sexta-feira, 30 de novembro de 2018

30 de Novembro - Festa de Santo André, Apóstolo


A Igreja comemora hoje a festa de Santo André, Apóstolo, irmão de Simão Pedro e, como ele, oriundo de Betsaida (cf. Jo 1, 44). Embora Sãi Pedro seja sempre mencionado em primeiro lugar nos catálogos de Apóstolos do Novo Testamento (cf. Mt 10, 2-4; Mc 3, 16-19; Lc 6, 14-16; At1, 13), o que leva a concluir que lhe coube desde o início uma posição de destaque entre os outros discípulos, foi Santo André quem teve a graça de ser o primeiro a conhecer Jesus e ser chamado para o seguir. É por isso que a tradição oriental o honra com o título de Πρωτόκλητος, expressão grega que significa “o primeiro vocacionado”. O quarto evangelho recorda que tanto ele como São João, filho de Zebedeu, eram discípulos de São João Batista. Foi este que lhes apontou Jesus como o Cordeiro de Deus (cf. Jo 1, 36) e os motivou a acompanhá-lo. Como os dois discípulos o seguissem ao longe, talvez um pouco  tímidos, o Senhor voltou-se a eles, dizendo: “Que procurais?” (Jo 1, 38), não porque ignorasse o que pensavam, mas para, com esta pergunta, incentivá-los a conversar mais de perto e atraí-los assim para a intimidade do seu Coração. Eles, porém, se limitaram a perguntar onde morava o Mestre (cf. Jo 1, 38), ao que este responde: “Vinde e vede” (Jo 1, 39). Eles foram aonde Cristo vivia e, alimentados com a sua doutrina e animados pela delicadeza do seu trato, ficaram aquele dia com Ele. Santo André, no entanto, saiu o quanto antes à procura do irmão para, como primeiro Apóstolo do Evangelho, comunicar-lhe a boa notícia: “Achamos o Messias” (Jo 1, 41), pois quem conheceu a Cristo e foi admitido à sua casa, isto é, à Igreja, não pode guardar só para si tamanha alegria.

Além dessas duas primazias no colégio apostólico, uma de poder e governo e outra de tempo e serviço, São Pedro e Santo André têm em comum também o modo como foram martirizados. Condenados a ser crucificados, os dois irmãos não se consideraram dignos de morrer como morrera Jesus. Por isso, São Pedro exigiu ser crucificado de cabeça para baixo, enquanto Santo André, conforme algumas atas de seu martírio, foi cravado em dois postes cruzados em forma de xis, ou seja, numa cruz decussata, também chamada habitualmente “cruz de Santo André”. A tradição também lhe atribui uma bela oração que ele teria rezado pouco antes de ser morto, prova do grande amor que este santo Apóstolo tinha a Jesus e testemunho inequívoco de que é não só proveitoso, mas muito adequado à ortodoxia da fé honrar e venerar os ícones e imagens que representam a Cristo a os instrumentos de sua Paixão. A oração é conhecida como O bona crux e deveria estar sempre pendentes dos nossos lábios, e com especial fervor nesta festa de Sabto André: “Ó boa cruz, que do Corpo de Jesus recebeste a formosura, tanto tempo desejada, tão ardentemente amada, sem descanso procurada! Para a minha alma ansiosa estás por fim preparada! Retira-me dentre os homens e devolve minha vida ao Mestre a quem pertenço! Por ti me receba aquele que por ti me resgatou. Amém.” — Santo André, Apóstolo, rogai por nós!


Fonte: https://padrepauloricardo.org/episodios/festa-de-santo-andre

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