A invocação “Apascentadora” é singular e original, pois somente a pequena Família dos Pastoristas invoca a Virgem Santíssima deste modo, por isso, eles têm a missão de torná-la conhecida e amada com esta invocação para que todos quantos se achegarem a Ela experimentem sua bondade, ternura e misericórdia. A invocação é fruto da intuição interior de um de seus filhos no dia 2 de fevereiro de 2008.
Aqui queremos contemplar o Ícone como um elemento de suma importância para a espiritualidade dos Pastoristas; podemos dizer que esta invocação tem o mesmo sentido teológico de mais dois títulos: Divina Pastora e Mãe do Bom Pastor, mas a invocação “Apascentadora” está unida ao ícone e por isso com formas e sentidos diferentes. Vamos fazer uma contemplação da iconografia buscando entender todo o seu conjunto espiritual.
MARIA – A Virgem Maria é a “Mãe” que nós recebemos no momento da oblação do Bom Pastor na Cruz quando ele disse: “Eis aí tua Mãe”(Jo 19.27); em Maria nós contemplamos a maternidade espiritual em nosso favor e por meio dela contemplamos a entrega de Cristo pela humanidade ferida. Maria deve ser para nós Pastoristas acima de tudo como Mãe amorosa, cheia de bondade, ternura e misericórdia; senti-la não de modo distante, mas perto do nosso coração e que vive constantemente atenta a nós com seu doce olhar. No ícone seu rosto é todo bondade, seu olhar é penetrante e ao mesmo tempo expressa uma profunda ternura para com todos nós seus filhos. Segurando o pequeno Bom Pastor e a ovelhinda ela se mostra como “Apascentadora” pelo ato de segurar o próprio Deus e a humanidade. Por acaso uma mulher se esquecerá da sua criancinha de peito? Não se compadecerá ela do filho do seu ventre?(Is 49,15), esta é a imagem que nos é transmitida e que devemos amar. Maria é apascentadora não somente de Jesus em todas as fazes de sua vida como também continua sendo de todos os seus filhos; não é ela uma mãe indiferente, mas sente os anseios e sofrimentos de seus filhos.
JESUS – Mesmo ainda pequeno nos braços da Virgem, Cristo é o Bom Pastor, já contempla a pequena ovelha, por quem dará sua vida: Eu sou o Bom Pastor. O Bom Pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas (Jo 10.11). Sua atitude é reflexo da sua terna compaixão pela humanidade: “O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido (Lc 19.10).”. Seu braço segurando a ovelha é a atitude de segurança e de resgate; envolvendo o pescoço de Maria deseja envolver sua Mãe na sua vocação de Apascentador. Jesus abraça sua mãe porque a ama e porque encontra nela ternura e calor e quer que todos os que o seguir também encontrem nesta mãe todo consolo maternal que vem do seu coração de Mãe e Apascentadora.
CRUZ e COROA – Estes elementos que estão nas mãos dos anjos representam a PAIXÃO, fazendo referência à doação da vida do Bom Pastor; foi por este caminho doloroso que Jesus entregou sua vida pelas suas ovelhas, “Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou livremente”. (Jo 10,18).; a Cruz e Coroa são o trono e a glória do Filho de Deus que se contrapõe a honra que o mundo busca. O Bom Pastor é o transpassado que nós contemplamos, é aquele que dar sua vida a cada passo da Paixão. O caminho da cruz é a via segura da santidade de um Pastorista, encontrando em cada momento dolorosa uma oportunidade de abraçar a cruz para melhor se conformar ao Bom Pastor. A coroa é o chamado a humidade e não a busca de sucesso nesta vida, a busca de nós mesmos.
OVELHA - A ovelha representa o homem ferido pelo pecado a quem o Bom Pastor veio para resgatar das amarras do lobo, o demônio, “Certamente eu mesmo cuidarei do meu rebanho e dele me ocuparei. Buscarei a ovelha que estiver perdida, reconduzirei a que estiver desgarrada, pensarei a que estiver fraturada e restaurarei a que estiver abatida”. (Ez 34,11. 16). No ícone a ovelha experimenta o amor de Jesus que a contempla com compaixão, que a cura e que lhe oferece a sua infinita misericórdia; a ovelha ao mesmo tempo experimenta a ternura e bondade de Maria porque está junto ao seu coração materno; o homem resgatado não só experimenta o amor de Cristo, mas também o de Maria pela sua mão carinhosa que o sustenta com segurança e doçura. Somos também esta ovelha nos braços de Maria porque nossa relação com a Virgem bondosa é totalmente filial e nela nós nos apegamos e devemos deixar-nos amar por Ela.
Por fim, acolhamos a Virgem Apascentadora como Mãe misericordiosa e a invoquemos cotidianamente experimentando o amor maternal que brota do seu puro coração, amor consolador, confortador, misericordioso, terno e inigualável. Provemos nosso amor por Ela pelo constante e filial dialogo na oração, na renuncia de nós mesmos e na bondade com todos.
Fonte: http://pastoristas.blogspot.com/2012/05/o-icone-da-mae.html?m=1
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