sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

25 de Janeiro - Festa da Conversão de São Paulo, Apóstolo


A Igreja celebra hoje a conversão de São Paulo, Apóstolo dos gentios. E, ao propor-nos à consideração esse episódio importantíssimo na história do cristianismo, a Santa Madre Igreja nos faz recordar que o bem que Deus faz a um dos nossos irmãos redunda também em nosso favor. De fato, o que seria de nós, que fomos tirados da gentilidade e insertos no Corpo de Cristo, onde não há nem judeu nem pagão, nem senhor nem escravo, nem homem nem mulher, se não fosse a conversão de São Paulo? Deus, com efeito, o chamou à fé em Cristo pensando não apenas no bem dele, mas no de todos os que, pela pregação apostólica, chegaríamos um dia ao conhecimento da verdade, que é o Filho encarnado. Foi com São Paulo que começou efetivamente a história da evangelização da Europa, a começar pela comunidade grega de Filipos, daí se expandindo a outras regiões até chegar a Portugal, donde veio ser anunciada no Brasil, pela primeira vez, a mensagem do Evangelho. Alcançado por Cristo (cf. Fl 3, 12), a história de São Paulo também nos recorda que é Deus quem por primeiro vem ao nosso encontro, precedendo-nos com a sua graça, pois nós sequer o poderíamos buscar se Ele antes não nos movesse a isso; e já que por Ele fomos alcançados, temos de seguir o exemplo do Apóstolo e, esquecendo-nos de tudo o que está para trás, lançar-nos para o que vem à frente (cf. Fl 3, 13), para ver se alcançamos no céu o gozo de Cristo, que é a nossa meta, o nosso prêmio (cf. Fl 3, 14), aquilo em comparação com o qual tudo não passa de esterco (cf. Fl3, 8). — São Paulo, Apóstolo, rogai por nós!


Fonte: https://padrepauloricardo.org/episodios/festa-da-conversao-de-sao-paulo-mmxix

domingo, 20 de janeiro de 2019

Nossa Senhora do Milagre: aparição e conversão do judeu Ratisbonne



Um dos fatos marcantes da história religiosa do século XIX foi a aparição de Nossa Senhora ao judeu Afonso Ratisbonne e sua retumbante conversão ao catolicismo.

A aparição está intimamente ligada à série de manifestações extraordinárias ao mundo, iniciada com a Medalha Milagrosa na rue du Bac (Paris, 1820), e continuada de um modo mais destacado em La Salette (1846) e Lourdes (1858).

Ratisbonne fez-se padre e fundou a Ordem de Sion para converter os judeus. Muito distante da fé católica vivia o jovem banqueiro Afonso Ratisbonne, natural de Estrasburgo, nascido em 1814, de riquíssima família israelita. 

No dia 20 de janeiro de 1842, em viagem turística a Roma, por curiosidade meramente artística ele acedeu entrar na Igreja de Sant’Andrea delle Fratte, acompanhado de um amigo, o Barão de Bussières. 

Enquanto este foi à sacristia, a fim de encomendar uma missa, o jovem judeu apreciava as obras de arte daquele templo. 
Quando se encontrava diante do altar consagrado a Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa (hoje conhecido como altar da Madonna del Miracolo — Nossa Senhora do Milagre), Ela apareceu-lhe e o converteu instantaneamente de inimigo da Igreja católica em seu fervoroso apóstolo.

Palavras de Afonso Ratisbonne sobre a aparição de Nossa Senhora:

Ao andar pela Igreja, eu me senti subitamente agitado e como que cercado de um véu. A Igreja se tornou obscura, exceto uma capela luminosa; eu vi de pé, sobre o altar, viva, grande, majestosa, cheia de beleza e misericordiosa, a Santíssima Virgem Maria, como está representada na medalha milagrosa da Imaculada Conceição”. A esta visão, caí de joelho, no lugar em que me encontrava, tentei várias vezes levantar os olhos para a Santíssima Virgem, mas seu fulgor e o respeito me fizeram abaixá-los, sem me impedir, entretanto, de sentir a evidência da aparição. Fixei os olhos sobre suas mãos e nelas percebi a expressão do perdão e da misericórdia. Em presença da Santíssima Virgem, embora Ela não me tenha dito uma única palavra, compreendi o horror do estado em que me encontrava, a deformidade do pecado, a beleza da religião Católica; numa palavra, compreendi tudo.

Quando o Senhor de Bussierre voltou, encontrou-me de joelhos, a cabeça apoiada na balaustrada da capela, onde tinha aparecido a Santíssima Virgem, banhado em lágrimas. Eu não pude entender como, tendo caído do outro lado da nave, eu me encontrava perto da balaustrada. Acrescentarei que minhas lágrimas eram acompanhadas de um sentimento de gratidão para com a Santíssima Virgem Maria e de compaixão para com a minha família mergulhada nas trevas do judaísmo.

O quadro

O quadro da Madona del Miracolo (Nossa Senhora do Milagre) aparece com a fronte encimada por uma coroa e por um resplendor em forma de círculo de 12 estrelas que evoca a Mulher do Apocalipse. 

A fisionomia é discretamente sorridente, com o olhar voltado para quem estiver ajoelhado diante d’Ela. Muito afável, mas ao mesmo tempo muito régia. 

Pelo porte, dá impressão de uma pessoa alta, esguia sem ser magra, muito bem proporcionada e com algo de imponderável da consciência de sua própria dignidade.
Tem-se a impressão de uma rainha, muito menos pela coroa do que pelo todo d’Ela, pelo misto de grandeza e de misericórdia.
A pessoa que a contempla tende a ficar apaziguada, serenada, tranquilizada, como quem sente acalmadas as suas más paixões em agitação. 

Como se Ela dissesse: “Meu filho, eu arranjo tudo, não se atormente, estou aqui ouvindo a você que precisa de tudo, mas eu posso tudo, e o meu desejo é de dar-lhe tudo. Portanto, não tenha dúvida, espere mais um pouco, mas atendê-lo-ei abundantemente”.

A pintura tem um certo ar de mistério, mas um mistério suave e diáfano. Seria como o mistério de um dia com um céu muito azul, em que se pergunta o que haverá para além do azul. 

 Altar da aparição, igreja de Sant'Andrea delle Frate, Roma. Mas não é um mistério carregado, é um mistério que fica por detrás do azul e não por detrás das nuvens.
Notem a impressão de pureza que o quadro transmite. 

Ele comunica algo do prazer de ser puro, fazendo compreender que a felicidade não está na impureza, ao invés do que muita gente pensa. É o contrário. 

Possuindo verdadeiramente a pureza, compreende-se a inefável felicidade que ela concede, perto da qual toda a pseudo felicidade da impureza é lixo, tormento e aflição.

Notem também a humildade. Ela revela uma atitude de rainha, mas fazendo abstração de toda superioridade sobre a pessoa que reza diante d’Ela. Trata a pessoa como se tivesse proporção com Ela; quando nenhum de nós tem essa proporção, nem mesmo os santos.

Entretanto, se aparecesse Nosso Senhor Jesus Cristo, Ela ajoelhar-se-ia para adorar Aquele que é infinitamente mais. Ela tem a felicidade inefável da despretensão e da pureza.

Diante de um mundo que o demônio vai arrastando para o mal, pelo prazer da impureza e do orgulho, a Madonna del Miracolo comunica-nos esse prazer da despretensão e da pureza. 

Oração à Madona del Miracolo

“Ó Imaculada Mãe de Deus, Madona del Miracolo, que quisestes conquistar com um singular prodígio de vossa misericórdia o israelita Afonso Ratisbonne, acolhei as súplicas que vos apresentamos com confiança, como um dia acolhestes as súplicas daqueles que a Vós recorreram pedindo a conversão do filho judeu. 

“Obtende-nos também uma sincera e total conversão à graça e todos os bens da alma e do corpo.

“Vossa clemência triunfou sobre Ratisbonne, persuadindo-o a receber o batismo e a empenhar-se com vontade séria na observância dos Mandamentos. 

“Por esta conquista do vosso amor, obtende-nos a perseverança no cumprimento das promessas do batismo. Fazei com que nenhum obstáculo se interponha à nossa observância dos preceitos de Deus e da Igreja. 

“Vossas mãos resplandecentes são símbolo das inumeráveis graças que com maternal bondade dispensais profusamente sobre a Terra. Fazei resplandecer também sobre nós um raio da vossa misericórdia



https://www.google.com/amp/s/www.veritatis.com.br/testemunho-de-conversao-de-pe-afonso-ratisbonne-ex-judeu/amp/

20 de Janeiro - Memória de São Sebastião, Mártir


São Sebastião, defensor da Igreja e apóstolo dos confessores, daqueles que eram presos

O santo de hoje nasceu em Narbonne; os pais eram oriundos de Milão, na Itália, do século terceiro. São Sebastião, desde cedo, foi muito generoso e dado ao serviço. Recebeu a graça do santo batismo e zelou por ele em relação à sua vida e à dos irmãos.

Ao entrar para o serviço no Império como soldado, tinha muita saúde no físico, na mente e, principalmente, na alma. Não demorou muito, tornou-se o primeiro capitão da guarda do Império. Esse grande homem de Deus ficou conhecido por muitos cristãos, pois, sem que as autoridades soubessem – nesse tempo, no Império de Diocleciano, a Igreja e os cristãos eram duramente perseguidos –, porque o imperador adorava os deuses. Enquanto os cristãos não adoravam as coisas, mas as três Pessoas da Santíssima Trindade.

Esse mistério o levava a consolar os cristãos que eram presos de maneira secreta, mas muito sábia; uma evangelização eficaz pelo testemunho que não podia ser explícito.

São Sebastião tornou-se defensor da Igreja como soldado, como capitão e também como apóstolo dos confessores, daqueles que eram presos. Também foi apóstolo dos mártires, os que confessavam Jesus em todas as situações, renunciando à própria vida. O coração de São Sebastião tinha esse desejo: tornar-se mártir. E um apóstata denunciou-o para o Império e lá estava ele, diante do imperador, que estava muito decepcionado com ele por se sentir traído. Mas esse santo deixou claro, com muita sabedoria, auxiliado pelo Espírito Santo, que o melhor que ele fazia para o Império era esse serviço; denunciando o paganismo e a injustiça.

São Sebastião, defensor da verdade no amor apaixonado a Deus. O imperador, com o coração fechado, mandou prendê-lo num tronco e muitas flechadas sobre ele foram lançadas até o ponto de pensarem que estava morto. Mas uma mulher, esposa de um mártir, o conhecia, aproximou-se dele e percebeu que ele estava ainda vivo por graça. Ela cuidou das feridas dele. Ao recobrar sua saúde depois de um tempo, apresentou-se novamente para o imperador, pois queria o seu bem e o bem de todo o Império. Evangelizou, testemunhou, mas, dessa vez, no ano de 288 foi duramente martirizado.

Fonte: https://santo.cancaonova.com/santo/sao-sebastiao-defensor-da-igreja/

domingo, 13 de janeiro de 2019

Festa do Batismo do Senhor


A festa do Batismo do Senhor encerra o tempo litúrgico do Natal e nos prepara para o ciclo per annum, período em que somos convidados a viver nossas promessas batismais com mais fervor e perseverança. O batizado de Cristo não foi uma simples cerimônia, mas um acontecimento místico para a nossa própria salvação — propter nos homines et propter nostram salutem, como rezamos no Credo niceno-constantinopolitano.

O batismo de São João Batista estava ligado à tradição do Antigo Testamento. Não era um rito propriamente eficaz como os nossos sacramentos, que agem ex opere operato, ou seja, pela própria ação realizada, não dependendo da idoneidade do ministro para que a graça seja transmitida. O batismo de João Batista dependia da fé, da penitência e da contrição perfeita dos pecados para que houvesse alguma transformação no íntimo da pessoa. Jesus, que não precisava de batismo, deixou-se, porém, batizar pelas mãos do profeta para inaugurar um novo tipo de batismo, pelo qual o Céu seria definitivamente aberto para nós.

Os Evangelhos Sinóticos nos relatam que, no momento do batismo de Jesus, os Céus se abriram, o Espírito Santo desceu corporalmente em forma de pomba e ouviu-se uma voz que dizia: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem querer”. Para nós, a abertura dos céus encerra três significados importantíssimos, que estão intimamente ligados à nossa filiação divina, ao nosso progresso espiritual e à nossa salvação eterna. Pelo sacramento do Batismo, recebemos de Deus um “organismo espiritual”.

A alma batizada é favorecida de bens espirituais, pelo que a prática da fé se torna mais acessível. O Céu se abre para a pessoa sempre que ela realizar um ato de fé. Deus ilumina a inteligência e convida a vontade para amar radicalmente. A fé batismal nos leva, assim, para a contemplação das verdades eternas, pelo que somos atraídos ao Amor Divino. Essa graça batismal, além disso, nos favorece com a eternidade, tornando-nos membros do Corpo de Cristo. Os céus que estavam fechados para a humanidade, por conta do pecado de Adão e Eva, se abrem novamente para nós. Daí a importância do batismo das crianças, pois a salvação vem pelo batismo: “Quem crer e for batizado será salvo, quem não crer, será condenado” (Mc 16, 15).

O Evangelho de São Lucas acrescenta que Jesus estava rezando durante o batismo (3, 21). Num dos comentários da Suma Teológica, Santo Tomás de Aquino adverte que o batismo, por si só, não é suficiente para a santificação perfeita, pois mesmo depois de batizada, a pessoa permanece atraída ao pecado, pela sedução da concupiscência, do mundo e do diabo. Neste sentido, a oração é extremamente necessária para a manutenção da graça santificante, pois nos coloca em contato direto com Deus e previne contra as ocasiões de queda grave (cf. Suma Teológica, III, q. 39, art. 3).

O período de férias, por exemplo, é uma ocasião perigosíssima para a alma. Trata-se de uma verdadeira “colheita do diabo”, uma vez que tantas vocações se perdem pelo descuido nas práticas de piedade e penitência. A oração é, pois, o esteio da nossa santidade, de modo que, sem ela, estamos fadados ao fracasso.


Fonte: https://padrepauloricardo.org/episodios/o-ceu-que-se-abre-para-nos

domingo, 6 de janeiro de 2019

6 de Janeiro - Solenidade da Epifania do Senhor


Meditação. — 1. A solenidade da Epifania do Senhor, que é a celebração da manifestação de Deus aos homens, é uma das últimas festas do tempo do Natal. O nascimento de Cristo envolve, por sua vez, três realidades distintas. Em primeiro lugar, trata-se obviamente da Encarnação de Cristo na história, esse momento decisivo para a salvação da humanidade, em que Deus assumiu uma forma humana para redimir o mundo de seus pecados. A segunda realidade diz respeito ao povo da promessa de Deus. Malgrado as promessas messiânicas dizerem respeito a todo o povo de Israel, apenas um pequeno resto aguardava o Salvador — Simeão e Ana, por exemplo —, ao passo que Herodes e a grande Jerusalém ficaram perturbados quando souberam da notícia de sua chegada.

Finalmente, a terceira realidade é a da manifestação de Deus aos pecadores, aos pagãos, aos idólatras, às ovelhas fora da casa de Israel. Para o pequeno resto dos judeus, Jesus vem como resposta às suas esperanças. Para os demais, no entanto, Jesus vem como uma “boa nova”, uma notícia feliz de libertação para um povo escravo de falsos deuses e outros vícios. Afinal de contas, os reis magos eram justamente feiticeiros, homens dedicados ao ocultismo. Mas Deus também tinha um plano para eles, indicando-lhes o caminho de Belém por meio de uma estrela.

2. A solenidade da Epifania parte desse mistério da vinda de Jesus e recorda o imenso trabalho apostólico que ainda precisa ser feito, no sentido de apresentar o Salvador àqueles que não O conhecem. Nós temos o dever de ser a estrela que orientou os reis magos até o caminho de Belém. Trata-se de cumprir a missão de Jesus aos Apóstolos: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 19). Portanto, um cristão que não se dedica ao apostolado em nome de uma suposta agenda ecumênica não está cumprindo a vontade de Deus, mas a política dos tempos modernos.

Na Liturgia das Horas para a Solenidade da Epifania, o hino das II Vésperas recorda outros dois momentos da manifestação de Deus aos homens: Nas águas é lavado/o celestial cordeiro;/o que não tem pecado/nos lava em si primeiro/as águas, ó prodígio/já ficam cor d’aurora/não deixam mais vestígio/pois jorram vinho agora”.Tanto no Batismo como no milagre das bodas de Caná, duas figuras aparecem para fazer as vezes da estrela de Belém e apontar o caminho do Salvador: João Batista e a Virgem Maria. Ambos levam os homens até Cristo por meio de um apostolado discreto e eficaz. Nada guardam para si para tudo consagrarem a Jesus, um comportamento que deve nortear toda a nossa missão cristã.

3. Os pagãos também estão admitidos à herança do Senhor, pois Deus quer que todos os homens sejam salvos. É uma vontade absoluta. Por isso Jesus veio viver a nossa vida e morrer por cada um de nós. Na Epifania, portanto, Ele quer revelar o seu amor, que não é uma graça barata, mas algo que custou o seu próprio sangue na cruz. Neste sentido, não podemos nos acomodar diante de um mundo que faz troça da cruz e aceita todas as religiões como iguais.

Os missionários católicos foram levados para todos os cantos do mundo, e muitos deram a vida para tornarem o nome de Jesus conhecido. Honremos, pois, a memória desses grandes homens e anunciemos como os anjos a verdadeira alegria da vinda do Salvador.


Fonte: https://padrepauloricardo.org/episodios/como-estrelas-de-belem

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

4 de Janeiro - Memória de Santa Ângela de Foligno


Santa Ângela, instrumento de conversão, fez uma profunda experiência com o amor de Deus

Nasceu na Itália, no ano de 1248, em Foligno, próximo a Roma, numa família muito abastada. Mas, infelizmente, não vivia a maior riqueza, que é o amor a Deus. Dentro deste ambiente indiferente a Deus e à Igreja, a menina foi crescendo.

Ela foi para o sacramento do matrimônio, teve vários filhos, mas, infelizmente, tanto os filhos e depois o esposo faleceram. Imagine como estava o coração dessa mulher! Mas, deixando-se levar por uma vida distante de Deus, entregava-se às festas, às vaidades, cada vez mais longe de Deus e dela mesma, até que sentiu o toque da misericórdia do Senhor. Ela tocou o seu vazio existencial. Foi quando recorreu a Virgem Maria e buscou o sacramento da reconciliação.

Ela tinha 40 anos quando se abriu para esse processo maravilhoso que se chama conversão. Numa peregrinação a Assis, ela fez uma profunda experiência com o amor de Deus. Doou todos os seus bens aos pobres, entrou para a família franciscana na ordem terceira, viveu uma vida reclusa e saía para peregrinações em Assis.

Santa Ângela foi instrumento de conversão a partir do momento em que se abriu e levou muito a sério sua vida de conversão.

Santa Ângela de Foligno, rogai por nós!

Fonte: https://santo.cancaonova.com

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

1° de Janeiro - Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus



À sombra do Espírito Santo, Maria Santíssima concebeu e deu à luz segundo a carne ao divino Verbo encarnado, de modo que os cristãos podem e devem honrá-la como verdadeira Mãe de Deus, Theotokos!

A solenidade de Nossa Senhora, Mãe de Deus, celebrada no dia 1.º de janeiro, dá fim à Oitava do Natal e início a mais um ano civil, posto sob os auspícios maternais daquela que, segundo a doutrina defendida pelo Concílio de Éfeso contra a ímpia heresia de Nestório, é verdadeiramente Theotokos (Θεοτόκος), isto é, Mãe de Deus, por ter gerado e dado à luz segundo a carne o próprio Filho de Deus feito carne. A Igreja dirige hoje o nosso olhar para a Mãe do Salvador, não porque Jesus seja menos importante, mas porque Maria Santíssima, na economia da redenção determinada ab æternopor Deus, era necessária para que o Filho de Deus se tornasse Filho do Homem. A Virgem bendita, nesse sentido, não é um “apêndice” nem um detalhe de somenos na história da salvação, mas, antes, uma peça-chave, sem a qual Deus não quis entrar na história e da qual Ele mesmo assumiu a carne para poder-se chamar realmente Emanuel. Com efeito, o Senhor mesmo, enquanto caminhou no meio de nós, fez questão de ressaltar várias vezes (cerca de 78, se consideramos as passagens paralelas) que Ele, Filho eterno do Pai, era também Filho do Homem (gr. ὁ υἱὸς τοῦ ἀνθρώπου, hebr. bar ’enash), expressão da qual se servia não somente por ser conhecida dos hebreus e remeter espontaneamente à profecia messiânica de Daniel (cf. Dn 7, 13s), mas também por indicar que Ele recebeu toda a sua humanidade de uma única carne, de um único ser humano, isto é, das entranhas puríssimas e nunca profanadas da Virgem Imaculada. Ele, com efeito, é Filho do Homem, homem como nós em tudo, menos no pecado, justamente por ser Filho de Maria, não no sentido de que ela tenha dado origem à divindade com que o seu Filho é antes dela e de todos os séculos, mas porque o Espírito Santo a fecundou para que dela assumisse a natureza humana Aquele que, sendo Deus eterno, a criou no tempo, e para que ela mesma gerasse e desse à luz, permanecendo intacta a sua virgindade, Aquele que é o próprio e sempiterno unigênito do Genitor eterno (cf. São Leão Magno, Ad Flav., c. 2; DH 291). A grandeza admirável dessa geração singular, pela qual o Filho eterno do Pai se fez Filho de Maria, supera em tal medida todo entendimento criado que a moderação de um santo da estatura de Tomás de Aquino chegou a afirmar que, por sua divina maternidade, a Virgem Santíssima foi elevada a uma dignidade quase infinita. Que também nós possamos encher-nos da mesma admiração que levou o Aquinate a cantar os louvores da Mãe do Criador. Renovando hoje nossa consagração total a ela, peçamos à Virgem Santíssima que nos guarde sob o seu amparo ao longo de todo este ano que se inicia e se digne interceder por nós junto ao seu Filho, a quem seja toda toda honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém.