quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Nossa Senhora chora em La Salette pelos pecados da humanidade


Nossa Senhora apareceu em La Salette, no dia 19 de setembro de 1846, por causa de “duas coisas” principais, que estavam tornando pesado o braço de seu divino Filho. Ouçamos o que ela tem a revelar, entre lágrimas, a Mélanie, a Maximin e, através deles, a toda a humanidade:

Se meu povo não quer se submeter, sou forçada a deixar cair a mão de meu Filho. Ela é tão forte e pesada que não posso mais retê-la. Há quanto tempo sofro por vocês! Se quero que meu Filho não os abandone, sou obrigada a suplicá-lo incessantemente. E vocês nem se importam com isso. Por mais que rezem, por mais que façam, jamais poderão recompensar a aflição que tenho sofrido por vocês.

(1) Dei-lhes seis dias para trabalhar, e reservei-me o sétimo, e não me querem concedê-lo. É o que faz pesar tanto o braço de meu Filho.

(2) Os carroceiros não sabem falar sem usar o Nome de meu Filho. São essas duas coisas que tornam tão pesado o braço de meu Filho.

Nós, os orgulhosos e descrentes homens do século XXI, somos quase tentados a não acreditar que a santíssima Mãe de Deus tenha saído do Céu, da bem-aventurança eterna em que se encontra, contemplando a face de seu divino Filho, simplesmente para nos dizer: parem de pecar contra o segundo e o terceiro mandamentos! Ela tem mais uma mensagem a passar, sim, principalmente às autoridades civis e religiosas, mas a primeira coisa que ela pede, aos dois videntes de La Salette, é para as pessoas guardarem os domingos e não tomarem o santo nome de Deus em vão.

A nós parece pouco? Infelizes de nós, meus amigos, que não temos dimensão do que seja o pecado! Se eram infelizes os homens do século XIX, castigados que foram por desrespeitar esses dois mandamentos, muito mais infeliz é a nossa época, que já há muito tempo lançou fora as próprias tábuas dos Mandamentos; que já há muito tempo deixou de temer a Deus…

Nossa apostasia, no entanto, já era prevista pela Virgem de La Salette, noutra parte de sua mensagem. Esta, Nossa Senhora havia pedido expressamente a Mélanie que a guardasse em segredo, até 1858, e dizia o seguinte:

No ano de 1864, Lúcifer e um grande número de demônios serão libertados do inferno: eles abolirão a fé pouco a pouco e mesmo nas pessoas consagradas a Deus; eles vão cegá-las de tal maneira que, exceto por uma graça particular, essas pessoas serão tomadas pelo espírito desses anjos maus; muitas casas religiosas perderão inteiramente a fé e perderão muitas almas.

Os maus livros abundarão sobre a terra, e os espíritos das trevas espalharão por toda parte um relaxamento universal em tudo aquilo que se refere ao serviço de Deus […]. A verdadeira fé estará extinta e a falsa luz iluminará o mundo. […] Os governantes civis terão todos o mesmo objetivo, que será abolir e fazer desaparecer todo princípio religioso, para dar lugar ao materialismo, ao ateísmo, ao espiritismo e a toda espécie de vícios.

No ano de 1865, a abominação será vista nos lugares santos; nos conventos, as flores da Igreja apodrecerão e o demônio tornar-se-á como o rei dos corações. Que aqueles que estão à frente das comunidades religiosas tomem cuidado com as pessoas que devem acolher, porque o demônio usará de toda sua malícia para introduzir nas ordens religiosas pessoas entregues ao pecado, pois as desordens e o amor aos prazeres carnais serão espalhados por toda a terra. […] Todos pensarão apenas em se divertir; os maus vão se entregar a toda espécie de pecados; mas os filhos da Santa Igreja, os filhos da fé, meus verdadeiros imitadores, crescerão no amor de Deus e nas virtudes que me são mais caras. […]

Tremei, ó terra, e vós que fazeis profissão de servir a Jesus Cristo e que, por dentro, adorais a vós mesmos, tremei; pois Deus vai entregar-vos a seu inimigo, porque os lugares santos estão na corrupção; muitos conventos não são mais casas de Deus, mas pastagens de Asmodeu e dos seus. […] Os homens estarão cada vez mais pervertidos.

Além da disseminação dos pecados carnais — também mencionados por Nossa Senhora em Fátima —, percebam que a principal profecia que se percebe ao longo de toda a mensagem de La Salette é a perda da fé: os demônios “abolirão a fé pouco a pouco”, “muitas casas religiosas perderão inteiramente a fé”, “a verdadeira fé estará extinta” etc.; ao mesmo tempo, e na contramão dessa tendência, “os filhos da Santa Igreja” são chamados pela Virgem Santíssima “os filhos da fé”.

Disso se deduz que a fé é importantíssima, e nunca se insistirá o bastante nesse ponto. Muitas vezes pode parecer exagero ficar repetindo, mas a ideia é que, de tanto ouvir essa mesma coisa, as pessoas finalmente se dêem conta da necessidade de crer — e crer não em qualquer coisa, mas sim em tudo o que crê e ensina a Santa Igreja Católica. Esse é o começo de tudo. De nada adiantaria, por exemplo, pregar sobre os deveres do cristão, sobre a importância de ir à Missa aos domingos ou fazer abstinência às sextas-feiras, de batizar os próprios filhos e contribuir com o dízimo na paróquia, se as pessoas, de maneira generalizada, deixaram de ter fé em Jesus Cristo e no que ensina a Igreja que Ele mesmo fundou.

Se as pessoas continuam a levar suas vidas no pecado mortal, elas podem até pagar “o dízimo da hortelã, do endro e do cominho”, como faziam os fariseus, mas “os preceitos mais importantes da Lei” continuarão a ser negligenciados (cf. Mt 23, 23). Se as pessoas não acreditarem que precisam abandonar o pecado, procurar o sacramento da Confissão e se reconciliar com Deus, nossas igrejas continuarão a ser lugar de sacrilégio e profanação, onde as pessoas comem e bebem a própria condenação (cf. 1Cor 11, 29). Pior do que isso: se não acreditarem no que diz o Catecismo, ao invés de dar ouvidos às modas ou às ideologias do momento, elas sequer acharão que precisam de conversão.

E é por isso que Nossa Senhora chora em La Salette. A mensagem que a santíssima Mãe de Deus veio nos trazer do Céu não é um tipo de “conscientização social”, dessas que se faz em uma propaganda banal de televisão; não é um recado “moralista”, de quem quer filhos “bem comportados” e seguindo à risca uma espécie de “manual de boas maneiras”. Não! Nossa Senhora apareceu em La Salette para chamar todos os seres humanos a um desafio radical, a uma mudança absoluta, que se chama conversão a Deus. Isso significa, em primeiro lugar, transformar completamente a nossa mentalidade, conformando-a à vontade divina, crendo naquilo que Deus revelou por meio de sua Igreja.

Por onde começar? A Virgem em La Salette só o que faz é repetir as palavras de Cristo ao jovem rico do Evangelho: “Se queres entrar na vida, observa os Mandamentos” (Mt 19, 17). Eis a nossa primeira vocação, eis o nosso primeiro desafio. Deus nos revelou que não devemos trabalhar no domingo, nem tomar seus santo nome em vão. Se nos parece pouco, se nos parece nada, será que Deus está errado ou somos nós, ao contrário, que temos pouca fé?

Deus nos revelou, e repetiu pela boca de Nossa Senhora, que precisamos rezar. Sem isso, não teremos forças para cumprir mandamento algum. As orações, “ah, meus filhos, é preciso fazê-las, à noite e pela manhã”, disse a Virgem aos videntes de La Salette. “Quando não puderem fazer melhor, rezem ao menos um Pai Nosso e uma Ave Maria; e quando tiverem mais tempo e puderem fazer melhor, rezem-nos por mais tempo”.


E nós, o que faremos? Trataremos o apelo da Virgem com indiferença? Ou nos deixaremos finalmente sacudir por suas lágrimas, saindo de nossa frieza e insensibilidade aos Mandamentos?

Nossa Senhora de La Salette chora por causa de nossos pecados; pior: chora por um século apóstata e sem fé, que até a noção de pecado já perdeu. Se ela se revelou aos homens chorando, no entanto, é porque ainda há esperança, é porque Deus ainda busca a nossa conversão. Ouçamos a sua voz, despertemo-nos de nossa letargia e enxuguemos as lágrimas da Santíssima Virgem com uma vida de penitência e amor a Deus. Não pode haver nada que alegre mais o seu Sagrado Coração do que um pecador que se arrepende e volta para a casa do Pai (cf. Lc 15, 7).

Fonte: Padre Paulo Ricardo

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Estigmatização de São Francisco de Assis

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São Francisco tanto amou a Deus que não só no espírito, mas também no corpo, assemelhou-se a Nosso Senhor Jesus Cristo. Cerca de dois anos antes de sua morte, foi agraciado com as marcas da Paixão de Cristo, passando a ter nas mãos e nos pés as feridas correspondentes à crucifixão; na mesma ocasião também foi dotado de uma chaga correspondente à que foi feita pelo soldado que, com a lança, transpassara o coração de Jesus. Indo de encontro à cruz, teve a glória de receber os estigmas do Crucificado.

Os estigmas da Paixão foram concedidos a São Francisco em seguida a um momento de profunda oração contemplativa no Monte Alverne, em que o Crucificado lhe apareceu sob a forma inicial de um Serafim com seis asas. Registrou-se que suas mãos e pés pareciam atravessados bem no meio pelos cravos, aparecendo as cabeças no interior das mãos e em cima dos pés, com as ponta saindo do outro lado. Os sinais eram redondos no interior das mãos e longos no lado de fora, deixando ver um pedaço de carne como se fossem pontas de cravos entortados e rebatidas, saindo para fora da carne. Também nos pés estavam marcados os sinais dos cravos, sobressaindo da carne. O lado direito parecia atravessado por uma lança, com uma cicatriz fechada que muitas vezes soltava sangue, de maneira que sua túnica e suas calças estavam muitas vezes banhadas no sagrado sangue. Infelizmente foram muito poucos os que mereceram ver a ferida sagrada do seu peito, enquanto viveu crucificado o servo do Senhor crucificado. Pois tinha muito cuidado em esconder essas coisas dos estranhos, e ocultava-as mesmo dos mais chegados, de maneira que até os irmãos que eram seus companheiros e seguidores mais devotados não souberam delas por muito tempo.

Fonte: Vinde Fátima

domingo, 15 de setembro de 2019

Memória de Nossa Senhora das Dores


Um dos maiores dons que recebemos da exaltação da cruz de Cristo, cuja memória litúrgica celebrávamos ontem, foi a Virgem Santíssima, a quem comemoramos hoje sob o título de Nossa Senhora das Dores. O evangelista São João, o discípulo amado que nos deixou registrado tudo o que seus olhos viram e suas mãos apalparam acerca do Filho de Deus encarnado, nos retrata hoje a Virgem Maria aos pés da cruz. O seu Coração Imaculado, ao ver padecer o próprio Filho, saturado de opróbrios, não poderia senão compadecer-se e encher-se de dor e amargura, não só por contemplar o crime que, dum ponto de vista humano e meramente jurídico, é o Calvário, mas também por amar mais do que todos Aquele a quem tantos desprezam, Aquele a quem nada desagrada mais do que o pecado, a indiferença e a ingratidão dos homens. Maria SS. ama Jesus — como a seu Filho biológico e, sobretudo, a seu Deus e Senhor —, e por isso sofre com Ele, vendo-o ridicularizado e escarnecido por aqueles que Ele mesmo veio salvar. Na hora suprema, Jesus quis deixar-nos como Mãe esta mesma Virgem dolorosíssima, para que aprendamos dela a amar um pouco como ela ama; aos pés da cruz, foi-nos dado o Coração de Maria, para que possamos associar-nos aos seus compadecimentos, nós, que somos tão insensíveis à Paixão de Cristo, tão acostumados ao pecado — causa de sua Morte —, tão ingratos e rudes a ponto de renovarmos dia após dia os motivos que o levaram a entregar-se à pior das torturas, alquebrado sobre o pesos de nossas culpas (cf. Is 53, 3), com o fim de nos salvar por suas chagas gloriosas. Que a Virgem bendita, que, sem morrer, mereceu a palma do martírio ao pé da cruz do Senhor, interceda por nós do seu trono celeste e nos alcance, por seus méritos e rogos maternos, a graça de nos unirmos às dores que traspassaram outrora sua alma sem mancha, a fim de amarmos mais e mais Aquele que só ela sabe amar como convém.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

As aparições de Nossa Senhora da Santa Cruz, Erechim


Sobre Dorotéia Menegon

Da vidente:

Dorotéia Menegon nasceu no dia 13/06/1911 em Veranópolis-RS, agricultora cursou o antigo primário incompleto e casou-se com Artibano Farina e como lei da época passou a assinar-se Dorotéia Menegon Farina.
Boa esposa e mãe profunda devota de Santo Antônio e de Nossa Senhora da Salete, promotora do apostolado da oração a Jesus crucificado, catequista também foi uma das introdutoras da visita da capelinha domiciliar.


Aos 33 anos de idade, mãe de 4 filhos, foi acometida por uma doença grave, fez a Deus um pedido que se ficasse curada aceitaria passar em todas as  quaresmas, de sua vida, todas as provas, perseguições, injurias, ofensas, sofrendo em seu corpo todas as chagas de Jesus Cristo.
A terrível doença levou-a a morte, sendo que após o velório de 24 horas voltou a vida normal.

Tempos depois, no dia 25 de fevereiro de 1944, enquanto lavava roupas em um tanque rústico, na única nascente d'água da propriedade, um grande clarão surgiu e uma voz feminina que pedia: “Oração, penitência pelos pobres pecadores”.
Quando ocorreu a 2° aparição a cruz surgiu, tornando aquele ponto, local definitivo das aparições que aconteceram durante 44 anos  em 5 datas anuais, sendo elas: 

6 de janeiro, 11 de fevereiro, quarta-feira de cinzas, 3 de maio e 14 de setembro.

A cruz que ainda existe foi destruída pós 5 vezes, e na 4° destruição por desafio de uma autoridade religiosa surgiu a fonte d'água.
Atendida por Deus no pedido que fez na enfermidade, no tempo quaresmal aparecia no corpo da vidente as chagas de Jesus Cristo sendo que na sexta-feira Santa morria até ressuscitar no domingo de Páscoa às 6 horas da manhã, isso lhe causou muita perseguição, apedrejamento, presa recebeu uma dose muito alta de injeção de éter em um hospital da cidade de Erechim conforme uma reportagem de um jornal da época.


sábado, 14 de setembro de 2019

Festa da Exaltação da Santa Cruz


A festa da Exaltação da Santa Cruz, que a Igreja hoje celebra, só tem sentido para aqueles capazes de contemplar, no madeiro em que pendeu Jesus de Nazaré, o grande amor de Deus pela humanidade. É o que diz o Evangelho de hoje, condensando em um só versículo todo o núcleo da boa nova: “Deus amou tanto o mundo”, diz São João Evangelista, “que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna”. Ainda que a muitos chegue a parecer óbvia a associação entre o lenho da Cruz e o amor de Deus, muitos teólogos modernos, preferindo uma ênfase por vezes desproporcional na humanidade de Cristo, terminam enxergando no Crucificado muito mais “um homem abandonado por Deus” que propriamente “Deus abandonado pelo homem”. Embora uma abordagem desse gênero seja perfeitamente possível dentro dos limites da sã doutrina, a experiência que os primeiros cristãos tiveram com a Santa Cruz não é exatamente esta, senão a do amor divino, como testemunha o mesmo Apóstolo São João (cf. 1Jo 4, 8).  Para receber o influxo dessa caridade, no entanto, é condição imprescindível a virtude da fé, pois ninguém pode ser amado sem antes acreditar no amor com que o outro se expressa nem pode amar de volta se não conhecer aquele a que ama. É por isso que só “para aquele que crê o Evangelho é uma força salvadora” (Rm 1, 16), que dá a vida eterna e verdadeiramente preserva da morte. Peçamos, pois, a Nosso Senhor Jesus Cristo que, iluminando-nos a inteligência, aumente em nós o dom da fé, para que passemos toda a nossa existência neste mundo a viver de amor, recebendo do costado aberto de Cristo todo o alimento de que precisamos para a nossa caminhada neste mundo.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Quinta aparição de Nossa Senhora em Fátima - 13 de Setembro de 1917


Nesse dia, 15 a 20 mil pessoas, e talvez mais, acorreram à Cova da Iria. Todos queriam ver, falar e fazer pedidos às crianças para que apresentassem à Virgem. Junto à carrasqueira, começaram a rezar o Terço com o povo, até que num reflexo de luz Nossa Senhora apareceu sobre a azinheira.

Nossa Senhora: Continuem a rezar o Terço para alcançarem o fim da guerra. Em outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda [cilício], trazei-a só durante o dia".

Lúcia: Têm-me pedido para Lhe pedir muitas coisas: a cura de alguns doentes, de um surdo-mudo.

Nossa Senhora: Sim, alguns curarei; outros, não. Em outubro farei o milagre, para que todos acreditem.

E começando a elevar-se, desapareceu como de costume.”

Segundo o testemunho de alguns espectadores, por ocasião dessa visita de Nossa Senhora, como das outras vezes, ocorreram diversos fenômenos atmosféricos. Observaram "à distância aparente de um metro do sol, um globo luminoso, que em breve começou a descer em direção ao poente e, da linha do horizonte, voltou a subir de novo em direção ao sol". Além disso, a atmosfera tomou uma cor amarelada, verificando-se uma diminuição da luz solar, tão grande que permitia Nossa Senhora de Fátima ver a lua e as estrelas; uma nuvenzinha branca, visível até o extremo da Cova, envolvia a azinheira e com ela os videntes. Do céu choviam como que pétalas de rosas ou flocos de neve, que se desfaziam pouco acima das cabeças dos peregrinos, sem deixar-se tocar ou colher por ninguém".

Ainda que breve, a aparição de Nossa Senhora deixou os pequenos videntes felicíssimos, consolados e fortalecidos em sua fé. Francisco, de modo especial, sentia-se transportado de alegria com a perspectiva de ver, dali a um mês, Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme lhes prometera a Rainha do Céu e da Terra.

Fontes: http://blog.cancaonova.com/imaculadocoracaodemaria/2016/09/13/aparicao-de-n-senhora-de-fatima-13-de-setembro-1917/ e http://fatima.arautos.org/as-seis-aparicoes-de-fatima/

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Memória do Santíssimo Nome de Maria


É com grande alegria que a Igreja celebra hoje a memória do santíssimo nome de Maria, escolhido por Deus desde toda a eternidade para significar a altíssima dignidade a que predestinara a Mãe do seu Filho unigênito. Porque, com efeito, assim como Maria foi predestinada antes de toda criatura, no mesmo decreto com que foi predestinado Cristo, assim também devia ela receber um nome antes de toda criatura, razão por que se lhe podem atribuir aquelas palavras do profeta Isaías: “O Senhor chamou-me desde o meu nascimento; ainda no seio de minha mãe, ele pronunciou meu nome” (Is 49, 1). E como os nomes, sobretudo os definidos e impostos por Deus, não são mais do que uma brevíssima descrição da natureza ou da propriedade mais característica da coisa a que são atribuídos, não há dúvida de que, depois do santíssimo nome de Jesus, no de Maria há de manifestar-se não só a grandeza do que ela é, mas a magnificência e sabedoria insondáveis de quem a pensou e amou desde toda a eternidade. Eis por que, no correr dos séculos, incontáveis santos e teólogos deram o melhor de sua inteligência para descobrir o sentido profundo deste nome inefável, que, no parecer de alguns, é como certo sacramental que, pronunciado ou escrito, produz quase ex opere operato efeitos admiráveis na alma de quem piamente o invoca.

Prova desse culto tradicional ao nome de Nossa Senhora é o conhecido hino Ave, maris stella, atribuído a Venâncio Fortunato, de inícios do séc. VII, em que a Virgem é apresentada qual um estrela luminosa, por cujo nome é desfeita a maldição iniciada com Eva: “Sumens illud ave Gabrielis ore, funda nos in pace, mutans Hevæ nomen”. Com efeito, teve início a nossa condenação com a saudação da antiga serpente, que, encontrando-a junto à árvore da ciência do bem e do mal, se dirigiu à nossa primeira mãe, Eva; instigou-a, curiosa; e, com suas mentiras, lhe instilou o veneno da desobediência. A serpente, decerto, é um animal mudo e irracional, nem pudera, por si só, falar ou confabular com a mulher; o demônio, porém, serviu-se de sua língua como de um instrumento para falar a Eva, porque, transformado de nobilíssimo anjo em vilíssimo demônio depois da queda, o diabo não poderia tomar outro instrumento senão esta abjeta criatura, mais apropriada ao tema nefando — o pecado — de suas conversas. Do mesmo modo, teve início a nossa salvação com a saudação de Gabriel à Virgem. Entregue à meditação do Messias prometido e ardendo de amor a Deus, Maria se confiava humildemente à vontade divina, quando, de repente, aparece o anjo trazendo aquele Ave àquela por quem Deus, vencendo com uma mulher humilde o pecado de outra, soberba, destruiria os efeitos da transgressão de Eva: “Mutans Hevæ nomen”.


Que a memória deste santíssimo nome, amado por Deus, venerado por Cristo e reverenciado pelos anjos, nos encha hoje de firme confiança na bondade divina, que por meio de Maria nos deu a salvação, e na intercessão poderosíssima da Virgem, nossa Mãe, que, ao contrário de Eva, nos faz nascer para a vida da graça. “Com todas as medulas do nosso coração, ó Maria, nós vos invocamos, como filha muito amada de Deus! É tanta a virtude e tamanha a excelência do vosso nome, que os próprios céus se alegram ao ouvi-lo, a terra se enche de gozo, os anjos festejam, tremem de horror os demônios e se turba e confunde o inferno inteiro. É, pois, tão grande a força do vosso nome, ó bendita Virgem Maria, que ele, só, tem o poder de penetrar admiravelmente a dureza do coração humano” (Raymundus Iordanus, Contempl. de B .V. M.); tão grande, enfim, que às vezes, ao invocá-lo, alcançamos a graça mais rápido do que invocando o nome de Cristo, não por serdes maior do que ele, mas porque o Senhor, ouvindo os seus servos invocarem o vosso santíssimo nome, é movido mais facilmente, e por suave necessidade, à misericórdia e ao perdão.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

A pequena imagem de Nossa Senhora de Coromoto - Descobertas surpreendentes!


Em uma coletiva de imprensa celebrada em 3 de setembro de 2009, na sede da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), por ocasião da restauração da imagem Nossa Senhora de Coromoto, patrona da Venezuela, apresentaram-se as novas descobertas relativas à diminuta imagem, relacionada com a primeira evangelização desta terra.

Segundo a tradição –informa a CEV em uma nota enviada a ZENIT–, entre finais de 1651 e princípios de 1652, uma Bela Senhora apareceu ao cacique da tribo Coromoto e a sua esposa indicando-lhes: “vão para a casa dos brancos, para que lhes coloquem água na cabeça e assim poderão ir ao céu”.

Depois de atender o pedido de tão bela Senhora, os índios saíram da selva e receberam os ensinamentos do Evangelho, recebendo um bom número deles o sacramento do Batismo.

Contudo, o cacique, ao sentir que havia perdido a liberdade, decide fugir novamente para a selva; na madrugada de 8 de setembro de 1652, a Bela Senhora aparece novamente ao cacique junto a sua esposa, sua cunhada Isabel e o filho desta. Ao vê-la pede que o deixe em paz, dizendo-lhe que não mais a obedecerá. Levanta-se para tomar o arco e matar a Senhora, mas esta se aproxima dele para abraçá-lo, caindo assim suas armas. Decide tomar por um braço a Senhora para tirá-la de seu lar; neste momento ocorre o milagre: a Bela Senhora desaparece, deixando na mão do Cacique sua diminuta imagem.

A partir desse momento, começa uma grande história de favores e milagres, devoção e renovação da fé nesta terra, das mãos de Nossa Senhora de Coromoto. Até que no ano 1942 é exaltada no título de Patrona da Venezuela.

A diminuta imagem mede 2,5 cm de altura por 2 de largura. Através dos 367 anos que transcorreu desde sua aparição, foi exposta a diferentes fatores que haviam produzido seu deterioro.

Por este motivo os membros da Fundação Maria Caminho a Jesus, com sede em Maracaibo, a partir de 2002 iniciaram uma campanha para restaurar os danos que ocultavam grande parte da imagem da Virgem com o menino Jesus. Tal Fundação se fez cargo, junto a Dom José Manuel Brito, reitor do Santuário Nacional de Nossa Senhora de Coromoto, de impulsionar o projeto e contatar o grupo de especialistas que participaram no mesmo, e também conseguir os meios econômicos para financiar o processo.

No início de 2009, o bispo de Guanare José Sotero Valero Ruz, apresentou o projeto à Conferência Episcopal Venezuelana, a qual depois de receber vários diagnósticos sobre o estado da Relíquia, outorgou a permissão para proceder a restauração.

De 9 a 15 de março de 2009, em um laboratório instalado para este processo, na casa La Bella Señora, dentro das imediações do Santuário Nacional de Nossa Senhora de Coromoto, a equipe de trabalho composta pelos restauradores Pablo Enrique González e Nancy Jiménez, acompanhados por José Luis Matheus, diretor da Fundação Zuliana e Dom José Manuel Brito como custódios do processo, iniciaram os trabalhos de conservação da imagem; conseguindo realizar com êxito uma série de descobertas que até o momento eram desconhecidas.

Ao longo do processo, descobriram-se elementos desconhecidos. O primeiro fato que chamou a atenção foi, que uma vez analisadas as águas empregadas no tratamento, o pH mostrou-se ser neutro, fato inexplicável.

Foi detectada a presença de vários símbolos, os quais segundo indagações do antropólogo Nemesio Montiel, são de origem indígena.

Por observação microscópica, conseguiu-se identificar nos olhos da Virgem, de menos de 1 milímetro, a presença da iris, fato particularmente desconcertante pois se pensava que os olhos da imagem eram simples pontos.

Ao aprofundar no estudo do olho esquerdo de Nossa Senhora, pôde-se definir um olho com as características de um olho humano; se diferencia com clareza o orbe ocular, o conduto lacrimal, a iris e um pequeno ponto de luz no mesmo.

Maximizando o ponto de luz, pôde-se observar que o mesmo parece formar a imagem de uma figura humana com características muito específicas.

A coroa da Virgem e o Menino são tipicamente indígenas.

A restauração da Sagrada Imagem da Patrona de nossa Pátria constitui um verdadeiro marco histórico, pois é a primeira vez que a venerada imagem é submetida a um processo como este, que sem dúvida alguma contribuirá a renovação da fé de todos os venezuelanos”, afirma a CEV na nota.

Esta restauração, além de ser expressão do resultado do esforço de uma equipe multidisciplinar, é um chamado a voltar nossas vidas para Deus, e viver o convite que Nossa Senhora fez a nossos antepassados, quando os convidou a reconciliar-se e unir-se como verdadeiros irmãos em Deus, apesar de que as culturas espanholas e indígenas tinham visões e interesses totalmente opostos. É um chamado à fraternidade e à aceitação do outro; é um sinal de esperança, de alegria e de fé. É a comprovação de que apesar das dificuldades, se nos unimos como verdadeiros irmãos, é possível alcançar resultados que derivam em bem-estar para todos”.

E conclui exortando a unir-se na oração: “Virgem Santa de Coromoto, patrona da Venezuela, renovai a Fé, em toda a extensão de nossa pátria. Amém”.

Fonte: Zenit

Nossa Senhora de Coromoto, a Mãe e Rainha Misericordiosa

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No ano de 1652, Nossa Senhora de Coromoto apareceu aos índios do mesmo nome. Foi declarada Padroeira da Venezuela pelo Episcopado venezuelano no dia primeiro de maio de 1942. O papa Pio XII a declarou "Celeste e Principal Padroeira de toda a República da Venezuela" no dia 7 de outubro de 1944. O Santuário Nacional está construído no local da aparição, perto da cidade de Guanaguanare. O Papa João Paulo II, em fevereiro de 1996, abençoou pessoalmente este Santuário.

Entre os índios que habitavam a região de Guanaguanare, havia um grupo conhecido como "Coromotos". Quando chegaram os colonizadores espanhóis, os Coromotos se embrenharam na selva, montanhas e vales situados a noroeste da cidade de Guanare, nas fontes e margens dos rios Tucupido e Anos.

Os Coromotos moraram muito tempo nesses lugares distantes e sua memória foi sendo perdida, até que chegou o momento de sua conversão, graças a poderosa mediação da Santíssima Virgem.

Um espanhol honrado e bom cristão, chamado Juan Sánchez, possuía as férteis terras de Soropo, situadas a quatro ou cinco léguas de Ganare. A ele se uniram para trabalhar a terra e tratar do gado dois colonizadores: Juan Sibrián e Bartolomé ánchez.

Descansando de uma longa viagem em certo dia, do ano de 1651, o Cacique dos Coromotos, acompanhado de sua mulher e filhos, eis que lhes aparece uma formosíssima Senhora de incomparável beleza, que trazia em seus braços um preciosíssimo Menino, caminhando sobre as cristalinas águas da corrente. Maravilhados, contemplam a majestosa Dama; esta lhes sorri amorosamente e fala ao Cacique em sua própria língua, dizendo-lhe que ali fora procurar água para colocar sobre a cabeça e assim poder subir aos céus.

Estas palavras foram ditas com tal unção e força que comoveram o coração do Cacique. Ele se dispôs a cumprir os desejos de tão encantadora Senhora...

No mês de novembro do citado ano, Juan Sánchez passava perto daquela região seguindo a estrada denominada "Cauro", quando ia em viagem para El Tocuyo. A certa altura, encontra o chefe dos Coromotos, que lhe conta que uma belíssima Mulher, com uma criancinha formosa havia-lhe aparecido pedindo-lhe que fosse ao local onde moravam os brancos para buscar água para molhar sua cabeça, antes de ir para o céu. E acrescentou o Cacique que tanto ele como todos os de sua tribo estavam dispostos a atender os desejos de tão excelsa senhora. Juan Sánchez, gratamente surpreendido pelo relato do índio, disse-lhe que estava indo de viagem para um povoado chamado El Tocuyo. A oito dias estaria de volta. Quando retornou, Juan Sánchez juntou-se aos Coromotos. Toda tribo partiu com o espanhol.

Seguindo as indicações de Juan Sánchez, a caravana se deteve no ângulo formado pela confluência dos rios Tucupido e Guanaguanare, num lugar que foi chamado de Coromoto. Juan Sánchez foi imediatamente à vila do Espírito Santo de Guanaguanare e avisou as autoridades sobre o ocorrido.

Os alcaides Dom Baltazar Rivero De Losada e Dom Salvador Serrada Centeno, que governavam a Vila, dispuseram que os índios permanecessem em Coromoto e ofereceram-lhes Juan Sánchez para demarcar terras para seus trabalhos e para doutriná-los nos rudimentos da religião cristã. O abnegado espanhol cumpriu sua missão cuidadosamente, fazendo de tudo para tornar feliz a permanência dos índios naquela região.

Os indígenas construíram seus ranchos, receberam as terras e, contentes, ouviam as explicações doutrinárias que lhes dava o espanhol, ajudado por sua esposa e os outros dois companheiros. Este trabalho apostólico foi sendo coroado de êxito. Pouco a pouco os índios iam sendo batizados.

O Cacique, a princípio, assistia com gosto às instruções, mas começou a se desgostar e a sentir falta de seus bosques. Não mais freqüentou as reuniões promovidas por Juan, não quis mais aprender a doutrina cristã e se recusou a ser batizado.

No dia 8 de setembro de 1652, Juan Sánchez convidou os índios que trabalhavam em Soropo para assistirem a alguns atos religiosos que haviam sido preparados. O Cacique Coromoto recusou este convite. Ainda assim, seus companheiros honraram com humildes preces a Virgem. Isso deixou o Cacique enraivecido que fugiu para Coromoto.

A cabana do Cacique era a maior entre todas as choças indígenas, mas era pequena e pobre em comparação às casas dos espanhóis. Naquela noite se encontravam na cabana uma irmã do Cacique, chamada Isabel e seu filho, de doze anos e outras duas índias. O Cacique Coromoto chegou muito triste e calado. Imediatamente deitou-se na esteira.

Vendo o seu estado, ninguém lhe dirigiu a palavra. Passou-se um longo tempo de silêncio. O Cacique tentava dormir, mas dentro de sua memória não saía aquela Senhora. Ouvia sua doce, contudo, outros pensamentos turvavam seu triste e melancólico caráter: seu orgulho humilhado pela obediência e sua desenfreada liberdade, clamava por uma completa emancipação; certa raiva interna e inexplicável lhe pintava o batismo e a vida dos branco como insuportáveis.

Em poucos minutos, a Virgem Santíssima apareceu na cabana do Cacique, em meio a invisíveis legiões de anjos que formavam seu cortejo. Dela saíam raios de luz que inundaram a choça.

Segundo o testemunho da índia Isabel a luz era tão potente que parecia a luz do sol ao meio-dia. Mas não cansava a visão daqueles que a contemplavam tão grande maravilha.

O Cacique reconheceu a mesma bela mulher que, meses antes, contemplara sobre as águas. O índio pensava, provavelmente, que a Senhora viera reprovar seu comportamento. Passados alguns segundos, o Cacique rompeu o silêncio e dirigindo-se à Senhora disse enfurecido: Até quando irás me perseguir?" Estas palavras impensadas e desrespeitosas mortificaram a esposa do Cacique, que o consolou: "Não fales assim com a bela mulher. Não tenhas tanto mal em teu coração". O Cacique, encolerizou-se e não pôde mais suportar a presença da Divina Senhora que permanecia à porta dirigindo-lhe um olhar tão terno e carinhoso, capaz de comover o coração mais duro. Desesperado, o Cacique saca de um arco com uma flecha e chegando ao auge de sua loucura ameaça matá-la. Nesse instante, a Excelsa Senhora entra na choça, sorridente e serena, aproxima-se dele que lança o arco contra o chão. O Cacique tenta abraçar a Senhora que desaparece, deixando a cabana iluminada apenas pela luz do fogão.

Fora de si e mudo de terror, ele ficou alguns minutos imóvel, com os braços estendidos e entrelaçados, na mesma posição em que estavam quando tentara agarrar a Virgem. Ele tinha uma mão aberta e a outra fechada, que apertava o máximo. Ele sentia que a bela mulher a havia fechado.

Cheio de temor, o índio disse à sua mulher: "Aqui a tenho!". As mulheres disseram em coro: "Mostre-nos". O Cacique abriu a sua mão e os quatro indígenas reconheceram ser aquela uma imagem e acreditaram que era a "Bela Mulher". Quando o índio abriu a mão, a pequena imagem lançou raios luminosos que causaram grande esplendor. O Cacique começou a suar frio. Com a mesma fúria de antes, envolve a milagrosa imagem em uma folha e a esconde no teto de palha de sua casa dizendo: "Aí tu te queimarás, para que me deixes".

O indiozinho, que interiormente desaprovava a torpe conduta do tio, prestou bem atenção no esconderijo da imagem e resolveu avisar Juan Sánchez sobre o que ocorrera. Escapou da casa por volta da meia-noite em direção a Soropo, enfrentando com coragem todos os riscos. Ao chegar, todos dormiam. Ele sentou-se à beira da porta e esperou o amanhecer.

A esposa de Juan Sánchez, ao abrir a porta de sua casa na madrugada do domingo, surpreendeu-se ao ver o menino. Ele contou-lhe tudo que havia acontecido. A mulher chamou o marido. Juan sorriu e não deu crédito ao relato do indiozinho, que repetiu sua história veementemente: "Podem ir a Coromoto agora mesmo e vocês irão comprovar o que digo".

Bartolomé Sánchez, Juan Sibrián, Juan Sánchez e o indiozinho se puseram sem demora a caminho de Coromoto. Quando chegaram perto do povoado os três espanhóis se esconderam a três quadras da casa. O menino se encarregou de ir à choça do tio apanhar a imagem. Felizmente, o Cacique e as duas mulheres estavam fora da casa. Sem que ninguém o visse, o menino entrou na casa. Com o coração em júbilo pegou a imagem e a levou para Juan que, ao recebê-la, sentiu profunda emoção. Na imagem reconhecera a efígie de Maria Santíssima, a Mãe de Deus. Com muito respeito a colocou em um relicário de prata que costumava carregar.

Retornando à sua casa em Soropo, Juan Sánchez colocou a pequena imagem, que já começava a ser chamada de Nossa Senhora de Coromoto, em um altarzinho, alumiando-a com uma vela de cera escura. Esta humilde luminária ardeu dia e noite, sem consumir-se desde as doze horas da noite de domingo até à tarde de terça-feira. Este fato foi declarado milagroso, pois o pedaço de vela deveria arder, no máximo, uma meia hora.

Terça-feira, à tarde, Juan Sánchez foi à Vila de Guanaguanare (Guanare) onde revelou ao Padre Dom Diego Lozano, tudo quanto sabia sobre a imagem. Mas este não lhe deu crédito, dizendo que aquela estampa deveria ser obra de algum viajante. Juan Sánchez, sem se lastimar por isso, regressou feliz a Soropo, pois comprara o necessário para manter uma lamparina acesa diante da imagem, que ficou em sua casa até primeiro de fevereiro de 164, isto é, um ano e quatro meses.

No dia 9 de setembro, domingo, o Cacique resolveu ir aos montes com alguns índios. Mal entrou no bosque foi mordido por uma cobra. Vendo-se mortalmente ferido e reconhecendo no acontecimento um castigo do céu pela sua péssima conduta com relação à Senhora, começou a se arrepender, pedindo em altos gritos que lhe administrassem o Batismo.

A casa de Juan Sánchez se transformou num pequeno santuário. Para aí acorreu toda a população de Guanare atraída pelos milagres, graças e favores que eram alcançados por intercessão de Nossa Senhora de Coromoto.

No dia primero de fevereiro de 1654 a imagem foi trasladada solenemente para a igreja de Guanare por ordem do pároco Diego de Lozano. A devoção popular foi crescendo espantosamente até a coroação pontifícia em 1952.

A força histórica do fato coromotano repousa principalmente no testemunho do povo. Uma tradição jamais interrompida. Na década dos anos 20, houve um evidente ressurgir do movimento coromotano, mas não se pode dizer que tenha sido o ressurgir de algo morto, pois desde sua aparição até os nossos dias, o povo da Venezuela jamais deixou de peregrinar a Guanare para honrar sua padroeira.

Atualmente pode-se afirmar que não existe um só templo católico venezuelano que não possua uma imagem de Nossa Senhora de Coromoto, sempre amada e homenageada pelos fiéis.

Fonte: ACI Digital

terça-feira, 10 de setembro de 2019

A Esperança


Você que está lendo essa mensagem, ou texto, como você quiser chamar... Pensei sobre o que escrever, como colocar nas palavras o que mexia e remexia aqui dentro. Hoje, no dia em que refletimos acerca da prevenção do suicídio, podemos refletir sobre a esperança, que muitas vezes é o que falta naqueles que pensam em cometer esse ato ou já o cometeram, pois lhes faltou esse sentimento que nos faz seguir em frente mesmo com os percalços da vida. Meditando as vidas dos santos, dos mártires, pode-se notar que esse sentimento sempre esteve muito presente, mesmo quando estes passavam por duras provas, como por exemplo São Bartolomeu, que foi esfolado vivo, ou Santa Edith Stein, que morreu num campo de concentração nazista. Maria Santíssima foi o maior exemplo de esperança, uma vez que mesmo vendo Seu Filho Amado ser torturado e crucificado pôde resistir à dor atroz a que foi submetida. A esperança falou mais alto do que a dor, essa esperança, que traz sentido à vida mesmo em meio ao sofrimento é Jesus, o Deus Vivo, que criou o ser humano, o universo, e nos amou e ama tanto que fez da sua principal missão  no mundo, nos redimir, uma aula de como dar sentido a dor. A sua cruz trouxe sentido ao sofrimento. Não um sofrimento masoquista, mas uma maneira de amar visceralmente, de modo que não pudéssemos ter dúvidas de seu Amor. Aqui falo da parte espiritual, mas também digo que se puder vá buscar ajuda com profissionais, pois Deus muitas vezes utiliza-se dos homens para realizar Sua Obra. Você foi e é amado(a) por Ele, sua vida valeu o Seu Sangue Precioso. Deixe que Ele traga e seja o sentido de sua vida, a sua esperança. Jesus não prometeu felicidade nessa vida, mas prometeu estar conosco todos os dias, nos animando e fortalecendo. Não desista de viver a vida que Deus sonhou pra você, Ele te ama muito e está contigo não importa o que você já tenha feito ou faça, pois Ele é o Pai que acolhe o filho pródigo, nos perdoa de nossos pecados e nos dá a Vida Eterna! Nossa Senhora, Mãe da Esperança está rogando por ti dia e noite, e o seu Anjo da Guarda também! O Céu inteiro pede por ti e anseia tua vitória em Nome de Jesus, A Esperança.

Em oração.

domingo, 8 de setembro de 2019

Festa da Natividade de Nossa Senhora


Alguém poderia perguntar-se hoje, festa da Natividade de Nossa Senhora, por que a Igreja não celebra com maiores homenagens o nascimento da Virgem Mãe. Afinal, se a Natividade de São João Batista merece, aos olhos da Igreja, o grau de solenidade litúrgica, por que então a Natividade de Maria, que é sem dúvidas e sob todos os aspectos muito maior do que o Precursor de Cristo, não passa de uma simples festa como outra qualquer? A razão é que, mais do que o nascimento físico(fenômeno natural e universalíssimo), a Igreja sabe que o fato mais importante na vinda ao mundo da Mãe de Deus é a sua Imaculada Conceição. É por isso que todos os anos, no dia 8 de dezembro, comemoramos solenemente este grandíssimo mistério, pelo qual a Virgem Maria, desde o primeiro instante de sua concepção no ventre de Sant’Ana, foi preservada imune de toda mancha de pecado, tendo permanecido assim, sem culpa nem imperfeição de qualquer sorte, até o fim do curso de sua vida terrena. A ela, antes mesmo de nascer, foi dada mais graça do que têm, juntos, todos os anjos e bem-aventurados do céu, do que todos os santos e almas piedosas da terra. Eis porque o seu nascimento tem uma importância relativa, até menor, em certo sentido, do que o milagre da graça que o precedeu. É também por isso que o nosso aniversário de Batismo, data em que fomos purificados do pecado original e introduzidos na vida divina, deveria ser para nós um dia de muito maior alegria do que o nosso aniversário civil. De fato, como entoa o precônio pascal, de que nos adiantaria ter nascido se não houvéssemos sido redimidos? De que nos valeria, enfim, esta vida mortal, se ao cabo dela fôssemos privados da glória imortal do paraíso celeste? Hoje, contemplamos a entrada no mundo daquela que, como vaso puríssimo de eleição, foi preparada desde todo o sempre para gerar e dar à luz Aquele que daria sentido e valor à nossa vida terrena, ordenando-a a um fim mais alto do que podem sequer imaginar nossos mais sublimes desejos. Que o nosso coração saiba, pois, alegrar-se ao contemplar todos esses mistérios marianos, que não são mais do que um sinal claro de como, por meio da Virgem Santíssima, Deus nos ama e quer nos transformar em criaturas perfeitas, filhos dignos de entrar na sua herança eterna.

Fonte: Padre Paulo Ricardo