Ao ser batizado no Jordão, Cristo vê os céus abertos e ouve a voz de Deus: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”. O Pai testemunha a alegria que lhe dão o amor e a obediência de Filho encarnado, no qual repousa toda a sua complacência, pois só em Jesus o coração humano amou-o com todo o amor de que Deus é digno.
Sinal disso é a presença, em forma de pomba, do Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho por uma comum espiração de amor infinitamente santa. No Batismo de Cristo, contemplamos a Deus Pai fruir, no Coração de Cristo, da mesma felicidade que lhe “proporciona”, por assim dizer, a geração eterna do Filho.
Assim também com o nosso Batismo, em virtude do qual nos revestimos de Cristo e, assimilados ao seu Corpo, que é a Igreja, apresentamo-nos a Deus como filhos, título que Ele mesmo nos quis conceder.
Assim, quando o Pai vê um de seus filhos, batizados e em estado de graça, é a Cristo quem enxerga, e o seu coração, transbordante de alegria, pode então dizer a cada um de nós: “Tu és o meu Filho amado”, porque é Ele quem age em nós, ama em nós, se sacrifica em nós. É a Ele, numa palavra, que o Pai deseja reconhecer em nós, pois é impossível, fora de Jesus, agradar verdadeiramente a Deus, cujo único amor, cuja única grande e santa “obsessão” é o Filho Unigênito, de quem temos hoje a graça de ser membros.
Fonte: Padre Paulo Ricardo