domingo, 31 de maio de 2020

De Maria nunquam satis


De Maria, nunca se consegue dizer o suficiente

Todos os dias, dum extremo da terra ao outro, no mais alto dos céus, no mais profundo dos abismos, tudo prega, tudo exalta a incomparável Maria. Os nove coros de anjos, os homens de todas as idades, condições e religiões, os bons e os maus.

Os próprios demônios são obrigados, de bom ou mau grado, pela força da verdade, a proclamá-la bem-aventurada. Vibra nos céus, como diz São Boaventura, o clamor incessante dos anjos: Sancta, sancta, sancta Maria, Dei Genitrix et Virgo; e milhões e milhões de vezes, todos os dias, eles lhe dirigem a saudação angélica: Ave, Maria…, prosternando-se diante dela e pedindo-lhe a graça de honrá-la com suas ordens.

E a todos se avantaja o príncipe da corte celeste, São Miguel, que é o mais zeloso em render-lhe e procurar toda a sorte de homenagens, sempre atento, para ter a honra de, à sua palavra, prestar um serviço a algum dos seus servidores.

Toda a terra está cheia de sua glória, particularmente entre os cristãos, que a tomam como padroeira e protetora em muitos países, províncias, dioceses e cidades. Inúmeras catedrais são consagradas sob a invocação do seu nome.

Igreja alguma se encontra sem um altar em sua honra; não há região ou país que não possua alguma de suas imagens milagrosas, junto das quais todos os males são curados e se obtêm todos os bens. Quantas confrarias e congregações erigidas em sua honra! Quantos institutos e ordens religiosas abrigados sob seu nome e proteção! Quantos irmãos e irmãs de todas as confrarias, e quantos religiosos e religiosas a entoar os seus louvores, a anunciar as suas maravilhas!

Não há criancinha que, balbuciando a Ave-Maria, não a louve; mesmo os pecadores, os mais empedernidos, conservam sempre uma centelha de confiança em Maria. Dos próprios demônios no inferno, não há um que não a respeite, embora temendo.

Depois disto é preciso dizer, em verdade, com os santos:

De Maria nunquam satis… Ainda não se louvou, exaltou, amou e serviu suficientemente a Maria, pois muito mais louvor, respeito, amor e serviço ela merece.

É preciso dizer, ainda, com o Espírito Santo: Omnis gloria eius filiae Regis ab intus – Toda a glória da Filha do Rei está no interior (Sl 44, 14), como se toda a glória exterior, que lhe dão, a porfia, o céu e a terra, nada fosse em comparação daquela que ela recebe no interior, da parte do Criador, e que desconhecem as fracas criaturas, incapazes de penetrar o segredo dos segredos do Rei.

Devemos, portanto, exclamar com o apóstolo: Nec oculus vidit, nec auris audivit, nec in cor hominis ascendit (1Cor 2, 9) – os olhos não viram, o ouvido não ouviu, nem o coração do homem compreendeu as belezas, as grandezas e excelências de Maria, o milagre dos milagres da graça, da natureza e da glória. Se quiserdes compreender a Mãe – diz um santo – compreendei o Filho. Ela é uma digna Mãe de Deus: Hic taceat omnis lingua – Toda língua aqui emudeça.

Meu coração ditou tudo o que acabo de escrever com especial alegria, para demonstrar que Maria Santíssima tem sido, até aqui, desconhecida, e que é esta uma das razões por que Jesus Cristo não é conhecido como deve ser. Quando, portanto, e é certo, o conhecimento e o reino de Jesus Cristo tomarem o mundo, será uma consequência necessária do conhecimento e do reino da Santíssima Virgem Maria. Ela o deu ao mundo a primeira vez, e também, da segunda, o fará resplandecer.

Por São Luís Maria Grignion de Montfort "Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem"

Fonte: Aleteia

Solenidade de Pentecostes


Ao celebrar neste domingo a solenidade de Pentecostes, recordamos o mistério do derramamento do Espírito Santo sobre a Igreja. Da direita do Pai, Jesus Cristo, o Ungido de Deus, derrama sobre nós seu amor divino, a fim de que, estando também ungidos, sejamos membros do seu Corpo Místico. É essa ação do Espírito Santo Paráclito que move a Igreja ao longo dos séculos, assim como também opera em nós uma transformação interior. A Igreja, logo após a Ascensão de Cristo, resumia-se em seus discípulos e Nossa Senhora, que estavam reunidos no cenáculo. Hoje, a Igreja espalha-se por todo o mundo graças ao Espírito Santo, que é a luz, a qual ilumina as trevas do erro, e vida, que nunca deixa morrer o Corpo Místico de Cristo, mesmo em meio às adversidades. Vinde Santo Espírito!

Fonte: Padre Paulo Ricardo



sábado, 30 de maio de 2020

Nossa Senhora, Rainha dos Apóstolos


“Maria, Rainha dos Apóstolos, ilumina e inspira as atividades apostólicas, e também ajuda-nos a compreender a nossa identidade, nossa razão de ser e de existir”.

Voltemos nossos olhares para Maria, a Mãe de Jesus, ela que é para nós modelo de discípula, que pela sua fé aderiu ao plano de Deus, colaborando plenamente com a obra da redenção desde seu início, antes mesmo dos apóstolos.

É tempo de louvar a Mãe, com o título de Maria, Rainha dos Apóstolos. A devoção mariana está em plena sintonia com a missão que exercemos na Igreja com o apostolado da comunicação social. Maria, Rainha dos Apóstolos, ilumina e inspira as atividades apostólicas, e também ajuda-nos a compreender a nossa identidade, nossa razão de ser e de existir, isto é, de levar Cristo Mestre, Caminho, Verdade e Vida ao mundo, para que ele seja amado e querido por todos.

Padre Tiago Alberione, fundador da “Família Paulina” (família formada de cinco congregações e três institutos), quis colocar as congregações sob a proteção de São Paulo Apóstolo e sob o olhar de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos. Na visão do bem-aventurado Pe. Tiago Alberione, Maria, é Rainha dos Apóstolos porque é portadora do Cristo integral. Os demais apóstolos participam da mesma missão de Jesus e de Maria; porque ela é também Rainha dos Apóstolos. Para Alberione, Maria, é Rainha dos Apóstolos por três motivos: pela missão que exerceu como mãe e mulher; por ser a primeira apóstola entre os apóstolos; e pela encarregada de guiar todos na vida e missão.

Maria é a cheia de graça, é escolhida e querida por Deus para fazer parte de um lindo projeto – ser a mãe do chefe dos apóstolos. Toda a sua existência foi cumulada de graça divina. Em nossos dias, Maria, continua contribuindo para gerar Cristo no coração de muitas pessoas, principalmente no coração dos jovens. Ela trouxe Cristo ao mundo e continua alimentando a nossa Igreja, com a presença maravilhosa do seu filho Jesus.

terça-feira, 26 de maio de 2020

A aparição de Nossa Senhora em Caravaggio



Caravaggio está localizada entre Veneza e Milão, na Itália. Em 1431 foi dominada pelos venezianos, ocorreram divisões políticas e religiosas, ataques de bandidos e muitas heresias. Em 26 de maio de 1432, às 17h da segunda-feira, nesse cenário desolador, ocorreu a aparição de Nossa Senhora a uma camponesa de nome Giannetta. Maltratada e humilhada pelo marido, Francisco Varoli, Giannetta colhia pasto em um prado próximo. Entre lágrimas e orações, ela avistou uma senhora, semelhante a uma rainha e cheia de bondade. É Nossa Senhora que apareceu à vidente Giannetta. Sua mensagem:

“Tenho conseguido afastar do povo cristão os merecidos e iminentes castigos da Divina Justiça e venho anunciar a Paz”.


Pediu também que o povo voltasse a fazer penitência, jejuar nas sextas-feiras e orar na igreja, no sábado à tarde, em agradecimento pelos castigos afastados, e que lhe fosse erguida uma capela. Assim, foi denominada Nossa Senhora de Caravaggio. Ao lado de onde estavam seus pés, brotou uma fonte de água, existente até os dias de hoje, onde muitos doentes recuperam a saúde. Giannetta, como verdadeira missionária, levou ao povo e aos governantes a mensagem de Maria. Em suas visitas, levava ânforas com água da fonte sagrada, que resultava em curas extraordinárias, prova da veracidade da aparição. A paz foi restabelecida na pátria e na Igreja. Uma resistência, porém, tornou-se famosa: é a história de Graziano, que certo dia chegou à margem da fonte milagrosa e permaneceu incrédulo. Pegou um galho seco e desfolhado, atirou na água e disse: “Se é verdade que Nossa Senhora pisou esta terra, enverdeça este ramo”. Conta-se que quando o bastão seco tocou a água, verdejou-se, brotaram galho, cobriu-se de folhas e desabrocharam flores. Recordando esse sinal, é costume representar a aparição de Caravaggio com um ramo florido entre a Virgem Maria e a vidente Giannetta.


Fonte: http://caravaggio.org.br/historia-e-devocao/

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Descrição de como Nossa Senhora aparece em Medjugorje

Quadro pintado de Nossa Senhora segundo a descrição dos videntes de Medjugorje

Muitas pessoas e de diversos modos têm perguntado aos videntes sobre a aparência de Nossa Senhora e também de uma forma geral sobre os acontecimentos em Medjugorje, mas o questionador mais bem sucedido foi frei Janko Bubalo, escritor e membro da Província Franciscana da Herzegovina. Ele pode acompanhar os eventos associados às aparições desde o início. Durante muitos anos ele atendeu confissões em Medjugorje, e adquiriu um conhecimento íntimo da espiritualidade de Medjugorje. Um dos resultados deste interesse é seu livro “Mil Encontros com Nossa Senhora em Medjugorje” publicado em 1985. Este livro foi premiado e foi um sucesso mundial. Neste livro, Vicka, a vidente, ao responder às perguntas de Frei Bubalo, oferece informações detalhadas de seus encontros com Nossa Senhora. Na verdade, Frei Bubalo entrevistou da mesma forma os outros videntes, mas decidiu publicar somente a entrevista com Vicka, pois esta lhe respondeu da maneira mais abrangente. Além disto, o que os outros videntes disseram não diferiu, de modo essencial, do que Vicka relatou. O Frei Janko falou varias vezes sobre a descrição de Nossa Senhora com os videntes e não divulgou nada diferente daquilo que eles aprovaram.



O tempo passou e as tentativas de retratar Nossa Senhora, como ela aparece em Medjugorje, multiplicaram-se. Muitas destas tentativas divergem da descrição que os videntes fazem, portanto, visando evitar mais confusão, Frei Bubalo, embora agora já idoso, (nasceu em 1913), enviou um questionário a todos os videntes ao qual ele pediu que os videntes dessem respostas à questões relacionadas com a aparência de Nossa Senhora. Cinco dos seis videntes responderam ao pedido de Frei Bubalo e assinaram seus questionários, preenchidos em Humac, em 1992. Estes cinco foram Ivan Dragicevic, Vicka Ivankovic, Marija Pavlovic, Ivanka Ivankovic e Mirjana Dragicevic. Devido às circunstâncias, o sexto vidente, Jakov Colo, não conseguiu devolver sua folha de questionário, mas ele concordou com o que os outros videntes disseram e nada teve a acrescentar a seus relatos.

A seguir, as perguntas feitas aos videntes sobre a aparência de Nossa Senhora em Medjugorje:


1. Para começar, diga-me: qual é a altura da Nossa Senhora que você vê regularmente?
Cerca de 1.65 m – Da minha altura. (Vicka)



2. Ela tem aparência esbelta, magra ou ...?
Ela parece esbelta.



3. Quantos quilos ela parece pesar?
Cerca de 60 quilos.



4. Que idade ela parece ter?
De 18 a 20 anos de idade.



5. Quando ela está com o Menino Jesus, ela parece mais velha?
Ela aparece normal, sempre igual.



6. Quando Nossa Senhora está com você, ela sempre aparece de pé ou ...
Sempre de pé.



7. Sobre o quê ela fica de pé?
Sobre uma pequena nuvem.



8. De que cor é a nuvem?
A nuvem tem uma cor esbranquiçada.



9. Você já a viu ajoelhada?
Nunca! (Vicka, Iva, Ivanka ...)



10. Naturalmente sua Nossa Senhora também tem sua própria face. Como é o rosto dela, arredondado, longo, oval?
É longo, ovalado – normal.



11. De que cor é o rosto dela?
Normal – bem claro – tem as maças do rosto rosadas.



12. De que cor é a sua têmpora?
Normal – principalmente clara como seu rosto.



13. Que tipo de lábios Nossa Senhora tem – carnudos ou finos?
Normais – lindos – mais finos.



14. De que cor são seus lábios?
Avermelhados – cor natural.



15. Nossa Senhora tem alguma covinha, como nós normalmente temos?
Normalmente não – talvez um pouco, se ela sorri. (Mirjana).



16. Existe algum sorriso normalmente em seu semblante?
Talvez - talvez uma ternura impossível de descrever – existe um sorriso visível como se fosse sob sua pele (Vicka).



17. Qual a cor dos olhos de Nossa Senhora?
Os olhos são maravilhosos, claramente azuis (todos).



18. São olhos grandes ou ...?
Normais – talvez um pouquinho grandes. (Marija)



19. Como são os cílios dela?
Delicados – normais.



20. De que cor são os cílios dela?
Normais – sem cor especial.



21. São finos ou ...?
Comuns – normais.



22. Claro que Nossa Senhora tem um nariz. Como é: fino ou...?
Um nariz bonito e pequeno (Mirjana) – normal, em harmonia com o rosto dela. (Marija).



23. E as sobrancelhas de Nossa Senhora?
As sobrancelhas dela são finas, normais, de uma cor negra.



24. Como está sua Nossa Senhora vestida?
Vestida em uma roupa simples de mulher.



25. De que cor é o vestido dela?
O vestido dela é cinza – assim um cinza azulado (Mirjana).



26. O vestido é justo ou tem caimento solto?
Tem caimento solto.



27. Qual o comprimento do vestido dela?
Chega até a nuvenzinha onde ela fica, mescla-se com a nuvem.



28. E até que altura do pescoço?
Normal, até o início do pescoço.



29. Há alguma parte do pescoço de Nossa Senhora que esteja visível?
O pescoço dela é visível, mas nada do colo fica à vista.



30. Até onde vão as mangas dela?
Até os punhos.



31. O vestido de Nossa Senhora tem algum tipo de bainha?
Não, não tem.



32. Existe alguma coisa na cintura de Nossa Senhora?
Não, nada.



33. No corpo da Nossa Senhora que você vê, sua feminilidade é óbvia?
Claro que é! Mas nada de modo especial (Vicka).



34. Há alguma outra coisa em Nossa Senhora, além do vestido que você descreveu?
Ela tem um véu sobre a cabeça.



35. De que cor é o véu?
O véu é de cor branca.



36. Completamente branco ou ...?
Completamente branco.



37. O que o véu cobre?
Cobre a cabeça dela, cobre os ombros e todo o corpo das costas até os lados.



38. Até onde vai o véu?
Vai até à nuvenzinha, como o vestido.



39. Até onde cobre a frente?
Cobre pelas costas e pelos lados.



40. O véu é de material mais espesso do que o vestido de Nossa Senhora?
Não – parece com o vestido.



41. Há algum tipo de ornamento sobre ela?
Nenhum tipo de ornamento.



42. O véu tem algum tipo de acabamento?
Não. Nenhum



43. Nossa Senhora um algum tipo de ornamento?
Nenhum.



44. Por exemplo, na cabeça, ou em volta da cabeça?
Sim – ela tem uma coroa de estrelas sobre sua cabeça.



45. Há sempre estrelas em volta da cabeça dela?
Normalmente sim – sempre estão lá. (Vicka)



46. Por exemplo, quando ela aparece com Jesus?
Ela aparece do mesmo modo.



47. Quantas estrelas são?
Há doze estrelas.



48. De que cores são?
Douradas, de cor dourada.



49. Elas estão ligadas entre si por algo ?
Estão ligadas por algo - para ficar lá. (Vicka)



50. Vê se os cabelos de Nossa Senhora?
Vê se um pouco o seu cabelo.



51. Onde você pode ver?
Um pouco acima da testa dela - debaixo do véu - do lado esquerdo.



52. De que cor é?
Preto.



53. Alguma das orelhas de Nossa Senhora fica visível?
Não nunca.



54. Como?
Bem, o véu cobre as orelhas.



55. Para onde Nossa Senhora fica olhando na hora das aparições?
Normalmente ela fica olhando para nós, algumas vezes para outra coisa, quando nos esta mostrando.



56. Então, como ficam as mãos de Nossa Senhora?
Suas mãos ficam livres, relaxadas, estendidas.



57. Quando ela junta as mãos?
Quase nunca – talvez às vezes no “Glória ao Pai”.



58. Ela se move, faz gestos com suas mãos durante as aparições?
Ela não faz gestos, exceto quando nos mostra algo.



59. Para que lado viram as palmas da mão quando estão estendidas?
As palmas ficam geralmente relaxadas para cima – os dedos também.



60. As unhas dela ficam visíveis?
Ficam parcialmente visíveis.



61. Como são – de que cor?
Cor natural – unhas cortadas rente.



62. Você já viu as pernas de Nossa Senhora?
Não – nunca – o vestido dela sempre as cobre.



64. E para terminar, Nossa Senhora é realmente linda como você diz?
Bem, na verdade não falamos sobre isto quase nada – a beleza dela não pode ser descrita – não é nosso tipo de beleza – há algo celestial – algo divino – algo que somente veremos no Paraíso – e mesmo assim ate certo ponto.

Fonte: http://www.medjugorje.org.br/secao.php?menu=medjugorje&registro=3

domingo, 24 de maio de 2020

Nossa Senhora, a Auxiliadora dos Cristãos


Esta invocação mariana encontra suas raízes no ano 1571, quando Selim I, imperador dos turcos, após conquistar várias ilhas do Mediterrâneo, lança seu olhar de cobiça sobre toda a Europa. O Papa Pio V, diante da inércia das nações cristãs, resolveu organizar uma poderosa esquadra para salvar os cristãos da escravidão muçulmana. Para tanto, invocou o auxílio da Virgem Maria para este combate católico.

A vitória aconteceu no dia 7 de outubro de 1571. Afastada a perseguição maometana, o Santo Padre demonstrou sua gratidão à Virgem acrescentando nas ladainhas loretanas a invocação: Auxiliadora dos Cristãos.

No entanto, a festa de Nossa Senhora Auxiliadora só foi instituída em 1816, pelo Papa Pio VII, a fim de perpetuar mais um fato que atesta a intercessão da Santa Mãe de Deus: Napoleão I, empenhado em dominar os estados pontifícios, foi excomungado pelo Sumo Pontífice. Em resposta, o imperador francês seqüestrou o Vigário de Cristo, levando-o para a França. Movido por ardente fé na vitória, o Papa recorreu à intercessão de Maria Santíssima, prometendo coroar solenemente a imagem de Nossa Senhora de Savona logo que fosse liberto.

O Santo Padre ficou cativo por cinco anos, sofrendo toda espécie de humilhações. Uma vez fracassado, Napoleão cedeu à opinião pública e libertou o Papa, que voltou a Savona para cumprir sua promessa. No dia 24 de maio de 1814, Pio VII entrou solenemente em Roma, recuperando seu poder pastoral. Os bens eclesiásticos foram restituídos. Napoleão viu-se obrigado a assinar a abdicação no mesmo palácio onde aprisionara o velho pontífice.

Para marcar seu agradecimento à Santa Mãe de Deus, o Papa Pio VII criou a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, fixando-a no dia de sua entrada triunfal em Roma.

O grande apóstolo da juventude, Dom Bosco, adotou esta invocação para sua Congregação Salesiana porque ele viveu numa época de luta entre o poder civil e o eclesiástico. A fundação de sua família religiosa, que difunde pelo mundo o amor a Nossa Senhora Auxiliadora, deu-se sob o ministério do Conde Cavour, no auge dos ódios políticos e religiosos que culminaram na queda de Roma e destruição do poder temporal da Igreja. Nossa Senhora foi colocada à frente da obra educacional de Dom Bosco para defendê-la em todas as dificuldades.

No ano de 1862, as aparições de Maria Auxiliadora na cidade de Spoleto marcam um despertar mariano na piedade popular italiana. Nesse mesmo ano, São João Bosco iniciou a construção, em Turim, de um santuário, que foi dedicado a Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos.

A partir dessa data, Dom Bosco, que desde pequeno aprendeu com sua mãe Margarida, a confiar inteiramente em Nossa Senhora, ao falar da Mãe de Deus, lhe unirá sempre o título Auxiliadora dos Cristãos. Para perpetuar o seu amor e a sua gratidão para com Nossa Senhora e para que ficasse conhecido por todos e para sempre que foi “Ela (Maria) quem tudo fez”, quis Dom Bosco que as Filhas de Maria Auxiliadora, congregação por ele fundada juntamente com Santa Maria Domingas Mazzarello, fossem um monumento vivo dessa sua gratidão.

Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de AUXILIADORA. Pode-se afirmar que a invocação de Maria como título de Auxiliadora teve um impulso enorme com Dom Bosco. Ficou tão conhecido o amor do Santo pela Virgem Auxiliadora a ponto de Ela ser conhecida também como a “Virgem de Dom Bosco”.

Escreveu Dom Bosco: “A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso”.

Fonte: Canção Nova

Solenidade da Ascensão do Senhor


Nesta solenidade, a Igreja nos convida a termos os olhos voltados para o céu, nossa Pátria definitiva. Como tão bem diz São Paulo: “Vós que ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde está Cristo (Col 3,1)”. Em nossa profissão de fé, rezamos que Jesus “subiu aos céus e está sentado à direita do Pai”. Por isso, na Ascensão, celebramos Jesus dando por completa sua missão. Ele veio do Pai, revelou-nos o rosto Misericordioso do Pai, ensinou-nos a amar o Pai e a fazer em tudo a Sua Vontade.

Ele cumpriu até o fim a missão que o Pai lhe confiou. Agora Ele volta para o Pai, após ter nos ensinado a percorrer o caminho que nos levará de volta para Deus, e Ele próprio se faz o caminho – “ninguém vai ao Pai, senão por mim” (Jo 14,6). Por isso, seguindo Jesus que é o Caminho, a Verdade e Vida, chegaremos ao coração do Pai; sendo assim, como bem rezamos na liturgia: “A Ascensão do Senhor já é nossa vitória”. Mas o caminho que leva de volta à glória do Pai passa pela cruz, pela capacidade da entrega da vida: “Quando eu for elevado na terra, atrairei todos a mim” (Jo 12,32) – a elevação de Jesus na cruz significa e anuncia a sua elevação ao céu.

Nos Atos dos Apóstolos 1,1-11, encontramos a narração da Ascensão de Jesus. Enquanto Jesus se eleva e os discípulos ficam olhando para o alto, uma voz os interpela dizendo: “Porque ficais aí olhando para o céu, o mesmo Cristo que hoje foi elevado, virá novamente a vós”. A Ascensão deve nos levar a um comprometimento em nossa fé, como discípulos missionários do Senhor pois, com a Ascensão, termina a missão de Jesus e começa a missão da Igreja.

Em Hebreus 9,24, lemos: “Jesus não entrou em um santuário feito por mãos humanas... e sim no próprio céu, a fim de comparecer diante da face do Pai a nosso favor”. Na encarnação Jesus, o Verbo eterno, traz até nós o mistério da divindade. Na sua Ascensão, Ele leva para junto de Deus a nossa humanidade. Ele é o primogênito de toda criatura a entrar na plenitude da vida, levando consigo nossa humanidade redimida; e membros do seu corpo pelo batismo, somos chamados também a participar da sua glória.

A Solenidade da Ascensão nos ensina, como diz São Paulo: “somos cidadãos do céu” (Fil 3,20). O cristão vive neste mundo, sem ser do mundo. Caminha entre as coisas que passam, abraçando as que não passam.

A Ascensão de Jesus não é uma despedida, mas sim, um novo modo de sua presença. Ele agora continua agindo através daqueles que Nele acreditam e que se dispõem a continuar o seu amor no mundo. Como Ele mesmo mandou, e prometeu, antes de ascender: "Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo." (Mt 28, 19-20)

Fonte: https://www.a12.com/redacaoa12/espiritualidade/ascensao-do-senhor

sábado, 23 de maio de 2020

"Esta é a imagem que mais se aproxima do que eu vi"


Em a "Verdadeira História de Fátima", Pe. de Marchi escreveu sobre o tempo que Jacinta passou no hospital de Lisboa em 1920. Ela foi colocada sob os cuidados de um dos principais especialistas em doenças infantis e diagnosticada com pleurisia purulenta da grande cavidade esquerda e osteíte fistulosa da sétima e oitava costelas do mesmo lado.

Durante uma operação dolorosa com apenas uma injeção local de anestesia - ela estava fraca demais para tomar gás - duas costelas foram removidas. A ferida aberta no peito era do tamanho de um punho e precisava ser limpa com frequência, um processo muito doloroso.

Embora sofresse tanto, nunca reclamou, aceitando o sofrimento com felicidade, pois percebeu que ajudaria muitas almas a escapar do terrível fogo do Inferno. “Agora, podes converter muitos pecadores”, ela falou a Nosso Senhor, “pois sofro muito, meu Jesus.”

Nossa Senhora continuou a visitá-la com frequência. Quatro dias antes de sua morte, ela disse: “Não estou mais reclamando. Nossa Senhora apareceu novamente e disse que viria me buscar em breve. Ela tirou todas as minhas dores.”

O Doutor Eurico Lisboa testemunhou isso. “Suas dores desapareceram completamente. Ela se sentiu inclinada a brincar e se ocupou em olhar algumas figuras religiosas, entre as quais uma de Nossa Senhora do Sameiro. Ela disse que era a que mais se parecia com a Senhora que ela tinha visto. Mais tarde me foi dado como lembrança de Jacinta." (p. 74)

O Santuário de Nossa Senhora do Sameiro (ou Santuário do Sameiro) é um santuário mariano localizado em uma colina perto de Braga, Portugal, construída no século XVIII. O santuário é o maior santuário devocional mariano em Portugal, perdendo apenas para o Santuário de Fátima. A magnífica imagem da Virgem Imaculada foi esculpida em Roma e abençoada pelo próprio Papa Pio IX.

Ainda no livro "Nossa Senhora de Fátima" de William Thomas Walsh este perguntou à Irmã Lúcia:

"A imagem no santuário da Cova da Iria se parece com a Senhora que você viu lá?"

Ela respondeu:

“Não, não muito. Fiquei decepcionada quando a vi. Por um lado, era alegre demais, alegre demais. Quando vi Nossa Senhora, ela ficou mais triste ou mais compassiva. Mas seria impossível descrever Nossa Senhora e seria impossível fazer uma imagem tão bonita quanto ela.”

Ela saiu da sala por um momento e voltou com uma pequena impressão de Nossa Senhora em algum tipo de material plástico transparente, o mais simples e sem adornos que eu já havia visto, e me entregou. "Esta é a imagem que mais se aproxima do que eu vi", disse ela.

Era a imagem da Virgem do Sameiro.

Fonte: https://www.traditioninactiondobrasil.org/Questions/027-Sameira.htm

quarta-feira, 20 de maio de 2020

A Porta do Paraíso


A Mãe, o que falar da Mãe... Como não amar a Mãe do Senhor? Jesus quis vir ao mundo através de Maria, e a fez dispensadora de todas as suas Graças! Não é possível que alguém ame verdadeiramente Jesus se não amar também sua Mãe. Ela é a única que pode dizer, "gerei o Senhor que me criou, sou sua Mãe e Ele meu Filho, e também sou sua criatura e Ele meu Criador." Maria Santíssima é como um poderoso ímã, que atrai os filhos de Deus para junto de si e os oferece ao seu Filho. Suas romarias, festas, são especialmente amadas. Não que Jesus não seja infinitamente mais Santo e seu poder de atrair muitíssimo maior, mas Ele quis que Sua Mãe fosse a Porta do Paraíso (Paradisi Portæ), que é Ele Próprio, de modo que ninguém chegue ao seu Coração Divino sem que passe por Ela. Todos os santos, sem exceção, foram devotos e tiveram um amor filial à Virgem Maria. Em um reino, é loucura pensar que um Rei dispense a sua Rainha, ou que Ela não tenha importância, pois Ela sempre o tem! Tudo por Jesus, nada sem Maria, tudo pelo Rei, nada sem a Rainha!

terça-feira, 19 de maio de 2020

A união mais perfeita com o Criador


Na hierarquia da graça, a mais alta de todas as ordens, sejam elas angélicas ou humanas, é a da união hipostática.

Apenas três tiveram essa honra, e foram justamente Jesus, Maria e José. Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem; Maria é verdadeira Mãe de Deus e Mãe dos homens; José, por sua vez, é o verdadeiro esposo de Maria e pai adotivo e virginal de Nosso Senhor. Jesus é o centro da Encarnação e o Redentor do mundo; Maria é a imediata cooperadora e aquela em cujo seio se deu a Encarnação; José, enfim, é o fiel depositário dessas duas dádivas preciosas, a fim de garantir que este sublime mistério da Encarnação e da Redenção fosse realizado da melhor forma possível, preservando intacta a honra da Mãe e do Filho.

Jesus, que quis manter tão estreita ligação com Maria e José, deseja que também tenhamos um laço forte com eles. O Senhor quis ser educado e formado humanamente por tão santas criaturas, portanto, quer que nós deixemos que Maria e José sejam como pais também para nós!

Fonte: Padre Paulo Ricardo

segunda-feira, 18 de maio de 2020

São João Paulo II, um papa todo de Maria



“Viva a Mãe de Deus e nossa / sem pecado concebida! / Viva a Virgem Imaculada, / a Senhora Aparecida!”.


O refrão da música que ficou conhecida como um hino à Padroeira do Brasil marcou também as primeiras palavras da homilia do Papa João Paulo II, em julho de 1980 na cidade de Aparecida (SP), quando esteve pela primeira vez no Brasil. A composição tocou profundamente o coração do Santo Padre, que consagrou toda sua vida à Virgem Maria e provou inúmeras vezes do amor materno de Nossa Senhora, não importando sob qual face ou título.

Aos 8 anos de idade, João Paulo II perdeu sua mãe e adotou Nossa Senhora como protetora ao longo de seu sacerdócio, episcopado e, principalmente, nos quase 27 anos à frente da Igreja como Sua Santidade. O lema do seu pontificado, “Totus Tuus” (latim) significa todo de Maria e expressa a sua devoção e consagração, que teve inspiração no Tratado da Verdadeira Devoção de São Luiz Maria de Monfort. A letra “M” e a cor azul no seu brasão simbolizam a sua entrega total nas mãos de Maria.

“Tomai sob a Vossa proteção materna a inteira família humana que, com enlevo afetuoso, nós Vos confiamos, ó Mãe”

João Paulo II estabeleceu íntima relação com a Virgem de Fátima, tendo visitado seu Santuário, em Portugal, por três vezes. Após o atentado sofrido em maio de 1981, João Paulo II anunciou a sua primeira visita, em maio de 1982, para agradecer "a proteção concedida". O chefe de Estado do Vaticano regressaria por mais duas vezes, em maio de 1991, exatamente dez anos depois do atentado, e em maio de 2000, para a beatificação dos pastorinhos de Fátima Francisco e Jacinta Marto.

Um ano e meio após o início de seu pontificado, João Paulo II fez a primeira das três viagens ao Brasil, que ele próprio definiu como “romaria” ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Em 4 de julho de 1980, consagrou o Altar da Basílica de Aparecida, que foi para ele um momento emocionante.

João Paulo II falou aos brasileiros sobre a participação especial de Nossa Senhora na história da Salvação, pois aderiu incondicionalmente à vontade divina que Lhe foi revelada. E lembrou o primeiro milagre de Jesus Cristo, realizado a pedido da Mãe:

“A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escuta a sua voz, segui os seus exemplos. Como ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus: “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2,5). E, como outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo d’Ele as graças desejadas”.

Mensagens como esta foram proferidas ainda no Santuário de Lourdes (França), onde o “Papa peregrino” esteve por três vezes. A última, em agosto de 2004, para celebrar o 150º aniversário das aparições da Virgem Maria a uma camponesa, a proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Maria.

Após tantas demonstrações de amor, João Paulo II chegou a ser considerado o maior Papa mariano de todos os tempos. Ele consagrou si mesmo e o mundo inteiro ao Imaculado Coração de Maria, no dia 7 de Junho de 1981, na Basílica de Santa Maria Maior. E pediu sua intercessão: “Tomai sob a Vossa proteção materna a inteira família humana que, com enlevo afetuoso, nós Vos confiamos, ó Mãe”.

No seu testamento, João Paulo II demonstra devoção e confiança em Maria e respeito pela segunda vinda de Jesus: “Não sei quando ele virá, mas como tudo, também deponho esse momento nas mãos da Mãe do meu Mestre: Totus Tuus. Nas mesmas mãos maternas deixo tudo e todos aqueles com os quais a minha vida e a minha vocação me pôs em contato. Nestas Mãos deixo sobretudo a Igreja, e também a minha Nação e toda a humanidade.”


A exemplo de São João Paulo II, rezemos com Maria e por Maria: “Ela é sempre a “Mãe de Deus e nossa”.

Fonte: https://www.a12.com/redacaoa12/santo-padre/joao-paulo-ii-consagrado-inteiramente-a-virgem-maria

sábado, 16 de maio de 2020

Santa Gemma e seu Anjo da Guarda



Santa Gemma Galgani teve uma relação estreita com o seu Anjo da Guarda.


Nós devemos conviver mais conscientemente com o nosso Anjo. Quanto mais incluímos o Anjo em nossa vida cotidiana, tanto mais experimentaremos a sua ajuda e assistência.
Em santa Gemma Galgani temos um bom exemplo de uma vida unida com o Anjo, de um verdadeiro amor ao seu companheiro celeste e, por isso, ela experimentou muitas vezes e de diversas maneiras a sua presença e auxílio.


O Anjo - "um segundo Jesus"

Segundo o diretor espiritual, Pe. Germano de Santo Estanislau, pode-se dizer que o Anjo da Guarda era para Gemma "um segundo Jesus" (cf. Pe. Germano de Santo Estanislau, Santa Gemma Galgani, a flor da paixão, Porto 1940, pág. 290). E ela mesma disse: "Há seis dias que não vejo a Jesus; Ele, porém, não me deixou completamente só. O Anjo da Guarda conserva-se sempre visível junto de mim" (Ibid. pág. 287). E no seu diário podemos ler: "Como Jesus é bom! Quando Se retira de mim, deixa o Anjo, que me assiste com incansável amor, vigilância e paciência" (Ludwig Beda, Tugendschule Gemma Galganis, Baden 1926, pág. 416).
Assim, santa Gemma alcançou uma familiaridade e intimidade muito grande com o Anjo. Queremos transcrever aqui como ela falava com ele: "Dize-me, meu Anjo, o que tinha esta manhã o meu confessor para ser tão severo e recusar a ouvir-me? E o Padre que está em Roma responderá à carta urgente em que lhe peço uma regra de conduta sobre tal ponto? Dize-me, querido Anjo, quando é que Jesus converterá este pecador por quem me interesso? O que devo responder a tal pessoa que me pede conselho? E que pensais vós de mim? Jesus está contente? Como poderei agradar-Lhe?" (Cf. Pe. Germano, pág. 289). Costumava dizer-lhe: "Ó meu Anjo, amo-vos tanto!" Ao que o bom Anjo replicou: "Por que?" - "Porque me tornais boa e humilde, e fazeis com que eu ame a Jesus" (A.D.M., Os Santos Anjos, Lisboa 1945, pág. 14).
Numa outra ocasião disse-lhe: "Se eu alguma vez for má, Anjo querido, não te zangues. Quero mostrar-te minha gratidão". E o Anjo respondeu: "Sim, serei para ti um guia e teu companheiro inseparável. Não sabes Quem te confiou à minha guarda? Foi o Misericordioso Jesus" (Pe. Germano, 287). Mas santa Gemma não somente conversava com o Anjo. Muitas vezes rezaram juntos e cantaram os louvores de Deus. Quando rezaram os salmos, fizeram-nos alternadamente. Quando rezaram jaculatórias, começava uma santa competição, e eles clamavam num entusiasmo crescente: "Viva Jesus!" (Beda, pág. 417).


O Anjo como conselheiro e professor

Santa Gemma mantinha também o hábito de contar ao seu companheiro celeste todas as suas aflições e as dos outros. E sempre que alguém lhe pedia um conselho ela perguntava ao Anjo o que deveria responder, e este, por sua vez, com inefável doçura, respondia a todas as perguntas. Mas não só isso, ele deu também muitos conselhos e instruções. Uma vez a fez escrever alguns dos ensinamentos que ele ia ditando. À sua ordem, Gemma sentou-se à mesa, tomou a pena e o papel, enquanto ele, de pé a seu lado, como um professor junto do aluno, começou: "Lembra-te que quem ama verdadeiramente a Jesus, fala pouco e sofre tudo. Ordeno-te da parte de Jesus, que nunca digas a tua opinião, se não te for pedida, que insistas na tua opinião, mas que cedas depressa. Quando cometeres qualquer falta, acusa-te imediatamente sem ser preciso que os outros te avisem. Obediência pontual e sem réplica ao teu confessor, sinceridade com ele e com os outros. Não te esqueças de guardar a vista, lembrando-te que os olhos mortificados contemplarão as belezas do céu!" (Pe. Germano,pág. 293). São instruções que a santa cuidadosamente colocou em prática.


O Anjo como carteiro

Mas santa Gemma não se contentava só em pedir conselhos ao seu Anjo. Ela também lhe deu tarefas. Inúmeras vezes encarregou-lhe de encomendá-la a Deus, a Nossa Senhora ou a seus santos patronos no céu, como também pediu-lhe para transmitir mensagens às pessoas distantes. E para ela era tão natural que ficava surpresa quando não recebia resposta. Então, neste caso, mandava cartas pelo correio escrevendo, por exemplo, a seu diretor espiritual: "E não obstante já há tantos dias que vo-lo mandei dizer pelo Anjo; como não fizestes caso? Ao menos podíeis mandar-me dizer por ele que não era vossa intenção ocupar-vos deste negócio. Em todo caso não vos zangueis se de novo insisto por meio desta carta" (Pe. Germano, pág.291). Outras vezes ela escreveu cartas e as entregou ao seu Anjo para que levasse aos destinatários. E ele o fez de verdade! Seu diretor examinou os fatos, como também as pessoas que conviveram com ela. Uma vez, por exemplo, sem que ela soubesse, colocaram uma de suas cartas entre duas imagens de santos. À tarde, de repente, a santa exclamou: "Acabou de sair o Anjo com a carta na mão". E logo, ao verificarem o lugar onde a tinham colocado, não acharam mais (cf. Beda, pág. 423).


O Anjo como educador severo e consolador bondoso

O Anjo, por sua vez, não se contentava em receber ordens e tarefas de santa Gemma. Ele cuidava fervorosamente dela, guiando-a no caminho da perfeição. Não lhe deixou cometer nenhuma imperfeição e a repreendia, às vezes, até severamente. Escreve ela mesma: "Ontem durante a refeição levantei os olhos e vi o Anjo lançar-me olhares severos; não falava. Mais tarde, quando fui repousar, olhei outra vez para ele, mas depressa abaixei a vista; meu Deus, como estava irritado! 'Não tens vergonha', disse-me ele, 'de cometer faltas na minha presença?' Lançava-me alguns olhares tão severos … Eu não fazia nada senão chorar. Supliquei a Deus e a minha celeste Mãe que o tirasse diante de mim, pois não podia resistir mais. De quando em quando ele repetia: 'envergonho-me de ti'. Rezei para que ninguém o visse neste estado, pois quem o visse assim, de certo nunca mais se aproximaria de mim. Sofri o dia inteiro, não pude recolher-me nenhum momento; o seu aspecto permanecia tão severo, que eu não tinha coragem para lhe falar. De noite não consegui adormecer até que, finalmente, pelas duas horas da manhã, o vi aproximar-se; pôs-me a mão sobre a fronte, dizendo: 'dorme, criatura má'. E não o vi mais (Pe. Germano, pág. 293s).
Gemma disse uma vez: "O meu Anjo é um pouco severo, mas sinto-me bem com isso. Nos últimos dias chegou a repreender-me três a quatro vezes por dia" (Ibid. pág. 293). Outras vezes, o Anjo a encorajava : "Estava no leito, muito atormentada, quando me senti subitamente possuída dum profundo recolhimento. Juntei as mãos e, com toda a força do meu fraco coração, fiz o ato de contrição com uma viva dor dos meus inúmeros pecados. E tendo eu o espírito absorvido pela lembrança das minhas culpas, vejo o Anjo junto do leito. Fiquei envergonhada ao ver-me em sua presença. Ele, pelo contrário, com uma amabilidade cheia de encanto, disse-me: "Jesus tem uma grande afeição por ti; ama-O muito" (Ibid. pág.296).
Outro dia aproximou-se dela enquanto fazia a oração da noite, bateu-lhe no ombro e disse: "Gemma, como é que tu levas tanta apatia para a oração?" "Não é apatia", respondeu ela, "há dois dias que não me sinto bem". "Faze o teu dever com cuidado, e Jesus te amará mais", replicou-lhe o bom Anjo. E Gemma continua contando: "Roguei-lhe que fosse pedir permissão a Jesus para passar a noite junto de mim. Desapareceu imediatamente e, obtida a permissão, voltou ao meu lado. Oh! como se mostrou bom! Quando estava para partir, pedi-lhe que não me deixasse ainda. 'Não posso', respondeu, 'é conveniente que eu vá'. 'Está bem, ide e saudai a Jesus por mim'" (Ibid. pág. 297).
O Anjo ajudou-lhe, principalmente, nos seus sofrimentos e dores, de tal maneira que por várias vezes, sem ele, não teria conseguido suportar todos os seus tormentos. Disse-lhe ele uma vez: "Pobre criatura, como és descuidada. Tenho que velar continuamente por ti" (Ibid. pág. 292). Por isso, ela sempre quis tê-lo ao seu lado quando sofria. Recebeu muitas luzes do Anjo também nas suas meditações sobre a Paixão de Jesus, acendendo desta maneira cada vez mais o fogo do amor no seu coração.
Santa Gemma tinha vários "encontros" com o demônio que, às vezes, atacou-a fortemente. Uma vez aconteceu que o demônio espancou-a tão cruelmente na oração da noite, que a pobre ficou impossibilitada de se mover. O Anjo, então, ofereceu-lhe seu auxílio, ajudou-a para subir ao leito e ficou de guarda à cabeceira toda a noite.


O Anjo aceita tudo do nosso amor

O seu diretor espiritual achava exagerado este relacionamento íntimo com o Anjo e deu algumas diretrizes para ela observar. Ele tinha medo que a santa estivesse sendo enganada pelo demônio. Por isso, ao aparecer o Anjo, ela devia exclamar: "Viva Jesus!" e tentar afastá-lo seja com o sinal da Cruz, com água benta ou mesmo com o cuspir. Caso ele não se afastasse, ela devia convidá-lo a adorar com ela a Santíssima Trindade. Uma vez aconteceu que o Anjo lhe apareceu e ela tentava afastá-lo, mas inutilmente; o Anjo não desapareceu. Então Gemma cuspiu no rosto dele, e viu no chão onde tinha caído o cuspe, brotar uma rosa branca, e nela estava escrito em letras de ouro: "Tudo se aceita do amor" (Ferdinand Holböck, Vereint Mit den Engeln und Heiligen, Stein am Rhein, 1984, pág. 394).


Viver com o Anjo

Da vida de santa Gemma vale também que nem tudo podemos imitar como, por exemplo, o envio das cartas pelo Anjo ou as aparições dele. Mas, o que podemos aprender quando consideramos as experiências desta santa é uma relação com o Anjo como de uma criança. Não havia nada que Gema escondesse diante do Anjo ou que não lhe contasse. Por isso, ele sabia tudo dela, não só porque estava sempre ao seu lado, mas também porque ele ouviu tudo de sua própria boca. Assim o amor ao Anjo tornou-se fecundo para muitas pessoas que, desta forma, receberam grandes ajudas de santa Gemma Galgani seja pelas suas fervorosas orações, seja por meio dos bons conselhos que ela deu, inspirada pelo Anjo. Será que a nossa união com o Anjo já é tão grande que não precisamos esforçar-nos por fazê-la mais íntima, ou não devemos reconhecer humildemente que estamos ainda bem no início do caminho? Uma coisa é clara: quanto mais nós cultivamos a intimidade com o Anjo, amando-o, invocando-o, falando-lhe de nossas preocupações e fracassos, tristezas e alegrias e as dos outros também , pedindo sua ajuda, seu conselho e agradecendo por tudo o que ele faz por nós, tanto mais ele e mais ele entrará em ação a nosso favor, e a dos outros.


Fonte: http://mosteirosantagema.blogspot.com/2013/10/santa-gema-e-o-anjo-da-guarda_2778.html

Maria Santíssima, Mãe e Mestra da Caridade



O amor para com o próximo nasce do amor para com Deus. Ora, como nunca existiu, nem jamais existirá, quem mais que Maria Santíssima amasse a Deus, assim nem houve, nem haverá, quem mais que a Santíssima Virgem tenha amado e ame o próximo. Basta saber que esta sua caridade a levou a oferecer à morte, entre as dores mais acerbas, e pela nossa salvação, o seu Filho unigênito. Felizes de nós se soubermos imitar uma Mãe tão carinhosa. Ela usará para conosco da mesma caridade que tivermos para com o próximo..

O amor para com Deus e para com o próximo nos é imposto no mesmo preceito: Nós temos de Deus este mandamento, diz São João, que o que ama a Deus, ame também a seu irmão. A razão é óbvia, diz Santo Tomás; porque quem ama a Deus, ama todas as coisas amadas por Deus. Mas visto que não existiu, nem jamais existirá, quem mais que Maria amasse a Deus, também não houve, nem haverá, quem mais que a Santíssima Virgem tenha amado o próximo. Sobre esta passagem dos Cânticos: Ferculum fecit sib rex Salomon… media caritate constravit, propter filias Ierusalem —– “O rei Salomão fez para si uma liteira… revestiu-a de caridade por causa das filhas de Jerusalém”, o Padre Cornélio a Lapide diz que esta liteira foi o seio de Maria, no qual habitou o Verbo encarnado, enchendo sua Mãe de caridade, a fim de que auxiliasse a qualquer que a ela recorresse.

Vivendo neste mundo, foi Maria tão cheia de caridade, que socorria os necessitados, mesmo sem que lho pedissem; como fez precisamente nas bodas de Caná, quando pediu ao Filho o milagre do vinho, expondo-Lhe a aflição daquela família: Vinum non habent  — “Eles não tem vinho”. — Oh, quanto ela se apressava quando se tratava de socorrer o próximo! Quando, por ofício de caridade, visitou a casa de Isabel, foi com pressa às montanhas: abiit in montana cum festinatione. Não pode, porém, demonstrar melhor a sua grande caridade que oferecendo à morte o seu Filho pela nossa salvação, pelo que São Boaventura diz: “Maria amou o mundo de tal modo, que deu por ele o seu Filho unigênito.”

Esta caridade de Maria para conosco não é menor agora que ela está no céu; muito ao contrário, como diz o mesmo São Boaventura, ali muito se tem aumentado, porque conhece melhor as nossas misérias. Pobres de nós, se Maria não rogasse a nosso favor! Revelou Jesus Cristo à Santa Brígida que, se as súplicas da divina Mãe não intercedessem por nós, não haveria esperança de misericórdia.

Bem-aventurado aquele (diz a divina Mãe), que presta atenção aos meus preceitos e observa a minha caridade, para depois, à minha imitação, praticá-la com os outros: Beatus homo qui audit me — “Bem-aventurado o homem que me ouve”. Afirma São Gregório Nazianzeno que, para adquirirmos o afeto de Maria, não há coisa melhor do que usar caridade para com o próximo. Por isso, assim como Deus nos exorta: Sede misericordiosos, como vosso Pai é misericordioso; assim parece que Maria diz a todos os seus filhos: Sede misericordiosos, assim como é misericordiosa a vossa Mãe.

É certo que segundo a caridade que nós usarmos para com o próximo, Deus e Maria a usarão para conosco, conforme diz Jesus Cristo, que nos medirá com a mesma medida com que tivermos medido aos outros. — Numa palavra, conclui o Apóstolo, a caridade para com o próximo é útil para tudo, e nos faz felizes nesta vida e na outra, porque tem a promessa da vida presente e da futura; e quem socorre os necessitados faz com que o próprio Deus lhe fique sendo devedor.

A caridade e a verdade estão inseparáveis, de maneira que a primeira sem a última não é mais que uma filantropia ou atitude gentil. Maria, caridosíssima e dulcíssima como só Ela dentre as criaturas, mostrou o terrível inferno aos pequenos pastores de Fátima, alertando-os das consequências do pecado em nossas vidas.


Ó Mãe de misericórdia, vós sois cheia de caridade para com todos; não vos esqueçais de minhas misérias. Vós as conheceis. Recomendai-me a Deus, que nada vos nega. Alcançai-me a graça de poder imitar-vos na santa caridade tanto para com Deus como para com o próximo. — E Vós, ó meu Jesus, tende piedade de mim; perdoai-me todos os desgostos que Vos dei, particularmente pela minha pouca caridade com o próximo. Perdoai-me, Senhor, e não me entregueis à mercê das minhas paixões, como mereceria. Se prevedes que para o futuro eu tenho de Vos ofender novamente, deixai-me antes morrer agora, que espero estar na vossa graça. Fazei-o pelos merecimentos da caridade de Maria Santíssima, vossa querida Mãe.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Ad Iesum per Mariam

Eis o que Maria mais faz e quer fazer, levar-nos até Jesus! A Virgem Maria com certeza leva seus filhos até Jesus, basta pedirmos seu poderoso auxílio, pois, como Ela disse em Fátima, nunca nos deixará e o Seu Imaculado Coração é o nosso refúgio e o caminho que nos conduzirá até Deus! Obrigado Jesus, por tão Boa Mãe! Obrigado Mãe, por nos levar ao Vosso Filho, Nosso Deus!



quarta-feira, 13 de maio de 2020

O Rosário de Fátima composto pela Virgem e enviado pelo Padre Pio às meninas de Garabandal



Em 3 de março de 1962, as quatro jovens videntes Conchita, Mari Loli, Jacinta e Mari Cruz receberam uma carta anônima em San Sebastián de Garabandal.

Conchita disse:

"Lembro-me de receber no correio uma carta endereçada a mim e às outras três garotas, Jacinta, Loli e Mari Cruz. Fiquei imaginando o que ela continha e, como não estava assinada, guardei-a no bolso até ver a Virgem Maria naquele dia. Quando ele apareceu, eu lhe mostrei a carta e perguntei quem a havia enviado. A Virgem disse que era de Padre Pio. Como eu não sabia quem era Padre Pio, não perguntei mais nada. Depois da aparição, contei às pessoas sobre a carta, um seminarista presente, me explicou sobre o padre Pio e de onde ele era. Então, escrevi uma carta dizendo que gostaria de vê-lo quando ele visitasse meu país. Ele me enviou uma pequena carta dizendo: "Você acha que posso subir? Pela chaminé? Eu tinha apenas 12 anos na época e não sabia nada sobre os claustros."

CARTA:

"Meus queridos filhos:

Às nove da manhã, a Santíssima Virgem me pediu para dizer o seguinte:

«Oh meninas abençoadas de San Sebastián de Garabandal! Prometo que estarei com vocês até o fim dos séculos e que vocês estarão comigo durante o fim do mundo e, mais tarde, unidas comigo na glória do Paraíso».

Estou lhe enviando uma cópia do Santo Rosário de Fátima, que a Virgem me pediu para lhe enviar. O Rosário foi composto pela Virgem e deve ser propagado para a salvação dos pecadores e para a preservação da humanidade dos terríveis castigos com os quais o bom Deus a ameaça.

Dou-lhe alguns conselhos: ore e faça os outros orarem porque o mundo está no início da perdição.

Eles não acreditam em você ou em suas conversas com a Dama de Branco; eles farão isso quando for tarde demais ".




ROSÁRIO DE FÁTIMA:

1- No primeiro mistério, contemplamos como a Virgem escolheu Fátima como sua cidade favorita para divulgar suas mensagens.


2- No segundo mistério, contemplamos como a Virgem escolheu a "Cova da Iria" para suas visões.


3- No terceiro mistério, contemplamos como a Virgem escolheu os três pastorinhos para suas conversas celestiais e lhes confia seu grande segredo.


4- No quarto mistério, contemplamos como o Segredo é o maior de tudo o que Ela disse.


5- No quinto mistério, contemplamos como as visões da Virgem Maria ainda ocorrem em todas as partes do mundo.


* A Virgem prometeu agradecimentos especiais a todos que recitam este Rosário.



Mais informações sobre a carta do Padre Pio e o Rosário de Fátima:
http://www.virgendegarabandal.com/padrepio.htm

A presença da Sagrada Família em Fátima e Ghiae di Bonate


Tanto nas aparições de Fátima, quanto nas de Ghiae di Bonate, a Sagrada Família manifestou sua presença. As duas aparições iniciaram seus ciclos em um 13 de Maio. Em Fátima, a Santa Família apareceu na última grande aparição pública, em 13 de Outubro de 1917. Na ocasião, São José e o Menino Jesus abençoaram o mundo. Deus quis que o pai adotivo de Seu Filho estivesse presente, mesmo que silencioso, em tão importantes revelações celestes para a humanidade. Nas aparições de Ghiae di Bonate, porém, Nossa Senhora apareceu com Seu Divino Filho e Seu Santo Esposo desde a primeira aparição, e na maioria das subsequentes. A Virgem Santíssima também enfatizou à Adelaide Roncalli a santidade no âmbito familiar e quis ser lá chamada como a "Rainha das Famílias". Ela apareceu junto de Sua Família, que é e deve ser modelo para todas as famílias do mundo. Que todas as esposas e mães sejam como Maria, os esposos e pais como José e os filhos como Jesus, o Filho 
Divino e Eterno.


O epílogo de Fátima, Ghiae di Bonate


Em 1944, na cidade de Bonate, diocese de Bérgamo, Itália, no dia 13 de maio, várias crianças colhiam flores para depositarem aos pés da Virgem Maria. Num dado momento, as meninas que acompanhavam a colega, de nome Adelaide Roncali, dez anos, viram que ela estava imóvel, olhando para o alto, como que alheia a tudo. Não respondendo aos chamados, as amigas foram correndo dizer à mãe de Adelaide que “ela tinha morrido em pé.

Acreditou-se, porém, que Nossa Senhora aparecera, a Adelaide. Estava vestida de branco. Espargia muita luz e que Maria a tranquilizou dizendo: “Não tema, eu sou Maria. Seja boazinha e eu voltarei até você”. O êxtase se repetiu mais 13 vezes, em duas etapas: de 13 a 21 e de 28 a 31 de maio. Assim como em Lourdes, Fátima, La Salette e outros lugares, Nossa Senhora aconselhou a oração, sobretudo a reza do terço meditado nos mistérios da vida de Jesus. Insistia na penitência. Que acabassem com a impureza e blasfêmia. A Virgem apareceu em pleno período da Segunda Guerra Mundial.

Como sempre, a notícia logo correu. Muita gente queria se beneficiar das aparições, implorando curas. Conta-se que mais de um milhão de peregrinos se concentrou no local. Umas duzentas pessoas proclamaram-se curadas. 0 Bispo de Bérgamo constituiu uma comissão de médicos para estudar o caso. Dentre os 70 milagres indicados, apenas um cego, vítima de combate na guerra, ficou curado repentinamente.

O povo, empolgado por mais essa manifestação, proclamou Maria com mais um título: Nossa Senhora de Bonate e Rainha das Famílias.

O Padre Pio falava para o povo de Bonate que ia visitá-lo falando "o que vocês estão fazendo aqui, vocês que têm Nossa Senhora de Bonate em sua aldeia?".

Fonte: https://www.a12.com/academia/titulos-de-nossa-senhora?s=nossa-senhora-de-bonate

Primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima - 13 de Maio de 1917



Quando Nossa Senhora apareceu pela primeira vez em Fátima, no dia 13 de maio de 1917, Lúcia acabara de completar 10 anos; Francisco estava para completar 9; e Jacinta, a menor, tinha pouco mais de 7 anos.
Os Três Pastorinhos, Jacinta, Francisco e Lúcia, respectivamente

As aparições de Nossa Senhora se deram habitualmente na Cova da Iria, numa propriedade do pai de Lúcia, situada a 2,5Km de Fátima. A mãe de Deus aparecia por volta do meio-dia, sobre uma azinheira de pouco mais de um metro de altura.

Por algum misterioso desígnio de Deus, as três crianças foram privilegiadas, mas desigualmente: as três viam Nossa Senhora, mas Francisco não A ouvia; Jacinta A via e ouvia, mas não lhe falava; Lúcia via e ouvia a Santíssima Virgem, e também falava com ela.

Os pastorinhos estavam, naquele dia 13, brincando de construir uma casinha de pedras em redor de uma moita quando, de repente, brilhou uma luz muito intensa.

Num primeiro momento pensaram que tinha sido um relâmpago, mas pouco depois avistaram, sobre uma azinheira, "uma Senhora, vestida toda de branco, mais brilhante que o Sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do Sol mais ardente".

As crianças, surpreendidas, pararam bem perto da Senhora, dentro da luz que a envolvia. Nossa Senhora então deu início a seguinte conversação com Lúcia:

- Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.


- De onde é Vossemecê?

- Sou do Céu.

- E que é que Vossemecê quer?

- Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois, voltarei ainda aqui uma sétima vez.

[-Vossemecê sabe-me dizer se a guerra ainda dura muito tempo ou se acaba breve?


- Não te posso dizer ainda enquanto não te disser também o que quero.]

- E eu vou para o Céu?

- Sim, vais.

- E a Jacinta?

- Também.


- E o Francisco?

- Também; mas tem que rezar muitos Terços. Lucia lembrou-se então de perguntar por duas jovens suas amigas que haviam falecido pouco tempo antes:

- A Maria das Neves já está no Céu?

- Sim, está.

- E a Amélia?

- Estará no Purgatório até o fim do mundo.

Nossa Senhora fez então um convite explícito aos pastorinhos:

- Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores?


- Sim, queremos.

- Ide, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.

Foi ao pronunciar estas últimas palavras (a graça de Deus, etc.) que abriu pela primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo que delas expedia, que penetrando-nos no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente que nos vemos no melhor dos espelhos. Então por um impulso íntimo também comunicado, caímos de joelhos e repetíamos intimamente:

- Ó Santíssima Trindade, eu vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento.

Nossa Senhora ainda acrescentou: "Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra". Depois, começou a Se elevar majestosamente pelos ares na direção do nascente, até que desapareceu.

Fonte: http://www.fatima.org.br/mensagemdefatima/aparicoes/primeira_aparicao.asp

Memória de Nossa Senhora de Fátima



Celebramos hoje, com grande alegria, a memória de Nossa Senhora de Fátima. As aparições, ocorridas em pleno período da Primeira Guerra Mundial e na iminência da Revolução Russa, em 1917, revelam a preocupação de Deus, através de Sua Mãe Santíssima, para com a humanidade pecadora. Mais do que os segredos proféticos, a Virgem Maria em Fátima desvela o "segredo", já contido no Evangelho, para a conversão dos maus e perseverança dos bons, oração, penitência e reparação.

Assim como não pode a videira dar uva boa na seguinte frutescência se antes não lhe podarem as folhas, assim também não pode o homem dar bom fruto espiritual se não podar antes, pela mortificação, suas paixões e desordens. É o que diz Cristo no Evangelho de hoje: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor, e todo ramo que dá fruto, Ele o limpa, para que dê mais fruto ainda”. Foi o que disse Nossa Senhora aos três pastorinhos em Fátima, ao instruí-los ainda tão pequenos a fazer penitências e reparações. Não se trata de crueldade nem exigência desumana, mas de uma necessidade, poderíamos dizer, natural e essencial à vida cristã. Por santa e perfeita que seja a Videira a que estamos unidos, nós, como simples ramos, precisamos das mondas, da poda e dos desbastes do nosso Pai, para que nem os insetos nos consumam, arrancando-nos do tronco, nem os fungos nos definhem, apodrecendo-nos os vásculos. Mas, além das mortificações passivas que nos envia Deus, para nos proteger do demônio e nos livrar dos vícios, é preciso que também nós cooperemos ativamente, fazendo o que nos cabe para que a ramagem às vezes tão “exuberante” de nossas virtudes não nos impeça, por orgulho e vaidade, de dar frutos doces de caridade. É por isso que todos, conforme a conveniência de cada um, devemos ter nossas práticas de mortificação, como meio de corrigir e purificar nossas intenções, de satisfazer por pecados passados e atuais, de reparar culpas próprias e alheias, de orientar e firmar no bem nossas inclinações. Não há erro. Se fizermos o que diz Cristo e ouvirmos o que nos recomenda Maria, deixaremos que o Pai cultive em nós o fruto que Ele mesmo deseja colher: “Todo ramo que dá fruto, Ele o limpa, para que dê mais fruto ainda”.




Fonte: Padre Paulo Ricardo

terça-feira, 12 de maio de 2020

Sobre o visionário das aparições da Virgem Maria no Barral


Severino Alves nasceu no Barral, Freguesia de Vila Chã S. João, Ponte da Barca a 21 de junho de 1906. Era filho de Antônio Alves e Cecília Francisca Valente.

Quando se deu a Aparição, Severino tinha 10 anos de idade. Ia soltar “as ovelhas do monte”, cujas cortes estavam no Lugar de Santa Marinha. No caminho ia a rezar o terço como era seu costume. Logo no dia da primeira aparição falou com o Pároco. No dia seguinte, dia 11 de maio, divulgou o que a Visão lhe mandou dizer.

Nesse mesmo ano de 1917, Severino Alves foi interrogado por vários Sacerdotes da Arquidiocese de Braga na Capela de Nossa Senhora do Amparo acerca das Aparições de Nossa Senhora da Paz. “É claro que eles teimavam uma coisa com a sua mentira e eu teimava outra com a minha verdade. Ora depois começaram então a dizer que era mentira, a ameaçar-me com a guarda, a ameaçar-me com porrada. Botaram-me as mãos aqui no casaco, em cima ao pé do pescoço; enfim fizeram o que quiseram, para eu dizer que era mentira. E eu disse: Podem estar sossegados. O que vi é o que está dito. E foi o que me mandaram dizer e foi o que eu disse. Agora os senhores façam que quiserem” (Severino Alves, 1917).

Ainda nesse ano, Severino foi aconselhado a negar tudo o que vira, sob pena de vir a ser preso. “Ah! Isso Nunca! Então Nossa Senhora disse-me para dizer a todos e eu agora vou dizer que não vi nada?! Isso nunca! Se me quiserem prender, que me prendam. Se me quiserem matar, que me matem!” (Severino Alves, 1917).

Severino Alves foi recolhido pela Arquidiocese de Braga, no Seminário Maior de Braga, não para estudar, mas simplesmente para estar lá. Regularmente era sujeito a interrogatórios acerca do que tinha visto e contado sobre as aparições de Nossa Senhora da Paz. Depois foi mandado para o colégio dos Padres Jesuítas de La Guardia, na Galiza. Fizeram isto para o resguardar. Esteve lá durante dois anos. Contra sua vontade, queriam obrigá-lo a tornar-se Irmão na Companhia de Jesus. Como não sentia vocação, Severino pede ajuda a um amigo e foge, regressando ao Barral.

Depois, tal como a maioria da mocidade do Barral, Severino vai para Lisboa à procura de emprego. Conseguiu trabalho num armazém de drogarias.

Chegou depois a altura de cumprir o Serviço Militar… Sua mãe acompanhou-o a Ponte da Barca. Ele teria tifo. O médico disse à Mãe “Eu dou a tropa por ele”, querendo dizer que o rapaz iria morrer em breve, a filha de Severino diz que “Ele rezou a Nossa Senhora e que ela lhe apareceu e lhe disse “toma um chá de urtigas e Eu farei o restante!”. Ele tomou esse chá e no dia seguinte estava bom”*.

Casou com Delfina Alves, que era natural da Freguesia de Sampriz, Ponte da Barca. Seis meses após o nascimento da primeira filha deixou a cidade de Lisboa e regressou ao Barral, e por ai se manteve durante dez anos.

Por volta dos anos 50, foi novamente questionado acerca do ocorrido a 10 e 11 de maio de 1917: “Juro pela saúde de minha filha que o que disse em 1917 tenho que o dizer agora, porque foi tudo verdade” (Severino Alves, 1954).

Regressou a Lisboa, indo trabalhar para o mesmo patrão que apesar de ter empregados suficientes, aceitou de novo Severino Alves. Severino e sua Esposa tinham uma pequena horta. Era Cultivada e administrada pelo Severino. O pouco que conseguia era para ser vendido e o lucro juntava-o para oferecer a Nossa Senhora da Paz. Era costume do Severino, antes de ir para o Trabalho participar e comungar na Igreja de S. Domingos, em Lisboa. Deixaram Lisboa a quando do tempo de Reforma.

Foi interrogado uma última vez a 3 de janeiro de 1985, estando Severino já muito debilitado e de cama.

Faleceu dez dias depois, a 13 de janeiro de 1985 com 78 anos. Os seus restos mortais encontram-se sepultados no Cemitério Paroquial no Lugar do Barral.

Fonte: https://www.santuariosenhoradapaz.pt/vidente-de-n-a-s-a-da-paz/

domingo, 10 de maio de 2020

As aparições de Nossa Senhora no Barral



O que aconteceu no Barral, Portugal, a 10 e 11 de maio de 1917:

O protagonista do caso foi um pobre pastorinho, de nome SEVERINO ALVES, de dez anos de idade, filho de uma pobre e virtuosa viúva, e irmão de mais outros seis, todos eles muito tementes a Deus.


No dia 10 de maio de 1917, deviam ser oito horas da manhã, ia esse rapazinho a caminho do monte rezando o terço, como costumava fazer, quando numa ramada próxima da Ermida de Santa Marinha, sentiu um relâmpago que o impressionou.

Dá mais alguns passos, atravessa um portelo e defronta uma Senhora, sentada, com as mãos postas, tendo o dedo maior da mão direita destacado, em determinada direção. O seu rosto era lindo como nenhum outro, toda Ela cheia de luz e esplendor, de maneira a confundir vista, cobrindo-lhe a cabeça um manto azul e o resto do corpo um vestido branco.

Logo que o pequeno vidente a viu, caiu para o lado surpreendido com tal acontecimento.

Readquirindo ânimo, levantou-se, e exclamou: “Jesus Cristo!”. Nesse mesmo instante desapareceu a Visão.

O pároco da localidade, que não parecia ser um espírito que facilmente se dominava por factos, que não parecessem credíveis, ouviu com atenção o rapazinho, não só atendendo á fama de bem comportado, que gozava na localidade, mas atendendo à sinceridade e à precisão com que relatou tudo o que viu. O pároco aconselhou-o, finalmente, a que voltasse ao lugar da Aparição e pedisse a essa Visão que o informasse quem era.

No dia seguinte ao da primeira Aparição, dia 11 de maio de 1917, uma sexta-feira, deviam ser também oito horas da manhã, pois ia soltar as ovelhas e os carneiros a fim de os levar para o monte, sem que sentisse relâmpago algum, quando atravessava o portelo, deparou-se com a mesma Senhora, que estava sentada no mesmo sítio do dia anterior.

Nesse dia, 11 de maio de 1917, o rosto da Aparição desprendia-se em sorrisos. Quando a viu, o pastorinho caiu de joelhos e disse um pouco surpreendido (para não dizer assustado) o que o pároco lhe havia aconselhado: “Quem não falou ontem, que fale hoje”.




Então a aparição com uma voz que era um misto de rir e cantar, diferente do falar de todos os mortais que tem visto, tranquilizou-o, dizendo-lhe: “Não te assustes, sou Eu, menino”. E acrescentou: “Diz aos pastores do monte que rezem sempre o terço, que os homens e mulheres cantem a ESTRELA DO CÉU, e se apeguem comigo, que hei-de acudir ao mundo e aplacar a guerra”.

Depois de dizer o que fica escrito, sem que a criança tivesse mais tempo que responder a tudo: “Sim, Senhora”, a visão, olhando para uma ramada, acrescentou: “Que gomos tão lindos, que cachos tão bonitos!”

Mal o rapazinho tinha olhado para a ramada, voltando a cabeça, já a visão tinha desaparecido. O privilegiado Vidente foi imediatamente avisar do acontecido as mães dos filhos da localidade que estavam no exército. A comoção do pequeno teria sido tamanha que depois destes fatos, nunca mais quis voltar sozinho ao local da aparição.

Às perguntas feitas, o rapazinho respondia sempre da mesma maneira: “Se quiserem acreditar, que acreditem, se não quiserem que não acreditem”, e acrescentava: “Eu fiz a minha obrigação, avisando como me mandaram”.

“O seu rosto era lindo como nenhum outro, toda Ela cheia de luz e esplendor, de maneira a confundir vista, cobrindo-lhe a cabeça um manto azul e o resto do corpo um vestido branco”. (Severino Alves, 1917)


Oração Estrela do Céu

Senhor Deus, dai-nos auxilio, união, paz e concórdia, pois assim seremos dignos da vossa misericordia.
Misericórdia, meu Deus! Misericórdia, Senhor! Misericórdia vos pede este grande pecador!
A Estrela do céu, que deu o leite ao senhor, livrou-nos do contágio da morte, que o primeiro pai dos homens trouxe ao mundo. A mesma estrela se digne apaziguar o céu, cuja ira castiga o povo com morte cruel. Piedosíssima Estrela do mar, livrai-nos da peste!
Ouvi-nos, Senhora, e intercedei por nós, já que vosso filho nada vos nega e sempre vos honra!
Salvai-nos, Jesus, por quem a virgem, a vossa mãe, vos roga!
Rogaí por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.


Deus de misericórdia, Deus de piedade, Deus de perdão, que vos compadecestes da aflição do vosso, povo e dissestes ao anjo que o feria « Detém a tua mão», pelo amor daquela estrela gloriosa, a cujos peitos vos alimentastes para nos ser dado remédio contra o veneno dos nossos pecados, dai-nos o socorro da vossa graça, a fim de que sejamos livres de toda a peste e morte repentina, e misericordiosamente salvos de toda a perdição. Por vós Jesus Cristo, Rei da glória, Salvador do mundo, que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. Amém.

Senhor Deus, misericórdia!
Senhor Deus, misericórdia!
Senhor Deus, misericórdia!




Fonte: https://www.santuariosenhoradapaz.pt/narrativa-das-aparicoes/

Dia das Mães


Neste tempo de crise, nada melhor do que o colo, o aconchego ou a lembrança de uma mãe. Que Maria Santíssima, Mãe de Deus e Nossa Mãe, inspire e rogue por todas as mães do mundo! Feliz Dia das Mães!

sábado, 9 de maio de 2020

Maria, a Mãe da Esperança



A mãe que soube esperar

Uma tradição muito antiga, que atravessou os séculos e ficou plasmada em muitas obras de arte, afirma que a primeira aparição de Cristo ressuscitado foi à sua Mãe Santíssima.

É natural que Jesus, que ficava feliz trazendo alegria aos que amava, tivesse levado a primeira alegria da Ressurreição à sua Mãe. Não era ela quem mais a merecia? Ela que tinha acreditado firmemente, desde o momento da Encarnação, que aquele seu filho e filho do Altíssimo, era – como o anjo Gabriel lhe havia anunciado – o Messias descendente de Davi, que reinaria eternamente e seu Reino não teria fim (Lc 1, 33).

Maria uniu-se ao Redentor em todos os momentos da sua vida e especialmente na Paixão, oferecendo sua imensa dor juntamente com o sacrifício do Filho. Ali ouviu dos lábios de Jesus agonizante a sua “nomeação” como Mãe dos discípulos, mãe de todos os homens: “Mulher, eis aí teu filho”… (Jo 19,26). Por isso, certamente merecia receber as primícias da alegria da Ressurreição.

É muito bonito pensar que, naqueles momentos de escuridão quase total que envolveu os discípulos após a morte de Jesus, a única luz de esperança que não se apagou foi o coração de Maria. Esse coração maternal, que acabava de ser atravessado por uma espada de dor, como profetiza Simeão (cf. Lc 2, 35), foi, ao mesmo tempo, a única lâmpada que ardia com a luz da santa esperança. Ela foi a única que, no silêncio do sábado santo, esperou na ressurreição do terceiro dia.

A mãe que ensina a confiar

Certamente, ao longo de toda a sua vida, ela viveu e encarnou a esperança como ninguém. Acreditou no anúncio do Arcanjo Gabriel, entregou-se sem duvidar ao que Deus lhe pedia, e desse solo fecundo da fé, brotou-lhe a esperança como uma planta viçosa, como uma fonte de água viva.

Conta São Lucas que, quando Maria – pouco depois da Anunciação – foi visitar a sua prima Isabel, esta louvou Nossa Senhora em alta voz: Feliz a que acreditou, porque se cumprirão todas as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor (Lc 1, 39-45). Maria acreditou, esperou, e viu realizados nela todos os sonhos de Deus. Por isso a Igreja a chama Mãe da santa esperança, e por isso nós a invocamos como Mãe da misericórdia, vida, doçura e esperança nossa… Não são apenas belas palavras. Estão cheias de conteúdo, pois descrevem a missão que Jesus lhe confiou em favor de todos nós, irmãos de Cristo (cf. Rm 8,29) e filhos dela (cf. Jo 19,26).

Quando Jesus nos deu Maria como Mãe, na agonia na Cruz, garantiu-nos a esperança. É verdade que a nossa esperança deve estar, toda ela, colocada em Deus. Só Deus é o motivo e a fonte radical da esperança, que, sem a sua graça, não pode existir. Mas Ele deu-nos uma Mãe – a sua Mãe – para que, com a ternura de seu coração, nos ensinasse a confiar; para que nos amparasse e nos guiasse na vida e, como a mãe leva a criança pela mão, nos conduzisse ao encontro de Cristo e finalmente nos introduzisse no Céu.

Uma das orações mais antigas dirigidas a Nossa Senhora, que ainda hoje muitos católicos sabem de cor, diz: “À vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as súplicas que em nossas necessidades vos dirigimos, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. Rogai por nós, santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo”. Desde os primeiros séculos, a esperança do cristão se refugiava nela.

Na verdade, o Espírito Santo – inspirador da Sagrada Escritura – deixou-nos motivos mais do que suficientes para que aprendêssemos a confiar na “Esperança nossa”. Bastaria lembrar a cena das bodas de Caná (Jo 2,1-11), onde a petição de Maria – suave, discreta, sussurrada ao ouvido – obteve de Jesus o seu primeiro milagre, a transformação da água em vinho.

Naquela festa de bodas, começou a faltar o vinho. Maria teve pena dos noivos. Aquilo podia estragar a alegria do banquete. Então disse a Jesus: “Não têm vinho!” A resposta do Filho parece um balde de água fria – “Mulher, isto nos compete a nós? A minha hora ainda não chegou”; mas Maria não deixou ele confiar, e com toda a paz disse aos serventes: “Fazei tudo o que ele vos disser”… Não precisou fazer mais nada. Logo Jesus mandou aos serventes encher de água umas grandes talhas que lá se encontravam, e depois indicou que fosse servida aos convidados. Foi o melhor vinho da festa!

Maria adiantou assim – Deus tem os seus planos! – a hora dos milagres de Jesus. E graças a esse primeiro milagre, obtido pela intercessão da Virgem, o Evangelho diz que Cristo manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele. Tudo, pela solicitude de Maria, pela ternura do seu coração. Se Jesus fez isso, a pedido de Maria, o que não fará por nós? É como se Ele próprio nos estivesse dizendo: “Vocês veem? Confiem na Mãe! Confiem que Eu a ouvirei sempre! Ela conseguirá de mim o que quiser”.

A Mãe de Misericórdia


É por isso que os santos e os bons teólogos dizem que Nossa Senhora é a "onipotência suplicante", que maneira hiperbólica – mas realista – de referir-se ao poder das súplicas de Maria diante de Jesus.

São Bernardo de Claraval, gostava de compará-la ao aqueduto que recebe a água da fonte (a água da graça, da fonte que é Deus) e a faz chegar a nós, da mesma maneira que um aqueduto recolhia então a água das fontes de montes e vales elevados e a conduzia até os povoados. E dizia: “Recebendo a plenitude da graça da própria fonte do coração do Pai, no-la torna acessível […]. Com o mais intimo, pois, da nossa alma, com todos os afetos do nosso coração e com todos os sentimentos e desejos da nossa vontade, veneremos Maria, porque esta é a vontade daquele Senhor que quis que tudo recebêssemos por Maria”.

Que ânimo isso nos dá! Não é verdade que, ás vezes, custa-nos quase acreditar na misericórdia divina, especialmente depois de termos abusado muito dela, com tantos arrependimentos insinceros, de tantas reincidências meio cínicas? E, no entanto, nem no pior dos casos devemos desesperar da misericórdia de Deus, ainda que nos vejamos afundados – como o filho pródigo – na mais suja lama do pecado.

Nessa triste situação, ninguém como Maria para ajudar-nos. Ela é Mãe. No tenhamos medo, por mais imundos e machucados que estejamos. Ela não deixará de facilitar um bom banho às suas crianças. Ela nos moverá ao arrependimento sincero, ela nos levará – se for preciso, pela orelha – até à Confissão, e nos carregará finalmente no colo, limpos e felizes.

“Se eu fosse leproso – escrevia São Josemaria -, minha mãe me abraçaria. Sem medo nem repugnância alguma, beijar-me-ia as chagas. – Pois bem, e a Virgem Santíssima? Ao sentir que temos lepra, que estamos chagados, temos de gritar: Mãe! E a proteção de nossa Mãe é como um beijo nas feridas, que nos obtém a cura”.

A poderosa Intercessora


A confiança em Nossa Senhora sempre foi tão grande entre os bons cristãos que alguns até “exageraram”. Mas exageraram de uma maneira bonita, assim como se amplia um detalhe de uma flor belíssima, muito além do seu tamanho normal, para poder apreciá-la melhor. Não há “mentira” nisso! Um exemplo entre mil são uns versos do “poeta da esperança”, o já citado Charles Péguy, que põe na boca de Deus Pai as seguintes palavras:

“Eu não vi no mundo – diz Deus – nada mais belo que uma criança que adormece fazendo a sua oração […]”.

[O poeta estende-se, em versos tocantes, falando da maravilha que é a criança que dorme rezando, e aí nenhuma das coisas que diz é exagero].

“Nada é tão belo! – continua Deus a dizer –. E este é mesmo um ponto em que a Virgem Santa está de acordo comigo. Lá em cima (no Céu).

Posso dizer até que este é o único ponto em que estamos plenamente de acordo. Pois geralmente os nossos pareceres são contrários.

Porque ela está do lado da misericórdia, e Eu…, bem, é preciso que Eu esteja do lado da justiça”.

São versos que fazem sorrir (e comovem um pouquinho), mas são pelo sentimento de confiança em Maria que transmitem. Junto dela, só um cego espiritual, um tolo ou um demônio, podem perder a esperança.

Foi assim que o entenderam os cristãos desde o começo. Não podemos esquecer o que nos mostra a Sagrada Escritura, nos Atos dos Apóstolos, logo depois da Ascensão do Senhor.

Jesus tinha-se despedido indicando aos seus que permanecessem em Jerusalém, “até que sejais revestidos da força do Alto” (Lc 24,49), ou seja, até a vinda do Espírito Santo, no dia de Pentecostes. Pois bem, no livro dos Atos diz-se que todos – os Apóstolos, os discípulos, as santas mulheres – obedeceram, e se reuniram, durante dez dias, no Cenáculo, com Maria, a Mãe de Jesus. Lá, junto dela, como uma família apinhada junto da Mãe, perseveravam unanimemente na oração (cf. At 1,12-14).

Junto de Nossa Senhora, tornava-se fácil cumprir o que Jesus tinha ordenado. Sempre é assim! A única coisa que Ela nos pede é a que pediu aos serventes de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. E ela mesma ficará solicita, junto de nós, para nos ajudar a cumpri-lo.

Por isso, uma vida espiritual impregnada de devoção a Nossa Senhora é uma vida espiritual sadia, voltada inteiramente para o cumprimento da Vontade de Deus. “Antes, sozinho, não podias… – dizia São Josemaria. – Agora, recorreste à Senhora, e, com Ela, que fácil!”.


A Mãe da Esperança aparece



Em janeiro de 1871, o povo francês vivia dias dramáticos, pois sofria com a carestia e as doenças causadas por um rigoroso inverno associado à guerra. No dia 17 deste mês, as tropas prussianas sob o comando de Bismarck já haviam capturado a cidade de Paris e feito o imperador Napoleão III prisioneiro. Pretendiam invadir a aldeia de Pontmain. No dia 17 de janeiro de 1871, a Virgem Maria apareceu na aldeia de Pontmain e impediu o avanço contínuo dos prussianos. Ela surgiu no céu estrelado sobre uma casa, às dezoito horas, e foi vista apenas por quatro crianças.

Os irmãos Eugênio e José Barbedette, com doze e dez anos, respectivamente, foram os primeiros a verem o vulto da bela senhora: vestida com uma túnica azul-royal toda bordada de estrelas douradas, e um grande crucifixo vermelho nas mãos. A descrição foi confirmada, logo a seguir, por duas meninas: Joana Maria e Francisca, que também viram Nossa Senhora. A notícia se espalhou e os habitantes se reuniram na praça com o pároco, para orar à Virgem Santíssima. A aparição durou três horas e neste período as crianças citavam, uma a uma, as palavras que surgiam escritas na faixa branca estendida sob os pés de Nossa Senhora. No final da mensagem dizia:

“Rezem, meus filhos, Deus logo escutará vossas orações, meu Filho se deixa comover”

Então o crucifixo vermelho desapareceu e as mãos da Virgem pareciam apontar na direção da Alemanha. Na mesma noite, as tropas cessaram o avanço e em três dias se retiraram. No dia 28 de janeiro foi assinado o armistício que pôs fim à guerra, acabando com o sofrimento dos franceses. O retorno à Pontmain dos trinta e oito rapazes sãos e salvos permitiu observarem mais uma vez o grande poder de intercessão da Virgem Maria junto ao seu Filho. O local da aparição se tornou meta de peregrinação. Iniciou-se a construção de uma belíssima igreja, no estilo gótico. O bispo aprovou o culto à Nossa Senhora da Esperança de Pontmain já em 1872. Os dois irmãos videntes: Eugênio e José, se tornaram sacerdotes; Joana Maria ingressou no convento e Francisca se formou professora atuando na escola da paróquia. Hoje a igreja é uma Basílica Santuário e está sob os cuidados dos Padres Oblatos de Maria Imaculada.