domingo, 26 de novembro de 2017

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo



A Igreja celebra neste último domingo do Tempo Comum a Solenidade de Cristo Rei. Como atestam as Escrituras, Jesus deve mesmo exercer um reinado sobre nossos corações, de maneira tal que sejamos obedientes a todas as verdades ensinadas por Ele. A finalidade desta solenidade, portanto, não é tanto incensar uma imagem de Jesus sentado no trono, mas convencer o homem de que em Cristo está o Reino de Deus que se encarnou e veio a este mundo para nos salvar.

Deixar que Jesus reine em nossos corações significa deixar que a sua verdade governe nossos pensamentos e ações. Acontece que, desde a queda de nossos pais no paraíso, a humanidade tem repetido o pecado de Adão e Eva, insistindo em querer ser senhora do bem e do mal. Não queremos obedecer à verdade do nosso ser.

Deus é como um engenheiro que projetou o ser humano segundo um propósito. Do mesmo modo que um carro só funciona se obedecer às regras de quem o construiu, o homem também deve submeter-se às leis de sua natureza, caso queira ser realmente feliz. Mas o gênero humano inventou uma filosofia relativista pela qual os homens é que decidem se uma coisa é certa ou errada. Os homens perderam a sensatez.

No livro A Cidade de Deus, Santo Agostinho fala da existência de dois amores que construíram duas cidades, Babilônia e Jerusalém: “Aquela é o amor de si até ao desprezo de Deus; esta, o amor de Deus até ao desprezo de si” (l. XIV, 28). Se quisermos viver na Jerusalém celeste, precisamos desprezar nossas opiniões, renunciar aos nossos caprichos e abraçar o caminho da cruz, o caminho do amor a Deus sobre todas as coisas. Mas, se insistirmos no amor desordenado por si mesmo, então a Babilônia é a única coisa que conseguiremos construir.

O exercício de obediência a Deus deve começar já em nossas famílias. Os pais devem gastar tempo com seus filhos, ensinando-os a crer nas verdades reveladas por Deus. Nessa dinâmica catequética, as famílias poderão ser um testemunho eloquente da Cidade de Deus para toda a sociedade, incentivando outros a viverem o mesmo compromisso de amor. Por outro lado, os pais que vivem apenas para o dinheiro e delegam a educação de suas crianças às escolas, cuja filosofia é o relativismo, só o que conseguirão construir será outras Babilônias. Os pais precisam assumir a missão de educar os filhos, sobretudo nesta época em que as escolas seguem o pensamento marxista de que nada é verdade, tudo é ideologia e discurso de poder.

A medida do cristão não é a sua própria vontade, mas a Pessoa do “Filho de Deus, o verdadeiro homem”, a quem devemos nos unir por um vínculo de amizade “que nos abre a tudo o que é bom e nos dá o critério para discernir entre verdadeiro e falso, entre engano e verdade” (Bento XVI, Homilia pro eligendo pontifice, 18 de abril de 2005). Esse é o Reino de Deus.

Fonte: https://padrepauloricardo.org/episodios/jesus-cristo-rei-da-verdade?utm_content=buffer020c4&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer

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