momentos em que eu estou sofrendo, nos meus momentos de dor, ou de alguém da minha família está sofrendo, eu posso ter esta certeza: Maria está ao meu lado. Assim como uma mãe que se esmera e até perde noites de sono para permanecer à cabeceira da cama do filho adoentado, e passa a noite cuidando do filho, até que ele fique totalmente curado, e isso, não apenas um dia, mas dois, três, quantos for necessário, Maria permanece ao lado.

Tenha a certeza, Maria, levou a sério, a ordem de Jesus: E ela nos assumiu como filhos, ela me assumiu como filho, com todas as prerrogativas de mãe. Agora, é preciso que eu e você, assumamos isto, levemos Maria para nossa e a tornemos Senhora da nossa vida, Senhora dos nossos problemas, Senhora dos nossos filhos. Que deixemos que ela console os nossos filhos e a nós.

Todos sabemos que não existe nada melhor no mundo que colo de mãe. Eis que Maria está disposta a nos oferecer o seu colo, para chorarmos as nossa mágoas e tristezas. Ela nos oferece os seus ouvidos e o seu tempo para ouvir os nossos desabafos. Ela nos oferece suas palavras, seus conselhos para que ao seguí-los possamos verdadeiramente experimentar sua proteção visível.
Concluindo este artigo, conto para você a experiência vivida por Santa Faustina com Nossa Senhora. Ela tendo recebido a ordem de Jesus para ir a Varsóvia onde devia entrar no Convento conta:

Só com a roupa que tinha no corpo, sem mais nada vim para Varsóvia.Quando desci do trem, implorei à Nossa Senhora: Maria! Conduzi-me, guiai-me. Imediatamente ouvi dentro de mim uma voz que me dizia que saísse da cidade e fosse a determinada aldeia, onde poderia passar a noite em segurança. Foi o que fiz e encontrei tudo como Nossa Senhora me havia dito. (D.10-11)

Diga todos os dias diante de problemas que precisam ser resolvidos: Maria! Conduzi-me, guiai-me!, e ela te ajudará. Diante de sofrimentos cuja dor te pareça insuportável: Maria! Consolai-me, fortalecei-me! E ela te consolará. Como uma mãe jamais abandona o filho, Maria jamais te abandonará.

Fonte: Canção Nova

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Santa Bernadette Soubirous, a santinha "que não servia para nada"


"Vitoriosa contra todas as heresias". Era essa a expressão que Pio IX tinha em mente quando, a 8 de dezembro de 1854, numa Basílica de São Pedro ornamentada como há tempos não se via, proclamou solenemente o dogma da Imaculada Conceição. Com esse gesto, o Papa não queria somente exaltar o sublime privilégio da Mãe de Deus, pelo qual ela "foi preservada imune de toda mancha de pecado original", mas fazer com que os corações dos católicos se voltassem àquela cuja intercessão se mostrava urgentemente necessária. A época era de grande confusão. E a Igreja se via assaltada por todos os lados. No plano político, os revolucionários atacavam os direitos da Santa Sé sem qualquer pudor ou decência, buscando ora excluí-la da vida pública, ora domesticá-la. No plano religioso, por sua vez, as coisas não eram melhores. Heresias e ameaças de cismas brotavam como erva daninha sobre os extensos jardins da Igreja, perturbando a fé de inúmeros católicos. A solução, pensava o Pontífice, não podia ser outra senão recorrer à Auxiliadora dos cristãos.

Pio IX era um profundo devoto da Santíssima Virgem. Conta-se que no dia da proclamação do Dogma, feita na presença de 200 bispos, 54 cardeais e uma multidão de fiéis, o Santo Padre teve de interromper a leitura da bula Ineffabilis Deus por três vezes, devido à sua enorme comoção. Um raio de luz teria iluminado sua fronte, fazendo-o contemplar a beleza celestial da Virgem. Quase morreu de emoção. "O canhão do Castelo de Sant'Angelo troou, e todos os sinos de Roma repicaram no momento em que o papa foi depor uma coroa de ouro na cabeça de uma imagem de Nossa Senhora na Piazza di Spagna", narra o sempre excelente Daniel-Rops. Tratou-se de um dia de grande glória para a Igreja, uma manifestação contundente de fé e esperança em Deus que não tardaria em receber a resposta do Céu, resposta que viria quatro anos mais tarde, numa pobre gruta da cidade de Lourdes, na França, conhecida como Massabielle.

Naquela época, Lourdes era apenas um vilarejo francês, situado na região dos Médios Pirineus. Lá vivia com sua família a pequena Bernadette Soubirous, a primogênita de três filhos. Seus pais, Francisco Soubirous e Luísa Castèrot, sofriam gravemente para alimentá-los. Depois de uma série de empreendimentos fracassados, os Soubirous encontravam-se arruinados financeiramente. Para não morarem na rua, o casal teve de levar os filhos para uma antiga prisão abandonada, a única coisa que lhes restara como opção. Mas Bernadette não era somente pobre de bens materiais. A saúde também lhe faltava. Quando nasceu, foi acometida por uma cólera terrível que quase a matou. Mais tarde, já com dez anos de idade, contraiu asma devido às péssimas condições de vida às quais estava submetida. E que dizer dos estudos então? Mal sabia falar o francês e as lições do catecismo pareciam-lhe muito complicadas. Por pouco não recebeu a primeira comunhão.

A providência divina haveria de mudar o destino dessa pobre menina no dia 11 de fevereiro de 1858. Ao sair com sua irmã e uma amiga para buscar lenha, nas proximidades do rio Gave, onde também ficava a gruta abandonada de Massabielle, um velho e asqueroso lixão, Bernadette é obrigada a esperar no local sozinha, pois havia sido proibida pela mãe de atravessar as águas geladas do rio. A senhora Luísa temia que a filha pegasse um resfriado. De repente, um vento sopra levemente o rosto de Bernadette. A pequena olha para os lados surpreendida, mas nada vê. O vento sopra uma segunda vez, levando-a a olhar para um nicho onde lhe aparece uma belíssima senhorita vestida de branco, com uma faixa azul em torno da cintura e rosas amarelas sob seus pés. A senhorita fica em silêncio, sorri e mostra-lhe o Santo Terço, o qual Bernadette logo começa a fiar piedosamente, como se estivesse num êxtase espiritual. Terminada a oração, a senhorita lhe faz um pedido: "Querereis ter a bondade de vir aqui…" Esta seria apenas a primeira de uma série de aparições da Virgem, que mudariam a história de Bernadette e de toda a França.

É preciso lembrar que, antes de Lourdes, Nossa Senhora já havia visitado a França, no dia 27 de novembro de 1830. Foi a Santa Catarina Labouré, cujo corpo permanece ainda hoje incorrupto, que a Mãe de Deus entregou a famosa Medalha Milagrosa, que já proclamava, bem antes de Pio IX, a sua conceição imaculada. Em Lourdes, por sua vez, Maria resolveu renovar o chamado de Deus à conversão, escolhendo para ser sua porta-voz nada mais que uma menina triplamente miserável. Num tempo em que os pobres não tinham história, "Bernadette — como Maria — veio à luz para fazê-los ingressar na História, para que manifestem seu valor oculto, para restaurar a verdade ignorada do Evangelho".

"Não lhe prometo a felicidade neste mundo, somente no próximo", diz Maria a Bernadette nas aparições seguintes, em que lhe pediria também oração e penitência pela conversão dos pecadores e reparação às ofensas cometidas contra Nosso Senhor Jesus Cristo — missão esta que a pobre menina cumpriu com grande zelo e heroísmo. Os testemunhos recolhidos posteriormente revelariam "em que condições estupendas, apesar de zombarias, de dúvidas e de oposições, a voz daquela menina, mensageira da Imaculada, se impôs ao mundo".

No dia 25 de fevereiro de 1858, Nossa Senhora pede a Bernadette que beba da água da fonte, coma as ervas do chão e depois o beije. A princípio, a filha dos Soubirous pensa que a Dama se referia às águas do rio Gave. Errado. Maria queria que Bernadette cavasse a terra para desenterrar a fonte dos milagres. Aos incrédulos que lhe fazem objeções pelo estranho pedido de Maria — não concebiam que a Mãe de Deus a tivesse "obrigado" a comer capim como um animal — Bernadette responde: "Você se comporta como um animal quando come salada?" Mas a revelação grandiosa viria no dia 25 de março. Depois de muita insistência do pároco de Lourdes, Bernadette pede à senhorita que diga seu nome: " Que soy era Immaculada Councepciou — Eu sou a Imaculada Conceição", responde a Virgem Santíssima para escândalo de todos. De fato, não era possível que Bernadette tivesse inventado aquilo, pois, uma menina que mal sabia o significado da Trindade, dificilmente também entenderia a dimensão das palavras "imaculada conceição". Como diria Pio XII anos mais tarde, "a própria bem-aventurada Virgem Maria quis confirmar por um prodígio a sentença que o vigário de seu divino Filho na terra acabava de proclamar com os aplausos da Igreja inteira".

Após tão excelsos eventos, confirmados pela autoridade da Igreja, Lourdes se tornaria um dos maiores santuários marianos do mundo, recebendo visitas das mais distintas terras, todos em busca de paz, curas, amor e fé: "Os melhores são empolgados pelo atrativo de uma vida mais totalmente dada ao serviço de Deus e de seus irmãos; os menos fervorosos tomam consciência da sua tibieza e reencontram o caminho da oração". Os milagres da fonte de Lourdes ainda hoje intrigam cientistas do mundo todo.

A pequena Bernadette, porém, seguiu sua vida no escondimento, como se nada tivesse acontecido. Voltou a ser uma simples jovem. Sentindo a necessidade de afastar-se do mundo e das especulações de curiosos, decide-se pelos votos religiosos e entra para o convento das Irmãs da Caridade, em Nevers, França. Com uma saúde ainda mais frágil, é obrigada a passar pelas mais duras humilhações, a ponto de ter de ouvir dos lábios da superiora, e na frente do bispo, "que não servia para nada". Oferece tudo ao Coração de Jesus como consolo e reparação às ofensas dos homens.

Bernadette viveu seus últimos anos em oração e grande agonia. "Não lhe prometo a felicidade neste mundo, somente no próximo". As palavras que a Virgem lhe dirigira nas primeiras aparições cumpriram-se fatalmente. A santa entregou-se como holocausto pela conversão e salvação dos pecadores. Morreu no dia 16 de abril de 1879, aos 35 anos, devido a sérias complicações causadas pela tuberculose. Suas últimas palavras: "Ó minha senhora, eu vos amo. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por mim". Com o corpo incorrupto, a "que não servia para nada" foi elevada às glórias dos altares em 1933 pelo Papa Pio XI. A felicidade eterna a havia alcançado.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

terça-feira, 14 de abril de 2020

Santa Maria Madalena: foi perdoada e agraciada aquela que muito amou


Normalmente,quando lembramos da cena do Calvário e das testemunhas fiéis da morte de Cristo, logo pensamos em Nossa Senhora, a que estava de pé dolorosa, e São João Evangelista, o apóstolo amado, e não é errado que pensemos assim, visto que são dois grandes modelos de fidelidade à Graça Divina. Porém, ali estava também Santa Maria Madalena, que nem sempre soube viver no caminho do Senhor. Geralmente nas representações ela é retratada agarrada à Cruz e aos pés de Cristo, curvada ou no chão, e não de pé como a Virgem e São João. Ela aparece em intenso choro, quase desesperada, mas fiel, junto de Jesus. Santa Maria Madalena somos muitos de nós, contritos por nossos pecados, muitas vezes em aparente ou real desespero. Cristo, que vê o nosso coração e viu o de Maria Madalena, é misericordioso, e perdoa o pecador arrependido. Ele perdoou a Madalena, e lhe deu a grande graça de ser, nas Escrituras, a primeira testemunha da Sua Ressurreição. Às vezes podemos nos desanimar por nossos pecados, mas devemos ser como Santa Maria Madalena, confiantes na Misericórdia do Senhor e perseverantes na Graça. Devemos amá-Lo. O amor cobre uma multidão de pecados, e muito foi dado àquela que muito amou. Que Santa Maria Madalena rogue por nós e seja nossa inspiração em nosso caminho de conversão!

domingo, 12 de abril de 2020

Texto de consagração do Brasil ao Sagrado Coração de Jesus, pelo Cardeal Orani João Tempesta



Consagração aos pés da imagem do Cristo Redentor
12 de abril de 2020
Domingo de Páscoa

“Senhor Jesus, Salvador e Redentor nosso, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que sois para o mundo a única fonte de luz, de paz, de progresso e de felicidade.”

Como meu predecessor, Cardeal Leme, subo como peregrino ao Corcovado para, trazendo no coração de pastor, as angústias e esperanças do nosso povo, renovar a consagração realizada há noventa anos e muitas vezes renovada no decorrer desses decênios. Ele consagrou o Brasil ao Vosso Sagrado Coração. Trago comigo o povo de nosso país que clama por dias melhores e sonha por novos tempos.

Hoje, novamente, subimos a este “monte pascoal” e vos consagramos a Terra de Santa Cruz (como foi chamada já naquela 4ª feira de Páscoa de 1500). Hoje é Domingo de Páscoa: acolhemos a maior notícia já veiculada no mundo: a morte foi vencida e estais ressuscitado no meio de nós, Aleluia! E para que esta consagração seja realmente eficaz e duradoura, também renovamos hoje, aqui aos vossos pés, as promessas do nosso batismo.

Ó Cristo Redentor dos homens, já se passaram dois mil anos de quando, abrindo vossos braços clamastes em alta voz: “Vinde a mim, todos vós, e eu vos aliviarei! Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração!” (cf. Mt 11, 28-30).

Para sinalizar que esse país Vos reconhece como seu único Rei e Senhor foi aqui neste alto entronizada esta vossa imagem, de braços abertos sobre a Baía da Guanabara, sobre o Brasil e sobre o mundo repetindo o mesmo convite: “Vinde a mim! Aprendei de mim!”

Aqui viemos Senhor, neste local simbólico para nosso país, para trazer nossas vidas e sonhos. Por isto, neste momento tão difícil que passa nosso povo, venho neste Solene Domingo de Páscoa, prostrado aos vossos pés, junto com o todo o povo clamar: “Eis-nos aqui, Senhor!”, venha em nosso auxílio e salvai-nos!”. Sim, nós brasileiros queremos, mais uma vez, nos abrigar debaixo da proteção de vossos braços, entregar-nos ao Vosso Sagrado Coração, manso e humilde, e depositar em Vosso lado aberto, que é fonte de salvação, a súplica pela proteção de nossas famílias e lares.

Reconhecemos nossas infidelidades, mas confiamos na vossa misericórdia e nos colocamos solidários com todos, especialmente com os que passam pela tribulação e os que sofrem com a doença, a miséria e a fome.

Nosso povo solidário demonstra seu coração generoso, em meio a tantas dores, partilhando uns com os outros o necessário para a vida, especialmente a esperança de um amanhã melhor, porque confiamos totalmente em Vós e sabemos que não seremos decepcionados. Somos um povo de esperança que se traduz em atitudes de caridade porque temos fé.

Nestes tempos de pandemia, são tantos os brasileiros que devem permanecer em casa, e também outros que devem sair para trabalhar, especialmente nos serviços essenciais, como, por exemplo, os serviços de saúde: a todos Vos suplicamos que proteja com seu divino amor. Nós nos aconchegamos no seu Coração com todas as nossas famílias.

Senhor Jesus Cristo, Redentor do mundo, diante da vossa imagem, símbolo de nossa nação eis aos vossos pés o Brasil, a Terra de Santa Cruz, que novamente se consagra solenemente a vosso Coração Sacratíssimo e vos reconhece, para sempre, por seu único Rei e Senhor”, a fim de obter dias seguros com vida em abundância, segurança e paz constante.

Jesus, desde lugar, o alto do Corcovado, Santuário Arquidiocesano, nós Vos pedimos abençoai o nosso Brasil!

Abençoai o Mundo e livrai-nos de todos os males!

Assim seja para sempre Amém.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

As aparições de Nossa Senhora em Tre Fontane, Roma - A Virgem da Revelação


No sábado depois da Páscoa, 12 de abril de 1947, o condutor de bonde Bruno Cornacchiola, de 34 anos, achava-se livre de serviço depois do meio-dia e queria aproveitar aquela linda tarde de primavera para fazer uma excursão a Ostia com seus três filhos, mas como perderam o trem, resolveram ir até Tre Fontane. Bruno conhecia muito bem o lugar com seu bosque de eucaliptos, silencioso e tranquilo, longe do ruído da grande cidade de Roma.

Bruno havia lutado na Espanha, como legionário, a favor dos comunistas, e fazia cinco anos que abandonara a religião católica seguindo primeiro a doutrina dos batistas e depois a dos adventistas.

Era fervoroso propagandista de sua crença, e lia com assiduidade a Bíblia protestante, à procura de textos que pudesse utilizar em ataques contra a Igreja Católica.

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Bruno e sua família

Naquele fim de semana, Bruno se entretinha, em Tre Fontane, em formular ideias para uma conferência contra a virgindade da Santíssima Virgem.

Lia, apontando no papel os pensamentos para a conferência que devia ser lida no dia seguinte, enquanto seus filhos continuavam a brincar de futebol com uma bolinha de borracha, à sombra do bosque de eucaliptos. Súbito, o seu trabalho é interrompido: Isola, de 10 anos, e Carlos, de 7, gritam:

“Papai, papai, perdemos a nossa bola! Perdemos a nossa bolinha! ” Bruno sai à procura da bola em companhia das crianças, depois de ter dito a Gianfranco, de 4 anos, que ficasse ali numa gruta situada na parte mais alta do bosque, olhando as revistas infantis ilustradas.

Os três percorrem então o mato à procura da bola; mas, como o filhinho mais

Moço não respondesse mais, como antes, à voz do pai, dirigiu-se este, muito preocupado, para a gruta, à entrada da qual encontrou, com grande espanto, o pequeno Gianfranco ajoelhado, as mãos postas, repetindo sempre, a sorrir: “Bella Signora! Bella Signora! ”

A atitude católica de oração da criança era inteiramente contrária aos costumes da família Cornacchiola. Além disso, o menino nem era batizado. O pai chamou Isola, que se encontrava acima da gruta, e perguntou a ela e a Carlos, que se achava ao lado: “Vocês estão vendo alguma coisa na gruta? ” “Não, papai! ”, responderam.

Mas, no mesmo instante, Isola cai de joelhos e, de mãos postas como o irmãozinho, repete: “Bella Signora! Bella Signora!…” E também Carlos se ajoelha e balbucia como que extasiado: “Bella Signora! Bella Signora!…”

Bruno sacode as crianças, porém elas continuam na mesma posição, com os rostos pálidos, mas inteiramente espiritualizados, e os olhos muito abertos, fixos em um mesmo ponto da gruta.

Bruno é, no fundo, de natureza religiosa, crê em Deus, crê em Cristo e também no demônio. Temendo que os filhos estivessem sob o influxo demoníaco, rezou do fundo do coração: “Senhor, salvai-nos! ”

Foi como se mãos invisíveis o tivessem sacudido, e que alguém lhe tivesse arrancado a venda que lhe cobria os olhos. (Tudo isso ele mesmo narrou ao Sr. Lacatelli, colaborador do Giornale d’Itália.) Súbito, Bruno se sente leve como uma pena. Da gruta sombria não vê mais nada, a não ser que lhe parece inundada de luz deslumbrante, e naquela claridade excelsa Bruno vê uma encantadora figura de mulher, verdadeira formosura oriental, como se expressou ele, de 1,65m de altura conforme lhe pareceu.

Os pés nus pousavam sobre um bloco de pedra, atualmente conservado no vizinho convento dos trapistas. O corpo da celestial aparição está envolto numa túnica branca, presa por uma faixa rósea. Da cabeça, desce-lhe um manto verde até os pés. Na mão direita segura um livrinho cinzento. A esquerda aponta para baixo, indicando uma veste negra (batina?) No solo; perto havia uma cruz quebrada.



Bruno Cornacchiola disse ouvir uma voz a nenhuma outra semelhante, pelo tom e pelo modo como lhe falava:

“Sou aquela que está na Trindade Divina. Sou a Virgem da Revelação. Tu me persegues. Mas agora basta! Entra no santo redil, a corte celeste na terra. O Deus prometido é e fica imutável. Às nove sextas-feiras que praticastes antes de te desviares do caminho da verdade, deves a tua salvação… Deve-se rezar o rosário diariamente pela conversão dos pecadores e dos incrédulos e pela união entre os cristãos. Com esta terra de pecados operarei muitos milagres pela conversão dos pecadores. Para mostrar-te que esta visão é divina e não arte diabólica, como muitos hão de pensar, dou-te este sinal: deves andar pelas ruas e igrejas de Roma, e, ao primeiro sacerdote que encontrares, dirás: “Padre, quero falar-lhe”. E se ele te replicar: Ave Maria, filho, que desejas? dirás o que te vier à boca. Este indicará outro sacerdote, que receberá a tua abjuração e se ocupará de ti. Sê prudente… A ciência renegará a Deus."

"Quando fores levar a mensagem secreta ao Santo Padre, serás acompanhado por
outro sacerdote”. 

De fato, alguns dias depois, em 28 de abril, verificou-se a previsão.

Ao entrar na igreja de Todos os Santos, administrada por um dos filhos espirituais de dom Orione, se dirige ao Pe. Albino Frosi:

– Permita, padre, que lhe diga uma palavra…

– Ave Maria, filho, que desejas? Respondeu o Pe. Frosi.

– Sou protestante, mas quero tornar-me católico.

– Apresentá-lo-ei a quem melhor o atenda, retorquiu o padre.

Cumpriu-se à risca o sinal dado pela Senhora. O Pe. Frosi apresentou-o ao seu colega Pe. Gilberto Carniel, acostumado a tratar com convertidos.

Desde o dia 12 de abril, Bruno tornou-se outro homem, e essa conversão completa de um apóstata foi o primeiro milagre de graça operado em Tre Fontane. Bruno procurou reparar, segundo suas forças, o escândalo que havia dado e suportou pacientemente toda sorte de agravos.

Todas as vezes que podia, dirigia-se à gruta para rezar, e nos dias 6, 23 e 30 de maio foi agraciado com novas visões. Depois de receberem a necessária instrução, Bruno e sua mulher foram novamente admitidos no seio da Igreja Católica, no dia 7 de maio. Em 18 de maio, Gianfranco recebia o batismo, e Isola, a crisma e a primeira comunhão.

Na aparição de 30 de maio, Nossa Senhora enviou por meio de Bruno uma mensagem às irmãs Filipinas, que naquela região se dedicavam à educação da juventude. Que rezassem pela conversão dos incrédulos, principalmente pelos incrédulos do bairro.

Em 05 de maio de 1947, enquanto seu arrependido filho de joelhos, agradecia por todas as graças recebidas, Nossa Senhora apareceu sorrindo, porém nada falou. Na gruta ocorreram ainda outras aparições para ele. Em uma delas a Santíssima Virgem pediu:

“Neste lugar, quero ter um Santuário e ser venerada com os novos títulos: Virgem da Revelação e Mãe da Igreja. A Minha Casa deve estar aberta para todos, a fim de que possam entrar nela, a Casa do socorro, e se converterem. Os sedentos e confusos virão aqui para rezarem e encontrarem o sentido da vida”.

A gruta atualmente

A expressão “Virgem da Revelação” que Nossa Senhora usou é, conforme a suposição de Locatelli, uma alusão à “Misteriosa Revelação”, o Apocalipse, e uma indicação de que atualmente vivemos nos tempos apocalípticos, e visto que, como protestante, Bruno Lia outra Bíblia, é bem provável que o livro que Nossa Senhora segura na mão direita signifique a Bíblia católica.

O encontro com Pio XII e o aviso anos antes


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A Serva de Deus Luigina Sinapi

O encontro com o papa Pio XII ocorreu em 09 de dezembro de 1949 para o entrega da mensagem. O santo padre acolheu a tudo com total crença, pois já tinha conhecimento através de Luigina Sinapi, que falaremos a seguir, do que aconteceria com Bruno. Inclusive foi sua Santidade que abençoou a primeira imagem da Mãe de Deus colocada na gruta.

Nossa abençoada gruta do parque tré fontane, de Roma em 1937, ou seja, dez anos antes da Aparição a Bruno, a Santíssima Virgem Maria apareceu a Luigina Sinapi, e disse-lhe:

“Eu retornarei a esse lugar para converter um homem que lutará contra a Igreja de Cristo, e desejará assassinar o Santo Padre. Vai agora à Basílica de São Pedro e lá encontrarás uma religiosa que te fará conhecer o seu irmão, que é um cardeal. A ele deves levar a mensagem. Deverás dizer ao cardeal que logo mais ele será o novo papa”.

O cardeal Eugênio Pacelli, futuro papa Pio XII, após inteirar-se dos fatos, através de sua irmã, afirmou: “Se são flores, florirão...” Depois disso, e a confirmação da profecia de Nossa Senhora, o papa Pio XII recebeu Luigina por diversas vezes. A Mãe de Deus também a Luigina deixou muitas mensagens. Em uma delas, disse:

“Eu sou a Mãe de Deus, e por isso a Mãe de todos os homens; e também tua. Sofra e expie por todos os povos. Eu vos levarei a todos, com o Meu amor, a Jesus. Para aqueles que tu me confiaste, Eu digo: Sede fortes e tomai os sofrimentos com mais amor. Os homens devem compreender que os sofrimentos preparam para as graças...”

Inúmeros são os milagres que se operam por meio da terra da gruta, por intercessão da Santíssima Virgem Maria.
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Bruno Cornacchiola

Concluímos, pedindo para que todos façam a devoção as nove primeiras sexta-feiras do mês, em honra ao Sagrado Coração de Jesus, pois o Deus Misericordioso e fiel não esquecerá. Também os nove primeiros sábados serão inesquecíveis no Imaculado Coração de Maria.

Fontes: http://www.derradeirasgracas.com/4.%20Apari%C3%A7%C3%B5es%20de%20N%20Senhora/Nossa%20Senhora%20em%20Tre%20Fontane.htm e https://blog.cancaonova.com/queluz/nossa-senhora-da-revelacao/