No dia em que celebramos a memória de São Bento, pai da civilização ocidental, a Igreja proclama o Evangelho em que Cristo escolhe os doze Apóstolos e os envia em missão, dando-nos a entender que também o monge de Núrsia há de ser contado entre aqueles homens da Providência que, de tempos em tempos, Deus envia como pastores zelosos ao povo fiel. A época em que viveu São Bento, como sabemos, foi particularmente difícil: o Império Romano do Ocidente havia caído, Roma encontrava-se em ruínas e as poucas raízes que o cristianismo pudera lançar na cultura e nos corações não eram ainda profundas o bastante. Era preciso, com efeito, que o Evangelho triunfasse de uma vez para sempre sobre os costumes e superstições introduzidas pelas hordas bárbaras no mundo europeu. A fim de levar a cabo essa missão, Deus fez surgir São Bento, que para militar nas fileiras de Cristo rompeu toda relação com este século, dedicando-se inteiramente à vida contemplativa e à instrução de muitos, inspirados em seu exemplo, no caminho da santidade. Com sua Regra, ele fez a Europa germinar em mosteiros e abadias, novo sal e nova luz para um mundo insípido, porque privado da graça, e cego, porque ignorante da doutrina cristã. Que também nós, nestes tempos conturbados em que a erva daninha do antigo paganismo parece voltar a sufocar o trigo bom do Evangelho, possamos seguir o exemplo de São Bento de Núrsia e, buscando em tudo a santidade, recristianizar o mundo, redimido por Cristo e conquistado ao preço de seu Sangue.
Fonte: https://padrepauloricardo.org/episodios/memoria-de-sao-bento-de-nursia-mmxviii
Nenhum comentário:
Postar um comentário