A Igreja se alegra hoje ao celebrar a memória de um de seus maiores Doutores, Santo Afonso Maria de Ligório, cuja inteligência e destreza em matérias jurídicas tanto serviram para fazer avançar no século XVIII a ciência moral e a prática dos confessores. Advogado de exímia formação, Santo Afonso decidiu abandonar a carreira após oito anos sem perder uma só causa e, discernindo a fundo sua verdadeira vocação, consagrar-se inteiramente a Deus como irmão oratoriano. Sua experiência pastoral no confessionário, aliada às habilidades que adquirira como advogado, ajudaram-no a desenvolver um sistema de teologia moral que, mantendo-se fiel ao espírito do Evangelho e à prática da Igreja, tem a vantagem de evitar tanto o rigorismo, que por zelo excessivo negava a absolvição sacramental a quem estava em condições de recebê-la, quanto o laxismo, que por falta de firmeza e caridade “absolvia” quem não estava disposto a sair do pecado. Sua obra Teologia Moral, como uma lâmpada sobre o candeeiro, é ainda hoje um monumento inigualável que, ilustrando a Igreja inteira, deveria ser lido por todos os que têm o dever de guiar as almas e abrir-lhes, pelo sacramento da Penitência, os tesouros da misericórdia divina. Que Santo Afonso Maria de Ligório, por cujos escritos foram dissipados tantos erros e esclarecidas tantas dúvidas, interceda de modo particular pelos nossos confessores, dos quais o Senhor quer se servir como ministros do seu perdão.
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