domingo, 6 de janeiro de 2019

6 de Janeiro - Solenidade da Epifania do Senhor


Meditação. — 1. A solenidade da Epifania do Senhor, que é a celebração da manifestação de Deus aos homens, é uma das últimas festas do tempo do Natal. O nascimento de Cristo envolve, por sua vez, três realidades distintas. Em primeiro lugar, trata-se obviamente da Encarnação de Cristo na história, esse momento decisivo para a salvação da humanidade, em que Deus assumiu uma forma humana para redimir o mundo de seus pecados. A segunda realidade diz respeito ao povo da promessa de Deus. Malgrado as promessas messiânicas dizerem respeito a todo o povo de Israel, apenas um pequeno resto aguardava o Salvador — Simeão e Ana, por exemplo —, ao passo que Herodes e a grande Jerusalém ficaram perturbados quando souberam da notícia de sua chegada.

Finalmente, a terceira realidade é a da manifestação de Deus aos pecadores, aos pagãos, aos idólatras, às ovelhas fora da casa de Israel. Para o pequeno resto dos judeus, Jesus vem como resposta às suas esperanças. Para os demais, no entanto, Jesus vem como uma “boa nova”, uma notícia feliz de libertação para um povo escravo de falsos deuses e outros vícios. Afinal de contas, os reis magos eram justamente feiticeiros, homens dedicados ao ocultismo. Mas Deus também tinha um plano para eles, indicando-lhes o caminho de Belém por meio de uma estrela.

2. A solenidade da Epifania parte desse mistério da vinda de Jesus e recorda o imenso trabalho apostólico que ainda precisa ser feito, no sentido de apresentar o Salvador àqueles que não O conhecem. Nós temos o dever de ser a estrela que orientou os reis magos até o caminho de Belém. Trata-se de cumprir a missão de Jesus aos Apóstolos: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 19). Portanto, um cristão que não se dedica ao apostolado em nome de uma suposta agenda ecumênica não está cumprindo a vontade de Deus, mas a política dos tempos modernos.

Na Liturgia das Horas para a Solenidade da Epifania, o hino das II Vésperas recorda outros dois momentos da manifestação de Deus aos homens: Nas águas é lavado/o celestial cordeiro;/o que não tem pecado/nos lava em si primeiro/as águas, ó prodígio/já ficam cor d’aurora/não deixam mais vestígio/pois jorram vinho agora”.Tanto no Batismo como no milagre das bodas de Caná, duas figuras aparecem para fazer as vezes da estrela de Belém e apontar o caminho do Salvador: João Batista e a Virgem Maria. Ambos levam os homens até Cristo por meio de um apostolado discreto e eficaz. Nada guardam para si para tudo consagrarem a Jesus, um comportamento que deve nortear toda a nossa missão cristã.

3. Os pagãos também estão admitidos à herança do Senhor, pois Deus quer que todos os homens sejam salvos. É uma vontade absoluta. Por isso Jesus veio viver a nossa vida e morrer por cada um de nós. Na Epifania, portanto, Ele quer revelar o seu amor, que não é uma graça barata, mas algo que custou o seu próprio sangue na cruz. Neste sentido, não podemos nos acomodar diante de um mundo que faz troça da cruz e aceita todas as religiões como iguais.

Os missionários católicos foram levados para todos os cantos do mundo, e muitos deram a vida para tornarem o nome de Jesus conhecido. Honremos, pois, a memória desses grandes homens e anunciemos como os anjos a verdadeira alegria da vinda do Salvador.


Fonte: https://padrepauloricardo.org/episodios/como-estrelas-de-belem

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