Celebrar a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, é celebrar o primeiro e mais fundamental dos títulos de Nossa Senhora, do qual decorrem como consequência lógica todos os demais privilégios.
Por sua divina maternidade, lembra-nos o Doutor Angélico (STh I 25, 6 ad 4), a Virgem Santíssima foi elevada a uma dignidade quase infinita, já que infinitamente digna é a pessoa a quem ela deu à luz: o próprio Verbo de Deus, gerado pelo Pai desde toda a eternidade segundo a substância divina, nascido no tempo por obra do Espírito Santo segundo a condição humana.
E é justamente por ser Mãe do Filho encarnado que Maria é também nossa Mãe, e isto não apenas por ter sido entregue à humanidade inteira, cujas vezes fazia São João aos pés da Cruz, mas ainda, e sobretudo, porque todo cristão, sendo por graça o que Cristo é por natureza, torna-se mediante o Batismo membro místico do Cristo total, que é a Igreja unida à sua divina Cabeça. Seria, com efeito, uma monstruosidade que uma mulher fosse mãe da cabeça mas não dos membros. De fato, assim como não se pode separar a primeira dos segundos sem com isso destruir a pessoa que deles se compõe, assim também, na ordem espiritual, também nós somos parte do Cristo-cabeça, nem podemos separar-nos dele sem com isso deixar de ser cristãos. Daí termos tanto direito de chamar a Maria nossa Mãe na ordem da graça quanto Cristo tem o de chamá-la sua na ordem física ou natural.
No dogma glorioso da maternidade divina, em resumo, está contido o mistério da nossa própria incorporação a Cristo e, portanto, da nossa filiação com respeito à Virgem Imaculada, Mãe dos homens e Mãe da Igreja. Por isso, coloquemo-nos hoje sob o seu cuidado maternal e demos graças a Deus por haver-nos concedido, com o seu glorioso e humilde Natal, o dom de ser filhos de uma tão bela e puríssima Mãe.
Fonte: Padre Paulo Ricardo
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