Em 19 de setembro de 1846, na comuna de La Salette-Fallavaux, Nossa Senhora aparecia a dois jovens pastores, Mélanie Calvat, de 14 anos, e Maximino Giraud, de 11. Esta aparição situa-se no delicado contexto social em que a França de então se encontrava. A Revolução, o Terror Jacobino, o Império Napoleônico, a trágica decadência moral e religiosa daí decorrente são as marcas distintivas de um dos mais delicados períodos da história francesa. A Virgem Santíssima, vale a pena lembrar, já aparecera em 1830 à religiosa Santa Catarina Labouré e apareceria outra vez, em 1858, a Santa Bernadette Soubirous, em Lourdes. Em todas essas aparições, o que Nossa Senhora deseja é fazer acordar a França, berço das revoluções, e tirá-la da letargia moral, do esquecimento de Deus, do rechaço dos Mandamentos a que ela tinha sucumbido. Diante deste triste panorama, Nossa Senhora se apresenta em La Salette como uma bela Senhora que, em prantos e soluços, revela que a sociedade, devido à sua impiedade, tem sido castigada; as instituições se degradam, os campos já não produzem, a fome invade as casas, as famílias se desfazem. E isto não só por causa dos pecados sociais — dos adultérios, dos homicídios, dos furtos, da cobiça —, mas antes, e sobretudo, por causa da blasfêmias, dos juramentos vãos, do desprezo pela Santa Missa, da desobediência ao descanso dominical. Nossa Senhora prediz ainda maiores castigos, devidos à nossa indolência, à idolatria da "deusa" Razão, e revela o quão irracionais nos tornamos, degradados abaixo de nossa própria natureza, quando damos as costas Àquele que, sendo a Verdade, é fonte de todo bem, toda ordem, de toda beleza. Nós, porém, que sabemos que a finalidade de nossa vida sobre a terra não é senão amar e servir a Deus, desprezemos a mentalidade do mundo, tão avessa aos bens do espírito, e ordenemos toda a nossa existência — em seus menores e mais "insignificantes" detalhes — Àquele que é nosso Princípio e Fim, Autor e Criador, Pai e Amigo, Senhor e Salvador. — Nossa Senhora de La Salette, rogai por nós!
Homilía do Padre Paulo Ricardo
Fonte: Padre Paulo Ricardo
Nenhum comentário:
Postar um comentário