quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Oração Te Deum (A vós, ó Deus) para o último dia do ano

Concede-se indulgência parcial ao fiel que recitar o hino Te Deum (A vós, ó Deus) em ação de graças, e será plenária, quando recitado em público no último dia do ano.

O Te Deum é um hino cristão, usado principalmente na liturgia católica, como parte do Ofício das Leituras da Liturgia das Horas e outros eventos solenes de ações de graças. Ele costuma ser rezado no último dia do ano como um ato de louvor.

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
A vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos.

Louva-vos dos Profetas
A nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos mártires.

A vós por toda a terra
Proclama a Santa Igreja,
Ó Pai onipotente,
de imensa majestade.

E adora juntamente
O vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita de Deus,
do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que segue pode ser
omitida, se for oportuno.)

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
Fiéis, vos bendizemos,
Louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
Guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
Sois vós minha esperança!

Fonte: Comshalom

domingo, 27 de dezembro de 2020

Solenidade da Sagrada Família

Celebramos hoje solenemente a Santíssima Família de Nazaré, modelo e guia de todas as outras. Os componentes da Família Santa devem ser honrados de maneira especial por nós, uma vez que nela estão inseridos, Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, Maria Santíssima, Mãe de Deus e dos homens e São José, Guardião do Redentor e da Igreja!

Jesus, Maria e José, nossa família vossa é!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Solenidade do Natal do Senhor

1. Um parto virginal. — Com grande alegria, celebramos a solenidade do Natal do Senhor, e nesse ano de S. José, proclamado pelo Papa Francisco, somos convidados a nos colocar no lugar do santo Patriarca. Com que coração se aproximou José do mistério do Natal? A tradição nos conta que S. José estava ausente no momento em que Jesus nasceu, porque havia deixado a Virgem Maria na lapinha, na gruta de Belém em que nasceu o Menino. Vendo que sua esposa estava dando sinais do parto, saiu à busca de parteiras; mas, ao retornar com as únicas duas que pudera achar, o Menino já tinha nascido. Então, as parteiras entraram na gruta, terminaram o processo, cortando o cordão umbilical etc., e, uma vez composta Nossa Senhora, José se aproximou do grande mistério: Deus feito homem! Não só isso: o Filho de Deus, agora, de alguma forma misteriosa, era também filho dele. Sim, eis mistério de Deus! O Evangelho de S. Mateus nos diz que, em sonhos, o Anjo apareceu a José e disse-lhe: “José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa”. Oh! a humildade de José! Quando ele se casou, já tinha o propósito de viver com Maria o celibato e a virgindade, mas não lhe passara pela cabeça que iria casar-se com a Mãe de Deus. Ele não sabia disso, e no entanto, por vias misteriosas, Deus quis incluí-lo, e José, homem justo, vendo embora a própria indignidade, não teve medo de abraçar esse mistério.

2. A primeira comunhão de S. José. — Quando José foi deitar-se para dormir, o que ele provavelmente queria era apenas descansar. Ele não sabia que, daquele sono em diante, ele mudaria para sempre o destino da humanidade. No meio de um sonho, ele é chamado por Deus, convocado para ser o pai davídico de Nosso Senhor Jesus Cristo. Os profetas previram ao longo de séculos que viria um filho de Davi, e esse filho seria o filho adotivo de José. S. José, posto diante do grande mistério que é estar casado com a própria Mãe de Deus e ser, agora, chamado pai davídico do Filho de Deus, o Messias prometido por gerações... Que realidade tremenda! que realidade! introduzida no coração de S. José em sua humildade, em sua adoração, em sua aceitação, em sua obediência. É com semelhante coração que nos devemos aproximar do presépio, é com tal coração que devemos contemplar o mistério da Encarnação de Deus. Nessa Noite Santa, coloque-se no lugar de S. José, naquele momento em que, pela primeira vez, de coração humilde, puríssimo e castíssimo, ele pôde aproximar-se de Jesus e ver aquele Menino. Com que olhos ele olhou para Jesus! com que comoção! com que temor e tremor! mas, ao mesmo tempo, com que obediência e amor ele tomou nos braços aquele Menino! Foi a primeira comunhão de S. José, porque foi a primeira vez que ele teve contato físico com Deus feito homem. Quantas vezes iria comungar José! Ele não conheceu, de fato, o sacramento da Eucaristia, mas conheceu o próprio Filho de Deus feito homem e, ao tocar no corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, pôde sem dúvida receber as graças da comunhão.

3. Comungar com o coração de S. José. — Também nós somos chamados, nesta Noite Santa, a nos aproximar de Jesus; mas quem de nós ousaria comungar? Como José, também nós temos medo. Afinal, qualquer um que seja sensato, qualquer um que tenha um mínimo de noção de quem é Deus, ao olhar para dentro de si reagirá como S. Pedro: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador”. Mas nós, incentivados por Jesus mesmo, ousamos aproximar-nos como São José, que tomou coragem, foi, recebeu Maria Virgem como sua esposa e começou a participar daquele mistério. Também nós temos uma ordem do céu. É Nosso Senhor quem diz: “Tomai e comei”. Quem ousaria comungar se não fosse o próprio Deus que o mandasse? Sim, são dois imperativos: “Tomai e comei”, e é claro que isto supõe um coração disposto, não é um coração qualquer, em pecado. Mas se o anjo disse a S. José: “Não tenhas medo”, e José, sendo justo, teve medo, estaremos nós bem preparados neste Natal? Fizemos nossa confissão? Estamos em estado de graça? Se sim, não tenhamos medo: “Tomai e comei”. Somos chamados a nos aproximar do mistério da Encarnação por meio da Eucaristia. Peçamos pois emprestado a S. José o seu coração, humilde, puro, obediente, confiante, coração daquele que é o maior devoto da Virgem Maria, daquele que é o maior santo de todos depois dela, chamado por Deus a participar diretamente do mistério da Encarnação. — O nascimento de Jesus, naquela noite santa e silenciosa, foi visto só pela Virgem Maria e por Deus e no entanto S. José teve a honra de se aproximar logo em seguida. Nesta Noite Santa, os anjos se aproximam dos pastores humildes e dizem-lhes a mesma coisa: ide a Belém! Adeste fideles, como canta o hino português. Sim, estejamos lá presentes como fiéis, laeti triumphantes, alegres e triunfantes! Vamos a Belém com coragem, com o coração de José. Um feliz e santo Natal!

Fonte: Padre Paulo Ricardo

Feliz Natal!

Nasceu para nós o Salvador! Bendito seja Deus!

sábado, 12 de dezembro de 2020

Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira das Américas

1. Zelo de Mãe. — Com grande alegria celebramos hoje a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira das Américas. A Virgem SS., num ato maravilhoso de misericórdia da Providência divina, veio ela mesma evangelizar os nossos povos, já no início do séc. XVI. Tão-logo foi descoberto o nosso continente, ela veio falar-nos ao coração. É de todos conhecida a história do índio, já adiantado e maduro de idade, Juan Diego, que, ao sair em busca de um sacerdote que lhe atendesse o tio enfermo, encontrou no meio do caminho a Virgem Maria. É interessante o paralelo que a Igreja traça entre o zelo caridoso de Juan Diego para com o tio e o da Virgem Maria para conosco. Com efeito, o Evangelho proclamado no dia de hoje é o da visitação: também Maria partira às pressas para as colinas da Judeia, a fim de cuidar de Isabel e estar com ela (cf. v. 39). A atitude de cuidado de Juan Diego foi e é também a atitude de cuidado de nossa Mãe. Podemos dizer que ela parte do Céu, apressadamente, ao nosso continente para cuidar de nós. Preocupado e cheio de angústia, Juan Diego tentou fugir dos cuidados desta Mãe bendita, evitando passar pelos caminhos em que sabia poder encontrá-la. Atitude errada, sim, de quem se acha um “salvador”, capaz de resolver sozinho os problemas. Mas Nossa Senhora intervém e diz: No temas, ¿no estoy yo aquí que soy tu Madre? “Não temas, não estou eu aqui que sou tua Mãe”! Eis um Coração materno, que conhece, muito melhor do que nós, nossas próprias necessidades.

2. O continente de Maria. — Quando nos consagramos à Virgem Maria, como muitos o fazem no dia 12 de dezembro — dia belíssimo para isso —, entregamos-lhe a nossa vida como quem diz: “Mãe, vós sabeis do que mais necessito”. Na história de Guadalupe, a Virgem Santíssima apresenta-se como Mãe amorosa que intervém, que “se intromete”, que revela aos filhos necessidades que nem eles mesmos enxergavam… Era necessário erguer-lhe, pois, um templo em Tepeyac. Foi ela quem o disse: “A devoção que tiverdes a mim vos salvará”, e de fato salvou: salvou não somente o México, salvou também todo o nosso continente. Não há país nas Américas que não tenha a Virgem Maria como baluarte e grande defensora. Por isso, poderíamos dizer, sem dúvida alguma, que a América é o continente de Maria. Que esta Mãe Santíssima, Nossa Senhora de Guadalupe, nos ajude a viver realmente nossa vocação. Vemos hoje uma Europa, onde se deu a primeira evangelização, caducar e avelhantar-se; nós, pelo contrário, somos chamados a firmar nossa fé, e firmá-la com raízes ainda mais profundas, para que um dia, quem sabe, possamos partir como missionários da recristianização da Europa. Mas, para isso, é preciso estar com a Virgem Maria, que veio a Tepeyac pisar os ídolos: o Sol e a Lua, idolatrados pelos astecas; que veio pôr fim aos sacrifícios humanos; que veio acabar com aquele terrível dragão que devorava seu povo. Ela é a Virgem do Apocalipse que, conosco, trava a batalha, para cantarmos um dia o aleluia da vitória do seu Filho, Jesus.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Em breve o blog vai mudar...

Ano de São José

Hoje, por ocasião dos 150º de proclamação de São José como patrono de toda a Igreja Católica, o Romano Pontífice proclamou e convocou, através da Carta Apostólica "Patris Corde", até 8 de dezembro de 2021 o "Ano de São José", concedendo a possibilidade de ganhar a indulgência plenária nas seguintes ocasiões:

1) Meditação de ao menos 30 minutos da oração do Pai Nosso ou um dia de recolhimento espiritual em que haja ao menos uma meditação sobre São José; 

2) Qualquer obra de misericórdia; 

3) Oferecimento do trabalho à proteção de São José; 

4) Ladainha de São José, Akathistos (ao menos uma parte) ou qualquer oração litúrgica em favor da Igreja perseguida "ad intra" ou "ad extra"; 

5) Qualquer oração aprovada pela Igreja a São José, como “A te Beate Joseph”, especialmente em 19 de março, 1º de maio, na Festa da Sagrada Família, nos Domingos de São José, no dia 19 de cada mês e em cada quarta-feira do ano; 

6) Aos enfermos e anciãos que rezarem a São José pelos doentes e agonizantes, oferecendo os próprios sofrimentos.

Fonte: Facebook Pe. José Eduardo

150 anos da proclamação de São José como Patrono da Igreja Católica

O Papa Pio IX, no dia 8 de dezembro de 1870, declarou o glorioso São José, Padroeiro da Igreja Católica. Este mesmo Papa, em 08/12/1854, já tinha proclamado solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora.

Assim como Deus constituira o antigo José, filho do antigo patriarca Jacó, para presidir em toda a terra do Egito, a fim de conservar o trigo para os povos; assim, chegada a plenitude dos tempos, estando para enviar à terra o seu Unigênito Filho para redenção do mundo, escolheu outro José, de quem o primeiro era figura; constituiu-o Senhor e Príncipe de sua casa e de sua possessão, e elegeu-o custódio de seus principais tesouros.

José teve, de fato, por esposa a Imaculada Virgem Maria, da qual por virtude do Espírito Santo, nasceu Nosso Senhor Jesus Cristo, que, junto aos homens, se dignou ser julgado filho de José, e lhe foi submisso. E José, não só viu Aquele que tantos reis e profetas desejaram ver, mas conversou com Ele, estreitou-O ao peito com paternal afeto, beijou-O; e, além disso, com extremoso cuidado, alimentou Aquele que devia ser nutrição espiritual e alimento de vida eterna para o povo fiel.

Por esta excelsa dignidade, concedida por Deus a seu fidelíssimo Servo, a Igreja, após a Virgem Santíssima, sua Esposa, teve sempre em grande honra e cumulou de louvores o Beatíssimo José, e nas angústias lhe implorou a intercessão. Ora, estando a Igreja, nestes tristíssimos tempos, perseguida em toda parte por inimigos e opressa por tão graves calamidades, a ponto de julgarem os ímpios que as portas do abismo prevaleceram contra Ela, os Bispos de todo o mundo católico, em seu nome e no dos fiéis confiados a seus cuidados, rogaram ao Sumo Pontífice que se dignasse constituir São José Padroeiro da Igreja Católica.

Tendo pois eles, no Sagrado Concílio Ecumênico Vaticano I, renovado com maior insistência os mesmos pedidos e desejos, o Santo Padre Pio IX, comovido com a presente e lutuosa condição dos tempos, querendo de modo especial colocar-se a si mesmo e aos fiéis sob o poderosíssimo Patrocínio do Santo Patriarca José e satisfazer os desejos dos Bispos, declarou-o solenemente Padroeiro da Igreja Católica. Elevou a sua festa, que cai a 19 de março a rito duplo de primeira classe. E, além disso ordenou que esta declaração, feita com o presente decreto da Sagrada Congregação dos Ritos, fosse publicado no dia consagrado à Imaculada Virgem Mãe de Deus, Esposa do castíssimo José.

Fonte: Canção Nova

Uma alegria que o mundo não conhece

Hoje, enquanto o mundo se agita como em um dia qualquer, a Igreja abandona o violáceo do Advento e veste a alvura das solenidades: é dia de Glória, é dia de rezar o Credo, é dia de cantar hinos à Imaculada Conceição. Nosso coração católico se alegra em participar da Santa Missa e celebrar a alvura sem mancha, a pureza sem mácula, a santidade sem pecado de Maria.

Esta alegria, no entanto, o mundo não a conhece. Se a conhecesse, fechar-se-iam seus comércios, como em dia de domingo. Mas não. O mundo não conhece o descanso por amor; ele só conhece o lockdown, e por temor. O mundo não conhece o valor do culto a Deus; ele só conhece a cultura da saúde e do dinheiro, e faz delas o seu deus.

A pureza de Maria, também, é desconhecida do homem moderno. Incrédulo, ele ouve: “Imaculada Conceição”, e meneia a cabeça, desacredita, faz troça, não crê ser possível. Acostumado aos pecados sensuais contra a natureza, ele só conhece a mácula, e esta sem a concepção. 

Nós também conhecemos a mácula, sim, porque somos pecadores. Mas não conhecemos só isso. Em Jesus, o Cordeiro inocente “que tira o pecado do mundo”, e em Maria, a Virgem concebida sem pecado original, nós temos acesso à graça — realidade que o mundo, infelizmente, se recusa a aceitar.

Nada disso nos deveria assustar, porque a primeira leitura da Missa de hoje já denuncia a inimizade que Deus selou, desde o princípio, entre os filhos de Maria e os da serpente: Ipsum cónteret caput tuum, et tu cónteres calcáneum eius, “Esta”, a descendência da Virgem, “te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3, 15).

Não pode haver comunhão entre os filhos das trevas e os da luz. Pode-se até tentar. Pode-se até ensaiar um diálogo. Mas, como diz Santa Teresa: “Quando dois não pensam do mesmo modo, como poderão amar-se por muito tempo? É amor que há de acabar com a vida, pois, se um não guarda a lei divina, e, por conseguinte, não ama a Deus, diferentes hão de ser os seus destinos”. E ponto final.

Quem são os filhos da luz e quem os das trevas? Quem os da Imaculada e quem os da serpente?

Desde já a Escritura nos mostra como identificar uns e outros: a serpente será ferida na cabeça, isto é, na parte mais elevada; a descendência da mulher será ferida no calcanhar, isto é, na parte mais rebaixada. Pois bem, os filhos da serpente serão como ela: cabeça altiva e olhar orgulhoso, sua marca é a soberba; os filhos da mulher, pelo contrário, serão humildes como o calcanhar.

Saber disso deve servir para nós como uma régua, com a qual devemos medir não os outros, mas a nós mesmos. Pois enquanto Deus não separar o trigo e o joio, tudo é incerto; enquanto Ele não vier para reunir os seus justos, ninguém está seguro.

Até lá, peçamos a Ele: “Livrai-nos do mal”. Até lá, ao rezarmos os Salmos, implorando a Deus que nos livre da mão de nossos inimigos, não nos esqueçamos que o principal inimigo de nossa salvação não está lá fora, mas aqui dentro: é a nossa carne maculada, é o “mundo” que vive em nós. 

E supliquemos à Virgem Imaculada, que com tanta alegria celebramos hoje: Ora pro nobis, peccatoribus, “Rogai por nós, que somos pecadores”. Sim, há uma alegria que brota da penitência, da dor dos próprios pecados; uma alegria que brota da súplica confiante a quem possui o que ainda não temos. 

Esta alegria o mundo não a conhece. Mas por misericórdia, por pura misericórdia, Deus nos deu a conhecer.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora

1. Imaculada e cheia de graça. — Com grande alegria celebramos hoje a solenidade da Imaculada Conceição da toda pura Mãe de Deus. Antes de refletir sobre este mistério, é preciso entender em que ele consiste. A Igreja definiu como dogma e, portanto, como ensinamento inquestionável que a Virgem Maria, tão logo começou a existir no ventre de Sant’Ana — isto é, desde o primeiro instante de sua concepção —, foi preservada de toda mancha do pecado original. Trata-se de um privilégio, de algo único da Virgem Maria, a quem não convinha ser manchada pelo pecado porque, tendo sido predestinada para Mãe de Deus, dela devia brotar Cristo como de fonte puríssima e de um Coração Imaculado. Este é o dogma que celebramos. A Igreja, porém, crê em muito mais do que o conteúdo específico dele, porque Maria não foi apenas preservada da culpa original, senão que, desde o momento de sua concepção, recebeu na alma uma tal cópia de graça santificante e dons sobrenaturais que, se comparada com a que foi concedida aos anjos e santos juntos e de todos os tempos, ela a todos excede e sobressai. É a plenitude de graça: Ave, Maria, gratia plena, cheia de graça! Cremos, portanto, que o privilégio de Maria não foi só negativo — o ser preservada do pecado —, mas também positivo — o ter recebido uma capacidade de amar extraordinária, em razão de sua dignidade e missão como Mãe de Deus. Recorda-nos S. Tomás de Aquino, com efeito, que, considerada em sua substância mais íntima, a maternidade divina confere a Maria uma dignidade quase infinita, pelo bem infinito que é o seu Filho (cf. STh I 25, 6 ad 40).

2. Privilégio de uma, dom para todos. — Pois bem, todos esses privilégios da Virgem Maria são motivo de ação de graças a Deus, louvor e festa, tanto na Terra como no Céu, porque Deus, ao agraciar Maria, não o fez só por ela, mas também por nós. Sim. Quando Deus escolhe e privilegia alguém, não o faz apenas por causa do privilegiado, mas por todos os que se beneficiarão de tais privilégios. É assim que Deus, elegendo Abraão, nele escolheu o seu povo inteiro e, escolhendo o seu povo, escolheu nele todas as gentes. É assim que Cristo, amando o discípulo amado, amou os demais discípulos. E é assim que, amando a Virgem Maria, Deus nos amou a todos. Maria é para nós: Deus nos deu a Virgem Maria. Como recorda S. Teresinha do Menino Jesus, interrogada se preferiria ser Teresinha ou Maria: “Prefiro ser Teresinha, porque a Virgem Maria não teria uma mãe tão boa como a que eu tenho”. Eis o privilégio de ter recebido a Virgem Maria! 

3. Culto de imitação. — Mas o que significa, verdadeiramente, recebê-la? Que significa celebrar com profundidade e verdadeira devoção este mistério da Imaculada Conceição? Significa que nós não somos imaculados; fomos, miserável e desgraçadamente, manchados pelo pecado, e não só pelo original como pelos atuais de nossa própria vida. Mas Deus nos deu a Imaculada, para que enfim pudéssemos realizar esse admirável comércio — O admirabile commercium! —, essa maravilhosa troca em que damos à Virgem SS. o nosso coração, enfermo e leproso, e dela recebemos o seu Coração Imaculado. É isto que quer dizer aquele “Eis aí a tua mãe, eis aí o teu filho” (cf. Jo 16, 26s). Tudo o que é dela agora é meu, e tudo o que é meu agora é dela. Explicado isso, é preciso então vivenciá-lo. Como viver esse mistério de amor? Vivendo com devoção e verdadeira prontidão as mesmas virtudes deste Coração Imaculado. Pois o verdadeiro devoto da Virgem Maria é o que lhe imita as virtudes, porque sabe serem suas essas virtudes: a fé da Virgem Maria é minha, a sua esperança, o seu amor, a sua humildade… — tudo é meu. Eu posso por isso tomá-lo para mim! Receber a Virgem Maria em minha casa, em meu coração, ser todo dela e tê-la toda para mim, é, na prática, querer imitá-la no dia a dia. É ter as atitudes e critérios que ela teria, ao escolher uma roupa, ao dirigir a alguém uma palavra, na hora de ver um vídeo: que faria ela? Ser verdadeiramente devoto da Virgem Maria é configurar-se ao seu Coração Imaculado, que nos foi dado de presente. Presente extraordinário! Que vivamos essa solenidade da Imaculada Conceição da pura santa Mãe de Deus apossando-nos desse presente. Deus a privilegiou e elegeu, para nos dar o privilégio e a subida eleição de ter uma Mãe tão boa!

Fonte: Padre Paulo Ricardo

sábado, 5 de dezembro de 2020

Tríduo do Patrocínio de São José


Em 8 de dezembro de 1870, o Bem-aventurado Papa Pio IX proclamou São José “Patrono da Igreja Universal”

I – Gloriosíssimo São José, pai putativo de Jesus, esposo de Maria, e padroeiro da Igreja Católica, pela dor que experimentastes vendo o filho de Deus nascer num presépio e ser posto numa manjedoura em grande pobreza e desamparo, suplicamos, que juntamente com Maria rogueis a Jesus, conceda à Santa Igreja um esplêndido e pronto triunfo sobre todos os seus inimigos.

Pai Nosso – Ave Maria – Glória.

II – Gloriosíssimo São José, pai putativo de Jesus, esposo de Maria e padroeiro da Igreja Católica, pelos trabalhos que padecestes quando fugistes para o Egito, a fim de livrar o filho de Deus da perseguição de Herodes; suplicamos, que juntamente com Maria, rogueis a Jesus, que livre o supremo Pontífice Cabeça da Igreja, dos trabalhos que o angustiam e da perseguição dos ímpios.

Pai Nosso – Ave Maria – Glória.

III – Gloriosíssimo São José, pai putativo de Jesus, esposo de Maria e padroeiro da Igreja Católica, pela dor que sentistes, quando perdestes a Jesus no templo de Jerusalém, suplicamos que juntamente com Maria, rogueis a Jesus que conceda à Igreja completa vitória sobre os poderes do inferno, para que caminhemos sem obstáculos à bem-aventurança, onde livres de todos os nossos inimigos, louvemos a Deus por toda a eternidade. Assim seja.

Pai Nosso – Ave Maria – Glória.

Fonte:  https://novenas.totusmariae.org/triduo-do-patrocinio-de-sao-jose/

Tríduo à Imaculada Conceição


I- Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus Nosso Senhor, de nossos inimigos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!

Oração Inicial

Vós sois, ó Maria, luz do alto céu, estrela e consolo para o pecador. Volvei a nós, Vossos piedosos olhos, que viram ao Filho na Cruz morrer.

Mãe amorosa, Rainha dos mártires, Mãe de Deus e protetora da humanidade. Sede, pois, nossa Mãe, Oh! Virgem Maria!

Oração do dia

Oh! Espelho de Pureza, Imaculada Virgem Maria! Alegro-me infinitamente ao considerar que desde vossa Concepção Vos foram infundidas as virtudes mais sublimes e perfeitas, junto com todos os dons do Espírito Santo.

Dou-vos graças e adoro a Santíssima Trindade por ter-vos favorecido com estes privilégios, e Vos suplico: Oh! Mãe benigna, me alcanceis a prática das virtudes para fazer me assim digno de receber os dons e a graça do Espírito Santo.

Rezar 7 Ave-Marias, 7 Pai Nossos, 7 Glórias

II- Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus Nosso Senhor, de nossos inimigos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!

Oração Inicial

Vós sois, ó Maria, luz do alto céu, estrela e consolo para o pecador. Volvei a nós, Vossos piedosos olhos, que viram ao Filho na Cruz morrer.

Mãe amorosa, Rainha dos mártires, Mãe de Deus e protetora da humanidade. Sede, pois, nossa Mãe, Oh! Virgem Maria!

Oração do dia

Oh! Espelho de Pureza, Imaculada Virgem Maria! Alegro-me infinitamente ao considerar que desde vossa Concepção Vos foram infundidas as virtudes mais sublimes e perfeitas, junto com todos os dons do Espírito Santo.

Dou-vos graças e adoro a Santíssima Trindade por ter-vos favorecido com estes privilégios, e Vos suplico: Oh! Mãe benigna, me alcanceis a prática das virtudes para fazer me assim digno de receber os dons e a graça do Espírito Santo.

Rezar 7 Ave-Marias, 7 Pai Nossos, 7 Glórias

III- Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus Nosso Senhor, de nossos inimigos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!

Oração Inicial

Vós sois, ó Maria, luz do alto céu, estrela e consolo para o pecador. Volvei a nós, Vossos piedosos olhos, que viram ao Filho na Cruz morrer.

Mãe amorosa, Rainha dos mártires, Mãe de Deus e protetora da humanidade. Sede, pois, nossa Mãe, Oh! Virgem Maria!

Oração do dia

Oh! Espelho de Pureza, Imaculada Virgem Maria! Alegro-me infinitamente ao considerar que desde vossa Concepção Vos foram infundidas as virtudes mais sublimes e perfeitas, junto com todos os dons do Espírito Santo.


Dou-vos graças e adoro a Santíssima Trindade por ter-vos favorecido com estes privilégios, e Vos suplico: Oh! Mãe benigna, me alcanceis a prática das virtudes para fazer me assim digno de receber os dons e a graça do Espírito Santo.

Rezar 7 Ave-Marias, 7 Pai Nossos, 7 Glórias

Oração Final (para todos os dias)

Virgem Puríssima, concebida sem pecado e desde aquele primeiro instante toda bela e sem mancha, gloriosa Maria, cheia de graça e Mãe de meu Deus, Rainha dois Anjos e dos homens: Sois o asilo seguro dos pecadores. A Vós recorro; sois Mãe de misericórdia; sois, depois de Jesus Cristo, toda minha esperança. Não deixareis de aceitar com agrado a terna confiança que tenho em Vós. Alcançai-me que seja digno de ser chamado filho Vosso e que possa dizer com inteira confiança: “Demonstrai que sois minha Mãe”. (Pedir a graça que se necessita)

Fonte: https://www.arautos.org/triduo-imaculada-conceicao

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Dezembro, mês da Imaculada, do Advento e do Natal


Dezembro é o mês da Imaculada, do Advento e do Natal. São quatro semanas de preparação para a vinda de Cristo no Natal. Arma-se a “coroa do Advento”, com uma vela acessa a cada domingo, meditando esse tempo de graça. É um tempo propício para preparação espiritual e piedosa para celebrar o Natal e também a segunda e definitiva vinda do Senhor. É o tempo do Presépio, que nos ajuda a meditar este grande mistério da Encarnação do Verbo, que “se fez pobre para nos enriquecer”, como disse São Paulo.


Fonte: Cléofas


domingo, 29 de novembro de 2020

Mãe Amorosa/Santa Mãe do Redentor (Alma Redemptoris Mater)

Mãe Amorosa/Santa Mãe do Redentor.
Porta do céu sempre aberta.
Estrela do mar.
Ajuda teu povo caído, que quer levantar- se.
Vós que destes à luz, ante a natureza maravilhada,
Aquele que vos criou.
E permanecestes sempre Virgem,
antes e depois daquela saudação da boca de Gabriel.
Tende piedade de nós, pecadores.

Em latim:
Alma Redemptoris mater
Quae pervia caeli porta manes
Et Stella Maria
Succurre cadenti
Surgere qui curat populo
Tu quae genuisti
Natura mirante
Tuum sanctum Genitorem
Virgo prius, ac posterius
Gabrielis ab ore
Sumens illud Ave
Peccatorum miserere

As aparições de Nossa Senhora em Beauraing

Um pequeno povoado de apenas 2.000 habitantes, situa-se na Bélgica, denomina-se Beauraing. Nada o distingue de muitos outros povoados da zona. Nesse local, nossa Mãe celeste apareceu 33 vezes a cinco crianças, de 29-11-1932 a 3-1-1933, ou seja, quase todos os dias! Tais aparições foram reconhecidas pela Igreja em 1943. É uma das poucas aparições, ocorridas no século passado, reconhecidas oficialmente.

Em 29 de novembro de 1932, as meninas Gilberte e Andrea Degeimbre, órfãs de 9 e 14 anos, acompanham Fernanda e Alberto Voisin, de 15 e 11 anos, que foram buscar, num pensionato de freiras, Gilberte Voisin, de 13 anos, irmã dos dois últimos. Os meninos brincavam, quando Alberto fica assustado e diz: “Olhem, a Virgem vestida de branco está caminhando sobre a ponte”. As meninas olham e ficam também muito assustadas. Batem com força à porta do pensionato. Surgem uma freira — a irmã Valerie, que nada percebe — e Gilberte Voisin, que vê a aparição e fica também muito assustada. Os meninos correm de volta à casa e contam a suas famílias o ocorrido. Estas não acreditam. Ainda pior: a irmã mais velha das meninas Degeimbre, tomada de inveja, diz: “Vocês duas vêem a Virgem? Se eu a tivesse visto, seria diferente... Mas, vocês duas!?” Dominada pelo despeito de nada ter visto, ela chegará a caluniar suas irmãs.

Chama muito a atenção nessa narração o pouco que Nossa Senhora fala a estas crianças — fato que será utilizado como argumento principal pelos adversários das aparições. Após os meninos indagarem à Mãe de Deus o que queria deles, Ela simplesmente respondeu: “Sejam sempre bons”. No dia seguinte, Ela pergunta aos meninos: “Vocês serão sempre bons, não é verdade?”. “Sim!” — responderam enfaticamente.

No dia 30 de dezembro de 1932, ao mostrar seu Coração, que parecia de ouro, a Virgem Santíssima recomenda: “Rezai, rezai muito”. No dia 1º de janeiro, apenas aconselha: “Rezai sempre”. Na última aparição, no dia 3 de janeiro, Ela falará mais. E mesmo assim, será breve: “Eu converterei pecadores. Eu sou a Mãe de Deus, a Rainha do Céu. Rezai sempre”.

Curiosamente, a Virgem Santíssima, nesta derradeira aparição, revela três segredos pessoais a três dos videntes. O que revelou? Nada veio a público.

Algumas pessoas quiseram acrescentar palavras ao que Nossa Senhora asseverou, mas os videntes não aceitaram.

Outro aspecto digno de nota: os meninos viam Nossa Senhora com raios dourados em torno da cabeça, como se fosse uma coroa, símbolo de majestade. O que está em consonância com a afirmação: “Sou a Rainha do Céu”.

Desde o início as aparições chamaram muito a atenção, e o interesse público ia crescendo diariamente. No dia da última aparição, havia uma multidão de 30.000 pessoas presentes. Entre elas, numerosos médicos. Estes aproveitaram a ocasião para fazer experiências, durante as aparições. Eles beliscaram os videntes, apertaram-lhes a pele, aproximaram fogo de suas mãos, soltaram flashes incandescentes sobre os olhos, mas os videntes não reagiram. Não ficaram marcas ou cicatrizes de tais experiências.

Os videntes sofreram muita oposição. Nem o sacerdote do local acreditava neles, e não tinham nas adjacências a quem recorrer para os ajudar. Como até parte da imprensa católica tentava negar os eventos miraculosos, sentiam-se rodeados por um desprezo geral. No início, até seus pais mostravam-se contrários à veracidade das aparições. Muitos acusavam as crianças de mentirosas, pois esperavam que uma aparição da Mãe de Deus devesse ser necessariamente no estilo Hollywood, com milagres espetaculares e uma mensagem apocalíptica. A curiosidade geral encheu a loja dos Voisin. Mas logo eles perderam os fregueses, que não podiam ou não se atreviam a entrar na loja, que acabou tendo de ser fechada. Mas isto foi um fator para a conversão do pai, Hector Voisin, que abandonou o partido socialista e voltou a praticar a religião.

Algumas pessoas perguntaram: por que Nossa Senhora apareceu para dizer tão pouca coisa, além do mais, já muito conhecida? Seria algo na linha de uma aparição “ordinária”, diferente de aparições “fora de série”, como as de Lourdes ou Fátima?

Como resposta, podemos lembrar, de início, que a Virgem Santíssima quis Ela mesma fazer apostolado, para nos ensinar que todo apostolado é santo, mesmo se dirigido a pessoas simples, e limitando-se a repetir doutrina já conhecida.

Em segundo lugar, a Religião católica não se caracteriza por sensacionalismos. É a Religião da perseverança em meio à vida cotidiana. Nunca uma aparição de Nossa Senhora é algo comum. Embora seja um acontecimento extraordinário, uma aparição mariana pode ter por objeto, entretanto, reafirmar uma doutrina básica da Igreja.

Em terceiro lugar, a Santíssima Virgem, com sua aparição, ressalta que Ela está protegendo a nós, seus filhos. Nem sempre mediante palavras, mas sempre nos amparando. O que mais podemos desejar?

Ademais, uma aparição de Nossa Senhora não pode deixar de trazer consigo grandes graças, seja para os videntes, seja para os que os rodeiam e mesmo para todo o mundo. Ela é a Mãe da divina graça, que conduz sempre a seu Filho amantíssimo, Jesus.

Fonte: Revista Catolicismo

Advento: tempo de espera


Começamos mais um período do Advento, que nos prepara para chegada do Salvador, no dia do Natal. Que saibamos esperar o Senhor, com a ajuda e intercessão de Nossa Senhora!

sábado, 28 de novembro de 2020

As aparições de Nossa Senhora em Kibeho

A Virgem Maria apareceu para três jovens, Alphonsine Mumureke, Nathalie Mukamazimpaka e Marie Claire Mukangango entre 1981 e 1989, em Kibeho, Ruanda, centro da África. Foi a primeira aparição da Virgem Maria no continente africano reconhecida por autoridades da Igreja Católica.

No final de 1981, Kibeho era apenas uma das pequenas aldeias pertencentes à diocese de Gikongoro. Nela havia um colégio fundado e dirigido por três Irmãs católicas, onde jovens ruandesas estudavam para serem secretárias ou professoras primárias. Como não se tratava de colégio para formação de religiosas, ali não se vivia um clima particular de devoção, pois sequer possuía uma capela. Podemos entender aí o fundamento das aparições de Maria.

No almoço do dia 28 de novembro deste ano, Alphonsine, de dezesseis anos, estava servindo suas colegas no refeitório quando ouviu nitidamente uma voz que a chamava: “Minha filha, venha até aqui”. A voz procedia do corredor, no fundo da sala de refeições. Alphonsine foi até lá e viu, pela primeira vez, a Senhora.

Assustada, Alphonsine, pediu à desconhecida que fosse embora. A Santíssima Virgem então se apresentou no dialeto ruandês: “Ndi Nyina Wa Jambo”, isto é “Eu sou a Mãe do Verbo”. A estudante contou todo o ocorrido às religiosas e às colegas, mas ninguém lhe deu crédito. Como as aparições continuaram, Alphonsine acabou passando por histérica. Sofrendo com essa situação, numa das visões ela pediu à Mãe que aparecesse ao menos às suas amigas, Nathalie e Marie Claire.

Assim, no dia 12 de janeiro de 1982, a Virgem apareceu para Natália que tinha dezessete anos. Depois para a Marie Claire, esta com vinte e um anos e a mais descrente. Só então as mensagens foram aceitas. Elas pediam a verdadeira conversão dos cristãos, através de muita oração, penitência e jejum.

Mas foi a descrição da aparição de 15 de agosto de 1982, que possibilitou verificar sua autenticidade, pois depois se confirmou como terrível realidade. Nesta, Maria apareceu para as três videntes juntas e lhes mostrou cenas impressionantes que enchiam de dor seu imaculado coração. Era um verdadeiro mar de sangue, pessoas que se matavam entre si, cadáveres abandonados sem sepultura… As imagens eram a antecipação da guerra civil deflagrada entre abril e julho de 1994, quando Ruanda viveu seu próprio genocídio.

Depois de vários anos de estudos, por parte da comissão médica e teológica, em 29 de junho de 2001, as aparições foram reconhecidas oficialmente pela autoridade eclesiástica local. Este reconhecimento deu-se pelo bispo Augustine Misago, numa missa na catedral de Gikongoro, na qual estavam presentes os outros bispos do país e o núncio apostólico em Kigali, Mons. Salvatore Pennacchio. No mesmo dia o Vaticano publicou a notícia da aprovação, dando assim respaldo à declaração episcopal. No dia 31 de maio de 2003, às dez horas da manhã, estava o Prefeito da Congregação para a evangelização dos povos, enviado do Papa, formalizando a consagração do Santuário à Nossa Senhora das Dores de Kibeho, através da missa solene realizada com a presença de todos os Bispos ruandeses, quando diante de todos os fiéis se repetiu o fenômeno da dança do sol, como em Fátima, no dia 13 de outubro de 1913. Ele durou oito minutos e foi filmado e fotografado por repórteres profissionais e amadores.

Informado e depois de ver todos os documentos, o Papa João Paulo II declarou: “Nossa Senhora das Dores de Kibeho é a Fátima do coração da África”.

Fonte: A12 e Revista Catolicismo

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

A poderosa intercessora, a Senhora das Graças


«Este globo representa o mundo inteiro, particularmente a França e todas as pessoas»

Nossa Senhora, durante sua aparição em 27 de novembro de 1830 na Rue du Bac, apareceu com um globo na mão, o qual oferecia a Deus. Ela é a grande e poderosa intercessora da humanidade!

Os raios que saíam dos anéis das mãos da Imaculada, representavam as graças que Maria derrama para toda a humanidade. De alguns anéis saíam mais raios, de outros, menos. Os raios que deixavam de sair representavam as graças que as pessoas não pediam para a Virgem Santíssima. Nossa Senhora é a Medianeira de todas as graças, peçamos para nossa Boa Mãe do Céu!

O simbolismo da Medalha Milagrosa

A serpente: Maria aparece esmagando a cabeça da serpente.

A mulher que esmaga a cabeça da serpente, que é o demônio já estava predita na Bíblia, no livro do Gênesis: “Porei inimizade entre ti e a mulher… Ela te esmagará a cabeça e tu procurarás, em vão, morder-lhe o calcanhar”.

Deus declara iniciada a luta entre o bem e o mal. Essa luta é vencida por Jesus Cristo, o “novo Adão”, juntamente com Maria, a “nova Eva”. É em Maria que se cumpre essa sentença de Deus: a mulher finalmente esmaga a cabeça da serpente, para que não mais a morte pudesse escravizar os homens.

Por que dos "raios" ?

Os raios
Simbolizam as graças que Nossa Senhora derrama sobre os seus devotos. A Santa Igreja, por isso, a chama Tesoureira de Deus.

As 12 estrelas:
Simbolizam as 12 tribos de Israel.
Maria Santíssima também é saudada como “Estrela do Mar” na oração Ave, Maris Stella.

O coração cercado de espinhos:
É o Sagrado Coração de Jesus. Foi Maria quem o formou em seu ventre. Nosso Senhor prometeu a Santa Margarida Maria Alacoque a graça da vida eterna aos devotos do seu Sagrado Coração, que simboliza o seu infinito e ilimitado Amor.

O coração transpassado por uma espada:
É o Imaculado Coração de Maria, inseparável ao de Jesus: mesmo nas horas difíceis de Sua Paixão e Morte na Cruz, Ela estava lá, compartilhando da Sua dor.

O M:
Significa Maria. Esse M sustenta o travessão e a Cruz, que representam o calvário. Essa simbologia indica a íntima ligação de Maria e Jesus na história da salvação.

O travessão e a Cruz:
Simbolizam o calvário. Para a doutrina católica, a Santa Missa é a repetição do sacrifício do Calvário, portanto, ressaltam a importância do Sacrifício Eucarístico na vida do cristã.

Fonte: https://blog.cancaonova.com/comomaria/2011/11/25/a-medalha-milagrosa/

190 anos da revelação da Medalha Milagrosa

Nossa Senhora, no dia 27 de novembro de 1830, aparece de novo à Santa Catarina Labouré na Capela da Rue du Bac. Dessa vez foi às 17h30, durante a oração das Irmãs e das noviças, sobre o quadro de São José (hoje, o local onde se encontra a Virgem do Globo). Antes, Catarina vê dois globos vivos, que passam, um após o outro, e nos quais a Santíssima Virgem se mantém em pé, sobre a metade do globo terrestre, seus pés esmagando a serpente.

No primeiro quadro, a Santíssima Virgem traz nas mãos um pequeno globo, dourado, com uma cruz superposta, que Ela eleva aos céus. Catarina ouve:
«Este globo representa o mundo inteiro, particularmente a França e todas as pessoas»

No segundo, saem de suas mãos abertas raios de um brilho resplandecente. Catarina ouve ao mesmo tempo uma voz que lhe diz:

«Estes raios são o símbolo das graças que Maria alcança para os homens».

Depois, em forma oval, forma-se a aparição e Catarina vê inscrita, em letras de ouro, esta invocação: «Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a Vós! ».

Então uma voz se faz ouvir:

« Fazei cunhar uma medalha sob este modelo. As pessoas que a usarem, com confiança, receberão muitas graças ».

Finalmente, ao redor, Catarina vê o reverso da Medalha: no alto, uma cruz, com a inicial do nome de Maria superposta, e, em baixo, dois corações, um coroado de espinhos, e outro, transpassado por uma lança.

Um adeus

No mesmo mês de novembro de 1830, durante a oração, Catarina ouve de novo um “frou-frou”, desta vez atrás do altar. O mesmo quadro da medalha se apresenta perto do tabernáculo, um pouco atrás.

«Estes raios são o símbolo das graças que a Santíssima Virgem alcança para as pessoas que lhe pedem… Você não me verá mais ».

Fonte: http://www.chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com/langues/portugues/as-aparicoes-a-medalha/

domingo, 22 de novembro de 2020

Solenidade de Cristo Rei do Universo

Nós, que ainda vivemos o tempo da misericórdia, precisamos nos preparar para o dia do Juízo Final, dia em que, na plenitude da sua glória, Jesus Cristo, Rei do universo, virá para julgar os vivos e os mortos. O Divino Juiz julgará sim, com Justiça, mas a sua Misericórdia não deixará de estar presente, uma vez que o Senhor, assim como possui duas naturezas inseparáveis em uma única pessoa, tem uma Justiça misericordiosa e uma Misericórdia justa, equilibrando-se perfeitamente as duas características. O verdadeiro e divino Rei sabe como julgar verdadeiramente seus súditos, pois não os vê apenas como tais, mas como filhos de Deus, reflexo do que Ele é por excelência. Que amemos, sirvamos e confiemos em Cristo Rei, fim último de todos nós!

Fonte: Padre Paulo Ricardo

sábado, 21 de novembro de 2020

Memória da Apresentação de Nossa Senhora

Celebramos hoje a antiga memória da apresentação da toda santa Mãe de Deus no Templo. Trata-se de uma tradição que não está presente nos evangelhos canônicos, mas que embasada em documentos antigos segundo os quais a Virgem Maria, ainda pequenina, foi apresentada por seus pais no Templo de Jerusalém. A tradição nos conta que os pais de Maria, S. Joaquim e Sant’Ana, conceberam a Virgem Santíssima já na velhice e, é claro, vendo que se aproximavam da morte, cumpriram o voto que tinham feito de consagrar a menina ao serviço de Deus. A tradição diz ainda que, junto do Templo de Jerusalém, existia uma espécie de “escola” ou internato em que se acolhiam meninas para servir no Templo, nas tarefas do dia a dia, preparando o necessário aos sacerdotes etc. Foi ali que S. Joaquim e Sant’Ana apresentaram a Virgem Maria. Essa belíssima tradição diz também que a Virgem Maria, com mais ou menos quatro anos, ao chegar à entrada do Templo, foi de tal modo atraída por Deus, que subiu sozinha as escadarias, rodopiou de alegria e entrou sem olhar para trás, sinal maravilhoso tanto de desapego dos pais quanto da pureza de coração de quem se entrega a Deus.

Pois bem, a apresentação da Virgem Maria no Templo é para nós uma lição sobre o primeiro de todos os Mandamentos, amar a Deus com todo coração, com toda a alma, com todas as forças. Que significa isso? Não significa que não possamos nesta vida amar nossos pais nem o que é bom, honesto e dom de Deus, senão que é necessário enxergar em tudo isso a “atração” de Deus. Atraídos por Ele, devemos amar nossos pais; atraídos por Ele, devemos amar a esposa, o esposo, o filho, a filha, amar todas as coisas em Deus e por Deus. Ele deve ser nossa causa final, a razão de tudo, o sentido de tudo, o que nos atrai e impele. Portanto, celebrar a apresentação da Virgem Maria no Templo é apresentar esse sursum corda que nos é dirigido por Deus e à Igreja em cada Missa: corações ao alto, corações voltados para o céu! Que miséria é ver as pessoas voltadas para baixo, o coração voltado para as coisas terrenas, quase como um porco, um animal incapaz de levantar a sua cerviz, mas todo voltado para a lama, com o focinho metido nas sujeiras da terra.

Nosso Senhor, porém, quer que tenhamos coração e olhos de águia, isto é, voltados para o alto, como S. Teresinha do Menino Jesus nos ensinou no seu Manuscrito B, em que ela, confessando ser um pequeno passarinho incapaz de grandes obras, mostra ter um grande coração, um coração e olhos de águia, olhos que falam da fé, o coração que fala do amor. Porque as obras podem até ser pequenas, mas o importante é que a fé e o amor sejam virtudes grandes, que nos direcionem para a finalidade última de tudo: amar a Deus em todas as pequenas coisas que nós temos e fazemos. Eis aí: enxergar a presença divina em cada momento, em cada pequeno transtorno da vida, mas também em cada pequena alegria, para as festejar em Deus e em tudo lhe dar graça. Hoje, vemos a nossa Mãe bendita dar um passo de dança, subir a escadaria do Templo e rodopiar de alegria, alegria de quem se entrega a Deus, de quem tem o coração para o alto: sursum corda! Sejamos também nós alegres em nossa entrega a Deus.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

13 de Novembro de 1965 - Última aparição de Nossa Senhora em Garabandal

 


No sábado, 13 de Novembro de 1965, Conchita teve sua última aparição de Nossa Senhora em Garabandal. A Conchita deu os detalhes numa carta que escreveu:

Um dia na Igreja, Nossa Senhora disse-me, numa locução, que eu iria vê-la no sábado, 13 de Novembro, nos pinheiros. Seria uma aparição especial para beijar os objetos religiosos para que eu pudesse dá-los depois, eu estava ansiosa para este dia chegar, para que eu pudesse ver de novo a Santíssima Virgem e o Menino Jesus, que tem implantado na minha vida as sementes da felicidade de Deus.

Estava chovendo, mas isso não importa para mim. Fui até os Pinheiros, carregando comigo muitos terços que as pessoas me têm dado, para distribuí-los… Quando eu estava indo para cima, e falando comigo própria, sentia-me culpada pelo meus defeitos, desejando não cair novamente, pois estava muito preocupada de comparecer perante a Mãe de Deus, sem me ter visto livre deles.

Quando cheguei aos Pinheiros, comecei a tirar os rosários para fora, e ouvi uma voz doce, a da Virgem, que sempre se distingue do meio das outras, chamando-me pelo meu nome. Respondi-lhe:

- "O que é?"

Naquele momento eu vi-A com o Menino nos braços. Ela estava vestida como sempre, sorrindo.

Eu disse-Lhe:

- "Eu vim trazer-Lhe os rosários, para que possa beijá-los."

Ela disse-me:

- "Posso ver."

Eu tinha estado a mascar pastilha elástica, mas como estava a vê-La, não mastigava. Eu coloquei a pastilha num dente. Ela deve ter notado, e por isso disse:

- "Conchita, porque não te livras da pastilha elástica e ofereces como um sacrifício para a glória de Meu Filho?"

Eu, um pouco envergonhada de mim mesma, tomei-a e joguei-a no chão. Ela disse depois:

- "Lembras-te do que Eu disse no dia do teu santo? - Que tu irias sofrer muito na Terra... Agora, eu repito-te. Tem confiança em Nós."

Então acrescentei:

- "Como sou indigna, ó Mãe nossa, de tantas graças recebidas através de Vós, e agora Vós vindes a mim para me ajudar a carregar a pequena cruz que eu tenho."

Ela disse:

- "Conchita, Eu não vim apenas para ti, mas estou vindo para todos os meus filhos, com o desejo de chegá-los para mais perto dos Nossos Corações."

Ela, então, pediu as coisas que eu tinha levado.

- "Dá-mos para que eu possa beijar tudo o que trouxeste contigo."

E dei-Lhe tudo. Eu estava trazendo comigo também um pequeno crucifixo que eu lhe dei a beijar. Beijou-o e disse:

- "Coloca-o nas mãos do Menino Jesus."

Eu fi-lo e Ele não disse nada. Eu disse:

- "Essa cruz, eu a pretendo levar comigo quando for para o convento."

Mas Ele não respondeu. Depois de tudo beijar, Ela comentou:

- "O Meu filho, através deste beijo, irá operar maravilhas. Distribui-as aos outros..."

- "Claro que eu vou fazê-lo."

Depois de tudo isto, Ela pediu que eu Lhe dissesse todas as petições que havia recebido dos outros.

- "Conchita, diz-me, diz-me coisas sobre os meus filhos. Eu tenho todos eles sob o Meu Manto."

Eu comentei:

- "Ele é muito pequeno e não há espaço para todos nós."

Ela sorriu e disse:

- "Tu sabes, Conchita, porque Eu não vim pessoalmente a 18 de Junho para dar-te a mensagem para o mundo? Porque Me doía dizê-lo pessoalmente, mas tenho que dizê-lo para vosso próprio bem, e se o cumprirdes, para glória de Deus. Eu te amo muito e desejo a vossa salvação; para reunir todos em torno de Deus Pai, do Filho e do Espírito Santo. Conchita, não vais responder a isto?"

Eu disse:

- "Se eu pudesse estar sempre a vê-La, sim, mas de outra forma não posso, porque eu sou muito má..."

- "Tu, faz tudo o que puderes”. Nossa Senhora acrescentou: "E nós te ajudaremos, bem como a minhas filhas Loli, Jacinta e Mari Cruz..."

Ela não ficou muito tempo comigo.

Ela também disse:

- "Esta será a última vez que tu me vais ver aqui, mas Eu sempre estarei com todos os meus filhos." Depois disso, ela acrescentou: "Conchita, por que não vais frequentemente visitar o Meu Filho no Santíssimo Sacramento? Por que te deixas levar pela preguiça e não vais visitar quem está à tua espera noite e dia?"

Como já escrevi anteriormente, estava uma forte chuvada. Nossa Senhora e o Menino não se molharam. Eu não sabia que estava chovendo enquanto Os via, mas quando parei de vê-los, eu estava encharcada. Também Lhe disse:

- "Ó como estou feliz quando eu Vos vejo. Por que não me levais conVosco agora?"

Ela respondeu:

- "Lembra-te do que te disse no dia do teu santo. Quando tu te apresentares diante de Deus, deves mostrar-Lhe as mãos cheias de boas obras feitas por ti para teus irmãos, e para a glória de Deus. Agora, as tuas mãos estão vazias."

Isto é tudo. Passei um momento feliz com a minha Mãe do céu, a minha melhor amiga, e com o Menino Jesus. Eu deixei de Os ver, mas não de os sentir próximos. Novamente eles semearam na minha alma grande paz, alegria e o desejo de vencer os meus defeitos para que eu consiga amar, com todas as minhas forças, o Coração de Jesus e Maria, que tanto nos amam...

Imagem retratando a última aparição da Mãe de Deus com o Menino Jesus em Garabandal

Conchita termina com isto:

A Virgem Maria disse-me antes que Jesus não pretende enviar a punição, a fim de nos entristecer, mas para nos ajudar e nos repreender por não Lhe prestarmos atenção. E o Aviso, será enviado a fim de nos purificar para o Milagre, em que Ele vai nos mostrar o Seu grande Amor, e para que possamos cumprir a Mensagem.

Com esta aparição de Nossa Senhora, o ciclo de aparições em Garabandal fechou-se. Vai ser definitivamente confirmada numa quinta-feira às 08:30 da noite, quando o Milagre acontecer. Isso marcará o início de uma nova era na história da Salvação da humanidade.

Fonte: http://www.amen-etm.org/MensagemdaVirgemMariaemGarabandal.htm

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Papa Francisco abençoa imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa

Hoje, dia 11 de novembro de 2020, o Papa Francisco abençoou uma imagem da Virgem Maria da Medalha Milagrosa no Vaticano por ocasião do 190º aniversário das aparições de Nossa Senhora para Santa Catarina Labouré.

Na cerimônia privada esteve o superior geral da Congregação da Missão, Pe. Tomaz Mavric, junto com uma pequena delegação que organiza uma peregrinação da imagem que terá início em dezembro próximo e percorrerá todas as regiões da Itália durante um ano.

A família vicentina explica que “nesta difícil situação vivida em todo o mundo por causa da pandemia da COVID-19, em uma sociedade fortemente afetada pelas tensões entre continentes, os filhos espirituais de São Vicente de Paulo começam com uma peregrinação mariana um percurso de anúncio do amor misericordioso de Deus”.

Na noite entre 18 e 19 de julho de 1830 Catarina Labouré, uma jovem Filha da Caridade de São Vicente de Paulo, teve uma aparição da Virgem.

No longo encontro que teve com Nossa Senhora, esta recordou à Filha da Caridade que “os tempos são muito tristes. As desgraças virão sobre a França. O mundo inteiro será devastado por calamidades de todos os tipos. Mas você vem ao pé deste altar, aqui as graças se espalharão sobre todas as pessoas que as pedirem com confiança e fervor... Eu sempre cuidei de você”.

Em 27 de novembro de 1830, Catarina Labouré viu a Santíssima Virgem pela segunda vez com um pequeno globo terrestre, que representava a humanidade, em suas mãos; contemplou sua beleza e aceitou a missão de mandar cunhar uma medalha: "As pessoas que a usarem receberão grandes graças!".

Fonte: Acidigital

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Reflexão de São Francisco de Sales acerca de Santa Maria Madalena

"Não lhe é dado o nome de virgem, mas a verdade é que foi tão excelsa a sua pureza após a conversão que deveríamos chamá-la 'arquivirgem', tão purificada ela foi na fornalha do amor sagrado e por ele restabelecida numa elevadíssima castidade por forma tal que era tão perfeito o seu amor que, depois da Santa Virgem, era quem mais amava a Nosso Senhor. Pode-se dizer que alcançou um amor de certo modo superior ao dos próprios Serafins, porque estes fruem do amor divino sem esforço e sem esforço o conservam, ao passo que a santa o adquiriu à custa de muitos esforços e cuidados, e o conservou com temor e solicitude. Deus, em recompensa, deu-lhe um amor ardente e firme, acompanhado de grande pureza que, se o divino Esposo lhe angustiava continuamente o coração, também ela feria o dele por ardentes desejos, suspiros e impulsos de amor...

"Por isso é padroeira dos justos, porque nada mais podia fazê-la mais justa que esse amor, acompanhado de uma humildade e uma contrição que a mantinham sempre aos pés do Salvador, que a amava com amor terno e delicado com que ama os justos e por isso não podia sofrer que lhe tocassem ou lhe arguissem dalguma coisa sem tomar o seu partido"

Noutra passagem, São Francisco de Sales volta a tratar de Maria Madalena e confirma com uma palavra encantadora o que acabamos de ver: "O Senhor restabeleceu Santa Maria Madalena na virgindade, a qual por vezes torna-se mais excelsa do que aquela que, não tendo tido mancha alguma, é acompanhada de menos humildade"

E enfim o amável Santo conclui: "Nunca Maria Madalena teria tido tanto amor ao seu Salvador se Ele não lhe tivesse perdoado tanto; e Ele nunca lhe teria perdoado tanto se ela não tivesse pecado tanto. Vede, pois, minha filha, este grande artista da misericórdia: converte as nossa misérias em graças e, da víbora das nossas iniquidades, extrai o remédio salutar para as nossas almas"

- Do livro: "A arte de aproveitar as próprias faltas." por Joseph Tissot

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Festa da Dedicação da Arquibasílica de São João de Latrão

1. Somos templos do Espírito. — Hoje, celebramos a festa da dedicação da Basílica de São João de Latrão, a catedral do Papa, também chamada de caput et mater omnium ecclesiarum, “cabeça e mãe de todas as igrejas”, por ter sido a primeira basílica papal, dada pelo próprio imperador Constantino, depois que a Igreja alcançou a paz em 313. É interessante considerar, porém, o que é uma basílica. Os antigos pagãos possuíam templos; mas o que era um templo para eles? Era o lugar em que habitava a “divindade”. Por isso, se visitarmos templos romanos antigos, veremos edifícios relativamente pequenos. Por quê? Porque não era necessário que coubesse gente lá dentro, pois quem “morava” dentro do templo era a “divindade”. Os fiéis ficavam de fora, diante da face (fanum, em latim) do templo; daí a expressão pro fano, que deu origem, em português, a “profano”. Ora, quando se dá a paz da Igreja, nota-se que os cristãos, ao contrário, não precisavam de templos, mas de um lugar para se reunir, para reunir a ecclesia, isto é, a igreja ou assembleia. Porque cada cristão é o templo de Deus. Quando Jesus morre na cruz e se rasga o véu do Templo de Jerusalém, com isso se significa que o templo do Antigo Testamento passa a estar presente em todo aquele que está unido a Jesus. Jesus é, ao mesmo tempo, o próprio Deus do templo e o templo de Deus, que se encarna e vem morar no nosso meio. Por isso, quando nós somos batizados e incorporados a Jesus, Deus vem habitar em nós (cf. Jo 14, 23).

2. A graça de inabitação. — Até aqui, muita teoria, muita coisa interessante. Mas o que tudo isso tem que ver com a nossa vida? Ora, Deus está em todos os lugares: Ele está nas pedras, está nos rios, está nas cachoeiras; mas, no coração do cristão, Deus está de uma forma especial. Deus está como amigo. No entanto, para que isso se dê, para que isto aconteça, para que nós sejamos verdadeiramente templos do Espírito Santo, precisamos estar em estado de graça, em amizade com Deus. Se cometermos um pecado mortal, continuaremos sendo batizados e membros da Igreja, caso não tenhamos apostatado ou algo parecido; mas seremos membros semi-mortos, membros estranhos, que não têm em si a presença de Deus como amigo. Porque, embora Deus queira ser nosso amigo, somos nós que não queremos ser amigos dele, e não pode haver amizade se ela não for mútua. Quando estamos em pecado, a presença de Deus em nós não é a presença de amizade que chamamos de “inabitação”. Só se é templo do Espírito Santo se se está em amizade com Deus, em Cristo Jesus. 

3. Também as igrejas são templos. — Celebrar hoje a festa da dedicação da Basílica de São João de Latrão é recordar que, para os cristãos, os templos de pedra são, na realidade, um lugar onde se reúnem aqueles que, pela graça, são o próprio templo de Deus, os amigos de Deus, do Deus que habita em nós. É claro que, com a presença do SS. Sacramento, por termos o sacrário dentro da igreja, ali também existe uma presença de Deus bem diferente, que é a presença de Deus encarnado, Jesus Cristo vivo no sacrário, razão por que as nossas igrejas merecem também o nome de templo. Mas o importante é lembrar e notar a grande diferença entre os templos pagãos e os cristãos: os primeiros não são lugares em que se entra, porque a “divindade” mora lá, mas não em nós fiéis; os segundos são diferentes, porque em nós, pelo batismo, Deus faz sua morada: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada” (Jo 14, 23). Que beleza! que alegria saber que somos templos de Deus e que, em nossas igrejas, nós temos o sacrário, a presença divina e maravilhosa de Nosso Senhor Jesus Cristo, que quer estar conosco!

Fonte: Padre Paulo Ricardo

domingo, 8 de novembro de 2020

Elevação à Santíssima Trindade, oração escrita por Santa Elisabeth da Trindade


"Ó meu Deus, Trindade que adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente de mim mesma para fixar-me em vós, imóvel e pacífica, como se minha alma já estivesse na eternidade. Que nada possa perturbar-me a paz nem me fazer sair de vós, ó meu imutável, mas que a cada minuto eu adentre mais a profundidade de vosso mistério. Pacificai minha alma, fazei dela vosso céu, vossa morada preferida e o lugar do vosso repouso. Que eu jamais vos deixe só, mas que aí esteja toda inteira, totalmente desperta em minha fé, toda em adoração, entregue inteiramente à vossa ação criadora.

Ó meu Cristo amado, crucificado por amor, quisera ser uma esposa para o vosso coração, quisera cobrir-vos de glória, amar-vos… até morrer de amor! Sinto, porém, minha impotência e peço-vos “revestir-me de vós mesmo”, identificar a minha alma com todos os movimentos da vossa, submergir-me, invadir-me, substituir-vos a mim, para que a minha vida seja uma verdadeira irradiação da vossa. Vinde a mim como Adorador, como Reparador e como Salvador.

Ó Verbo eterno, Palavra de meu Deus, quero passar minha vida a escutar-vos, quero ser de uma docilidade absoluta, para tudo aprender de vós. Depois, através de todas as noites, todos os vazios, todas as impotências, quero ter sempre meus olhos fixos em vós e ficar sob a vossa grande luz. Ó meu astro amado, fascinai-me a fim de que não me seja mais possível sair de vossa irradiação.

Ó fogo devorador, Espírito de amor, “vinde a mim” para que se opere em minha alma como que uma encarnação do Verbo: que eu seja para ele uma humanidade de acréscimo na qual ele renove todo o seu mistério. E vós, ó Pai, inclinai-vos sobre vossa pequena e pobre criatura, “cobri-a com vossa sombra”, vendo nela só o Bem-Amado no qual puseste toda a vossa complacência.

Ó meus “Três”, meu Tudo, minha Beatitude, Solidão infinita, Imensidade onde me perco, entrego-me a vós qual uma presa. Sepultai-vos em mim para que eu me sepulte em vós, enquanto espero ir contemplar em vossa luz o abismo de vossas grandezas."

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos

1. A Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, dia em que a Igreja nos exorta a sufragar com especial generosidade, com jejuns, esmolas e orações, as almas dos que padecem no Purgatório, é uma ocasião propícia para recordarmos alguns pontos básicos da fé cristã a respeito dos Novíssimos. Antes de tudo, é preciso saber que, logo após a morte, a alma humana apresenta-se diante de Deus para receber a sentença do seu juízo particular, em virtude da qual ela irá, de forma definitiva e irreformável, a) ou para o Inferno, caso tenha morrido em pecado mortal; ou, se partiu deste mundo em estado de graça, b) para o Céu, se estiver totalmente preparada para a visão beatífica; c) ou para o Purgatório, onde deverá pagar a pena temporal de seus pecados ainda não satisfeita, além de purificar-se das imperfeições que a impedem de entrar na glória eterna. Isso significa que, no Dia de Finados, não rezamos para que os mortos se salvem, uma vez que, depois da morte, já está selado para sempre o destino de cada um deles. Proferida a sentença do juízo particular, de nada adiantam, v.gr., as orações feitas em favor de um condenado.

2. Daí se segue que o Purgatório, ao contrário do que às vezes se pensa, não é um momento de “indecisão” em que a alma, numa última oportunidade, poderia decidir amar a Deus, e assim ir para o Céu, ou rejeitá-lo para sempre, e assim precipitar-se no Inferno. Os que vão para o Purgatório, com efeito, já estão salvos: têm pois garantida a sua eterna bem-aventurança, à qual só terão acesso depois de se terem purificado, padecendo sem mérito na outra vida o que poderiam ter lucrado nesta, da pena temporal devida aos seus pecados já perdoados quanto à culpa. Essas almas benditas, que se acham em condição puramente penal e nada são capazes de fazer por si mesmas, podem contudo ser ajudadas pelos sufrágios dos fiéis, na forma de Missas, orações, esmolas, jejuns e outras obras de piedade, sobretudo pelas indulgências.

3. É a isso que nos exorta hoje a Santa Igreja; é ao cumprimento deste dever sagrado de caridade para com os nossos irmãos mortos na fé que ela hoje nos induz. É verdade que, a não ser por especial revelação, não podemos saber se um nosso parente ou amigo, falecido talvez repentina e tragicamente, sem chance de receber os sacramentos, foi para o Inferno ou para o Purgatório. No entanto, essa mesma incerteza, sustentada pela esperança de que Deus não nega a ninguém os auxílios necessários e suficientes à salvação, nos deve impelir a rezar, sim, por todos os fiéis que, mortos na graça divina, necessitam agora do nosso auxílio para que se lhes aliviem as penas que suportam e se lhes abrevie o tempo de padecimento; mas também por todos aqueles que, mesmo sem dar nesta vida sinais visíveis de se terem convertido a Deus, podem muito bem, num ato supremo de misericórdia do nosso clementíssimo Juiz, estar hoje no Purgatório, onde permanecerão por ainda mais tempo, se não abrirmos nossas mãos para auxiliá-los generosamente. Nossa Mãe SS., que conhece o fim que tiveram os mortos por quem hoje rezarmos, saberá fazer bom uso dos sufrágios que oferecermos, e lhes dará melhor e mais sábia aplicação.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

domingo, 1 de novembro de 2020

Definição solene do dogma da Assunção de Nossa Senhora


"Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos s. Pedro e s. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial".

(Constituição Apostólica Munificentissimus Deus 44, 1° de novembro de 1950)

Novembro, mês tradicionalmente dedicado às Santas Almas do Purgatório


No mês de novembro, a Igreja faz especial memória às Santas Almas do Purgatório. Não esqueçamos de rezar por elas!

 

70 anos da proclamação do quarto dogma mariano


70 anos da proclamação do dogma da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria.

O dogma foi proclamado pelo Papa Pio XII em 1° de novembro de 1950.

Honra aos santos de Deus


Honremos todos os santos (dulia), mas especialmente à Maria Santíssima (hiperdulia), Rainha de todos os santos e São José (protodulia), o maior santo criado por Deus (latria) depois de Nossa Senhora!

Solenidade de Todos os Santos

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”, isto é, felizes os santos, que tiveram e têm em Deus a sua única riqueza; que entenderam qual o “único necessário”, a finalidade última de suas vidas!

É perfeitamente consoante à fé cristã invocar os santos e pedir a sua intercessão. Se Deus, em sua infinita bondade, quis reunir junto de si uma falange inumerável de santos — os Apóstolos e tantos Papas, os gloriosos mártires e confessores, as virgens e os Doutores — e, como Pai amoroso, quis oferecer a seus filhos aqui na terra o auxílio dos irmãos que já estão no céu, que desculpa daremos para não recorrer ao auxílio desses heróis da caridade?

Que neste dia 1.º de novembro o Senhor acrescente em nós a devoção aos santos e nos conceda a graça de termos um dia o privilégio de associar-nos a esta amorosíssima corte de homens e mulheres plenamente configurados a Cristo.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Memória de São João Paulo II, Papa

Se a Igreja celebra hoje a memória de S. João Paulo II, e se este Papa se fez aluno da escola de santidade de S. Luís M.ª Grignon de Montfort, nada mais natural do que meditar sobre o papel da Virgem SS. na santificação das almas. O princípio de que parte S. Luís M.ª para mostrar esta função especialíssima atribuída por Deus a Nossa Senhora é, na verdade, bastante simples e evidente: se Maria foi escolhida para Mãe do Verbo encarnado, Cabeça da Igreja, seria uma monstruosidade que não lhe coubesse a missão de gerar, com verdadeira maternidade espiritual, e não meramente simbólica ou metafórica, os membros do Corpo místico de Cristo: “Se Jesus Cristo” — escreve S. Luís —, “Cabeça dos homens, nasceu dela, todos os predestinados, membros desta Cabeça, também dela devem nascer, por uma conseqüência necessária” (Tratado da verdadeira devoção, §32). Em outras palavras, havemos de reconhecer como nossa Mãe na ordem sobrenatural aquela que cooperou para a nossa regeneração espiritual, dando-nos por diversos títulos a vida da graça. Ela, com efeito, nos concebeu no dia da Anunciação, ao conceber por obra do Espírito Santo a nossa Cabeça moral, e nos deu à luz no Calvário, quando da morte de seu Filho, ao ser consumada a nossa Redenção, que já tivera início na cidade de Nazaré. Essa maternidade, porém, não exclui — antes, pelo contrário, a exige — nossa livre cooperação, porque, se Maria gera e nutre os que são membros de Cristo, serão dela mais filhos (isto é, receberão mais copiosas graças por intermédio dela) os que estiverem mais unidos ao Senhor. E como, nesta vida, Cristo é atual e perfeitamente Cabeça dos que a Ele estão unidos pela fé e a caridade, segue-se que destes, isto é, dos que mantêm formada pelo amor divino a virtude da fé, Maria será Mãe atual e mais perfeitamente. Para sermos, pois, contados no número desta prole bendita, que se pode orgulhar de ter por Mãe a mais pura das criaturas e por irmão o Verbo humanado, recorramos confiantes à intercessão de S. João Paulo II, que, assim como soube manter-se filho de Maria nesta vida, se gloria agora no Céu de contemplar com ela o rosto do nosso divino Salvador.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Memória de Santa Teresa de Ávila, Doutora da Igreja

Teresa d’Ávila, cuja memória festejamos hoje, tem a particularidade de ter sido não só uma grande santa, mas um dos primeiros Doutores a ensinar passo a passo como se chega à santidade e à vida mística. Embora sejam ricos de ensinamentos os seus vários escritos, um deles tem para nós especial importância, não tanto por dizer de modo expresso como as almas se santificam, mas por denunciar o principal impedimento que encontram elas para crescer em santidade: a tibieza. No Livro da Vida, com efeito, após narrar as tantas mercês que Deus lhe vinha fazendo, expõe a Madre Teresa a causa por que passou tanto tempo sem dar passos no amor, embora fosse boa religiosa, cumpridora de seus ofícios e livre de pecados mortais: “Comecei, de passatempo em passatempo, de vaidade em vaidade, de ocasião em ocasião, a meter-me tanto em mui grandes ocasiões e a andar a minha alma tão estragada em vaidades, que já tinha vergonha, em tão particular amizade como é tratar de oração, de me tornar a chegar a Deus. Ajudou a isto que, ao crescerem os pecados, me começou a faltar o gosto e regalo na coisas de virtude” (7, 1). Refere-se a santa a certas amizades e conversas que a distraíam no mosteiro em que vivia, muito aberto às coisas do mundo, e ao gosto que nelas encontrava, a ponto de apegar-se a esses afetos intrusos que, se em si mesmos não eram graves, constituíam ao menos faltas veniais para uma carmelita, que por estado de vida deveria consagrar-se à solidão e à intimidade com Deus.

Veem-se, de fato, os principais efeitos do pecado venial no relato de S. Teresa: a) afeto desordenado aos bens temporais: “Comecei […] a meter-me tanto em mui grandes ocasiões”; b) ofuscamento do esplendor e beleza atuais da alma: “e a andar a minha alma tão estragada”; c) subtração de muitas graças, sobretudo das necessárias à vida de oração: “que já tinha vergonha […] de me tornar a chegar a Deus”; d) disposição ao pecado mortal, em razão dos efeitos anteriores: “Ajudou a isto que, ao crescerem os pecados”; e) e dificuldade no exercício da caridade e das demais virtudes: “me começou a faltar o gosto e regalo nas coisas de virtude”. Foi essa a doença que impedia Teresa de tornar-se a grande santa em que Deus a queria transformar, e é esse mesmo verme, roedor da piedade, que ainda impede tantas almas boas de chegarem a ser perfeitas. É esse saber-se chamado por Deus, mas seguir o mundo; ter contento nas coisas divinas, mas permanecer atado às do mundo; querer juntos contrários tão inimigos um do outro como a vida espiritual e os afetos terrenos — é esse, pois, o principal impedimento das almas que querem ser do Céu sendo reféns da Terra, que muito trabalham na oração por serem escravas de sensações, que não se podem encerrar dentro de si sem trazerem o fardo de mil vaidades (cf. 7, 17). Mas se Deus permitiu a Teresa passar tanto tempo nesse estado, foi para prevenir-nos contra ele de antemão, a fim de combatermos já, antes de que cresça, o verme que em Teresa, para ser mais experimentada Doutora, cresceu por anos: “Há mil bens que eu não ousaria dizer se não tivesse grande experiência do muito que isto importa” (7, 22).

Fonte: Padre Paulo Ricardo