Celebramos hoje a memória do Imaculado Coração da Virgem Maria, cuja história, entre as demais devoções do povo cristão, remonta a relativamente poucos séculos. Os antecedentes do culto ao Coração de Nossa Senhora podem encontrar-se na devoção ao Sagrado Coração de Jesus, surgida no fim do século XVII e que tomou grande impulso nos anos seguintes como prática reparadora das ofensas e ingratidões com que é tratado o amor de Deus encarnado pelos homens. O Coração puríssimo de Maria se apresenta, assim, como aquele coração humano que soube corresponder plenamente à caridade de Cristo, sem imperfeição nem rugas; um Coração cheio de graça e bondade, no qual Jesus pôde encontrar uma gratidão perfeita, uma submissão sublime, uma doce obediência e a mais consoladora compaixão por suas dores e ultrajes. Nós, criaturas imperfeitíssimas, não somos capazes de amar a Cristo como Ele merece ser amado; mas o Coração de Maria, a obra mais perfeita que já saiu das mãos de Deus, pode dar a seu Filho todo o amor, toda a ternura, todo o carinho, toda a adoração que lhe é devida. Por isso, celebrar o Coração da Virgem Santíssima não é senão associar-se um pouco à alegria sentida pelo Senhor ao ver-se correspondido conforme o seu desejo. É também por isso que a devoção a este Imaculado Coração é de grande auxílio para a nossa vida de oração, já que podemos sempre recorrer a ele, pedindo-lhe que supra as limitações do nosso amor e o aperfeiçoe e enriqueça com a sua caridade sem igual. Que à reparação dos pecados contra o Coração de Cristo unamos também a satisfação pelas ofensas cometidas contra o Coração de nossa Mãe bendita, na qual, depois de Deus, temos a nossa mais firme esperança.
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