Chegamos a 2021! 2020 foi um ano muito diferente; mas o que será que Deus nos reserva em 2021? Façamos uma retrospectiva. No dia 1.º de janeiro de 2020, quem de nós imaginaria o que estava por vir? Quem de nós imaginaria todos os acontecimentos históricos, as reviravoltas, as confusões, os sofrimentos, os dramas que 2020 nos tinha reservado? Ninguém. Deus é o Senhor da história e da nossa vida, e a Santa Igreja, muito sábia e prudentemente, como Mãe e Mestra, nos faz consagrar os primeiros segundos do ano civil que se inicia à toda santa Mãe de Deus. É hoje, neste dia, solenidade em que celebramos a maternidade da Virgem SS.: Ela é a Theotokos, escolhida por Deus para realizar na história uma missão análoga ao que acontece lá no céu. Quando nós chegarmos ao céu, veremos face a face o Pai que gera o Filho e os dois que expiram o Espírito Santo; iremos ver a Trindade; iremos ver essa maravilha! Ora, essa maravilha, que estará lá no céu, foi revelada aqui na Terra quando Deus resolveu gerar o seu Filho Jesus no ventre de uma menina. Por isso, S. Tomás de Aquino afirma que a maternidade divina, ou seja, a maternidade de Maria tem uma dignidade de certo modo infinita. Por quê? Porque Maria realiza — claro, dentro dos limites da fragilidade humana — um ato análogo e próximo ao mistério infinito que acontece na Trindade.
Maria, no entanto, gera o Filho de Deus aqui neste mundo como Mãe, porque ela recebeu a missão de gerá-lo por inteiro. S. Luís Maria Grignion de Montfort diz que seria uma monstruosidade, um absurdo, que uma mulher, ao gerar um filho, gerasse a cabeça, mas não o resto do corpo. Celebrar, pois, que Maria é Mãe de Deus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, é celebrar que ela também é Mãe de todos os membros desse Corpo santíssimo que é a Santa Igreja, a Igreja de Cristo, o Corpo místico de Cristo. Que alegria saber que tudo o que nós somos e vivemos, não o viveremos sozinhos! Temos 2021 pela frente, mas agora, desde os primeiros segundos deste ano, entregamos tudo ao Coração Imaculado da Virgem, para que ela possa gerar em nós o Cristo que irá viver, padecente ou glorioso, estes tempos que Deus nos tem reservados. Não nos foi dado escolher em que época da história da Igreja viveríamos. Deus, na sua Providência, nos pôs aqui, neste tempo, nesta situação, nestas crises, nestes dramas, nestes problemas; mas se Ele o fez, é por ser muito bom: é uma verdadeira eleição! Fomos escolhidos e, como recorda S. Luís Maria Grignion de Montfort, são os humildes filhos da Virgem Maria, os humildes servos e escravos consagrados a ela que serão os apóstolos dos últimos tempos. Levemos Cristo para todos! Que o ano de 2020 tenha sido de intensa conversão, e o de 2021 seja de verdadeiro apostolado, para que Cristo cresça cada vez mais, para que o Senhor seja gerado em mais corações e, desta forma, cumpramos todos a vontade de Deus. Que o Senhor nos conceda, como a verdadeiros consagrados da Virgem Maria, um santo e abençoado 2021! — Aproveitemos esse dia para fazer um exame de consciência: se sou consagrado a Nossa Senhora, como tenho vivido essa consagração? Como será a minha vivência, a minha vida de consagrado neste novo ano que se inicia?
Fonte: Padre Paulo Ricardo
Nenhum comentário:
Postar um comentário