O protestantismo como grave revolta assolava a Europa, as heresias como os cátaros e muitos outros contaminavam os ambientes onde ainda restava fé, os cismáticos orientais obstinados em seus erros e o até então recente inimigo muçulmano ameaçava a qualquer momento invadir o centro da cristandade e destruir a Igreja: este era o cenário extremamente inóspito que São Pio V tinha diante de si. Aos olhos de todos parecia que a Cristandade iria desmoronar, mas este santo Papa teve confiança na Beatíssima Virgem Maria e conduziu a Cristandade de volta à obediência a Nosso Senhor. A grande arma de São Pio V: o Santo Rosário.
O perigo muçulmano vinha devidamente preparado, os turcos otomanos a caminho da Europa eram em números assustadores, com tropas muito bem treinadas, homens cegos incentivados pelas falsas promessas da doutrina islâmica, equipados com os barcos mais ágeis de sua época, deixavam muito claro que eram a força superior no controle do Mediterrâneo.
Diante de inimigo tão bem preparado, os cristãos não tinham uma força à altura dos inimigos que vinham à espreita. Em especial a República de Veneza apelou ao Santo Padre para que os demais reinos católicos acudissem seus irmãos à mercê da turba maometana; mas com o grande caos reinando na Europa, esta não foi uma tarefa de fácil resolução.
Por intermédio do Santo Padre, deu-se início à formação da Santa Liga, composta principalmente pelas forças de Veneza, de Espanha, dos Estados Pontifícios e liderada por Dom João d’Áustria, que era congregado mariano e chegou a ser citado por São Pio V em encíclica pelo seu decisivo apoio na batalha: “Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João”.
Partiram então as naus cristãs com a Cruz de Cristo rumo à libertação dos católicos que já estavam sob jugo muçulmano e para impedir que o flagelo maometano se alastrasse pela Europa. O ponto de encontro foi na Sicília e de lá partiram para o local de batalha, que era próximo a Lepanto, na costa da Grécia. Imediatamente após o fim das tratativas, São Pio V conclamou toda a Cristandade a rezar e fazer penitência para que Deus ouvisse seus clamores e desse a vitória aos cristãos. Em uma verdadeira Cruzada, os fiéis faziam procissões e rezavam especialmente o Santo Rosário, para que Nossa Senhora, medianeira de todas as graças, lhes fosse particularmente favorável.
Mesmo em número desfavorável, a Santa Liga avançou destemida contra o feroz inimigo, confiante na proteção da Virgem Santíssima, como na antiquíssima oração: “Sub tuum praesidium confugimos Sancta Dei Genitrix”. E no raiar do dia 7 de outubro de 1569, as embarcações inimigas já podiam ser vistas no horizonte e era apenas questão de horas para se iniciar a batalha. Sob o comando de Dom João d’Áustria, a Santa Liga seguiu confiante à batalha. Apesar das grandes baixas, os cristãos seguiam lutando, quando Nosso Senhor ouviu as preces de toda a Cristandade e intercedeu em seu favor. Desta forma, a batalha começou a tender para o lado dos católicos, até que enfim a ameaça fosse repelida.
Segundo relatos dos próprios turcos da batalha, apareceu no Céu uma imponente Senhora que parecia estar contra eles e a favor dos cristãos. Mesmo que eles tivessem o melhor poderio bélico marítimo, nada parecia ter efeito contra aquela Senhora tão poderosa. As baixas seguiam do lado maometano, enquanto os cristãos cativos eram libertados e ajudavam na batalha.
Após duro embate, finalmente a Santa Liga se saiu vitoriosa, tendo como grande auxílio o Santo Rosário que era rezado em toda a Europa. Com a conquista de tão importante vitória e o livramento da Europa das garras maometanas, São Pio V seguiu a entoar o Te Deum, instituiu a festa do Santo Rosário e adicionou o título de Auxílio dos Cristãos à Ladainha de Nossa Senhora.
Fonte: https://salvemaria.com.br/o-poder-do-santo-rosario-e-batalha-de-lepanto/
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