Um dos fatos marcantes da história religiosa do século XIX foi a aparição de Nossa Senhora ao judeu Afonso Ratisbonne e sua retumbante conversão ao catolicismo.
A aparição está intimamente ligada à série de manifestações extraordinárias ao mundo, iniciada com a Medalha Milagrosa na rue du Bac (Paris, 1820), e continuada de um modo mais destacado em La Salette (1846) e Lourdes (1858).
Ratisbonne fez-se padre e fundou a Ordem de Sion para converter os judeus. Muito distante da fé católica vivia o jovem banqueiro Afonso Ratisbonne, natural de Estrasburgo, nascido em 1814, de riquíssima família israelita.
No dia 20 de janeiro de 1842, em viagem turística a Roma, por curiosidade meramente artística ele acedeu entrar na Igreja de Sant’Andrea delle Fratte, acompanhado de um amigo, o Barão de Bussières.
Enquanto este foi à sacristia, a fim de encomendar uma missa, o jovem judeu apreciava as obras de arte daquele templo.
Quando se encontrava diante do altar consagrado a Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa (hoje conhecido como altar da Madonna del Miracolo — Nossa Senhora do Milagre), Ela apareceu-lhe e o converteu instantaneamente de inimigo da Igreja católica em seu fervoroso apóstolo.
Palavras de Afonso Ratisbonne sobre a aparição de Nossa Senhora:
Ao andar pela Igreja, eu me senti subitamente agitado e como que cercado de um véu. A Igreja se tornou obscura, exceto uma capela luminosa; eu vi de pé, sobre o altar, viva, grande, majestosa, cheia de beleza e misericordiosa, a Santíssima Virgem Maria, como está representada na medalha milagrosa da Imaculada Conceição”. A esta visão, caí de joelho, no lugar em que me encontrava, tentei várias vezes levantar os olhos para a Santíssima Virgem, mas seu fulgor e o respeito me fizeram abaixá-los, sem me impedir, entretanto, de sentir a evidência da aparição. Fixei os olhos sobre suas mãos e nelas percebi a expressão do perdão e da misericórdia. Em presença da Santíssima Virgem, embora Ela não me tenha dito uma única palavra, compreendi o horror do estado em que me encontrava, a deformidade do pecado, a beleza da religião Católica; numa palavra, compreendi tudo.
Quando o Senhor de Bussierre voltou, encontrou-me de joelhos, a cabeça apoiada na balaustrada da capela, onde tinha aparecido a Santíssima Virgem, banhado em lágrimas. Eu não pude entender como, tendo caído do outro lado da nave, eu me encontrava perto da balaustrada. Acrescentarei que minhas lágrimas eram acompanhadas de um sentimento de gratidão para com a Santíssima Virgem Maria e de compaixão para com a minha família mergulhada nas trevas do judaísmo.
Palavras de Afonso Ratisbonne sobre a aparição de Nossa Senhora:
Ao andar pela Igreja, eu me senti subitamente agitado e como que cercado de um véu. A Igreja se tornou obscura, exceto uma capela luminosa; eu vi de pé, sobre o altar, viva, grande, majestosa, cheia de beleza e misericordiosa, a Santíssima Virgem Maria, como está representada na medalha milagrosa da Imaculada Conceição”. A esta visão, caí de joelho, no lugar em que me encontrava, tentei várias vezes levantar os olhos para a Santíssima Virgem, mas seu fulgor e o respeito me fizeram abaixá-los, sem me impedir, entretanto, de sentir a evidência da aparição. Fixei os olhos sobre suas mãos e nelas percebi a expressão do perdão e da misericórdia. Em presença da Santíssima Virgem, embora Ela não me tenha dito uma única palavra, compreendi o horror do estado em que me encontrava, a deformidade do pecado, a beleza da religião Católica; numa palavra, compreendi tudo.
Quando o Senhor de Bussierre voltou, encontrou-me de joelhos, a cabeça apoiada na balaustrada da capela, onde tinha aparecido a Santíssima Virgem, banhado em lágrimas. Eu não pude entender como, tendo caído do outro lado da nave, eu me encontrava perto da balaustrada. Acrescentarei que minhas lágrimas eram acompanhadas de um sentimento de gratidão para com a Santíssima Virgem Maria e de compaixão para com a minha família mergulhada nas trevas do judaísmo.
O quadro
O quadro da Madona del Miracolo (Nossa Senhora do Milagre) aparece com a fronte encimada por uma coroa e por um resplendor em forma de círculo de 12 estrelas que evoca a Mulher do Apocalipse.
A fisionomia é discretamente sorridente, com o olhar voltado para quem estiver ajoelhado diante d’Ela. Muito afável, mas ao mesmo tempo muito régia.
Pelo porte, dá impressão de uma pessoa alta, esguia sem ser magra, muito bem proporcionada e com algo de imponderável da consciência de sua própria dignidade.
Tem-se a impressão de uma rainha, muito menos pela coroa do que pelo todo d’Ela, pelo misto de grandeza e de misericórdia.
A pessoa que a contempla tende a ficar apaziguada, serenada, tranquilizada, como quem sente acalmadas as suas más paixões em agitação.
Como se Ela dissesse: “Meu filho, eu arranjo tudo, não se atormente, estou aqui ouvindo a você que precisa de tudo, mas eu posso tudo, e o meu desejo é de dar-lhe tudo. Portanto, não tenha dúvida, espere mais um pouco, mas atendê-lo-ei abundantemente”.
A pintura tem um certo ar de mistério, mas um mistério suave e diáfano. Seria como o mistério de um dia com um céu muito azul, em que se pergunta o que haverá para além do azul.
Ele comunica algo do prazer de ser puro, fazendo compreender que a felicidade não está na impureza, ao invés do que muita gente pensa. É o contrário.
Possuindo verdadeiramente a pureza, compreende-se a inefável felicidade que ela concede, perto da qual toda a pseudo felicidade da impureza é lixo, tormento e aflição.
Notem também a humildade. Ela revela uma atitude de rainha, mas fazendo abstração de toda superioridade sobre a pessoa que reza diante d’Ela. Trata a pessoa como se tivesse proporção com Ela; quando nenhum de nós tem essa proporção, nem mesmo os santos.
Entretanto, se aparecesse Nosso Senhor Jesus Cristo, Ela ajoelhar-se-ia para adorar Aquele que é infinitamente mais. Ela tem a felicidade inefável da despretensão e da pureza.
Diante de um mundo que o demônio vai arrastando para o mal, pelo prazer da impureza e do orgulho, a Madonna del Miracolo comunica-nos esse prazer da despretensão e da pureza.
Oração à Madona del Miracolo
“Ó Imaculada Mãe de Deus, Madona del Miracolo, que quisestes conquistar com um singular prodígio de vossa misericórdia o israelita Afonso Ratisbonne, acolhei as súplicas que vos apresentamos com confiança, como um dia acolhestes as súplicas daqueles que a Vós recorreram pedindo a conversão do filho judeu.
“Obtende-nos também uma sincera e total conversão à graça e todos os bens da alma e do corpo.
“Vossa clemência triunfou sobre Ratisbonne, persuadindo-o a receber o batismo e a empenhar-se com vontade séria na observância dos Mandamentos.
“Por esta conquista do vosso amor, obtende-nos a perseverança no cumprimento das promessas do batismo. Fazei com que nenhum obstáculo se interponha à nossa observância dos preceitos de Deus e da Igreja.
“Vossas mãos resplandecentes são símbolo das inumeráveis graças que com maternal bondade dispensais profusamente sobre a Terra. Fazei resplandecer também sobre nós um raio da vossa misericórdia
Fonte: https://oracoesemilagresmedievais.blogspot.com/2011/01/nossa-senhora-do-milagre-aparicao-e.html?m=1 e
https://www.google.com/amp/s/www.veritatis.com.br/testemunho-de-conversao-de-pe-afonso-ratisbonne-ex-judeu/amp/
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