domingo, 20 de maio de 2018

Solenidade de Pentecostes




O venerável arcebispo Fulton Sheen cunhou uma expressão um tanto ousada para referir-se à Igreja. Em seu dizer, ela nada mais seria que o novo Corpo com o qual Jesus se revestiu após os eventos de Pentecostes, ou seja, após o derramamento do Espírito Santo sobre a comunidade reunida em torno dos Apóstolos e da Virgem Maria, no cenáculo.

Na solenidade de Pentecostes, portanto, os fiéis católicos celebram o acontecimento eclesial por excelência, o surgimento da Igreja como Corpo Místico de Cristo, do qual ninguém devidamente esclarecido pode se afastar sem prejuízo da própria salvação. Guiada e instruída por seu divino fundador, ela transmite aos homens de todas as épocas os meios necessários para a sua santificação, quais sejam: os sacramentos e o depósito sagrado da fé.

Nenhum cristão pode considerar-se verdadeiro discípulo de Jesus se não segue os legítimos pastores por Ele instituídos, nem “é compatível com a doutrina da Igreja a teoria que atribui uma atividade salvífica ao Logos como tal na sua divindade, que se realizasse ‘à margem’ e ‘para além’ da humanidade de Cristo, também depois da encarnação”, pois “como existe um só Cristo, também existe um só seu Corpo e uma só sua Esposa: ‘uma só Igreja católica e apostólica’” (Dominus Iesus, IV, 16).

Infelizmente, muitas pessoas fazem uma distinção indevida entre Jesus e a Igreja, como se fosse possível estar junto de um e longe do outro. Isso é simplesmente absurdo. Apesar dos erros de muitos de seus membros ao longo dos séculos, Cristo prometeu a sua assistência à Igreja, por meio do Espírito Santo,  conferindo aos Apóstolos o poder de perdoar ou não os pecados. E esse poder é conservado ainda hoje pelos sucessores dos Apóstolos, os bispos da Santa Igreja Católica, dos quais se destacam santos homens que governaram a grei de Cristo com zelo e dedicação. Quem ignora essa realidade, termina por perseguir o próprio Senhor, como fazia São Paulo até o episódio de Damasco, quando Jesus lhe perguntou: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9, 4).

O Espírito Santo é a alma da Igreja, que nos anima a seguir o caminho de santidade indicado por Nosso Senhor Jesus Cristo. Renovemos, então, o nosso desejo de pertencer cada vez mais a esse Corpo Místico, a fim de que sejamos verdadeiros membros do Senhor Jesus, pela graça do Espírito Santo.


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