Celebramos hoje a festa de São Marcos, evangelista e ajudante de São Pedro, príncipe dos Apóstolos, a quem serviu de tradutor e intérprete em língua grega e cuja pregação entre os gentios, sobretudo os de Roma, constitui a matéria do segundo Evangelho canônico. De fato, sabemos por inúmeros testemunhos antigos (cf., por exemplo, Eusébio de Cesaréia, Hist. Eccl. II, 15; III, 39) que Marcos, a quem os escritos dos Novo Testamento aludem também com o nome de João (cf. At 12, 12.25; 13, 5.13; 15, 37ss), foi discípulo e companheiro apostólico de Pedro (cf. 1Pd 5, 13), cujas palavras e sermões, referentes à doutrina e à vida de Cristo, pôs diligentemente por escrito. Nisto se destaca uma das tantas virtudes em razão das quais a Igreja o venera e propõe à imitação dos fiéis, a saber: sua fidelidade à fé apostólica. Fidelidade essa, no entanto, em que ele — como todos os outros santos — teve de amadurecer e ser provado. Uma antiga tradição, com efeito, identifica-o com o jovem coberto de pano de linho a que ele mesmo se refere em seu Evangelho, ao narrar a prisão de Jesus (cf. Mc 14, 51). Aquele medroso adolescente, que fugiu tão logo prenderam o Senhor, venceu pouco a pouco, com a ajuda da graça, seus temores e receios humanos, até o ponto de tornar-se secretário do primeiro Papa e, já ancião e maduro na fé, patriarca da igreja de Alexandria (cf. Eusébio de Cesaréia, Hist. Eccl. II, 16; S. Jerônimo, De vir. ill., 8), onde selou com o próprio sangue sua fidelidade a Cristo, nosso Salvador. Que São Marcos, do alto de sua cátedra no céu, interceda a favor de toda a Santa Igreja Católica, Apostólica e Romana, assistindo-a com seu patrocínio e enriquecendo-a ainda hoje com os frutos de sua pregação.
Fonte: Padre Paulo Ricardo
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