quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Oração a São José, pedida pelo Papa Leão XIII, para ser rezada após o Rosário

Recomenda-se que se reze especialmente no mês de outubro, dedicado ao Santo Rosário.

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A vós, São José, recorremos em nossa tribulação e, depois de ter implorado o auxílio de Vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança solicitamos o vosso patrocínio. Por esse laço sagrado de caridade, que o uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus, pelo amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar benigno para a herança que Jesus conquistou com seu sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com o vosso auxílio e poder. Protegei, ó Guarda providente da Divina Família, a raça eleita de Jesus Cristo. Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício.

Assisti-nos do alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas; assim como outrora salvastes da morte a vida do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas de seus inimigos e contra toda adversidade. Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo, e sustentados com vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no céu a eterna bem-aventurança. Assim seja.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Memória de São João Paulo II

Hoje, dia 22 de Outubro, a Igreja em todo o mundo celebra a festa litúrgica de São João Paulo II, Papa, que governou a Igreja levando a sua presença missionária a todas as partes da terra, alimentando a doutrina com esclarecidos documentos, e convocando todos os homens da sua época a abrir as suas portas ao Redentor.

São João Paulo II (Karol Josef Wojtyla), nasceu no dia 18 de Maio de 1920 na localidade de Wadowice na Polônia. Era o mais novo dos três filhos dos servos de Deus Karol Wojtyła, e de Emilia Kaczorowska, sua mãe Emília morreu em 13 de Abril de 1929, aos 45 anos, quando São João Paulo II tinha apenas 8 anos de idade. Sua irmã mais velha, Olga, já tinha morrido antes de seu nascimento, ficando muito próximo de seu irmão Edmund, que era 14 anos mais velho. O seu trabalho como médico o levaria à morte por escarlatina, o que deixou Karol Jósef Wojtyla muito abalado. Seu pai, um suboficial do Exército Polonês, morreu de ataque cardíaco em 1941.

São João Paulo II foi batizado em 20 de Junho de 1920 na Igreja paroquial de Santa Maria de Wadowice pelo Padre Franciszek Zak. Recebeu a Primeira Comunhão aos 9 anos de idade no dia 25 de Maio de 1929 e, aos 18, recebeu o sacramento da Confirmação (Crisma).

Em meados de 1938, Karol Josef Wojtyla e seu pai deixaram Wadowice e mudaram-se para Cracóvia.

Em 1938, com 18 anos, matriculou-se numa escola de teatro, a universidade Jagellonica. Quando as forças de ocupação nazistas fecharam a universidade em 1939, o jovem Karol Wojtyla foi trabalhar numa indústria química (Solvay) para se sustentar e para não ser deportado para a Alemanha.

A partir de 1942, sentindo a vocação para o sacerdócio, começou a estudar no seminário clandestino na cidade de Cracóvia, dirigido pelo Arcebispo D. Adam Stefan Sapieha. Após a II Guerra Mundial, continuou seus estudos no seminário maior de Cracóvia, novamente aberto, e na faculdade de teologia da universidade Jagellonica. 

Foi ordenado Sacerdote, por Sua Eminência Reverendíssima o Senhor Cardeal D. Adam Stefan Stanisław Bonifacy Józef Sapieha, Arcebispo de Cracóvia, no dia 1 de Novembro de 1946, continuando os seus estudos teológicos em Roma, depois dos quais regressou ao seu país, onde exerceu diversos cargos pastorais e universitários. 

Foi nomeado bispo auxiliar de Cracóvia e em 1964 Arcebispo do mesmo lugar. Tomou parte no Concílio Ecumênico Vaticano II. Foi eleito Papa a 16 de Outubro de 1978, com o nome de João Paulo II. Profundamente devoto de Nossa Senhora, dedicou a Ela o lema do seu pontificado: “Totus tuus ego sum, Maria, et omnia mea tua sunt” (Sou todo Teu, Maria, e tudo o que é meu é Teu). 

Distinguiu-se pela extraordinária solicitude apostólica, em particular para com as famílias, os jovens e os doentes, o que o levou a realizar numerosas visitas pastorais a todo o mundo. Entre os frutos mais significativos deixados em herança à Igreja, destaca-se o seu riquíssimo Magistério e a promulgação do Catecismo da Igreja Católica e do Código de Direito Canônico para a Igreja latina e oriental. Morreu piedosamente em Roma a 2 de Abril de 2005, na Vigilia do II Domingo de Páscoa ou da Divina Misericórdia.

São João Paulo II foi beatificado no dia 1 de Maio de 2011, na Praça de São Pedro
Por Sua Santidade o Papa Bento XVI, e canonizado no dia 27 de Abril de 2014 pelo Papa Francisco.

Sua festa litúrgica é celebrada no dia 22 de Outubro, aniversário do início solene do seu Pontificado em 1978.

Fonte: Facebook Valdemar Oportet Ilum Regnare

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

60 anos da primeira mensagem de Nossa Senhora em Garabandal - 18 de Outubro de 1961

Nesse dia, Nossa Senhora deixou a primeira mensagem pública em Garabandal, Espanha. Houveram decepções, em virtude da simplicidade das palavras da Virgem. Maria Santíssima, porém, é simples e direta em suas palavras, demonstrando sua maternal preocupação com seus filhos. Eis a mensagem:

"Há que fazer muitos sacrifícios; muita penitência, visitar o Santíssimo com frequência, mas antes temos que ser muito bons e se não o fizermos, vir-nos-á um castigo. Já se está enchendo a taça, e, se não mudarmos, vir-nos-á um castigo muito grande.”

Festa de São Lucas, Evangelista

Estamos em festa na liturgia da Igreja, pois lembramos a vida e o testemunho do evangelista São Lucas.

Nasceu em Antioquia da Síria, médico de profissão foi convertido pelo apóstolo São Paulo, de quem se tornou inseparável e fiel companheiro de missão. Colaborador no apostolado, o grande apóstolo dos gentios, em diversos lugares, externa a alta consideração que tinha por Lucas, como portador de zelo e fidelidade no coração. Ambos fazem várias viagens apostólicas, tornando-se um dos primeiros missionários do mundo greco-romano. Tornou-se excepcional para a vida da Igreja por ter sido dócil ao Espírito Santo, que o capacitou com o carisma da inspiração e da vivência comunitária, resultando no Evangelho segundo Lucas e na primeira história da Igreja, conhecida como Atos dos Apóstolos.

No Evangelho segundo Lucas, encontramos o Cristo, amor universal, que se revela a todos e chama Zaqueu, Maria Madalena, garante o Céu para o “bom” ladrão e conta as lindas parábolas do pai misericordioso e do bom samaritano. Nos Atos dos Apóstolos, que poderia também se chamar Atos do Espírito Santo, deparamos com a ascensão do Cristo, que promete o batismo no Espírito Santo, fato que se cumpre no dia de Pentecostes, e é inaugurada a Igreja, que desde então vem evangelizando com coragem, ousadia e amor incansável todos os povos.

Uma tradição – que recolheu no séc. XIV Nicéforo Calisto, inspirado numa frase de Teodoro, escritor do século VI – diz-nos que São Lucas foi pintor e fala-nos duma imagem de Nossa Senhora saída do seu pincel. Santo Agostinho, no século IV, diz-nos pela sua parte que não conhecemos o retrato de Maria; e Santo Ambrósio, com sentido espiritual, diz-nos que era figura de bondade. Este é o retrato que nos transmitiu São Lucas da Virgem Maria: o seu retrato moral, a bondade da sua alma. O Evangelho de boa parte das Missas de Maria Santíssima é tomado de São Lucas, porque foi ele quem mais longamente nos contou a sua vida e nos descobriu o seu Coração. Duas vezes esteve preso São Paulo em Roma e nos dois cativeiros teve consigo São Lucas, “médico queridíssimo”. Ajudava-o no seu apostolado, consolava-o nos seus trabalhos e atendia-o e curava-o com solicitude nos seus padecimentos corporais. No segundo cativeiro, do ano 67, pouco antes do martírio, escreve a Timóteo que “Lucas é o único companheiro” na sua prisão. Os outros tinham-no abandonado. O historiador São Jerônimo afirma que Lucas viveu a missão até a idade de 84 anos, terminando sua vida com o martírio. Por isso, no hino das Laudes rezamos: “Cantamos hoje, Lucas, teu martírio, teu sangue derramado por Jesus, os dois livros que trazes nos teus braços e o teu halo de luz”. É considerado o Padroeiro dos médicos, por também ele ter exercido esse ofício, conforme diz São Paulo aos Colossenses (4,14): “Saúda-vos Lucas, nosso querido médico”. São Lucas, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Memória de Santa Teresa d'Ávila

Com grande alegria celebramos hoje a memória da Doutora da Igreja Santa Teresa d’Ávila. Santa Teresa viveu 500 anos atrás e com 67 anos conseguiu não apenas reformar o Carmelo, mas também deixar um imenso legado espiritual para toda a Igreja.

O que podemos aprender de Santa Teresa d’Ávila? Qual é seu legado? Primeiro precisamos olhar para a sua vida. Santa Teresa d’Ávila nasceu na Espanha em 1515 de pais muito virtuosos. A mãe, Beatriz, morreu logo cedo, e Santa Teresa confiou-se à Virgem Maria, dizendo diante de uma imagem que ela seria sua mãe; de fato, Maria cuidou muito de Teresa. O pai, Alonso, era homem de muita virtude e deu à menina uma boa educação, mas queria dar-lhe também um bom casamento. No entanto, graças à formação que Teresa recebeu das agostinianas de Ávila, ela começou a querer dedicar-se completamente a Deus; mas não queria ser agostiniana, e sim carmelita. O pai porém não lhe deu permissão.

Aos 20 anos, ela decidiu sair de casa às escondidas para entrar no Carmelo e escolheu justamente o Dia de Finados, 2 de novembro, para fazê-lo. Teresa diz que foi um esforço tão grande, que seus ossos desconjuntaram ao entrar no Carmelo. Passado um tempo, o pai aceitou a vocação. Teresa, porém, logo caiu enferma, tomada por uma doença estranha sem cura conhecida. O pai pediu permissão para levar Teresa — que então se chamava Dona Teresa de Ahumada, porque as carmelitas da época podiam conservar seus títulos de nobreza —, a fim de buscar tratamento para a doença. No caminho, um tio chamado Pedro deu a Teresa um livro espiritual, o Terceiro Abecedário, com o qual ela aprendeu o que é recolhimento e como fazer oração pessoal.

Aqui vemos que a doença foi providencial: enquanto a comunidade carmelita vivia a vida regular, Santa Teresa, devido à enfermidade, tinha mais tempo para rezar e estar sozinha com Deus, que começou a realizar dentro dela uma transformação extraordinária. Foi assim que, durante os 19 anos seguintes, Santa Teresa procurou cultivar uma zelosa vida de oração. Ela não tinha diretor espiritual nem quem a aconselhasse ou soubesse dizer-lhe o como ia sua vida de oração. No entanto, ele tinha uma determinada determinação, para usar uma expressão sua. Aqui está a primeira lição de Santa Teresa d’Ávila, ensinada no livro Castelo Interior, nas II Moradas, onde explica que, quando a alma decide ter vida interior, o inferno se desata contra ela. Em outra passagem, ela afirma: “Murmure quem murmurar, reclame quem reclamar. Mesmo que lhe faltem as forças, mesmo que o mundo caia em cima de ti, não voltes atrás, continua a rezar, continua nessa determinada determinação de rezar”.

Eis a primeira lição desta grande Doutora — a necessidade da vida de oração. Se quisermos ser santos, precisamos rezar e rezar muito, porque é necessário dar a Deus a possibilidade de nos transformar o coração. Só haverá santos se houver antes a ação divina que opera nos corações. Em teologia, essa operação é chamada “graça atual” e ocorre principalmente na vida de oração. Na prática, o meio de alcançar graças atuais está em receber bem os sacramentos, confessar-se direito e comungar com piedade, mas, sobretudo, em rezar generosamente e estar disposto a deixar Deus ir transformando a própria vida, para que as virtudes se desenvolvam.

Após quase duas décadas de oração, Teresa viu acontecer dentro de si uma transformação extraordinária, à qualé costume referir-se como “a conversão de Santa Teresa”. Um dia, enquanto rezava em frente a uma imagem de Jesus flagelado, ela notou em si uma transformação interior; a partir daquele momento, soube que estava a crescer cada vez mais na vida de oração.

Esse progresso está relatado no Livro da Vida, escrito por ela justamente por não ter diretor espiritual, na esperança de que alguém, lendo sua história, soubesse explicar o que se estava passando com ela. Eis a grande providência de Deus com Santa Teresa d’Ávila: pela primeira vez na história da Igreja, depois de 1500 anos, surgiu um santo que descrevesse o modo como alcançou a santidade. O relato da vida interior de Santa Teresa nos proporciona um parâmetro de estudo, um caminho de referência que pode ser trilhado por todos.

É belíssimo o Livro da Vida, com tantas manifestações místicas, visões extraordinárias e exemplos de grandes virtudes; mas o importante, mais do que tudo, é entender que todos temos um chamado à santidade. Pode ser que não experimentemos manifestações extraordinárias como as de Santa Teresa (levitar, transverberação, visões e êxtases etc.); pode ser que o nosso caminho seja o ordinário e comum — como, por exemplo, o de Santa Teresinha do Menino Jesus —, uma coisa porém é certa: ninguém será santo sem vida de oração, sem intimidade com Jesus, sem se abrir à graça de Deus, que vai fazendo a nossa vontade assimilar-se cada vez mais à sua santa e divina vontade.

Como Jesus no Horto das Oliveiras, que, mesmo em grande agonia, pôs sua vontade humana, sempre ordenadíssima, à disposição da divina, também nós somos chamados a submeter e conformar nossos caprichos e vontades desordenadas à vontade de Deus. É a oração o que tornará isso possível. — Que Santa Teresa d’Ávila nos abençoe do céu, concedendo-nos a graça de rezar de forma amorosa e constante, sem jamais desfalecer. Somente num relacionamento de amor, num trato de amizade com Jesus, como ela costumava dizer, é que seremos transformados naquele a quem amamos.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Sexta aparição de Nossa Senhora em Fátima - 13 de Outubro de 1917

Já era o outono. Uma chuva persistente e forte transformara a Cova da Iria num lamaçal e encharcava a multidão de 50 a 70 mil peregrinos, vindos de todos os cantos de Portugal. Assim que chegaram os videntes, Lúcia pediu que fechassem os guarda-chuvas para rezarem o Terço. E, pouco depois, houve o reflexo de luz e Nossa Senhora apareceu sobre a carrasqueira.

(Relato da aparição em português de Portugal)

«– Que é que Vossemecê me quer?
– Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o Terço todos os dias. A guerra vai acabar [ainda hoje] e os militares voltarão em breve para as suas casas.
– Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir: se curava uns doentes e se convertia uns pecadores, etc.
– Uns sim, outros não. É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados.
E tomando um aspecto mais triste:
– Não ofendam mais a Nosso Senhor que já está muito ofendido! {Se o povo se emendar, acaba a guerra e, se não se emendar, acaba o mundo.}
[– Ainda me quer mais alguma coisa?
– Já não quero mais nada.]
E, abrindo as mãos, fê-las reflectir no Sol. E enquanto que se elevava, continuava o reflexo da sua própria luz a projectar no Sol.
[...]

- Outras visões -

Desaparecida Nossa Senhora na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, São José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul. São José com o Menino pareciam abençoar o Mundo, com os gestos que faziam com a mão em forma de cruz. Pouco depois, desvanecida esta aparição, vi Nosso Senhor e Nossa Senhora que me dava a ideia de ser Nossa Senhora das Dores. Nosso Senhor parecia abençoar o mundo da mesma forma que São José. Desvaneceu-se esta aparição e pareceu-me ver ainda Nossa Senhora em forma semelhante à Nossa Senhora do Carmo.»

- O Milagre do Sol -

E (Nossa Senhora), abrindo as mãos, fê-las refletir no sol, e enquanto Se elevava, continuava o reflexo da sua própria luz a projetar-se no sol

Chovera durante toda a aparição.

Lúcia, no término de seu colóquio com Nossa Senhora, gritara para o povo: “Olhem para o sol!” Rasgam-se as nuvens, e o sol aparece como um imenso disco de prata. Apesar de seu intenso brilho, pode ser olhado diretamente sem ferir a vista. As pessoas o contemplam absortas quando, de súbito, o astro se põe a “bailar”. Gira rapidamente como uma gigantesca roda de fogo. Pára de repente, para dentro em pouco recomeçar o giro sobre si mesmo numa espantosa velocidade. Finalmente, num turbilhão vertiginoso, seus bordos adquirem uma cor escarlate, espargindo chamas vermelhas em todas as direções. Esses fachos refletem-se no solo, nas árvores, nos arbustos, nas faces voltadas para o céu, reluzindo com todas as cores do arco-íris. O disco de fogo rodopia loucamente três vezes, com cores cada vez mais intensas, treme espantosamente e, descrevendo um ziguezague descomunal, precipita-se em direção à multidão aterrorizada. Um único e imenso grito escapa de todas as bocas. Todos caem de joelhos na lama e pensam que vão ser consumidos pelo fogo. Muitos rezam em voz alta o ato de contrição. Pouco a pouco, o sol começa a se elevar traçando o mesmo ziguezague, até o ponto do horizonte de onde havia descido. Torna-se então impossível fitá-lo. É novamente o sol normal de todos os dias.

O ciclo das visões de Fátima estava encerrado.

Os prodígios haviam durado cerca de 10 minutos. Todos se entreolhavam perturbados. Depois, a alegria explodiu: “O milagre! As crianças tinham razão!” Os gritos de entusiasmo ecoavam pelas colinas adjacentes, e muitos notavam que sua roupa, encharcada alguns minutos antes, estava completamente seca.

O milagre do sol pôde ser observado a uma distância de até 40 quilômetros do local das aparições.

Fontes: Santuário de Fátima e Arautos

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Com grande alegria, celebramos hoje a solenidade da Padroeira do Brasil, nossa imperatriz e rainha: Nossa Senhora Aparecida. Para entender a importância de tê-la como patrona de nossa nação, é importante recordar seu título inteiro: “Nossa Senhora da Conceição Aparecida”. Trata-se de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, milagrosamente “pescada” em 1717, no rio Paraíba, e escolhida por Deus para proteger nosso país e operar nele grandes milagres.

Por que insistir no fato de que estamos celebrando Nossa Senhora da Conceição? Em primeiríssimo lugar, porque isso está longamente enraizado na nossa história. Sob a proteção da Virgem “sem pecado concebida”, o Reino de Portugal foi fundado para levar a fé aos povos estrangeiros, entre os quais o Brasil, que desde o princípio esteve presente nos desígnios de Deus. Quando a cidade de Lisboa foi conquistada e os árabes foram expulsos de seu território, mandou-se celebrar uma Missa em honra a Nossa Senhora da Conceição. Dali em diante, cada vez mais a Imaculada se tornou a intercessora e o “luzeiro”, por assim dizer, do Reino de Portugal.

Hoje temos a impressão de que todo o orbe católico é devoto de Nossa Senhora da Conceição, mas não foi sempre assim. Na Idade Média, este dogma — de que a Santíssima Virgem Maria foi concebida sem a mancha do pecado original — ainda não havia sido declarado. Mesmo assim, Portugal já cultivava essa devoção; tanto que, após a nação se tornar independente da Espanha, o Condestável Nuno Álvares Pereira (São Nuno de Santa Maria) mandou erigir a igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa. Logo depois, Portugal foi consagrado a Nossa Senhora da Conceição.

Como isso aconteceu? Em 1646, o rei de Portugal decidiu consagrar todo o Reino — inclusive seus territórios ultramarinos — à Virgem da Conceição. Mas essa decisão foi tomada depois de uma consulta às cortes reais e de uma confirmação do Papa Clemente X, que assentiu, em 1671, ao desejo do rei. Portanto, a consagração a que fazemos referência não foi uma “reuniãozinha” qualquer, mas um ato que uniu as vontades do rei português, da nobreza lusitana e do Pontífice Romano.

Consagrado Portugal a Nossa Senhora da Conceição, começou tanto na sede do Reino quanto no Brasil um grande entusiasmo de devoção pela Santíssima Virgem sob esse título. A devoção já existia, mas aumentou ainda mais, recebeu um grande impulso; e é nesse contexto que alguém, não sabemos quem, aqui no Brasil, usou barro da região de São Paulo e modelou uma pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição — que hoje é a imagem que nós veneramos no Santuário de Aparecida.

Essa imagem sagrada tinha se quebrado; para não ser descartada no lixo, foi jogada no rio; e justamente aí ela foi “pescada” milagrosamente, primeiro o corpo e depois a cabeça, no ano de 1717. Depois, através dela, Deus começou a operar milagres. Eis como começou a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida — assim apelidada por ter aparecido milagrosamente numa pesca, sem deixar, no entanto, de ser a Virgem “da Conceição”.

O Brasil nasceu, portanto, debaixo do manto sagrado de Nossa Senhora da Conceição, porque ela foi a eleita de Deus, a escolhida, que esmagou a cabeça da serpente desde o primeiro instante da sua concepção. Esse é o mistério da Imaculada Conceição de Maria. Todos nós, seres humanos, quando passamos a existir no ventre de nossa mãe, estávamos debaixo do domínio de Satanás. Todos fomos concebidos com uma certa escravidão, com uma certa dependência, com um certo jugo de Satanás sobre nós. Esse jugo foi quebrado quando fomos batizados. Tanto que, antes do Batismo, o sacerdote faz um exorcismo sobre a criança; depois, ela é batizada, o Espírito Santo toma posse dela e ela é consagrada a Deus. O que aconteceu conosco só no dia do nosso Batismo, porém, com nossa Mãe bendita aconteceu no instante mesmo de sua concepção, no seio de Sant’Ana. Na alma da Santíssima Virgem, Satanás foi derrotado desde o princípio; ele jamais pôs as garras em Nossa Senhora. Ela é a Virgem Intacta: Satanás jamais teve domínio sobre ela, pois desde o primeiro momento da sua existência ela esmagou a cabeça da serpente.

Diante dessa verdade, então, como não nos confiarmos a ela? Como não recorrer a essa Imaculada Conceição, a essa santíssima Mãe, para que proteja o nosso Brasil nestes tempos tão tremendos em que o jugo de Satanás parece querer imperar sobre a nossa nação? Nos maus costumes, nos pecados, na falta de devoção, na perda da fé, no relativismo e no indiferentismo religioso, nas drogas, no sexo desregrado, nas leis injustas, nas decisões judiciais injustas, na corrupção, na mentira: vejam quanta miséria o nosso país tem passado por nossa culpa, por nossa própria culpa.

Como não voltarmos às origens de nossa verdadeira identidade? Deus sonhou com o Brasil, Deus sonhou com o Brasil quando pediu a Dom Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, que constituísse um Reino para levar o seu nome — o nome de Jesus — aos povos estrangeiros que somos nós, os brasileiros. Deus pensou no Brasil quando, antes mesmo de o Brasil ser descoberto, fez Portugal ter devoção a Nossa Senhora da Conceição. Os reis de Portugal, os professores de Coimbra, todos juravam derramar o seu sangue para defender o dogma da Imaculada Conceição, que ainda não havia sido proclamado. Depois, em 1822, veio a Independência do Brasil, e às vésperas desse acontecimento, o príncipe herdeiro do trono, Dom Pedro I, prometeu consagrar o nosso país a Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

O nosso país nasceu historicamente de Portugal e, quando se tornou independente, nasceu igualmente debaixo do manto sagrado de Nossa Senhora Aparecida. Ao ser proclamada a República, a coroa que a nossa futura imperatriz, D. Isabel, a Princesa Isabel, tinha deixado para Nossa Senhora da Conceição, foi colocada na cabeça de Nossa Senhora Aparecida. Portanto, na nossa República não há um rei, um imperador ou uma imperatriz, mas Nossa Senhora da Conceição Aparecida. É ela, verdadeiramente, a Imperatriz perpétua do Brasil.

Nós temos uma vocação sublime que precisamos viver e honrar. Como nós, brasileiros, podemos viver essa consagração a Nossa Senhora da Conceição Aparecida? Como a podemos viver concretamente? Fazendo com que, para além das palavras, Nossa Senhora seja de fato a nossa rainha, ou seja, precisamos nos consagrar individualmente a ela. Se não temos mais rei nem cortes para consagrar o Brasil, temos os brasileiros que podem consagrar o Brasil consagrando a si próprios. 

Entregue, pois, o seu coração a Nossa Senhora da Conceição; para tanto, dê as costas para o pecado. No evangelho de hoje, Nossa Senhora diz: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Para termos Nossa Senhora como nossa Imperatriz e Rainha, precisamos obedecer a Jesus e ter o nosso coração unido ao Coração de Jesus, fazer o que Ele disser. Só dessa forma a serpente será esmagada em nossa nação; só dessa forma seremos verdadeiros filhos e súditos de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Imperatriz perpétua do Brasil.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Memória de Nossa Senhora do Rosário

Com grande alegria celebramos hoje a memória de Nossa Senhora do Rosário. Esse ano, celebramos de forma especialíssima essa festa porque é o aniversário de 450 anos da batalha que deu origem a ela. Em 1571, os cristãos montaram uma armada de navios para deter o avanço dos turcos muçulmanos contra a Europa. O Papa via que os infiéis estavam tomando a Europa de roldão, mas os príncipes católicos permaneciam de braços cruzados; havia entre eles muita desunião, por isso o romano pontífice, São Pio V, fez todo um trabalho de diplomacia para conseguir montar uma armada, prontamente consagrada a Nossa Senhora.

Além disso, Pio V mandou que houvesse um padre em cada barco para a confissão dos soldados e marinheiros. Ordenou ainda que se rezasse o Terço, para que todos estivessem em estado de graça. Veja-se a preocupação deste grande Papa em pôr a armada católica contra a invasão muçulmana sob a proteção de Nossa Senhora! No dia 7 de outubro, veio o verdadeiro milagre: os católicos saíram vencedores de Lepanto, embora seu número de navios e canhões etc. fosse bem inferior ao número dos infiéis.

Para confirmar que a vitória fora uma graça do céu, aconteceu outra coisa extraordinária: o Papa São Pio V, a centenas de quilômetros da batalha, estava em reunião; de repente, ele parou, foi até a janela, olhou fixamente para fora e depois voltou, dizendo: “Senhores, temos de encerrar a reunião porque é preciso ir à capela agradecer a Deus a vitória dos cristãos”. Naquela tarde, o Papa, a centenas de quilômetros de distância de Lepanto, viu misticamente a vitória com que o céu presenteou a cristandade. É um fato histórico.

Mas o que ele tem a ver conosco? Lembremos que Nossa Senhora apareceu inúmeras vezes insistindo na importância do Rosário como arma espiritual. Não há escapatória. A Virgem insiste de forma quase martelante na necessidade de precisamos rezar o Rosário, no entanto, ainda há quem não o reze! De fato, não sabemos o que é mais admirável: se a insistência de Nossa Senhora, se a cabeça dura dos católicos que insistem em não rezar o Terço todos os dias. O Santo Padre Pio de Pietrelcina sempre se referia ao Terço como a arma. Certa feita, estava ele em sua cela e perguntou a um dos frades: “Onde está a arma?” O outro não entendeu nada. “Eu quero a arma”. “Mas que arma é essa?”, pensava o irmão “A arma!” Era o Terço. 

Mas por que, afinal, o Terço é tão eficaz? Por que uma oração repetitiva, aparentemente enfadonha, tem tanta importância? Em primeiro lugar, porque o Terço se baseia nos mistérios da nossa salvação. Rezá-lo é meditar os mistérios da nossa salvação tendo como pano de fundo a Ave-Maria, que já carrega em si mesma o mistério da entrada do Salvador neste mundo. Ora, Satanás e os seus demônios tremem no inferno quando ouvem uma Ave-Maria. Por quê? Porque foi por ocasião da mensagem do anjo que Nossa Senhora realizou o ato de obediência e de humildade pelo qual o Filho de Deus entrou no mundo. São as virtudes da obediência e da humildade as que derrotam Satanás. O diabo é soberbo; logo, a humildade de Nossa Senhora e de Jesus são o sinal e a causa de sua derrota.

Precisamos, sim, inclinar a cabeça. Somos soberbos, e o Terço é uma oração que nos faz pequeninos. Na verdade, é uma oração que até as crianças podem fazer. Não é como a Liturgia das Horas, a Lectio Divina, uma meditação espiritual etc., ou seja, métodos de oração que, por assim dizer, são mais acessíveis aos letrados e aos progredidos espiritualmente.

O Terço não. Ele pode ser rezado por uma criança de colo ou por um grande místico. É uma oração para todos porque é a oração da humildade. As crianças crescem ouvindo a mãe rezar o Terço, e assim vão elas aprendendo a recitá-lo. Nossa Senhora quer que percorramos esse caminho de santificação, de modo que nos tornemos cada vez mais devotos do santo Terço.

No início, pode parecer repetitivo; mas, se formos meditando os mistérios de nossa salvação, e contemplaremos em cada um deles as vitórias de Deus. O santo Terço é, de fato, uma grande arma, que faz o inferno tremer de horror e vergonha. Queiramos agradar à nossa Mãe cantando as vitórias de seu Filho, e demos graças pelas inúmeras vitórias que os cristãos têm recebido dos céus por intercessão dela.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Memória de São Bruno

Com alegria celebramos hoje a memória de São Bruno, fundador da Ordem dos cartuxos. São Bruno nasceu em Colônia, na Alemanha, e viveu durante a Idade Média. Estamos no séc. XI. Bruno foi inicialmente um sacerdote santo, até que, aos 40 anos de idade, resolveu deixar tudo para tornar-se monge. Mas dizer que ele viveu uma vida monástica é dizer pouco; na verdade, ele fundou uma das Ordens mais rigorosas da Igreja. Iremos descrever um pouco a disciplina dos cartuxos e explicar como ela foi idealizada por São Bruno; antes disso, porém, é necessário pôr as coisas no contexto. Como dito, São Bruno nasceu em Colônia, na Alemanha, grande cidade às margens do Reno, e logo cedo foi estudar. Estudou na arquidiocese de Reims, onde se notabilizou por sua grande inteligência.

No entanto, ele não queria saber do mundo acadêmico. Bruno então voltou para Colônia, foi ordenado sacerdote e começou um trabalho de evangelização dos pobres nos lugares mais afastados. Mas, como Jesus mesmo disse, ninguém consegue esconder uma cidade em cima da montanha (cf. Mt 5,14). Rapidamente, Bruno começou a brilhar por sua santidade, a ponto de o arcebispo de Reims pedir-lhe que voltasse à cidade. Assim foi. Bruno voltou para o lugar onde tinha estudado e, sendo ainda um simples padre diocesano, começou a reunir em torno de si um bom número de discípulos, alguns dos quais se tornariam figuras célebres na história da Igreja: São Hugo, bispo de Grenoble, e Urbano II, o papa que convocou as Cruzadas.

Embora tivesse realizado já grandes obras, Bruno estava inquieto. Assim, aos 40 anos, foi procurar um mosteiro em que pudesse viver uma vida de união com Deus. Dirigiu-se a Molesme, onde encontrou São Roberto, e quis começar ali sua vocação monástica; contudo, viu que o seu lugar era outro, então partiu em peregrinação, até encontrar um antigo discípulo, São Hugo, bispo de Grenoble. A meio do caminho, Bruno teve um sonho: três anjos lhe falavam de uma nova Ordem a ser fundada por ele. Na mesma noite, os três anjos apareceram a São Hugo, em Grenoble, dizendo-lhe: “Aqui será fundada uma nova Ordem”. Fundou-se então o primeiro mosteiro: La Chartreuse, donde a Ordem recebeu o nome por que é mais conhecida — Cartuxa.

Pois bem, como é a vida dos cartuxos e no que ela difere da de outros mosteiros? Quando se ouve falar de monge, a primeira ideia que nos vem à mente, em geral, é a de uma comunidade de homens ou mulheres que vivem juntos para rezar. É o caso, por exemplo, de uma abadia beneditina, onde se vive em silêncio, mas com muitas atividades comunitárias. Bruno inspirou-se nos Padres do Deserto, aqueles primeiros monges do cristianismo, de vida eremítica ou semi-eremítica, cada um recluso em sua cela (isto é, uma pequena cabana, chamada cælia em latim). Na Cartuxa, São Bruno quis imitar o mesmo esquema: cada um teria a própria cela; as reuniões seriam poucas e em momentos específicos. Trata-se, em resumo, de uma vida ao mesmo tempo semi-comunitária e semi-eremítica, caracterizada pelo rigor da disciplina (longas vigílias, jejuns, penitências e, sobretudo, muito espírito de oração).

Ora, quando ouvimos falar de monges como estes, homens entregues a Deus, fechados em seus mosteiros, distantes de todo o mundo, unidos para viver sozinhos, o que tendemos a pensar? “Nossa, que radicalismo! Para que se trancafiar num convento?” De fato, muitos não entendem o que leva um homem como São Bruno, um padre tão santo, que fazia o bem aos pobres, pregava o Evangelho, convertia as almas etc., a se fechar num mosteiro. Não é radicalismo; é um grande amor. O que faz de alguém um monge é o amor. Afinal, como diz Santa Teresinha, os que se amam precisam de solidão — A des amants, il faut la solitude. Na lua de mel, a esposa não quer o pai, a mãe, os irmãos, amigos e colegas por perto; quer estar sozinha com o marido. A solidão monástica é isso, um coração a coração o tempo todo. Não é, por assim dizer, uma solidão solitária; é uma solidão acompanhada — acompanhada por Deus.

Além disso, o católico nunca deve esquecer que pertencer à Igreja é ser membro de um Corpo, ou seja, é estar unido organicamente a todas as outras partes dele. Nenhum católico está sozinho. Os monges que vivem “trancafiados” em suas celas estão, na verdade, fazendo muito mais do que nós, tão agitados e distraídos, para a conversão dos povos. A oração deles é como o ar que respira a Igreja, o incenso que de dia e de noite se eleva ao céu para impetrar graças incalculáveis, uma fonte de méritos sobrenaturais que circulam pelo Corpo místico qual sangue vivo e vivificante. Sim, é poderosíssima a oração do monge.

No Evangelho de hoje, Nosso Senhor ensina o Pai-nosso. Ora, por que Jesus nos ensinou a rezar? Porque rezar é estar com Deus num encontro de amor e, ao mesmo tempo, num trabalho ativo pela salvação das almas. Pela oração, pela nossa entrega, pela nossa confiança em Deus, salvamos muito mais almas do que pelas nossas agitações, essas, sim, verdadeiramente solitárias, porque frequentemente distantes de Deus. No fundo, estamos sozinhos quando tentamos salvar o mundo com nossas próprias forças; mas, se rezamos, não há mais solidão, porque passamos a agir com o único que pode transformar os corações. — Que São Bruno nos sirva de farol e exemplo da eficácia da oração, instrumento que opera maravilhas nos membros da Igreja. Porque os cartuxos rezam e se entregam, por isso estamos aqui, recebendo os frutos de sua santa e bem acompanhada “solidão”.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Memória de Santa Faustina Kowalska


Com grande alegria celebramos hoje a memória de Santa Faustina Kowalska. É grande a devoção suscitada pelo nome desta santa, apóstola da Divina Misericórdia. Nosso Senhor quis que confiássemos na sua misericórdia e usou dessa humilde religiosa polonesa, que viveu no início do séc. XX, para que a Divina Misericórdia fosse conhecida nos quatro cantos da Terra. Quem diria, aliás, que ao pedido de Jesus a Santa Faustina para que se instituísse na Igreja universal uma festa da Divina Misericórdia seria atendido um dia por um papa, e um papa polonês como Santa Faustina, João Paulo II!

Santa Faustina, rogai por nós!

Fonte: Padre Paulo Ricardo


segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Memória de São Francisco de Assis

Com alegria celebramos hoje a memória de São Francisco de Assis, modelo de amor aos pobres e à pobreza. Mas o que o levou a ter esse amor tão “estranho”? Com efeito, num primeiro olhar, bastante superficial, Francisco seria um precedente (um tanto radicalizado) dos modernos filantropos, pessoas dedicadas a “fazer caridade”. Mas o que realmente o levou a amar não só os pobres, mas a mesma pobreza? O Evangelho de hoje nos ajuda a encontrar a resposta. Trata-se da parábola do bom samaritano. Nela, Jesus mostra que é Ele o bom samaritano, descido do céu para vir em nosso socorro. Estávamos desfalecidos à beira caminho, vítimas de Satanás e de nossos pecados, e Ele veio ao nosso encontro, rebaixando-se para nos levantar. É Jesus quem nos põe sobre o lombo do burrinho e nos leva até a hospedaria, isto é, a Igreja, cujos pastores devem cuidar de nós enquanto Ele está ausente.

É interessante recordar que Jesus conclui a parábola com uma pergunta ao escriba: Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?, e ouve em resposta: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então vem um comando surpreendente: Vai e faze a mesma coisa. Surpreendente, sim, porque o que Jesus nos está ensinando não é só a fazer obras de caridade, mas a fazê-las como Ele mesmo as fez — esvaziando-se de si para enriquecer a outros, rebaixando-se até nós para nos reerguer até Ele, fazendo-se pobre para nos tornar ricos. Nessas palavras há, de fato, um chamado à pobreza evangélica como meio de configurar-se a Cristo. Foi isso que moveu o coração de Francisco à santa radicalidade de amar os pobres fazendo-se ele mesmo o mais pobre de todos. Assim como o Filho de Deus se encarnou e, qual bom samaritano, permitiu-se ser desprezado pelos homens para os salvar, assim também o cristão que aspira à perfeição deve imitar o Cristo pobre e crucificado por amor a Deus e às almas: Vai e faze o mesmo. 

Assim fizeram todos os santos que, no decorrer da história, se dedicaram ao cuidado dos pobres, homens tão apaixonados por Cristo, que abraçaram a mesma pobreza. São Francisco não é, portanto, um modelo de filantropia, mas de caridade sobrenatural. É por isso que a imagem que dele se faz hoje em dia é tão desfigurada e distante da realidade histórica. Para muitos, Francisco foi um visionário medieval, uma espécie de revolucionário avant la lettre, consciente de que devia “optar” pelos pobres naquela sociedade “pré-capitalista” e cada vez mais aburguesada. Essa é uma leitura sociologizante, com pitadas de linguajar marxista, que transforma o Francisco real, pobre por amor a um morto na cruz, num paladino da “justiça social” por ódio ao capital nascente… Francisco amava a Cristo nos pobres, e foi por amor a Ele que abraçou a pobreza: Quando fizerdes isso a um desses pequeninos, foi a mim que o fizestes. Para ele, é Cristo quem está no centro, não o pobre como tal.

Hoje em dia, há pessoas consagradas a causas sociais por certa compaixão natural aos necessitados. Em si mesmo, não é errado buscar formas de melhorar as condições de vida dos que mais precisam; afinal, é um dever não só de caridade mas de justiça socorrer a quem precisa e guardar a reta subordinação da propriedade privada ao bem comum, mas sem perder de vista que nada disso terá valor aos olhos de Deus (e, no fundo, verdadeira eficácia), se não for animado pela caridade divina, que tudo ordena para a glória de Cristo. A nossa misericórdia para com os pobres só será verdadeira, autêntica e perfeita, se formos nós os primeiros pobres — pobres de bens, se a isso nos chama o Senhor, ou pobres de coração, ao que todos são chamados —; nossa humildade só será sincera, se tivermos descido de nossa soberba e buscarmos em tudo, até no óleo que derramamos sobre chagas, nas feridas que curamos e enfaixamos, amar a Cristo. Assim as nossas boas obras serão mais do que mero assistencialismo, mas consolação verdadeira para os pobres, fonte de méritos para nossas almas, glória para Deus e gratidão para com Nosso Senhor.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

sábado, 2 de outubro de 2021

Memória dos Santos Anjos da Guarda

Com grande alegria celebramos hoje a memória dos Santos Anjos da Guarda. É uma alegria mesmo celebrar essa memória. Por quê? Porque não estamos sozinhos. Deus, por sua infinita bondade, nos deu esses santos companheiros que são os chamados anjos da guarda. É evidente que, para entender o que é um anjo da guarda, é preciso entender que esse título é uma metáfora, uma comparação para transmitir a ideia de que somos pessoas mais ou menos indefesas e, por estarmos numa luta espiritual em que demônios querem nos levar para o inferno, temos essa vigilância, esse guarda, esse guardião ao nosso lado. Em latim, a palavra é custos, ou seja, custódio, aquele que guarda ou cuida.

Poderíamos usar outras comparações para entender o que é o anjo da guarda. Diz-se, por exemplo, que os anjos são o pastor e nós, a ovelha, presa de lobos ferozes; mas nós temos um pastor forte que nos defenda. Todas essas comparações têm a sua utilidade. O importante, porém, é saber o que fazer na prática para ser bem conduzido pelos santos anjos. Para isso, precisamos de docilidade. É necessário entregar-se à guia deles. Precisamos dar-lhes a nossa mão, como criancinhas que dão a sua a um adulto bondoso, que cuida delas e as ajuda a atravessar uma rua perigosa ou a passar por um corredor escuro. Demos a mão ao nosso anjo da guarda, que está ao nosso lado para nos auxiliar.

Vejamos agora algumas coisas bem concretas com relação à atitude que devemos ter para com o anjo da guarda. Primeira coisa: é preciso saber que os santos anjos existem. Não é conversinha para criança. O anjo da guarda é uma realidade em que a Igreja crê. Faz parte da fé católica, não só por estar no Catecismo ou ser uma doutrina definida nos Concílios, mas também pelo testemunho da vida dos santos, esses grandes mestres espirituais, que viviam em contato constante com Deus e com as realidades do céu. Os santos atestam claramente a presença dos anjos na vida humana, principalmente a do santo anjo da guarda.

É tolice deixar de crer, e se há uma coisa que os demônios querem é que duvidemos da existência do anjo da guarda. Afinal, que outra defesa temos? Se achamos que ele não existe, acabou, estamos indefesos, mas o lobo continua solto, pronto para nos pegar. Segunda coisa: é preciso saber que o santo anjo está ao nosso lado cuidando de nós por amor a nós, sim; mas, antes de tudo, por amor a Deus e a Cristo. Às vezes as pessoas duvidam do cuidado do anjo da guarda por pensarem assim: “Eu sou tão mau, tão pecador! Meu anjo já desistiu de mim”. Ora, não é por causa de nós, é por causa de Cristo; é porque Jesus derramou o sangue por nós; é porque Deus Filho, do alto do céu, se fez homem como nós para nos salvar; é por reverência, adoração e obediência a Cristo que os anjos se submetem e vêm nos ajudar. 

Deus se fez homem por amor a nós, pobres pecadores, e morreu na cruz. Por nós! Quando viram esse ato de amor de Deus para conosco, os anjos, como um raio, precipitaram-se do céu para nos servir, imitando a Cristo e unindo-se a Ele. Para um anjo, é um ato de amor servir ao homem. O anjo é uma fornalha de amor a Deus ao nosso lado. Ele ama a Deus, por isso nos ama a nós. Aceitemos ser objeto dessa caridade divina que se derrama sobre nós. Os santos anjos querem nos ajudar a chegar ao céu, por amor a Cristo. Se São Paulo disse isso, imagine-se o que não dirão os anjos: Caritas Christi urget nos, a caridade de Cristo nos impele. A caridade de Cristo impele os santos anjos a vir em nosso socorro. Ao mínimo aceno, à mínima menção de uma necessidade nossa, o santo anjo já está aqui: Praesto sum, “Estou pronto, eis-me aqui para ajudar!” 

O Padre Pio de Pietrelcina puxava a orelha de seus dirigidos espirituais, dizendo-lhes: “Vós deixais ociosos os vossos anjos da guarda. Por que não lhes pedis ajuda nem lhes dais nenhuma missão”. “Mas, padre”, alguém irá dizer, “quem sou eu para mandar num anjo?” Não é que nós mandemos nele; é que o anjo obedece a Cristo e, para ele, é um ato de amor a Deus poder servir a nós. Sim, ele está a nosso serviço. Que humildade! Que caridade sublime a dos anjos que nos servem e estão ao nosso lado! Nossos companheiros, eles nos assistem aqui na terra, e nós iremos um dia reinar com eles no céu. Haverá no reino celeste um trono de glória para nós, onde estaremos sentados ao lado dos nossos anjos, agradecendo a Deus pela caridade de Cristo, que nos salvou.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Memória de Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face

A Igreja celebra hoje, com alegria, a memória de Santa Teresa de Lisieux, ou Santa Teresinha, como é conhecida popularmente. Ela nasceu no ano de 1873 e faleceu em 1897. Foi beatificada e canonizada poucos anos mais tarde pelo Papa Pio XI, que a chamou de "estrela do seu pontificado". Santa Teresinha é uma das santas mais conhecidas e veneradas da História da Igreja, sendo um verdadeiro "fenômeno" de popularidade. O que atraiu tanto nela? Santa Teresinha foi um instrumento de Deus, para mostrar aos povos que a santidade pode ser alcançada através de pequenos atos, se oferecidos por amor ao Senhor. A "Pequena Via" de Santa Teresa de Lisieux iluminou a Igreja de Cristo, que por sua vez, não somente dignou-se canonizá-la, mas também declará-la como doutora da Igreja, em 1997, devido às suas contribuições para o enriquecimento da espiritualidade da Igreja. 

Santa Teresa de Lisieux, rogai por nós!

Outubro, mês do Rosário e das Missões

O mês de outubro é dedicado ao Sacratíssimo Rosário e às missões. Neste mês celebra-se a memória de Santa Teresa de Lisieux, Padroeira das Missões, e Nossa Senhora do Rosário. Peçamos especialmente a intercessão das duas ao Senhor!