São Martinho de Tours, cuja memória a Igreja hoje celebra, passou por todos os estados de vida até chegar àquele estado de santidade em que o encontrou o termo da vida. Ainda leigo e soldado romano, São Martinho já começava a dar mostras daquela caridade que, de ano em ano, ir-se-ia desabrochando em seu coração até chegar à plena maturidade de Cristo. De origem pagã e oriundo da Panônia, Martinho batizou-se com cerca de dezoito anos, tornou-se eremita pouco depois e, após um período dedicado à vida monástica, fundou na província da Gália o mosteiro de Ligugé, a instâncias de ninguém menos que Santo Hilário de Poitiers. Devido ao clamor popular, foi sagrado bispo no ano de 371, ainda que a contragosto. Já no fim da vida, foi-lhe revelado o dia de sua morte. Chegado, porém, o momento de partir deste mundo, viu com tanto pesar a necessidade, os lamentos e a desolação de seus filhos espirituais, a quem se via obrigado a abandonar, que rogou a Deus lhe concedesse um tempo a mais de vida para continuar padecendo e trabalhando por Cristo e pela salvação das almas. Deu-nos, assim, um exemplo perene de como deve ser o coração do cristão: paterno, disposto a sofrer pelo bem dos outros, pronto para obedecer à vontade de Deus, generoso sem descanso nem limite. Assim como São Martinho, inteiramente configurado ao Coração de Jesus, não recusou os trabalhos de seu ministério com o fim de gerar logo em Cristo uma multidão de almas, assim também nós, por intercessão deste santo confessor e pontífice, entreguemo-nos sem descanso àqueles cujo cuidado Deus nos confiou.
Fonte: Padre Paulo Ricardo
Nenhum comentário:
Postar um comentário