sexta-feira, 10 de novembro de 2017

10 de Novembro - Memória de São Leão Magno, Papa e Doutor da Igreja

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São Leão I, chamado Magno, esteve à frente do governo visível da Igreja num momento mais do que delicado, em que, de uma lado, invasões bárbaras de um Átila punham em perigo a cristandade e, de outro, heresias cristológicas de um Eutiques ameaçavam a pureza da fé católica e ortodoxa. Como pastor sábio e prudente, São Leão Magno cumpriu de modo admirável sua missão, enquanto sucessor do bem-aventurado Pedro, de confirmar seus irmãos na fé. Sua famosa carta ao então Patriarca de Constantinopla, São Flaviano, contém uma exposição primorosa do que é a verdadeira fé da Igreja em Jesus Cristo: sem deixar de ser perfeitamente Deus, e sendo ao mesmo tempo inteiramente homem, em Nosso Senhor há uma só pessoa — a pessoa divina do Verbo —, que assumiu uma natureza humana com tudo o que lhe é próprio. Cremos, com efeito, que há um só e mesmo Cristo, Filho e Senhor unigênito, em duas naturezas, sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação, de sorte que, embora unidas na mesma hipóstase do Verbo, elas permaneceram e sempre hão de permanecer perfeitamente íntegras e inconfusas, cada uma com suas propriedades. Pois um só é o Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito do Pai, pelo qual temos acesso à divindade, no qual encontramos um mediador para interceder por nós junto ao Altíssimo e pelo qual recebemos a graça de, por uma participação inefável e misteriosa, nos associarmos à natureza divina, não como uma gota que se funde com o oceano, mas como filhos pela justiça e co-herdeiros com Cristo da bem-aventurança eterna.

Quanto à dimensão social, Leão foi crescendo, já que com a vitória dos desordeiros bárbaros sobre as forças do Império Romano, a última esperança era o eloquente e santo Doutor da Igreja, que conseguiu salvar da destruição, a Itália, Roma e muitas pessoas. Átila ultrapassara os Alpes e entrara na Itália. O Imperador fugia e os generais romanos escondiam-se. O Papa era a única força capaz de impedir a ruína universal. São Leão sai ao encontro do conquistador bárbaro, acampado às portas de Mântua. É certo que o bárbaro abrandou-se ao ver diante de si, em atitude de suplicante, o Pontífice dos cristãos e retrocedeu com todo o seu exército.

Dentre tantas riquezas em obras e escritos, São Leão Magno deixou-nos este grito: “Toma consciência, ó cristão da tua dignidade, já que participas da natureza Divina”.

Entrou no Céu no ano de 461.
— Que São Leão Magno rogue hoje por todos nós e nos alcance daquele cuja verdade pregou o incremento e a pureza da fé católica, apostólica e ortodoxa.



Fontes: Padre Paulo Ricardo e Canção Nova

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