domingo, 11 de junho de 2017

O Santo Ícone de Tuy - A Virgem de Fátima e a Santíssima Trindade

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Imagem representando a aparição de Nossa Senhora e da Santíssima Trindade à Irmã Lúcia

É uma grave incumbência falar destas coisas no local em que estas grandes aparições tiveram lugar. E não só é uma grave incumbência, como, ainda por cima, vou dirigir-me a uma audiência que me intimida muito! Por isso, vou tentar ganhar coragem e falar deste assunto o melhor que puder. Gostei muito de ter de preparar estas conferências sobre a aparição de Tuy e o Ícone da Trindade Redentora, nome que foi dado à Visão, porque me ajudou a clarificar a minha própria compreensão de Fátima. Demasiadas vezes, Fátima passa a ser uma devoção entre muitas. Os Primeiros Sábados tornam-se mais ou menos uma devoção opcional. E vemos também que muitas vezes Fátima perde a sua intensidade, a sua necessidade; mas, como é evidente, a culpa não é de Nossa Senhora, a culpa não é da Irmã Lúcia. Na verdade, quando pensamos nas aparições, quando vemos as mensagens que recebemos de Nossa Senhora e Nosso Senhor, mesmo aqui em Tuy, e em Rianjo, notamos que há uma marca de obrigação que se liga às devoções de Fátima, que se liga às devoções dos Primeiros Sábados, que se liga à Consagração da Rússia. Quero sublinhar desde o princípio, o que também farei no fim, que, quando estudamos o tema de Fátima, reparamos que não se trata apenas de uma devoção; trata-se de um dever. E prevemos que isto é mostrado, de maneira muito profunda, quando consideramos a aparição que a Irmã Lúcia teve em Pontevedra, apenas a alguns quilômetros de onde estamos. Numa carta a uma sua confidente, ela descreve o que aconteceu nesta visão. E isto é o que ela diz — este é o tema da revelação de Pontevedra: Nosso Senhor está profundamente descontente com as ofensas feitas à Sua Santíssima Mãe e não pode continuar a tolerá-las. Por causa destes pecados, por causa dos ultrajes e blasfêmias que tanto sofrimento causaram ao Coração Amantíssimo do Filho, muitas almas caíram no inferno e muitas outras estão em perigo de se perderem. Nosso Senhor promete salvá-las na medida em que se pratique esta devoção, com a intenção de fazer reparação ao Imaculado Coração de Maria.

Quando estudamos o tema de Fátima, reparamos que não se trata apenas de uma devoção; trata-se de um dever.

Vemos aqui uma coisa de grande significado — vemos Nosso Senhor a indicar que Nossa Senhora, como Rainha do Céu, como Mãe da Igreja, como Mãe de Deus, tem uma dignidade própria que é objetiva, que deve ser respeitada. Somos obrigados a prestar-Lhe homenagem, somos obrigados a agir de acordo com isto. Temos obrigação de A honrar como Rainha e Mãe. Aqui estamos perante uma obrigação, e esta obrigação caracteriza-se pela ameaça de grandes castigos para quem não honrar a Nossa Senhora como Ela deve ser honrada. Há graves consequências para quem A blasfemar, para quem puser de lado a Sua posição de Mãe de Deus, para quem profanar as Suas imagens. E Nossa Senhora disse mesmo que muitos já tinham caído no inferno. Nossa Senhora disse que muitos já se tinham precipitado no inferno por causa do que tinham feito — por causa das blasfêmias que tinham cometido. São palavras de muita gravidade, e vemos imediatamente que há alguma coisa em Fátima, nas aparições de Pontevedra e de Tuy, que se tornarão obrigatórias para a humanidade. De que se trata, e como é que são obrigatórias? Ora bem, Pontevedra ficamos a saber que honrar Nossa Senhora obriga a todos os seres humanos. E Nossa Senhora diz que deve fazer-se Reparação por aqueles que blasfemaram, para que as suas almas possam livrar-se do inferno. 

Quando a Irmã Lúcia deixou Pontevedra em 16 de Julho de 1926, para entrar no noviciado aqui, em Tuy, e receber o hábito das Irmãs Doroteias, não esqueceu a missão que Nossa Senhora lhe dera, de praticar estas devoções de reparação nos Primeiros Sábados e também de falar destas devoções a outras pessoas. E nos poucos anos anteriores a 1929, conseguiu falar destas devoções à casa dos Jesuítas que havia aqui em Tuy, e estes começaram a praticar estas devoções; o mesmo aconteceu com a pequena comunidade de famílias que havia à volta do convento, e que começou a praticar estas devoções. Mas ela esteve sempre consciente deste aspecto de obrigação. A Irmã Lúcia sempre soube que tinha a obrigação de difundir estas devoções. Tinha a obrigação de difundir a devoção ao Imaculado Coração de Maria. 

A Irmã Lúcia não só tinha devoção ao Imaculado Coração de Maria, como também praticava fielmente as devoções recomendadas por Santa Margarida Maria, as devoções ao Sagrado Coração. De fato, naquela noite da Visão de Tuy, em 13 de Junho de 1929, das 23 para a meia-noite, como era seu costume todas as semanas, na noite de Quinta para Sexta-Feira, a Irmã Lúcia praticava a devoção ao Sagrado Coração, que fora recomendada por Santa Margarida Maria. E aqui temos a descrição que a Irmã Lúcia fez do que lhe aconteceu naquela noite, na cidade em que agora estamos. E o que disse ela? Foi isto, que nos faz tremer: 

“Estando só, uma noite (para a Hora Santa), ajoelhei-me junto à grade da comunhão, no meio da capela, para dizer prostrada as orações do Anjo. Como me sentisse cansada, levantei-me e ajoelhei-me, e continuei a dizê-las com os braços em cruz. A única luz vinha da lamparina do sacrário. De repente, uma luz sobrenatural iluminou toda a capela, e no altar apareceu uma Cruz de Luz que chegava ao teto. Numa parte mais brilhante, podia ver-se, na parte superior da Cruz, a face de um Homem, e o Seu corpo até à cintura; no Seu peito estava uma pomba também luminosa. E pregado à Cruz, o corpo de outro Homem. E abaixo da cintura, suspenso no ar, estava um Cálice e uma grande Hóstia, na qual caíam algumas gotas de Sangue da face do Crucificado e de uma ferida no Seu peito. Estas gotas corriam pela Hóstia e caíam no Cálice. Sob do braço direito da Cruz estava Nossa Senhora, com o Seu Imaculado Coração na mão.” 

(A Irmã Lúcia diz que era Nossa Senhora de Fátima com o Seu Imaculado Coração — e note-se aqui — “sem espada ou rosas, mas com uma coroa de espinhos e chamas.” Mostraremos mais adiante como isto é tão importante.)

 Portanto, Nossa Senhora estava sob o braço direito da Cruz. Aqui temos uma representação magnífica da Santíssima Trindade, o Pai, o Filho na Cruz, e o Espírito Santo no seio do Pai. E temos ainda Nossa Senhora, sob o braço direito da Cruz, e junto d'Ela o Cálice e a Hóstia. E de Nosso Senhor, do Cristo crucificado, caem gotas de sangue para a Hóstia e em seguida para o Cálice. Esta é, para já, a imagem.

 Esta é, para já, a visão, esta visão que iluminou toda a capela. E a Irmã Lúcia disse então isto:

 “Sob o braço esquerdo (da Cruz), umas letras grandes, como se fossem de água cristalina correndo para o altar, formavam estas palavras: ‘Graça e misericórdia’."

 Vinham do lado esquerdo da Cruz; correm para baixo estas letras, claras como cristal, como água cristalina, como a água do Batismo, perfeitamente limpa, as palavras ‘Graça e misericórdia’. 

Esta é a visão de Tuy. E depois, está presente esta humildade. A Irmã Lúcia disse:

“Compreendi que  se me estava a mostrar o Mistério da Santíssima Trindade, e recebi iluminações sobre este mistério que não me é permitido revelar.”

Foi esta a aparição, foi esta a aparência. E eu quero sublinhar desde já uma coisa, antes de discutirmos a mensagem. Que representação tão perfeita do essencial da Fé, da Fé Católica! Que representação tão perfeita, desde a Santíssima Trindade ao ato redentor do Santo Sacrifício da Missa! Tudo o que Deus quer que os homens aceitem, tudo o que Deus quer que os homens façam, está presente nesta aparição. E em seguida, a Irmã Lúcia falou da mensagem que irá percorrer o mundo e criar um terremoto por todo o mundo. A Irmã Lúcia disse: “Então, Nossa Senhora disse-me:

‘É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do mundo, a Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio.’

 O segundo pedido é este; parece diferente, parece que não é relacionado com o primeiro; mas este segundo pedido é perfeitamente parte do pedido anterior; encaixam um no outro. 

O que é o segundo pedido? Nossa Senhora disse isto: 

“São tão numerosas as almas que a justiça de Deus condena por pecados cometidos contra Mim, que venho pedir uma reparação. Sacrificai-vos por esta intenção e rezai.” 

Temos, portanto, dois pontos, temos dois pedidos. Como é que se associam um ao outro? Como é que a Consagração da Rússia e estes Atos de Reparação que seriam depois feitos estão relacionados? 

Bem, a Irmã Lúcia responde-nos, numa carta de 1930, que escreveu ao seu confessor. Diz-nos como ambas as coisas se associam. É assim: “o Bom Senhor promete acabar com a perseguição na Rússia se o Santo Padre fizer um ato solene de reparação e Consagração da Rússia aos Sagrados Corações de Jesus e Maria, e ordene a todos os bispos do mundo que façam o mesmo. O Santo Padre deve em seguida prometer que, logo que esta perseguição acabe, aprovará e recomendará a prática da devoção de reparação que já descrevi.”

 Assim, depois da Rússia ser consagrada, depois de terminarem as perseguições, o Papa deve recomendar esta devoção de reparação, ou seja, os Cinco Primeiros Sábados, a devoção ao Imaculado Coração de Maria, e os primeiros Sábados como atos de reparação pelos pecados. Então, disse Nossa Senhora categoricamente: “Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz.” Esta é a mensagem, esta é a imagem, este é o Ícone de Tuy.

Este é um extrato editado da palestra do Sr. Peter Chojnowski na conferência: "O Santo Ícone de Tuy: Imagem da Restauração Universal.


Fonte: http://www.fatima.org/port/crusader/cr84/cr84pg43.pdf

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