terça-feira, 31 de março de 2020

São José, o maior de todos os santos



Tudo o que Deus ordena está disposto em maravilhosa e perfeita ordem. Por isso, a Igreja que Jesus veio fundar na terra imita a Sião celestial. Como no céu existem hierarquias angélicas, e nessas hierarquias há ordens diferentes, assim também na terra existe uma hierarquia de graça, e nessa hierarquia estão incluídas várias ordens ou ministérios que, de acordo com o Doutor Angélico, Santo Tomás de Aquino, destacam-se em proporção à sua proximidade a Deus (cf. STh I, q. 107, a. 6).

A mais alta de todas essas ordens, sejam elas angélicas ou humanas, é a ordem da união hipostática, à qual pertence Jesus Cristo, Deus e homem. Por união hipostática entende-se que o Filho eterno de Deus, em sua Encarnação, assumiu a natureza humana e uniu-se a ela em unidade de pessoa. Em outras palavras, a única Pessoa divina de Jesus Cristo subsiste em duas naturezas, divina e humana, distintas em si mesmas, mas agora inseparáveis e para sempre unidas.

Se é maravilhosa a ordem que se vê em todas as obras da natureza, é sumamente perfeita a que existe em todas as obras da graça, especialmente por sua relação com a Encarnação do Verbo. Entre essas ordens da graça, algumas precedem no tempo o mistério da Encarnação, enquanto outras o seguem.
Entre as que o precedem, a mais remota é a dos Patriarcas, escolhidos como progenitores de Jesus, até São Joaquim e Sant’Ana. A alguns deles, como Abraão e Davi, foi expressamente revelado que de seu sangue e família o Salvador dos homens havia de vir ao mundo.

A ordem seguinte é a levítica e sacerdotal, que foi predestinada por Deus como prefiguração, em todos os seus ritos, do sacerdócio de Jesus, de sua Igreja e sacramentos, do sangrento Sacrifício da cruz e do sublime Sacrifício do Altar.

A terceira é a dos profetas, destinados a predizer e anunciar ao mundo, tantos séculos antes da vinda de Jesus, seu nascimento de uma Virgem, seu país, o lugar de sua Natividade, sua fuga para o Egito, seus Apóstolos, sua pregação e milagres, sua Paixão, Morte e Ressurreição e sua Ascensão gloriosa ao céu. O maior de todos esses profetas foi João Batista (cf. Lc 7, 28), predestinado a ser o Precursor imediato de Cristo, a fim de apontar que Ele estava realmente presente na terra; donde o próprio Jesus ter afirmado que entre os nascidos de mulher não havia nenhum profeta maior do que João Batista.

São essas as ordens que sob a Antiga Lei precederam Nosso Senhor.

Outras ordens o sucederam, e estas são as várias ordens ou ministérios que, na Santa Igreja, formam a hierarquia eclesiástica, começando pelos Apóstolos.

Os Apóstolos deviam dar à terra inteira e todas as idades o seu solene testemunho da divindade de Jesus Cristo. Eles deviam anunciar toda a sua doutrina, sua Lei, seus sacramentos; deviam difundir a sua Igreja por todo o mundo, para que todos possam alcançar a salvação eterna. E como a ordem apostólica era a mais próxima do que qualquer outra a Jesus, por isso mesmo, diz o Angélico Doutor, os Apóstolos receberam mais graça do que qualquer santo nas demais ordens da Igreja (cf. In Epistolam ad Ephes. I, 8). Das ordens inferiores não precisamos falar aqui.

Acima de todas estas se ergue supremamente a ordem da união hipostática. Todas as outras ordens, incluindo as angélicas, estão subordinadas e sujeitas a ela. Por esse motivo, Jesus é o princípio, o autor e a cabeça desta ordem, e de Jesus, como príncipe soberano, depende toda hierarquia, todo principado sagrado no céu e na terra, visto que Ele, como diz o Apóstolo, é o fim de toda a Lei (cf. Rm 10, 4). Jesus é a pedra angular sobre a qual repousa todo o edifício sagrado da Igreja (cf. Ef 2, 20). Jesus, de acordo com o profeta Isaías (11, 10.12), é o estandarte para o povo, é o desejo de todas as nações, é o centro da esperança universal. É Ele a única e verdadeira fonte de salvação para todos os homens.

Pela fé naquele que viria, foram salvos todos os que viveram desde Adão até a Natividade de Cristo; e todos os que viveram e viverão em justiça, desde a sua vinda, foram e serão salvos por Ele. Somente nele, a partir dele, e somente através dele, está a verdade, a salvação e a vida, de modo que, assim como os planetas no firmamento giram ao redor do Sol, recebendo dele luz, calor e poder, assim também ao redor de Jesus, Sol eterno de justiça, todas as várias ordens da graça circulam, dele mesmo recebendo a sua luz, a sua virtude e o seu poder, para cumprir fielmente os santos ofícios para os quais foram ordenados. E tanto o mais como o menos agraciado dele recebem graça, segundo a medida em que estão mais ou menos próximos de Jesus, Autor da graça, segundo seus ministérios próprios, assim como o que está mais perto do fogo participa mais amplamente do seu calor. É evidente, portanto, que a ordem da união hipostática transcende e ultrapassa as outras ordens subordinadas, da mesma forma como o Sol transcende as estrelas inferiores.

Pois bem, São José, por divina predestinação, foi colocado nesta ordem soberana. Apenas três tiveram essa honra, e foram justamente Jesus, Maria e José. Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem; Maria é verdadeira Mãe de Deus e Mãe dos homens; José, por sua vez, é o verdadeiro esposo de Maria e pai adotivo e virginal de Nosso Senhor. Jesus é o centro da Encarnação e o Redentor do mundo; Maria é a imediata cooperadora e aquela em cujo seio se deu a Encarnação; José, enfim, é o fiel depositário dessas duas dádivas preciosas, a fim de garantir que este sublime mistério da Encarnação e da Redenção fosse realizado da melhor forma possível, preservando intacta a honra da Mãe e do Filho.




Que São José deveria estar compreendido nesta ordem suprema não é uma mera opinião devota ou fruto de piedosa meditação. É, antes, uma conclusão segura da mais sensata teologia. Suárez, o eminente teólogo, depois de ter falado da ordem dos Apóstolos, à qual disse terem sido concedidas as maiores graças, prossegue afirmando:

Há outros ministérios relativos à ordem da união hipostática, que em sua espécie é a mais perfeita, como afirmamos a respeito da dignidade da Mãe de Deus, e nesta ordem está constituído o ministério de São José; e, embora esteja no grau mais baixo dela, no entanto, supera todas as outras, porque subsiste em uma ordem em si mesma superior.

Assim falou Suárez, mais de quatrocentos anos atrás, quando a opinião dos fiéis a respeito de São José e da devoção a ele devida não tinha ainda sido tão aberta e geralmente proclamada.

Mas os Doutores que se lhe seguiram falaram com ainda maior clareza. Giovanni di Cartagena, contemporâneo de Belarmino e Barônio, muito querido do Papa São Pio V por sua piedade e ciência, das numerosas homilias que redigiu, treze quis dedicar aos louvores de São José. Após falar da ordem apostólica, ele passa a tratar da ordem da união hipostática e diz que, em sua espécie, é ela a mais perfeita que as anteriores, e que nessa ordem o primeiro lugar é ocupado pela humanidade de Cristo, que está substancialmente unida à Pessoa do Verbo; o segundo lugar é ocupado pela Santíssima Virgem, que concebeu e trouxe em seu ventre a Palavra encarnada; o terceiro lugar, enfim, é ocupado por São José, a quem foi confiado por Deus o cuidado especial, nunca dado a ninguém mais, de alimentar, educar e proteger o Deus feito homem. Depois de Cartagena vem Giuseppe Antonio Patrignani, muito elogiado por Bento XIV, que, três séculos atrás, assim escreveu de São José: “Ele, constituído chefe da Sagrada Família, posto imediatamente a serviço do Deus-Homem, transcende em dignidade todos os outros santos. Ele, por conseguinte, foi estabelecido em uma ordem que é superior a todas as outras ordens na Igreja” (Il Divoto di S. Giuseppe, Novena, Gior. VI).

Poderíamos aduzir outros Doutores de elevada autoridade, mas continuaremos a considerar algumas das consequências legítimas que fluem dessa doutrina:

1. É uma grande honra para São José ser compreendido na mesma ordem em que está Jesus, o próprio Filho de Deus, o Rei dos reis, e Maria, Mãe de Deus e Rainha do universo, para se unir a eles nas mais íntimas relações e desfrutar da sua maior confiança.

Os nobres da terra consideram-se altamente honrados por poderem desfrutar de íntima relação com monarcas conhecidos, ocupando os lugares mais importantes em seus tribunais e sendo os mais confiáveis em seus conselhos. O que diremos, então, do glorioso São José, que, colocado na ordem da união hipostática, foi destinado por Deus não apenas para ser o primeiro em sua corte e o mais próximo em sua confiança, mas ainda para ser honrado como pai do Rei dos reis, e para ser não só o amigo confidencial, mas o cônjuge exaltado da Imperatriz do universo? Ao lado da maternidade divina, nenhuma honra no mundo é comparável a isso.

2. Ser compreendido na ordem da união hipostática implica ser, depois de Jesus e Maria, superior a todos os outros santos, tanto do Antigo como do Novo Testamento. E a razão disto é clara: como esta ordem é superior a todas as outras ordens na Igreja, segue-se que quem quer que tenha nela um lugar, ainda que seja em seu mais baixo grau, como José, é anterior a todos os que estão no grau mais elevado das ordens inferiores, como a dos Apóstolos, que é a mais eminente entre elas.

3. Daí se segue que São José é superior, não em natureza, mas em dignidade, aos próprios anjos, já que as ordens angélicas estão subordinadas à ordem da união hipostática, por estarem sujeitas a Jesus, seu Rei e Cabeça, e a Maria Santíssima, sua Rainha. Logo, como declara o Apóstolo, quando o Pai eterno enviou seu Filho divino à terra, Ele ordenou que todos os anjos o adorassem (cf. Hb 1, 6). E por causa de Jesus, os anjos se tornaram sujeitos também a Maria e a São José. Não é acaso assim que os vemos na Escritura, a servi-lo, avisá-lo, consolá-lo de bom grado: uma vez, para assegurá-lo de que sua esposa concebera o Filho de Deus; outra, para o fazer conhecer a trama de Herodes; depois, para que ele pusesse a Virgem e seu divino Filho em segurança, fugindo para o Egito; e, enfim, para lhe anunciar que era já seguro retornar à terra de Israel (cf. Mt 1, 20-21; 2, 13.19-20)

4. Podemos concluir ainda que José foi compreendido nesta ordem porque era, verdadeiramente, o chefe e guardião da Sagrada Família. Maria e José, exaltados segundo a sua dignidade, eram no entanto apenas criaturas; mas Jesus quis dar exemplo da mais perfeita humildade. Foi vontade sua engrandecer o nosso santo e conceder-lhe esta alta glória, fazendo dele cabeça e guardião de sua Família, de modo que José tivesse verdadeiro domínio e autoridade sobre o próprio Filho de Deus e sobre a Mãe do Filho encarnado. São José, estando assim destinado a ser defensor e guardião de Jesus, cabeça e defensor de Maria, tornou-se ao mesmo tempo Patrono e guardião de toda a Santa Igreja, que é a esposa de Cristo e, de certo modo, filha de Maria Santíssima. Daí que o Papa Pio IX, de feliz memória, ao proclamar São José Patrono da Igreja, não só lhe conferiu um novo título de honra como, ademais, confirmou e declarou esta sua prerrogativa, que não tinha antes sido tão expressamente promulgada pela Igreja.

5. Segue-se, além disso, que José foi posto nessa ordem e Família em função da mais elevada missão que é possível conceber, na medida em que ele foi constituído representante do Pai divino, a quem cabe o direito de chamar a Jesus seu Filho natural, por gerá-lo desde toda a eternidade. E esse mesmo Deus, que pela boca do profeta Isaías (42, 8) protestou que nunca daria sua glória a outrem; esse Deus, que ao comunicar ao Verbo e ao Espírito Santo sua única e indivisa essência divina, não lhes transmite contudo sua divina paternidade, foi, não obstante, tão generoso para com São José, que lhe quis conceder sua glória e comunicar-lhe seu nome e paternidade: não em sentido próprio, pois isso seria impossível, mas de modo que ele pudesse estar em seu lugar e ser chamado pai do Verbo Divino, e que o próprio Verbo o pudesse chamar com este dulcíssimo nome, para que, assim, a São José se pudesse apropriar felizmente aquela passagem na Sagrada Escritura: “Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho” (Hb 1, 5).

Aqui vemos, pois, manifestar-se o grande amor que as três Pessoas da Santíssima Trindade têm para com São José e a confiança que nele depositam, porquanto o Pai eterno incumbiu-o totalmente do cuidado de seu Filho bem-amado; o Filho divino, por seu turno, entregou-se-lhe inteiramente, tanto aos seu cuidados como à sua vontade; e o Espírito Santo, por fim, encomendou-lhe sua esposa imaculada. Tudo isto para que a Sagrada Família, da qual José foi constituído chefe, fosse como que outra trindade na terra, imagem resplandecente da Santíssima Trindade no céu: José, representante do Pai eterno; Jesus representando e sendo em verdade a Palavra eterna; e Maria, representando o Amor eterno, o Espírito Santo. Este pensamento, tomamo-lo de empréstimo a São Francisco de Sales, Doutor da Igreja (Entretien, 19): “Podemos dizer”, são palavras dele, “que a Sagrada Família foi como uma trindade na terra, que representava de certa forma a própria Trindade celestial”.

6. Finalmente, conclui-se que José, por estar compreendido nesta ordem sublime, superior à de todos os outros santos, deve, como consequência natural, ter sido predestinado a receber maiores dons e graças do que todos os outros santos, de maneira que ele fosse digno de estar tão perto de Jesus e Maria e, além disso, preparado para cumprir mais fielmente os altos ministérios para os quais foi escolhido. Confirma-o o piedoso Bernardino de Bustis com ousada afirmação:

Uma vez que José havia de ser o guardião, companheiro e governante da Santíssima Virgem e do Menino Jesus, é quiçá possível conceber que Deus pudesse ter cometido um erro em sua eleição? Ou que Ele pudesse ter permitido que São José fosse imperfeito em algum aspecto? Ou pudesse ainda ter falhado em torná-lo perfeito? A própria ideia soa como o erro mais grosseiro. Quando Deus escolhe alguém para realizar um grande trabalho, Ele concede toda a virtude necessária à sua realização (Mariale, Sermo XII).


Alegremo-nos, pois, com o nosso Patriarca amorosíssimo, porque ele foi exaltado a uma ordem tão sublime e obteve tamanha graça, poder e dignidade como ninguém mais, depois de Jesus e Maria, jamais recebeu, para a glória de Deus, que o fez tão grande, e para nosso bem e de toda a Igreja.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

sexta-feira, 27 de março de 2020

Texto integral da homilia do Papa Francisco neste 27 de março


HOMILIA DO SANTO PADRE

Adoração do Santíssimo

e Bêncão Urbi et Orbi

(«Sagrado» da Basílica de S. Pedro, 27 de março de 2020)

«Ao entardecer…» (Mc 4, 35): assim começa o Evangelho, que ouvimos. Desde há semanas que parece o entardecer, parece cair a noite. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados «vamos perecer» (cf. 4, 38), assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos.


Rever-nos nesta narrativa, é fácil; difícil é entender o comportamento de Jesus. Enquanto os discípulos naturalmente se sentem alarmados e desesperados, Ele está na popa, na parte do barco que se afunda primeiro... E que faz? Não obstante a tempestade, dorme tranquilamente, confiado no Pai (é a única vez no Evangelho que vemos Jesus a dormir). Acordam-No; mas, depois de acalmar o vento e as águas, Ele volta-Se para os discípulos em tom de censura: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» (4, 40).


Procuremos compreender. Em que consiste esta falta de fé dos discípulos, que se contrapõe à confiança de Jesus? Não é que deixaram de crer N’Ele, pois invocam-No; mas vejamos como O invocam: «Mestre, não Te importas que pereçamos?» (4, 38) Não Te importas: pensam que Jesus Se tenha desinteressado deles, não cuide deles. Entre nós, nas nossas famílias, uma das coisas que mais dói é ouvirmos dizer: «Não te importas de mim». É uma frase que fere e desencadeia turbulência no coração. Terá abalado também Jesus, pois não há ninguém que se importe mais de nós do que Ele. De facto, uma vez invocado, salva os seus discípulos desalentados.


A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade. A tempestade põe a descoberto todos os propósitos de «empacotar» e esquecer o que alimentou a alma dos nossos povos; todas as tentativas de anestesiar com hábitos aparentemente «salvadores», incapazes de fazer apelo às nossas raízes e evocar a memória dos nossos idosos, privando-nos assim da imunidade necessária para enfrentar as adversidades.


Com a tempestade, caiu a maquilhagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso «eu» sempre preocupado com a própria imagem; e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela (abençoada) pertença comum a que não nos podemos subtrair: a pertença como irmãos.


«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Nesta tarde, Senhor, a tua Palavra atinge e toca-nos a todos. Neste nosso mundo, que Tu amas mais do que nós, avançamos a toda velocidade, sentindo-nos em tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nós, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: «Acorda, Senhor!»


«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Senhor, lanças-nos um apelo, um apelo à fé. Esta não é tanto acreditar que Tu existes, como sobretudo vir a Ti e fiar-se de Ti. Nesta Quaresma, ressoa o teu apelo urgente: «Convertei-vos…». «Convertei-Vos a Mim de todo o vosso coração» (Jl 2, 12). Chamas-nos a aproveitar este tempo de prova como um tempo de decisão. Não é o tempo do teu juízo, mas do nosso juízo: o tempo de decidir o que conta e o que passa, de separar o que é necessário daquilo que não o é. É o tempo de reajustar a rota da vida rumo a Ti, Senhor, e aos outros. E podemos ver tantos companheiros de viagem exemplares, que, no medo, reagiram oferecendo a própria vida. É a força operante do Espírito derramada e plasmada em entregas corajosas e generosas. É a vida do Espírito, capaz de resgatar, valorizar e mostrar como as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho. Perante o sofrimento, onde se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos, descobrimos e experimentamos a oração sacerdotal de Jesus: «Que todos sejam um só» (Jo 17, 21). Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as nossas armas vencedoras.


«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» O início da fé é reconhecer-se necessitado de salvação. Não somos autossuficientes, sozinhos afundamos: precisamos do Senhor como os antigos navegadores, das estrelas. Convidemos Jesus a subir para o barco da nossa vida. Confiemos-Lhe os nossos medos, para que Ele os vença. Com Ele a bordo, experimentaremos – como os discípulos – que não há naufrágio. Porque esta é a força de Deus: fazer resultar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas ruins. Ele serena as nossas tempestades, porque, com Deus, a vida não morre jamais.


O Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança, capazes de dar solidez, apoio e significado a estas horas em que tudo parece naufragar. O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor. No meio deste isolamento que nos faz padecer a limitação de afetos e encontros e experimentar a falta de tantas coisas, ouçamos mais uma vez o anúncio que nos salva: Ele ressuscitou e vive ao nosso lado. Da sua cruz, o Senhor desafia-nos a encontrar a vida que nos espera, a olhar para aqueles que nos reclamam, a reforçar, reconhecer e incentivar a graça que mora em nós. Não apaguemos a mecha que ainda fumega (cf. Is 42, 3), que nunca adoece, e deixemos que reacenda a esperança.


Abraçar a sua cruz significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de omnipotência e possessão, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar. Significa encontrar a coragem de abrir espaços onde todos possam sentir-se chamados e permitir novas formas de hospitalidade, de fraternidade e de solidariedade. Na sua cruz, fomos salvos para acolher a esperança e deixar que seja ela a fortalecer e sustentar todas as medidas e estradas que nos possam ajudar a salvaguardar-nos e a salvaguardar. Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé, que liberta do medo e dá esperança.


«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Queridos irmãos e irmãs, deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de vos confiar a todos ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde do seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta colunata que abraça Roma e o mundo desça sobre vós, como um abraço consolador, a bênção de Deus. Senhor, abençoa o mundo, dá saúde aos corpos e conforto aos corações! Pedes-nos para não ter medo; a nossa fé, porém, é fraca e sentimo-nos temerosos. Mas Tu, Senhor, não nos deixes à mercê da tempestade. Continua a repetir-nos: «Não tenhais medo!» (Mt 14, 27). E nós, juntamente com Pedro, «confiamos-Te todas as nossas preocupações, porque Tu tens cuidado de nós» (cf. 1 Ped 5, 7).



Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2020-03/papa-francisco-homilia-oracao-bencao-urbe-et-orbi-27-marco.html

quarta-feira, 25 de março de 2020

As aparições de Nossa Senhora e São Gabriel Arcanjo em L'Île-Bouchard



As aparições de Nossa Senhora na L'Île-Bouchard, França, aconteceram a Jacqueline Aubry, 12 anos, e sua irmã Jeannette, 7, e Robin Nicole, 10, Laura Croizon, 10. Elas aconteceram nos dias em que a França corria grande perigo de guerra. Veja como foi:


PRIMEIRA APARIÇÃO: 8 de dezembro de 1947: Pelas 12h50min, Jacqueline, Jeannette e Robin vão à igreja rezar pela França que estava em grande ameaça do comunismo. Elas rezam uma dezena do Terço no Altar de Nossa Senhora. De repente, viram uma grande luz e uma Senhora bonita numa gruta e um Anjo à sua direita. Depois de 4 a 5 minutos, saem com medo e avisam às amigas Laura e Segine sobre a aparição na igreja. Laura vê imediatamente a aparição. Mas Sergine, não vê. Nossa Senhora sorriu para elas. Ela tem um véu branco em sua cabeça e cabelos loiros. Seu vestido branco é bordado com ouro e cinto azul até o joelho. Tem as mãos juntas e um Terço branco com corrente de ouro. Encontra-se rodeada por uma luz. Seus pés estão em uma grande pedra retangular com rosas. O Anjo, um pouco menor que Ela, tem olhos azuis e asas cor da luz. A Senhora passa as contas do Terço nas mãos, mas não ouvem sua voz. E desapareceu. As meninas contam para os outros sobre a aparição e voltam à igreja às 13h50min. Nossa Senhora apareceu novamente, mas triste e diz: “Digam às crianças para rezarem pela França. Ela está em grande necessidade. Façam uma breve pausa após a palavra ‘França’.” Laura pergunta se ela é nossa Mãe do Céu. A Senhora responde com um sorriso carinhoso. Jacqueline pergunta quem é o Anjo. Ele olha para ela e diz sorrindo: “Eu sou o Anjo Gabriel.” Nossa Senhora estende os braços para as crianças e diz: “Dêem-me sua mão para beijar.” Jacqueline estende e a Senhora se inclina e as beija. A Senhora diz: “Voltem hoje à noite às cinco horas da tarde e amanhã à uma hora da tarde." E desapareceu.

SEGUNDA APARIÇÃO: 8 de dezembro de 1947: Às 17:00hs, Jacqueline voltou à igreja. As outras três foram impedidas de entrar. Nossa Senhora vem durante o quinto Mistério e acena para a menina com o Anjo.


TERCEIRA APARIÇÃO: 9 de dezembro de 1947: Pelas 12:00hs, Nossa Senhora aparece com o Anjo do lado esquerdo, e não direito. Diante Dela estão rosas com a inscrição: “Eu sou a Imaculada Conceição.” Jacqueline pergunta se pode trazer seus amigos. Nossa Senhora diz: “Sim, mas eles não vão me ver. Beijem a Cruz de meu Terço.” Ela ficou triste e disse: “Rezem pela França, que, nestes dias, está em perigo. Vá dizer ao pároco para chegar às 2 horas da tarde. Ele deve trazer as crianças para rezar. Diga a ele para construir uma gruta, onde eu estou, para colocar minha estátua e do Anjo, eu os abençoarei. Voltem às 2 horas da tarde e às 5 horas da tarde.” E desapareceu. Tudo foi feito como Nossa Senhora pediu. As multidões começaram a rezar pela França em suas casas e na igreja durante os dias seguintes.

QUARTA APARIÇÃO: 9 de dezembro de 1947: Nossa Senhora voltou às 5 da tarde dizendo: “Cantem a Ave Maria e rezem uma dezena do Terço todos os dias.” Jacqueline pergunta se Ela virá amanhã. Ela diz: “Sim, voltem todos os dias à 1 hora da tarde. Vou lhes dizer quando isso acabará.” Nossa Senhora abençoa o povo com um Sinal da Cruz.


QUINTA APARIÇÃO: 10 de dezembro de 1947: Nossa Senhora disse: “Cantem a Ave Maria. Beijem minha mão.” Jacqueline pergunta se ela fará um milagre para que todos acreditem. Ela responde: “Eu não estou aqui para fazer milagres, mas para convidá-los a rezarem pela França.” Nossa Senhora lhe diz um segredo e desaparece.


SEXTA APARIÇÃO: 11 de dezembro de 1947: Nossa Senhora disse: “Cantem a ‘Ave Maria.’ Vocês rezam pelos pecadores? Eu darei alegria às suas famílias. O pároco vai construir a gruta?”


SÉTIMA APARIÇÃO: 12 dezembro de 1947: O Anjo apareceu para as crianças sozinhas. Nossa Senhora tem um halo brilhante atrás de sua cabeça e disse: “Rezem muito pelos pecadores.” Jacqueline pede um milagre novamente e a Senhora respondeu triste: “Eu não estou aqui para fazer milagres, mas para vocês rezarem pela França.”

OITAVA APARIÇÃO: 13 de dezembro de 1947: Jacqueline pergunta por um milagre e Nossa Senhora disse: “Depois. Eu virei amanhã pela última vez.”


NONA E ÚLTIMA APARIÇÃO: 14 de dezembro de 1947: As videntes levam buquês de variadas flores. Jacqueline oferece a Nossa Senhora, mas Ela não pegou. A menina insiste e Nossa Senhora disse: “Eu beijarei, mas eu não quero levá-las. Você as levará.” Jacqueline apresenta quatro buquês para Nossa Senhora beijar e pergunta o que fazer para consolar a Nosso Senhor da dor que lhe causam os pecadores. Nossa Senhora disse: “Vocês devem rezar e fazer sacrifícios.” Jacqueline pede provas de sua presença e Nossa Senhora diz: “Antes de partir, vou enviar um raio brilhante de sol! Digam a multidão para cantar o Magnificat. Vocês rezam pelos pecadores? Rezem uma dezena do Terço com os braços em cruz.” A aparição durou 35 minutos. No final, apesar do escuro, um raio de sol penetra pela janela da igreja escura e ilumina as videntes e seus buquês. Todos os presentes o viram. E Nossa Senhora desapareceu.

O anúncio e a glória da Imaculada em Lourdes


Santa Bernadette, após 20 dias sem ir ver a Bela Dama em Massabielle, sentiu o chamado de Nossa Senhora nas primeiras horas da festa da Anunciação, em 25 de março de 1858. Então foi à gruta.

“Depois dos quinze dias, eu lhe perguntei de novo seu nome, três vezes seguidas. Ela sorria sempre. Por fim ousei uma quarta vez, e foi então que ela, com os dois braços ao longo do corpo [como na Medalha Milagrosa], levantou os olhos ao Céu e depois me disse, juntando as mãos na altura do peito, que ela era a Imaculada Conceição”.

"Eu Sou a Imaculada Conceição!"


“Então eu voltei de novo à casa do senhor pároco, para lhe contar que ela me tinha dito que era a Imaculada Conceição. Ele me perguntou se eu estava bem segura. Respondi que sim, e que para não esquecer essa palavra eu a tinha repetido durante todo o caminho”.

Santa Bernadette não sabia o significado de “Imaculada Conceição”, cujo dogma o Bem-Aventurado Papa Pio IX proclamara poucos anos antes, deixando prostrados os partidários da Revolução e empolgando os devotos de Nossa Senhora no mundo inteiro!

O pároco custou a conter as lágrimas. “Ela quer mesmo a capela”, murmurou Santa Bernadette. A partir desse momento, o sacerdote mudou de atitude.

Fonte: https://lourdes-150-aparicoes.blogspot.com/p/uma-por-uma.html#16092316

Solenidade da Anunciação do Senhor


Assim como há predestinação para os homens, há predestinação também para os dias: os homens predestina-os Deus para a glória; os dias, predestina-os para ser glorificado neles. Hoje, dão-se juntas numa mesma data ambas as predestinações. Neste dia, predestina Deus os homens para a glória, porque este mesmo dia o predestinou para a sua glorificação. Neste mesmo dia, com efeito, quis a divina Providência coincidissem dois mistérios que, espaçados um do outro por 33 anos, não são mais do que o início e a consumação de um só, como se foram os extremos de uma circunferência, que termina no mesmo ponto de que parte. Tudo isto é o que dizem os Santos Padres de duas solenidades à primeira vista tão encontradas: a que hoje celebramos e a que hemos de celebrar em breve, na Sexta-feira Santa. Mas o que tem que ver a Anunciação do Senhor, em que festejamos o início de sua vida na carne, com o dia tristíssimo em que choramos sua Morte na Cruz? É que ambos os mistérios, como se foram a mesma porta pela qual o Filho do Homem entrou e saiu do mundo, quis Deus celebrá-lo no mesmo dia: 25 de março. É o que dizem comumente os Santos Padres, e é o que pode intuir a razão iluminada pela fé, ao compreender a perfeitíssima conveniência de coincidirem a Encarnação e a Morte de Cristo no mesmo dia em que a Terra Santa entra na primavera. Deus, encarnado no ventre de Maria, quis entrar no mundo como a primeira flor da estação, e quis dele sair, pregado no madeiro da cruz, para ver despontar na mesma hora os primeiros botões da nossa salvação. No mesmo dia em que Maria, dando o seu sim, trouxe a nós o Redentor, Cristo, entregando ao Pai o seu espírito, trouxe a nós os frutos da redenção. Maria, fazendo-se escrava dos planos de Deus: “Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a sua palavra” (Lc 1, 38), permitiu que nela se plasmasse o mesmo corpo de que se quis vestir o Filho de Deus para cumprir o mandato do Pai: “Fostes vós que plasmastes as entranhas de meu corpo” (Sl 138, 13), “eis que eu venho […] fazer vossa vontade, meu Deus” (Sl 39, 8). Com não menor providência, pois, intercala a Igreja o tempo da Quaresma com a solenidade da Anunciação. Pondo-nos os olhos hoje no primeiro instante da vida de Cristo, leva-nos a Liturgia a contemplar o instante em que Ele a entregou por nós, para que assim nos recordemos que o da Encarnação, se teve por motivo principal a redenção do gênero humano, forma com o da Paixão um único e mesmo mistério de amor. No seio da Virgem, começou o Senhor a obrar a nossa salvação, e teria bastado uma lágrima sua, um único gemido de fome e frio, para redimir todos os pecados dos homens. Para que víssemos porém o amor de Deus por nós, quis Ele ser levado ao extremo da dor e da injustiça, suportando até o fim todo o peso de nossas culpas: “Como amasse os seus que estavam no mundo, até o fim os amou” (Jo 13, 1). — Que a Virgem Santíssima, que concebeu na primavera da graça a flor bendita de Cristo, nos alcance a graça de termos alinhado o nosso coração com a vontade de Deus, assim como se alinharam os astros neste 25 de março, dia em que Deus, glorificando-se na carne que tomou no ventre e entregou na Cruz, predestinou-nos para a sua glória no Céu.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

terça-feira, 24 de março de 2020

São Gabriel Arcanjo, o anunciador de Deus



A Igreja tradicionalmente devota o dia 24 de Março, véspera da solenidade da Anunciação, à memória de São Gabriel Arcanjo.
O Arcanjo Gabriel é o anunciador, por excelência, das revelações divinas. Seu nome significa “Emissário do Senhor” ou “Deus é meu protetor” ou ainda “Homem de Deus”. O Antigo Testamento já retrata sua presença trazendo boas novas da parte do Altíssimo, explicando a Daniel a visão que este profeta teve (cf. Dn 8, 16ss); depois, o destino favorável ao povo de Israel quando este estava no exílio (cf. Dn 9, 21ss).

No Novo Testamento, é Gabriel quem anuncia ao sacerdote Zacarias que Isabel, sua mulher, daria-lhe um filho profeta: João Batista (cf. Lc 1, 13ss). Coube ainda ao Arcanjo Gabriel proclamar a maior notícia de todos os tempos para nós, seres humanos, a encarnação e o nascimento do Filho de Deus em nosso meio (cf. Lc 1, 26ss), para nos salvar.

Gabriel, conhecedor dos mais profundos mistérios de Deus, foi quem anunciou a Maria que ela era cheia de graça e a escolhida para ser a Mãe do Salvador. Pelas palavras do Arcanjo, Nossa Mãe e Senhora foi entendendo a ação do Espírito Santo nela e, assim, foi se preparando para sua missão. Também foi graças à saudação angélica que temos hoje uma das orações mais difundidas e queridas do catolicismo, a Ave-Maria: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo” (Lc 1,28).
Fonte: Canção Nova


#SãoGabrielArcanjo #Anunciação

segunda-feira, 23 de março de 2020

A Virgem Dolorosa de Castelpetroso


No dia 22 de março se celebra uma belíssima história, a da aparição de Nossa Senhora em Castelpetroso, na Itália, ocorrida no ano 1888. Duas camponesas pertencentes a Pastine, no sul da Itália, foram enviadas para procurar uma ovelha que se perdera. Uma, chamada Fabiana Cecchino, virgem de 35 anos, e a outra Serafina Giovanna Valentino, casada e um pouco mais nova. Em pouco tempo voltaram para casa, chorando, soluçando, tremendo e aterrorizadas. As pessoas naturalmente questionaram a causa de sua emoção. As mulheres relataram que tinham visto uma luz através de algumas rachaduras nas rochas; e quando se aproximaram, viram claramente a imagem de Nossa Senhora das Dores. Ela era uma mulher muito linda, de pele clara, com cabelos despenteados e sangrando das feridas recebidas de sete espadas.

Ninguém prestou muita atenção a essas declarações, que foram consideradas como absurdas, mas outras evidências foram encontradas. Em primeiro lugar, uma criança e, em seguida, um herege declarado deu testemunho de aparições semelhantes. As pessoas começaram a ir à montanha e visitar o lugar das supostas aparições, cerca de 2600 pés de altitude. Alguns afirmaram que viram Nossa Senhora levando em seus braços seu Filho morto. As peregrinações começaram e, dentro de alguns dias, cerca de quatro mil pessoas tinham visitado o local, ou seja, o dobro do número de pessoas que viviam lá. E logo um lugar que geralmente era desconhecido, de repente tornou-se o centro de atração de inúmeras multidões da região vizinha.

Dos que foram, alguns testemunharam que viram a Santíssima Virgem sob a forma conhecida como Nossa Senhora do Monte Carmelo; outros A viram como Nossa Senhora das Graças, outras como Nossa Senhora do Santíssimo Rosário. Mas para a maioria, Ela apareceu como Nossa Senhora dos Dores. Em geral, também estava sozinha, mas algumas vezes foi acompanhada por São Miguel, às vezes por Santo Antônio, às vezes por São Sebastião e às vezes por tropas de anjos. Entre aqueles que testemunharam essas aparições houve um incrédulo bem conhecido, que recebeu a graça de ver Nossa Senhora quatro vezes em meia hora.

Depois de algum tempo, a notícia das ocorrências chegou a Monsenhor Macarone Palmieri, bispo da diocese de Bojano, onde Castelpetroso está localizado. Ele foi convocado para Roma pelos negócios de sua diocese e, enquanto atualizava o Santo Padre sobre o que estava acontecendo em Castelpetroso, acrescentando que ele gostaria que as aparições tivessem sido confirmadas por algum sinal claro. O Papa respondeu perguntando se ele não pensava que as aparições em si eram sinais; e pediu ao bispo que voltasse à sua diocese, visitasse Castelpetroso e relatasse novamente. O bispo fez o que tinha sido mandado pelo Papa. Ele visitou Castelpetroso e viu três vezes Nossa Senhora.

Uma nascente de água apareceu no local da aparição em maio de 1888. Esta água foi usada pelos fiéis da mesma forma que a de Lourdes, e muitos acreditaram piedosamente terem recebidos curas através dela. Temos o relato que Angelo Verna, de seis anos de idade, filho de Fara São Martino e Anna Antonia Tavares, que havia nascido mudo, após ter bebido a água da fonte, começou a falar; e que, imediatamente, o bispo encaminhou os testemunhos jurados de alguns parentes da criança.

Fonte: Blog Coisas de Santos

sexta-feira, 20 de março de 2020

Jesus Cristo, a Face Misericordiosa que dá esperança


No meio de todos os acontecimentos em que o mundo se encontra atualmente, se faz necessário olhar, acima de tudo, para um acontecimento, a Encarnação do Verbo. Deus, em Sua Infinita Misericórdia, enviou Seu Filho Eterno ao mundo, afim de que nEle e por Ele, os pecados da humanidade fossem redimidos. Não há ato mais sublime e demonstrativo do Amor de Deus do que se tornar um de nós e morrer em nosso lugar. O Amor que Deus quis nos mostrar, porém, não é somente um amor sentimental, mas um amor sacrificial, amor esse que pode ser encontrado em toda instância de nossas vidas, até nas privações, que nos fazem valorizar mais a Sua Graça e crescer no caminho rumo ao Céu. Ele nos convida, no presente tempo, a imitá-Lo mais do que nunca, sacrificando-nos por nossos irmãos e por Ele. A Sua Misericórdia nos é revelada nestes tempos, quando obtemos a possibilidade de pararmos e pensarmos, de tomar consciência de nossa realidade e do que importa verdadeiramente, a Vida Eterna e o caminho para chegar até ela. Somos chamados a ser a Face Misericordiosa de Cristo para os irmãos, e só temos essa possibilidade porque Ele nos mostrou sua Benigna Face para nós!

Senhor Jesus, fazei-nos participar de Sua Ação de Misericórdia e tornai-nos verdadeiros "Cristos" para os irmãos, afim de que, semelhantes a Vós, sejamos admitidos em Vossa Divina Presença!

José e Maria, os melhores caminhos para Jesus


São José, o Terror dos Demônios e Santíssima Virgem Maria, a Imaculada. Ambos humilham todo o mal que quer nos afastar do Caminho de Jesus. São o melhor dos remédios dados por Cristo para enfrentarmos e vencermos as insídias do maligno. Eles, melhor do que nenhuma outra criatura, sabem como amar o Divino Filho. Consagremo-nos aos Santos Pais de Nosso Senhor!

Indulgência plenária e possíveis absolvições coletivas por causa da emergência do coronavírus


Diante da emergência do coronavírus, a Igreja oferece a possibilidade de obter a Indulgência plenária para os fiéis enfermos com coronavírus, bem como para os profissionais de saúde, familiares e todos aqueles que, a qualquer título, cuidam deles, até mesmo com a oração. É o que estabelece um Decreto da Penitenciaria Apostólica publicado, nesta sexta-feira (20/03), e assinado pelo penitencieiro-mor, cardeal Mauro Piacenza, e pelo regente do dicastério, mons. Krzysztof Nykiel.

“Além disso, a Penitenciaria”, afirma uma nota que acompanha o Decreto, por causa da “gravidade das circunstâncias atuais”, “sobretudo nos lugares mais afetados pelo contágio pandêmico e até que o fenômeno termine”, recorda a possibilidade de dar “a absolvição coletiva”, ou seja, para vários fiéis juntos, “sem prévia confissão individual”.

Para obter a Indulgência plenária, os doentes de coronavírus, os que estão em quarentena, os profissionais de saúde e familiares que se expõem ao risco de contágio para ajudar quem foi afetado pelo Covid-19, também poderão simplesmente recitar o Credo, o Pai-Nosso e uma oração a Maria.

Os outros poderão escolher entre várias opções: visitar o Santíssimo Sacramento ou a adoração eucarística ou ler as Sagradas Escrituras por pelo menos meia hora, ou rezar o Terço, a Via-Sacra ou o Terço da Divina Misericórdia, pedindo Deus, a cessação da epidemia, o alívio para os doentes e a salvação eterna daqueles a quem o Senhor chamou a si.

A indulgência plenária também pode ser obtida pelos fiéis que, no momento de morte, não tiveram a possibilidade de receber o Sacramento da Unção dos Enfermos e do Viático: neste caso, recomenda-se o uso do crucifixo ou da cruz.

“Quanto à absolvição coletiva”, explica a Penitenciaria, “o sacerdote deve avisar, dentro dos limites possíveis, o bispo diocesano ou, se não puder, informá-lo o mais rápido possível”. “De fato, cabe sempre ao bispo diocesano”, sublinha a nota, “determinar, no território de sua circunscrição eclesiástica e em relação ao nível de contágio pandêmico, os casos de grave necessidade em que é permitido dar absolvição coletiva: por exemplo, na entrada das repartições hospitalares, onde se encontram internados os fiéis contagiados em perigo de morte, utilizando na medida do possível e com as devidas precauções, os meios de amplificação da voz a fim de que a absolvição possa ser ouvida”.

A Penitenciaria também pede para avaliar “a necessidade e a oportunidade de criar, onde for necessário, e de acordo com as autoridades de saúde, grupos de ‘capelães hospitalares extraordinários’, também de forma voluntária e conforme as regras de proteção contra o contágio, para garantir a necessária assistência espiritual aos doentes e agonizantes”.

Além disso, onde “os fiéis se viram na dolorosa impossibilidade de receber a absolvição sacramental, recorda-se que a contrição perfeita, proveniente do amor de Deus amado sobre todas as coisas, manifestada por um sincero pedido de perdão (aquilo que no momento o penitente é capaz de expressar) e acompanhada pelo votum confessionis, ou seja, pela firme resolução de recorrer, o quanto antes, à confissão sacramental, obtém o perdão dos pecados, até mesmo mortais”, conforme indicado pelo Catecismo da Igreja Católica (n° 1452).

“O momento atual vivido por toda a humanidade, ameaçada por uma doença invisível e insidiosa, que há algum tempo entrou com prepotência na vida de todos”, afirma a Penitenciaria, “é marcado dia após dia pelo medo angustiado, novas incertezas e sobretudo pelo sofrimento físico e moral generalizado”. E conclui: “Nunca, como neste tempo a Igreja experimenta a força da comunhão dos santos, eleva votos e orações ao seu Senhor Crucificado e Ressuscitado, em particular o Sacrifício da Santa Missa, celebrado diariamente, mesmo sem o povo, pelos sacerdotes” e como “boa mãe, a Igreja implora ao Senhor para que a humanidade se liberte desse flagelo, invocando a intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Misericórdia e Saúde dos Enfermos, e de seu Esposo São José, sob cuja proteção a Igreja sempre caminha no mundo”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2020-03/indulgencia-plenaria-absolvicao-coletiva-emergencia-coronavirus.html

A humildade e a castidade


“Pela hu­mildade é que se obtém a castidade.” (São Bernardo de Claraval)

É preciso praticar mais a humildade. Segundo Cassiano, quem não é humilde, não pode ser casto. Não é raro que Deus castigue os orgulhosos, permitindo que caiam nalguma falta vergonhosa; tal foi a causa da queda de Davi, como ele próprio confessa: Pequei antes de ser humilhado. É pela humildade que se obtém a castidade, diz São Bernardo. E antes dele tinha dito Santo Agostinho: O guarda da pureza é o amor de Deus; mas é humildade a morada em que este guarda habita. — Segundo São João Clímaco, quem nos combates contra a carne quer vencer somente pela continência, assemelha-se ao náufrago que tentasse salvar-se, nadando com uma só mão. É necessário ajuntar a humildade à continência.

São José, homem humilde e casto, rogai por nós!

Fonte: A Selva, de Santo Afonso Maria de Ligório.

quinta-feira, 19 de março de 2020

José e Maria, pais de Jesus e nossos pais espirituais


São José e a Virgem Maria, em um decreto de Deus, foram designados para serem os pais do Deus Humanado, Jesus Cristo. José segundo a lei, e Maria segundo a carne, por isso suas dignidades excedem aos dos anjos e outros santos. Jesus, querendo ser filho dos dois, quer que sejamos também "adotados" pelos seus santíssimos e boníssimos pais!

Mensagem de Conchita González sobre a situação do mundo!


(Mensagem dada em 19 de março de 2020)

Glenn Hudson, amigo de Conchita:

Perguntei a Conchita se ela teria a gentileza de oferecer algumas palavras de conselho a todos nós nestes tempos preocupantes. Aqui estão as palavras dela:

"Deus está nos separando dos valores materiais deste mundo. No silêncio da Igreja ou em nossa casa, agora podemos fazer um exame de consciência para poder limpar o que nos impede de ouvir claramente a voz de Deus. Com sinceridade podemos pedir a Deus para nos dizer o que Ele quer de nós hoje e continuar fazendo isso todos os dias. E passar o máximo de tempo possível com Deus na igreja ou em algum lugar da sua casa ou onde você encontra o silêncio. Ele é tudo o que precisamos".

(Conchita González, em Long Island - NY)

Quinta-feira, dia do Santíssimo Sacramento



A Igreja reservou a quinta-feira como o dia dedicado ao Santíssimo Sacramento este fato deve-se primeiramente a intuição da eucaristia: É o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus que Ele instituiu na Quinta-feira Santa, na noite em que ia ser entregue, quando celebrava com os seus Apóstolos a Última Ceia.

“Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lhe, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós” (Lc 22, 19-20)

Na Eucaristia está Jesus Cristo de modo verdadeiro, real, substancial: em Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Nela está presente de modo sacramental, ou seja, sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho, Cristo todo inteiro: Deus e homem. Os cristãos creram desde os primórdios na presença real de Jesus na Eucaristia.

A devoção ao Santíssimo Sacramento começou a aumentar com a festa de Corpus Christi

No final do século XIII surgiu em Liège, Bélgica, um Movimento Eucarístico cujo centro foi a Abadia de Cornillon fundada em 1124 pelo Bispo Albero de Lieja. Este movimento deu origem a vários costumes eucarísticos, como por exemplo, a exposição e bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos durante a elevação na Missa e a festa do Corpus Christi.

Santa Juliana de Mont Cornillon, priora da Abadia, foi escolhida, por Deus para criar esta Festa. A santa desde jovem teve uma grande veneração ao Santíssimo Sacramento. Esperava que algum dia tivesse uma festa especial ao Sacramento da Eucaristia. Este desejo, conforme a tradição foi intensificada por uma visão que teve da Igreja sob a aparência de lua cheia com uma mancha negra, que significava a ausência dessa solenidade. Juliana comunicou esta imagem a Dom Roberto de Thorete, bispo de Lieja, também ao doutor Dominico Hugh, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos e Jacques Pantaleón, mais tarde o Papa Urbano IV. A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264, 6 anos após a morte de irmã Juliana em 1258, com 66 anos. Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII.

Dom Roberto não viveu para ver a realização de sua ordem, já que morreu em 16 de outubro de 1246, mas a festa foi celebrada pela primeira vez no ano seguinte, na quinta-feira após à festa da Santíssima Trindade. Então a igreja recomenda que toda quinta feira a devoção ao santíssimo Sacramento; Do sacrário ele nos chama continuamente: “ vinde a mim vós todos que estais cansados e eu vos aliviarei” (Mt 11,28) Uma das nossas maiores ingratidões para com Jesus é o abandono em que o deixamos em muitos dos nossos sacrários. A igreja o chama de “prisioneiros dos sacrários”. Há dois mil anos Ele está ali, “Eis que estarei convosco todos os dias até o fim do mundo “ (Mt 28,20)

Na Encíclica “Ecclesia de Eucaristia”, o Papa João Paulo II chamou a atenção para a falta de adoração eucarística: “ De fato, há lugares onde se verifica um abandono quase completo do culto de adoração eucarística” (n.10) Diante do Senhor exposto no santíssimo Sacramento podemos repetir muitas vezes aquela oração reparadora que o anjo, em pessoa ensinou as crianças em Fatima, nas aparições de nossa senhora, em 1917: “Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não vos amam! ” “Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E, pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores. ”

Solenidade de São José


É com especialíssima providência que nos concede Deus, em um ano de tantas tribulações para o mundo inteiro, assolado por castigos com que prostra a divina justiça a soberba humana ao mesmo tempo que nos procura a misericórdia do Pai o remédio de nossas culpas, as glórias nunca assaz louvadas de São José, proclamado há 150 anos padroeiro da Igreja universal. Embora sejam inumeráveis as virtudes, títulos e invocações sob as quais possamos penetrar sempre mais fundo no mistério desta santidade singular, quiséramos centrar-nos hoje naquela mercê, superior a todas as outras, que constitui a razão de ser de Sào José e o motivo fundamental de o venerar a Igreja como o primeiro dos santos e o seu mais poderoso intercessor. Referimo-nos, obviamente, à missão que desde a eternidade lhe foi destinada e em função da qual recebeu o santo Patriarca todas as virtudes que nele admiramos: a piedade, a virgindade, a prudência e a fidelidade. E que missão será esta senão a de ser esposo da Mãe de Deus e pai adotivo do Filho encarnado? Foi para isto, com efeito, que em seus eternos conselhos o predestinou a Santíssima Trindade; foi para chefe da Sagrada Família que o pensou o Pai de toda paternidade; foi para seu zelosísismo custódio, em preferência a todos os justos, que o plasmou o Verbo divino e para castíssimo guardião da Virgem imaculada que o santificou o Espírito Santo. É de fato tão estreito o vínculo que nos planos divinos une São José a Cristo e Nossa Senhora que podemos dizer que, no mesmo decreto com que Deus determinou regenerar a humanidade pela Encarnação de seu Filho, estava incluída não só a Virgem bendita como aquela de quem o Verbo tomaria a carne, mas também o próprio São José. Porque no mesmo ato de vontade com que quis Deus dar ao homem o remédio da salvação pelo Sangue de Cristo, quis que a mulher de quem Ele nasceria estivera unida em sagrado matrimônio a um justo preparado para tão alta missão: “O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, uma virgem desposada com um homem que se chamava José” (Lc 1, 27). Eis por que afirmam muitos teólogos que São José pertence não apenas à ordem da graça, na qual se encontram os demais santos, mas à ordem da união hipostática, se bem que de uma maneira extrínseca, moral e mediata, inferior à que corresponde à Virgem Maria. São José, com efeito, não cooperou fisicamente para a Encarnação do Verbo, e é por isso que a sua dignidade e o culto que se lhe deve são inferiores à dignidade e ao culto devido à Mãe de Deus. No entanto, apesar de a participação de José na ordem hipostática circunscrever-se à esfera das causas morais, enquanto guardião da honra e virgindade de Maria e custódio do Menino Jesus, nem por isso é menos verdadeira, no que respeita aos direitos conjugais e à autoridade moral, a sua condição de pai, conforme atesta a Escritura: “Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam” (Lc 2, 33), e reconhece a própria Virgem Santíssima: “Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura” (Lc 2, 48). Assim pois como Maria, Mãe da Cabeça que é Cristo, pode dizer-se, e de fato o é, Mãe da Igreja, assim também José, pai adotivo e virginal de Cristo, pode dizer-se, e de fato o é, pai espiritual de toda a Igreja Católica, triunfante, padecente e militante. É com o coração posto em tamanho mistério, é com o espírito reconfortado por ter nele um pai e protetor providentíssimo, que devemos invocar o socorro e o patrocínio de São José, para que nos livre dos males destes tempos tristissimos, se Deus assim for servido, e nos alcance aquela paz e saúde que o mundo mostra-se sempre incapaz de dar. — São José, protetor da santa Igreja, rogai por nós!

Fonte: Padre Paulo Ricardo

As aparições de São José



No dia 7 de junho de 1660, um jovem pastor de Cotignac, Gaspar Ricard, conduzia a sua manada sobre a vertente de Bessillon, quando de repente é surpreendido por um homem imponente que num breve movimento disse :

“Sou José, retire a pedra e beberás.”

Assustado, Gaspar olhou para a pedra que era muito pesada, precisaria de oito homens para levantá-la. O pastor obedece e descobre uma fonte de água fresca que começa a fluir. Imediatamente bebe da água e, em seguida, volta a aldeia para dar a notícia. O acontecimento chama a atenção de todos, pois ocorre num local em que todos sabem ser desprovido água. São José é posto em destaque na Igreja e na França.

Nada mais simples e pobre que este aparecimento… como no Evangelho”, comenta o Bispo Gilles Barthe, na sua carta pastoral do 14 de Fevereiro de 1971. A água é o sinal, tão essencial na nossa fé, da nossa transformação e da vida nova. Aqui é posto em destaque o papel de intercessão de São José. No plano eterno da Providência divina, Deus quer ver José unido à Maria na oração e no coração dos cristãos, especialmente na vida das famílias.

Após o reconhecimento pelas autoridades da Igreja, o conselho municipal aprova a construção de uma fonte no local da aparição onde, logo em seguida, foi construída uma capela. Em 1663, por intercessão do Bispo de Fréjus, o lugar é transformado num Santuário consagrado a São José. A partir de 1661 multidões começaram a visitar o local, tendo suas graças alcançadas. Sua festa foi instituída no dia 19 de março, por Luis XIV. Festejado em todas as dioceses da França, em 1871 foi proclamado Protetor Universal da Igreja.

São José apareceu em outras ocasiões através da história.

Em 21 de agosto de 1879 a Virgem Maria aparece  no povoado irlandês de Knock. À sua direita estava São José e à sua esquerda São João Evangelista. Estas aparições foram aprovadas pela Igreja e o Santuário de Knock é atualmente o Santuário Mariano Nacional de Irlanda.

Em Fátima, no dia 13 de outubro de 1917, Lúcia diz para a multidão olhar para o sol, levada por um movimento interior que a isso a impeliu. "Desaparecida Nossa Senhora, na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, São José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul. Era a Sagrada Família".

São José com o Menino pareciam abençoar o Mundo com uns gestos que faziam com a mão em forma de cruz.

Em Garabandal na Espanha, em 1961, Nossa Senhora disse às visionárias que São José é "o maior de todos os santos do Céu".

Fonte: http://santaedwigesbrasil.blogspot.com/2013/02/aparicao-de-sao-jose-na-franca-jose.html?m=1

São José, exemplo de amor à Jesus e Maria



Iacob autem genuit Ioseph, virum Mariae, de qua natus est Iesus – “Jacó gerou a José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus” (Mt 1, 16)

A longa familiaridade de pessoas amantes faz muitas vezes resfriar o amor, porque, quanto mais tratam uns com outros, tanto mais conhecem os defeitos mútuos. Mas não foi assim com São José. Quanto mais convivia com o divino Redentor e com a Santíssima Virgem, tanto mais chegou a conhecer-lhes a santidade. Concluamos disso quanto devia amar aqueles queridos penhores de seu coração, gozando tão longos anos a sua companhia. Roguemos ao santo Patriarca, que nos comunique uma parte de seu amor a Jesus e Maria; e ao mesmo tempo esforcemo-nos por imitá-lo, pela consideração de suas grandezas.

I. Considera em primeiro lugar o amor que José teve a Jesus. Já que Deus destinou o Santo a servir de pai ao Verbo humanado, com certeza infundiu-lhe no coração um amor de pai, e de pai de um filho tão amável, e que ao mesmo tempo era Deus. O amor de José não foi, portanto, um amor puramente humano, como o dos outros pais, mas um amor sobre-humano, visto que na mesma pessoa via seu Filho e seu Deus.

Bem sabia José, pela certa revelação divina recebida do Anjo, que o Menino, que via continuamente em sua companhia, era o Verbo divino, feito homem por amor dos homens, mas especialmente dele. Sabia que o Verbo mesmo o havia escolhido entre todos para guarda de sua vida que queria ser chamado seu Filho. Considera, de que incêndio de amor não devia estar abrasado o coração de José, ao considerar tudo isso e ao ver seu Senhor, que lhe servia como oficial, ora abrindo e fechando a loja, ora ajudando-o a serrar a madeira, ora manejando a plaina ou o machado, ora ajuntando os cavacos e varrendo a casa; numa palavra, que lhe obedecia em tudo que lhe mandava, e não fazia nada sem o consentimento daquele que considerava como seu pai.

Que afetos não deviam ser despertados no coração de José, quando o tinha nos braços, o acariciava, ou recebia as carícias daquele doce Menino! Quando escutava as palavras de vida eterna, que foram como outras tantas setas a ferirem-lhe o coração! Especialmente quando observava os santos exemplos de todas as virtudes que o divino Menino lhe dava! — A longa convivência de pessoas que se amam mutuamente, muitas vezes resfria o amor; porque, quanto mais convivem, tanto mais descobrem mutuamente os defeitos. Não foi assim com São José: quanto mais convivia com Jesus, tanto mais lhe descobria a santidade. Conclui disso, quanto deve ter amado a Jesus, cuja companhia gozou, na opinião dos autores, pelo espaço de vinte e cinco ou trinta anos!

II. Considera em segundo lugar o amor que São José teve à sua santa Esposa. Era ela a mais perfeita entre todas as mulheres, a mais humilde, a mais mansa, a mais pura, a mais obediente e a mais amante de Deus, como nunca houve nem haverá outra entre todos os homens e anjos. Era, pois, merecedora de todo o amor de José, que era tão amante da virtude. Acrescenta a isso o amor com que se via amado por Maria, que certamente preferia no amor seu Esposo a todas as criaturas. José considerava-a como a predileta de Deus, escolhida para ser Mãe do Filho unigênito. Considera quão grande devia, por todos estes títulos, ser o afeto que o coração justo e grato de José devia nutrir para com a sua Esposa amabilíssima.

Meu santo Patriarca, alegro-me com vossa ventura e grandeza, por serdes julgado digno da convivência com Maria Santíssima e de governar como pai a Jesus e de vos fazer obedecer por aquele a quem o céu e a terra obedecem. Ó meu Santo, visto como um Deus vos quis servir, também eu quero pôr-me no número de vossos servos. De hoje em diante quero servir-vos, honrar-vos e amar-vos como a meu senhor. Aceitai-me debaixo de vosso patrocínio e ordenai-me o que quiserdes. Sei que tudo que me queirais impor será para meu bem e para glória de meu e vosso Redentor. São José, rogai a Jesus por mim. Ele certamente não vos negará nada, depois de ter obedecido na terra a todas as vossas vontades. Dizei-Lhe que me perdoe as ofensas que Lhe tenho feito. Dizei-Lhe que me desprenda das criaturas e de mim mesmo, que me abrase em seu amor e depois faça de mim conforme a sua vontade. — E vós, ó Maria Santíssima, pelo amor que vos teve São José, acolhei-me debaixo do vosso manto e rogai a vosso santo Esposo que me aceite como seu servo.

Meu querido Jesus, Vós que para pagar as minhas desobediências, quisestes humilhar-Vos e obedecer a um homem, suplico-Vos pela obediência que na terra mostrastes a São José, concedei-me a graça de obedecer de hoje por diante a todos os vossos divinos desejos. Pelo amor que tivestes a José e pelo que ele Vos teve, dai-me um grande amor a Vós, bondade infinita, digna de ser amada de todo o coração. Esquecei as injúrias que Vos fiz e tende piedade de mim. Amo-Vos, Jesus, meu amor, amo-Vos, meu Deus, e quero amar-Vos sempre.

Fonte: Rumo à Santidade

quarta-feira, 18 de março de 2020

O mundo em Quaresma


A Quaresma deste ano está impondo de maneira mais determinante a prática de renúncias e orações. Não somente os católicos estão vivendo assim mas boa parte do mundo. Estamos sendo privados de realizarmos nossas atividades, sairmos, comermos além do normal. Mortificamos nossa vontade. Deus está permitindo que fiquemos sem alguns consolos dessa vida e sem algumas consolações de sua parte. Santas Missas públicas estão deixando de ser realizadas, santuários marianos como Fátima e Lourdes, onde tem as águas milagrosas de Nossa Senhora, estão fechados. Além disso, a Mãe de Deus nos privará de sua presença e suas palavras maternais nos dias 2 de cada mês à Mirjana Soldo, de Medjugorje. Todos esses "nãos" e silêncios divinos não devem nos causar pânico, mas aumentar nossa fé e confiança em meio às tribulações e contrariedades. Um bom pai e uma boa mãe não demonstram amor somente dando consolações e carinhos, mas também privando seus filhos deles, afim de que cresçam e aprendam com seus erros. E não existem melhor pai e mãe que Deus e Nossa Senhora! A santificação passa pela provação. Que saibamos ouvir e perceber o que o Senhor deseja nos dizer e valorizar os momentos em que Deus demonstra Sua Divina Misericórdia.

Medjugorje: Nossa Senhora anuncia o fim das aparições mensais à Mirjana


A Virgem Maria apareceu no dia 18 de março de 2020, como de costume, à Mirjana. A Mãe de Deus prometeu para a visionária que lhe apareceria anualmente sempre na mesma data, a qual coincide com o aniversário de Mirjana. A mensagem dada por Nossa Senhora foi a seguinte:

“Queridos filhos, O Meu Filho como Deus sempre viu além do tempo. Como Sua Mãe, Eu, através dEle, vejo no tempo. Vejo coisas belas e tristes. Mas vejo que existe ainda amor e que Ele deve ser encontrado. Filhos Meus, vocês não podem ser felizes se não amarem, se não tiverem amor em cada situação e em cada momento de suas vidas. E Eu, como Mãe, venho até vocês por amor. Deixem que os ajude a reconhecer o verdadeiro amor para conhecerem o Meu Filho. Eis porque os convido que anseiem sempre mais e mais pelo amor, fé e esperança. A única fonte da qual vocês podem beber é da confiança em Deus, Meu Filho. Filhos Meus, nos momentos de inquietude e renúncia, procurem somente o rosto de Meu Filho. Para vocês, somente vivam as Suas Mensagens e não tenham medo. Rezem e amem com sentimentos honestos, boas ações e ajudem o mundo a mudar e ao Meu Coração Triunfar. Obrigada meus filhos.”

Essa aparição, porém, foi marcada por dois fatores que a diferenciaram de outras aparições anuais para Mirjana. O primeiro é o fato da aparição ser na casa da visionária, com a presença apenas de seus familiares. O segundo acontecimento extraordinário, é o fato da Virgem Santíssima, após dar sua mensagem, anunciar que deixará de aparecer mensalmente à Mirjana Soldo, no dia 2 de cada mês. Nossa Senhora começou a aparecer nos dias 2 para a visionária em 2 de agosto de 1987 (2 de agosto aliás é um dia significativo para Medjugorje, segundo Mirjana), com essas aparições mensais tornando-se públicas em 2 de fevereiro de 1997. A Mãe de Deus aparecia em cada segundo dia do mês para rezar com Mirjana pelos que não creem em Deus, chamados por Nossa Senhora de "aqueles que não conhecem o Amor de Deus". A informação do cessamento das aparições mensais à Mirjana foi confirmada, porém, até o momento não há maiores informações. Apenas devemos rezar e confiar em Jesus e Maria, que tiveram um grande carinho por Mirjana, não deixando que a mesma fosse exposta em sua tristeza quando recebeu a notícia. Rezemos.

Medjugorje e o dia 18 de Março


Todo ano, em 18 de março, Nossa Senhora aparece para Mirjana Soldo. A Virgem Maria prometeu à ela que lhe apareceria nesse mesmo dia até o fim de sua vida. Sobre a data, a qual coincide com o aniversário da visionária, Mirjana diz:

"Nossa Senhora me disse muitas coisas que eu não posso revelar. Eu sei o que o futuro aguarda, mas eu vejo indicações que os acontecimentos já estão em movimento”. Mirjana foi bem clara sobre a importância do 18 de março. Ela disse: “Somente quando os acontecimentos que estão contidos nos segredos começarem a acontecer o mundo entenderá o porque Nossa Senhora escolheu o 18 de março. O significado desta data estará claro, e estará claro o porquê do dia 2 de cada mês [aparição mensal], o porquê das quartas e sextas serem dias de jejum. Tudo será esclarecido.”

Fonte: Medjugorje Brasil

A devoção aos Corações de Jesus e Maria


Em suas aparições, a Virgem Maria indicou-nos a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao seu Imaculado Coração como remédios para os males de nosso tempo. Em 1917, no local conhecido como Cova da Iria, na cidade de Fátima, em Portugal, Nossa Senhora apareceu aos três pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta, de Maio a Outubro, sob o título de Nossa Senhora do Rosário. Este título está relacionado com seus insistentes pedidos para que rezemos diariamente o Terço e, se possível, o Rosário. Além disso, Nossa Senhora pediu que fizéssemos penitências e sacrifícios pela salvação das almas dos pecadores. Nesses pedidos, não havia nenhuma novidade se os compararmos com os de outras aparições. Até que, a Virgem de Fátima pediu a devoção ao seu Imaculado Coração para conter o crescimento do Comunismo em todo o mundo.

Quase duas décadas depois, a Santíssima Virgem apareceu, no dia 6 de agosto de 1936, a duas meninas: Maria da Luz e Maria da Conceição, no Sítio da Guarda, situado no distrito de Cimbres, na cidade de Pesqueira, no estado de Pernambuco. Nessas aparições, sob o título de Nossa Senhora das Graças, a Virgem Maria revelou às duas meninas os perigos do Comunismo, que estava por vir ao Brasil, se o povo não fizesse oração e penitência. Novamente, Nossa Senhora pediu a oração do Terço, penitências e sacrifícios. Mas, diferente da sua aparição em Fátima, pediu a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Ademais, fez ainda outro pedido, que provavelmente é o ponto mais importante para a eficácia de nossas súplicas a Deus.

Jesus Cristo e a Virgem Maria: um só Coração e devoção

Santa Margarida Maria de Alacoque compreendeu tão bem a íntima ligação entre as devoções aos Corações de Jesus e de Maria que considerava as duas como uma só devoção. Por isso, ela tinha o hábito de rezar esta jaculatória: “Divino Coração de Jesus eu Vos adoro e Vos amo do modo como viveis no Coração de Maria e Vos peço que vivais e reineis em todos os corações”. Outros grandes santos, devotos do Sagrado Coração de Jesus, como Santa Brígida, São Francisco de Sales e São João Eudes, referiam-se ao Coração de Jesus e de Maria, no singular, para evidenciar a perfeita união de sentimentos e disposições entre os Sagrados Corações. Este vínculo entre os Corações da Mãe e do Filho também se faz presente no lema “Per Mariam ad Cor Iesu” (Por Maria ao Coração de Jesus), dos Missionários do Sagrado Coração e das Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração.

Nas aparições de Fátima, no dia 13 de junho de 1917, a Virgem Maria disse à pequena Lúcia: “Jesus quer estabelecer no mundo a devoção do meu Imaculado Coração”. Depois de ouvir estas palavras, os três pastorinhos viram a Virgem Santíssima com o coração na mão, cercado de espinhos. Eles compreenderam que aquele era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que necessitava de reparação. Mas, somente sete anos depois, no dia 10 de dezembro de 1925, em Pontevedra, na Espanha, Nossa Senhora revelou a Irmã Lúcia a devoção reparadora dos Cinco Primeiros Sábados.

Em Portugal, foi Jesus que pediu, através da Virgem Maria, a devoção ao Imaculado Coração. No Brasil, Nossa Senhora que indicou-nos a devoção ao Sagrado Coração de seu Filho. Dessa forma, compreendemos que o Coração de Jesus nos leva ao Coração de Maria e o Imaculado Coração nos leva ao Sagrado Coração. Os Sagrados Corações de Jesus e de Maria estão tão intimamente unidos que podemos falar de um só Coração. Por isso, ao ser questionada a respeito de quais as devoções que deveríamos praticar para afastar os males que estavam por vir, a Virgem Maria responde: “Ao coração de Jesus e a mim”. Perguntaram-lhe se não bastava uma das devoções, mas Nossa Senhora respondeu categoricamente que não. Ao contrário, ela insistiu que praticássemos as duas. Além disso, pediu que propagássemos estas devoções. É de importância extrema que façamos o possível para reparar o Coração de Jesus nas nove primeiras sextas-feiras do mês e o Coração de Maria nos cinco primeiros sábados do mês.

Fonte: Todo de Maria

Quarta-feira, dia de São José


A confirmação da prática da devoção a São José nas quartas-feiras se consolidou, sobretudo pelos incentivos dos papas, como por exemplo, do papa Inocêncio XII que em 1695 concedia indulgências aos membros da Confraria de São José que visitassem na quarta-feira a igreja dos carmelitanos descalços em Bruxelas. Já o papa Bento XIV concedia aos carmelitas descalços da Catalunha em 1745, a permissão de celebrar uma missa solene de São José toda quarta-feira do ano. Da mesma maneira o papa Clemente XIV autorizava aos mesmos religiosos celebrar uma segunda missa solene aos fiéis no mesmo dia. O papa Pio VII, em 1819, concedia indulgência para todas as quartas-feiras do ano a quem rezasse nestes dias as Dores e Alegrias de São José. No dia 5 de julho de 1883, o papa Leão XIII confirmava a quarta-feira como dia de São José em toda a Igreja com missa votiva correspondente. O papa Bento XV por ocasião do cinquentenário da proclamação de São José como Patrono da Igreja Universal enfatizava a importância da consagração de todas as quartas-feiras e dos dias do mês de março consagrados a São José.

Fonte: https://www.google.com/amp/s/templariodemaria.com.br/quarta-feira-dia-dedicado-a-sao-jose/

domingo, 1 de março de 2020

Março, mês de São José


O homem a quem o próprio Deus chamou de “pai”; um santo venerado pelos santos

A Igreja presta a São José um culto de protodulia, ou seja, uma veneração dedicada àquele que ocupa o primeiro lugar na lista dos santos. E certamente não é para menos quando se trata de honrar o homem que foi escolhido por Deus para nada menos do que ser chamado de “papai” pelo próprio Deus feito carne!

Todos os anos, no dia 19 de março, os sacerdotes trocam os paramentos roxos da Quaresma pelo branco da festa a fim de celebrar um dos máximos santos de todos os tempos. É um dos dois dias especialmente dedicados a São José. O outro é 1º de maio, quando o santo carpinteiro é celebrado justamente como padroeiro dos trabalhadores. Além do dia 19, o mês inteiro de março é especialmente dedicado a honrar o esposo e pai São José.

Santo venerado por santos

Embora tenha cumprido no silêncio e na sublime humildade a sua missão de esposo e protetor de Nossa Senhora e de pai adotivo e guardião terreno de Jesus, São José teve a sua grandiosidade reconhecida por todos os santos, pelos papas e pelo próprio Jesus, que, numa aparição a Santa Margarida de Cortona, declarou:

“Filha, se desejas fazer-me algo agradável, rogo-te que não deixes passar um dia sem render algum tributo de louvor e bênção ao meu pai adotivo, São José, que me é caríssimo”.

Santo Afonso Maria de Ligório afirmou que Deus concedeu a São José todos os dons que concedeu a todos os outros santos juntos.

São Francisco de Sales, doutor da Igreja, escreveu:

“São José ultrapassou, na pureza, os anjos da mais alta hierarquia”.

São Jerônimo, também doutor da Igreja e tradutor oficial da Bíblia, registrou:

“José mereceu o nome de Justo porque possuía, de modo perfeito, todas as virtudes”.

São Bernardo, uma das maiores eminências da história da Igreja, declarou:

“De sua vocação, considerai a multiplicidade, a excelência, a sublimidade dos dons sobrenaturais com que foi enriquecido por Deus”.

E um dos mais extraordinários testemunhos sobre São José foi escrito por uma das mais extraordinárias mulheres santas da longa e riquíssima história do cristianismo: a doutora da Igreja Santa Teresa de Ávila, uma das máximas devotas do santo pai adotivo de Jesus Cristo. Em sua autobiografia “Livro da Vida”, ela deixou escrito:

“Tomei por advogado e senhor o glorioso São José e muito me encomendei a ele. Claramente, vi que dessa necessidade, como de outras maiores referentes à honra e à perda da alma, esse pai e senhor meu salvou-me com maior lucro do que eu lhe sabia pedir. Não me recordo de lhe haver, até agora, suplicado graça que tenha deixado de obter. Coisa admirável são os grandes favores que Deus me tem feito por intermédio desse bem-aventurado santo, e os perigos de que me tem livrado, tanto do corpo como da alma. A outros santos parece o Senhor ter dado graça para socorrer numa determinada necessidade. Ao glorioso São José tenho experiência de que socorre em todas. O Senhor quer dar a entender com isso como lhe foi submisso na terra, onde São José, como pai adotivo, o podia mandar, assim no céu atende a todos os seus pedidos. Por experiência, o mesmo viram outras pessoas a quem eu aconselhava encomendar-se a ele. A todos quisera persuadir que fossem devotos desse glorioso santo, pela experiência que tenho de quantos bens alcança de Deus. De alguns anos para cá, no dia de sua festa, sempre lhe peço algum favor especial. Nunca deixei de ser atendida”.

Fonte: Aleteia