Celebramos hoje a memória de Nossa Senhora das Graças, que apareceu em 1830, na França, a Santa Catarina Labouré, a quem confiou a missão de cunhar e divulgar a Medalha Milagrosa. A mensagem dessa aparição mariana pode ser compreendida à luz das leituras desta Missa votiva. No capítulo 12 do Apocalipse, o Apóstolo S. João vê no céu um grande sinal: uma Mulher vestida de sol, que luta com a antiga serpente, um enorme dragão cor de fogo. Na visão de Santa Catarina, por sua vez, Nossa Senhora aparece resplandecente, tendo sob os pés uma serpente, símbolo do demônio, e um globo terrestre, símbolo da mundanidade, vencida por sua pureza sem igual. Das mãos de Nossa Senhora saem ainda raios luminosos, que representam as inúmeras graças que, por sua intercessão, ela quer derramar sobre os seus filhos. Vemos claramente esse papel mediador da Virgem Santíssima na cena que nos retrata hoje o Evangelho. Ali, em Caná da Galiléia, Maria como que se “adianta” a Jesus, refere-lhe as necessidades dos anfitriões e consegue de seu Filho a realização do primeiro milagre: a conversão da água em vinho. Assim também, na vida de cada um de nós, ela muitas vezes se adianta às nossas necessidades e alcança de Cristo as graças de que precisamos. No entanto, faz parte dos desígnios de Deus que nós, chamados a participar livremente de suas obras, também peçamos a Ele, por intermédio de Maria, os auxílios que nos são necessários, não só quanto ao corpo, mas sobretudo quanto à alma. Ainda que não saibamos o que realmente nos convém, tenhamos a confiança de que Maria, sim, o sabe e está sempre pronta a pedi-lo ao seu Filho, que, encantado diante da beleza com que Ele mesmo a ornou, por certo não irá negar-lhe um único pedido. Recorramos, pois, confiadamente à intercessão de Maria Santíssima, medianeira de todas as graças, porque, se por meio dela quis vir ao mundo o nosso Salvador, também por meio dela irá conceder-nos tudo quanto nos for conveniente para a nossa salvação e santificação.
Oração. — “Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades. Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre como verdadeiros cristãos. Amém”. Rezar três Ave-Marias e, no final, a seguinte jaculatória: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”.
Fonte: Padre Paulo Ricardo
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