sábado, 14 de setembro de 2019
Festa da Exaltação da Santa Cruz
A festa da Exaltação da Santa Cruz, que a Igreja hoje celebra, só tem sentido para aqueles capazes de contemplar, no madeiro em que pendeu Jesus de Nazaré, o grande amor de Deus pela humanidade. É o que diz o Evangelho de hoje, condensando em um só versículo todo o núcleo da boa nova: “Deus amou tanto o mundo”, diz São João Evangelista, “que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna”. Ainda que a muitos chegue a parecer óbvia a associação entre o lenho da Cruz e o amor de Deus, muitos teólogos modernos, preferindo uma ênfase por vezes desproporcional na humanidade de Cristo, terminam enxergando no Crucificado muito mais “um homem abandonado por Deus” que propriamente “Deus abandonado pelo homem”. Embora uma abordagem desse gênero seja perfeitamente possível dentro dos limites da sã doutrina, a experiência que os primeiros cristãos tiveram com a Santa Cruz não é exatamente esta, senão a do amor divino, como testemunha o mesmo Apóstolo São João (cf. 1Jo 4, 8). Para receber o influxo dessa caridade, no entanto, é condição imprescindível a virtude da fé, pois ninguém pode ser amado sem antes acreditar no amor com que o outro se expressa nem pode amar de volta se não conhecer aquele a que ama. É por isso que só “para aquele que crê o Evangelho é uma força salvadora” (Rm 1, 16), que dá a vida eterna e verdadeiramente preserva da morte. Peçamos, pois, a Nosso Senhor Jesus Cristo que, iluminando-nos a inteligência, aumente em nós o dom da fé, para que passemos toda a nossa existência neste mundo a viver de amor, recebendo do costado aberto de Cristo todo o alimento de que precisamos para a nossa caminhada neste mundo.
Fonte: Padre Paulo Ricardo
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