sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

São João Bosco e a sua relação com Brasília


“Entre os graus 15 e 20 havia uma enseada bastante longa e bastante larga, que partia de um ponto onde se formava um lago. Disse então uma voz repetidamente: - Quando se vierem a escavar as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a terra prometida, de onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível.”

Tais palavras são consideradas por muitos como uma profecia da construção de Brasília. São o relato de um sonho de São João Bosco. Elas aparecem no livro “Memórias Biográficas de São João Bosco”, escrito por seu assistente, padre Lemoyne.


     Em agosto de 1883, Dom Bosco, sonhou que fazia uma viagem à América do Sul – continente que jamais visitou. No sonho, ele passou por várias terras entre a Colômbia e o sul da Argentina, vislumbrando povos e riquezas. Ao chegar à região entre os paralelos 15° e 20°, viu um local especial, onde, nas palavras de um anjo que o acompanhava em sua visão, apareceria “a terra prometida” e que seria “uma riqueza inconcebível”.

     Setenta e sete anos depois do sonho, era inaugurada no Planalto Central brasileiro a cidade de Brasília, exatamente dentro do intervalo de coordenadas geográficas mencionado na visão de Dom Bosco e emoldurada pelo Lago Paranoá. A vinculação com o sonho do santo existiu desde o começo da construção da capital, porque muitos dos que trabalharam na construção da capital eram ex-alunos salesianos, e sabiam desse sonho-profecia.

     Assim, a primeira obra de alvenaria a ser erguida na capital foi a Ermida Dom Bosco, uma pequena capela em forma piramidal, projetada por Oscar Niemeyer e localizada às margens do Lago Paranoá. Foi construída em 1957 como uma homenagem ao santo – mais tarde feito padroeiro de Brasília ao lado de Nossa Senhora Aparecida – e como um pedido para que ele abençoasse a nova cidade. Além disso, a congregação fundada por São João Bosco, a dos Salesianos, desde 1956 se fez presente acampamentos dos trabalhadores – foi a primeira ordem religiosa a chegar ao Distrito Federal.

Fonte: http://www.paroquiadombosco.org.br/lermais_materias.php?cd_materias=668&friurl=-Dom-Bosco-profetizou-a-construcao-de-Brasilia-no-seculo-19-

sábado, 25 de janeiro de 2020

São Paulo Apóstolo e Santo Agostinho, onde abundou o pecado superabundou a graça!


"Mas onde abundou o pecado, superabundou a graça. Assim como o pecado reinou para a morte, assim também a graça reinaria pela justiça para a vida eterna, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor." (Rm 5, 20-21)

São Paulo e Santo Agostinho, dois homens que cometiam muitos pecados e que foram transformados pela Graça de Deus! O Senhor os usou para transformar a Igreja e o mundo... Poucos santos foram tão influentes! Eles são a prova de que Deus tira um bem maior de todo o mal e de todo pecado cometido! Esses dois santos nos dão esperança e a certeza de que Jesus nos fortalece mesmo sendo pecadores.

Sábado, dia de Nossa Senhora


Segundo a tradição, a Igreja tem por costume dedicar o Sábado a Nossa Senhora é pelo fato de ter sido no primeiro Sábado Santo, que Ela viveu sem ter Jesus vivo. Esse dia foi considerado o Sábado da solidão, do deserto, da morte e do luto. Foi o dia em que Maria Santíssima chorou e sofreu pela ausência de seu Filho.

Podemos pensar que foi no sábado que precedeu a Ressurreição de Jesus que a Virgem Maria viveu o mistério da dor, profetizado por Simeão: “Uma espada de dor transpassará tua alma" (Lc 2,35). Entretanto, Ela manteve-se firme na fé, com esperança inabalável em seu Doloroso e Imaculado Coração, aguardando a Ressurreição d’Ele. De acordo com a Exortação Apostólica Marialis cultus sobre o Culto da Virgem Santíssima na Liturgia:

“Não se deve esquecer, por outro lado, que o Calendário romano geral não registra todas as celebrações de conteúdo mariano: é ao Calendário particular que compete recolher, com fidelidade as normas litúrgicas mas também com cordial adesão, as festas marianas próprias das diversas Igrejas locais. E falta ainda acenar à possibilidade de uma comemoração litúrgica frequente da Virgem Santíssima, mediante o recurso à memória de Santa Maria “in Sabbato”: memória antiga e discreta, que a flexibilidade do Calendário atual e a multiplicidade de formulários do Missal tornam extremamente fácil e variada.”

Com o passar do tempo, muitos fiéis passaram a celebrar o dia de sábado com muitos atos de piedade cristã, em honra da Virgem Santíssima, tais como: recitando as “Mil Ave-Marias”, rezando o terço em família e o Ofício da Imaculada Conceição, indo à Missa, recebendo a Eucaristia, realizando obras de amor ao próximo.

Nas aparições de 13 de junho e 13 de julho de 1917, Nossa Senhora de Fátima, chamou a atenção de Lúcia para o costume de dedicar os sábados em Sua honra e rezar o terço em reparação: Jesus quer estabelecer no mundo a devoção do meu Imaculado Coração”. Depois os três pastorinhos viram Nossa Senhora tendo em sua mão direita um coração cercado de espinhos. Compreenderam que era o Coração Imaculado de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que pedia reparação.

“Se fizerem o que vou vos dizer, muitas almas serão salvas e haverá paz. [...] Voltarei para pedir a consagração da Rússia ao meu Coração Imaculado e a devoção reparadora dos primeiros sábados (de cada mês).”Honrar Nossa Senhora especialmente nos sábados vem nos recordar que a Mãe de Deus quer nos apontar a direção de seu Filho que é o Senhor dos nossos dias e todos os outros dias da semana.

Fonte: https://www.a12.com/academia/catequese/sabado-dia-de-nossa-senhora

Festa da Conversão de São Paulo, Apóstolo


Tem a conversão de São Paulo Apóstolo, cuja festa celebra hoje a Igreja Católica, uma semelhança e duas diferenças em relação às conversões ordinárias: a primeira se refere à natureza, e as últimas ao modo da conversão. A semelhança consiste em que tanto em uma como nas outras é Deus quem nos converte, ao levar a ato a graça suficiente com que já vinha chamando a si nossa alma pecadora. Denomina-se suficiente, com efeito, a graça a que podemos consentir e em virtude da qual, antes mesmo de respondermos, já nos falava Deus ao coração; chama-se eficaz, por outro lado, a graça a que de fato consentimos e pela qual Deus finalmente nos conquista o coração. Era suficiente, pois, a graça com que Deus chamava a si o perseguidor dos cristãos: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9, 4), e eficaz a graça que o fez render-se a Cristo: “Senhor, que queres que eu faça?” (At 9, 6). É suficiente a graça com que Deus nos estende as mãos, sendo nós inimigos seus: “Estendia constantemente as mãos a uma nação indócil e rebelde” (Is 65, 2), e eficaz a graça com que finalmente nos puxa pelos braço, tornando-nos amigos seus: “Sua mão está estendida, quem o fará retirá-la?” (Is 14, 27). As diferenças estão em que, apesar de serem sobrenaturais todas as conversões, a de Paulo foi milagrosa, ao passo que a nossa se dá no curso ordinário da Providência; a de Paulo, ademais, foi instantânea, enquanto a nossa é quase sempre gradual. Foi milagrosa a conversão de Paulo, com efeito, porque se deu sem nenhuma ocasião humana, mas por intervenção direta e extraordinária de Deus: “Cercou-ou uma luz resplandecente vinda do céu e, caindo por terra, ouviu uma voz” (At 9, 3-4); a nossa, ao contrário, Deus a realiza muita vez por intermédio de causas segundas, como a pregação da Igreja, o exemplo dos santos, a harmonia e beleza da doutrina cristã, as provações pessoais etc. Foi instantânea, enfim, a conversão de Paulo, porque num átimo Deus o converteu de ferrenho perseguidor a zeloso pregador do Evangelho: “No mesmo instante, caíram dos olhos de Saulo umas como que escamas […], e imediatamente começou a proclamar pelas sinagogas que Jesus é o Filho de Deus” (At 9, 18.20); a nossa, por sua vez, se vai aperfeiçoando e aprofundando com o tempo, até que, tendo-nos despojado por completo do homem velho, nos revistamos plenamente de Jesus Cristo, conformados pela santidade à imagem daquele que é imagem substancial do Pai.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

A aparição de Nossa Senhora e a conversão do judeu Afonso Ratisbonne


Afonso Ratisbonne era um jovem judeu, de uma família de banqueiros estabelecidos em Estrasburgo, com grande projeção social pelas riquezas e pelo parentesco com os famosos Rothschild. O irmão mais velho de Afonso, Teodoro, em 1827 converteu-se ao catolicismo e ordenou-se sacerdote, rompendo, em consequência, com a família. As esperanças desta se concentraram então no jovem Afonso, nascido em 1814. Este, inteligente e bem educado, já havia concluído o curso de Direito e estava noivo de uma jovem judia. Tinha 27 anos e, antes de casar, quis fazer uma viagem de férias pela Itália e pelo Oriente. Quando retornasse, casaria e assumiria seu posto na próspera empresa bancária da família.

A ação da graça...

Deus, porém, o esperava na Itália, mais precisamente em Roma. Afonso era judeu de religião, embora não praticante. Nutria pela Igreja Católica entranhado ódio, sobretudo pelo ressentimento que toda sua família conservava pela conversão do primogênito. Afonso dizia que não pretendia mudar de religião, mas que se um dia viesse a mudar, far-se-ia protestante, jamais católico. Na Cidade Eterna, Ratisbonne esteve algum tempo como turista, visitando obras de arte; visitou também, por mera curiosidade cultural, algumas igrejas católicas, o que ainda mais o consolidou no seu anticatolicismo. Visitou ainda um antigo colega seu, de nome Gustavo de Bussières, com o qual mantinha estreita amizade. Gustavo era protestante, e diversas vezes tentara, em vão, convencer Afonso de suas convicções religiosas. Na casa de Gustavo, Afonso foi apresentado ao irmão deste, Barão Teodoro de Bussières, que havia pouco tempo se convertera ao catolicismo, e que era amigo íntimo do Padre Teodoro Ratisbonne. Essas duas circunstâncias o tornavam extremamente antipático aos olhos de Afonso.

"Ela não me disse nada, mas eu compreendi tudo"

... por meio de uma milagrosa medalha

Só na véspera de sua partida, este se resolveu a cumprir um dever social que lhe era penoso: foi deixar um cartão de visitas na casa do Barão, como despedida. Desejando evitar um encontro, Afonso pretendia deixar discretamente o cartão e partir sem mais. O criado italiano do Barão, porém, não entendeu seu francês e o fez entrar no salão, indo chamar o dono da casa. Este foi cumprimentar o jovem judeu, e logo com ele estabeleceu relações cordiais, procurando atraí-lo para a Fé católica. Conseguiu, não sem insistência, que Afonso adiasse sua partida de Roma para poder assistir a uma cerimônia na Basílica de São Pedro. Conseguiu também, por meio de uma insistência que dir-se-ia indiscreta, se não fosse notoriamente inspirada pela graça, que Ratisbonne aceitasse uma Medalha Milagrosa e prometesse copiar uma oração muito bonita a Nossa Senhora: o Lembrai-Vos.

O judeu não cabia em si de raiva, pelo atrevimento do Barão em lhe fazer essas propostas, mas resolveu tomar tudo com bonomia, esperando, como mais tarde declarou, escrever um livro com seu relato de viagem; nesse livro, o Barão seria um personagem excêntrico, e nada mais.

A 18 de janeiro, faleceu em Roma um amigo íntimo do Barão de Bussières, o Conde de La Ferronays, antigo embaixador da França junto à Santa Sé e homem de grande virtude e piedade. Na véspera de sua morte repentina, La Ferronays conversara com Bussières sobre Ratisbonne e rezara cem vezes a oração Lembrai-Vos, por sua conversão, a pedido de Bussières. É possível que tenha chegado a oferecer sua vida a Deus pela conversão do jovem banqueiro.

Em seu batismo, Afonso Ratisbonne recebeu o nome de Afonso Maria

Entrou na Igreja como judeu e saiu católico

No dia 20, por volta do meio-dia, o Barão de Bussières foi à Igreja de Sant'Andrea delle Fratte para tratar das solenes exéquias do falecido, que seriam realizadas no dia seguinte. Acompanhava-o Ratisbonne de mau humor, fazendo críticas violentas contra a Igreja e zombando das coisas católicas. Quando chegaram à igreja, o Barão pediu licença por alguns minutos e entrou na sacristia, para tratar do assunto que o levara até ali, e Afonso se pôs a percorrer uma das naves laterais, impedido que estava de passar para o outro lado da igreja, pelos preparativos em curso para as exéquias do Conde na nave central. Quando, minutos depois, o Barão retornou em busca de Afonso, não o encontrou onde o havia deixado. Após muito procurar, foi dar com ele no outro lado da igreja, ajoelhado junto a um altar e soluçando. Ali já não estava um judeu, mas um convertido que ardentemente desejava o Batismo.

O que se passou nesses minutos, o próprio Ratisbonne narrou: "Eu estava havia pouco na igreja, quando, de repente, senti-me dominado por uma inquietação inexplicável. Levantei os olhos; todo o edifício havia desaparecido à minha vista; uma só capela tinha, por assim dizer, concentrado toda a luz, e no meio desse esplendor apareceu, de pé sobre o altar, grandiosa, brilhante, cheia de majestade e de doçura, a Virgem Maria, tal como está na minha Medalha; uma força irresistível atraiu-me para Ela. A Virgem fez-me sinal com a mão para que eu me ajoelhasse, e pareceu-me dizer: muito bem! Ela não me disse nada, mas eu compreendi tudo".

Ratisbonne não soube explicar como, estando antes da aparição numa das naves laterais da igreja, foi aparecer na outra, já que estava obstruída a passagem pela nave central. Mas, diante da magnitude do milagre de sua conversão, esse era apenas um pormenor. A notícia da conversão inesperada, fulminante e completa, imediatamente se propagou, causando grande comoção em toda a Europa. O Papa Gregório XVI quis conhecer o jovem convertido e recebeu-o paternalmente. Ordenou um inquérito minucioso, dentro do maior rigor exigido pelas normas canônicas. A conclusão foi que realmente se tratou de um autêntico milagre.

Batizado com o nome de Afonso Maria, Ratisbonne quis entrar na Companhia de Jesus, sendo ordenado sacerdote em 1847. Depois de algum tempo, por recomendação do Papa Pio IX, deixou a Companhia de Jesus e foi unir-se a seu irmão Teodoro, com ele fundando a Congregação dos Missionários de Nossa Senhora de Sion, dedicada à conversão dos judeus. O Pe. Teodoro difundiu sua Congregação pela França e pela Inglaterra. O Pe. Afonso Maria foi para a Terra Santa, e comprou em Jerusalém um terreno em que outrora estivera o Pretório de Pilatos, ali estabelecendo uma casa da Congregação. Os dois irmãos faleceram no ano de 1884, ambos com fama de excepcionais virtudes.

Fonte: https://catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?idmat=168&mes=janeiro2002

domingo, 19 de janeiro de 2020

A aparição de Nossa Senhora em Pontmain, França


Pontmain é uma aldeia muito pequena, localizada em Saint Brieuc, na Bretanha, França. Da mesma forma que dificilmente se encontra a aldeia nos mapas, suas casas se escondem entre as ruínas de uma fortaleza. Neste lugar tão bucólico os cristãos dos tempos modernos reviveram a devoção da Virgem da Esperança. Durante a guerra franco-prussiana, iniciada em 1870, trinta e oito rapazes de Pontmain foram convocados como soldados de frente de batalhas. Antes de partirem, para lhes obter especial proteção celeste, o pároco de Pontmain os consagrou à Virgem Maria.

De fato, a sequência dos acontecimentos se mostrava cada vez mais favorável ao exército prussiano, que avançava vitorioso sobre os domínios da França. Em janeiro de 1871, o povo francês vivia dias dramáticos, pois sofria com a carestia e as doenças causadas por um rigoroso inverno associado à guerra. No dia 17 deste mês, as tropas prussianas sob o comando de Bismarck já haviam capturado a cidade de Paris e feito o imperador Napoleão III prisioneiro. Pretendiam invadir a aldeia de Pontmain. No dia 17 de janeiro de 1871, a Virgem Maria apareceu na aldeia de Pontmain e impediu o avanço contínuo dos prussianos. Ela surgiu no céu estrelado sobre uma casa, às dezoito horas, e foi vista apenas por quatro crianças.

Os irmãos Eugênio e José Barbedette, com doze e dez anos, respectivamente, foram os primeiros a verem o vulto da bela senhora: vestida com uma túnica azul-royal toda bordada de estrelas douradas, e um grande crucifixo vermelho nas mãos. A descrição foi confirmada, logo a seguir, por duas meninas: Joana Maria e Francisca, que também viram Nossa Senhora. A notícia se espalhou e os habitantes se reuniram na praça com o pároco, para orar à Virgem Santíssima. A aparição durou três horas e neste período as crianças citavam, uma a uma, as palavras que surgiam escritas na faixa branca estendida sob os pés de Nossa Senhora. No final da mensagem dizia:

“Rezem, meus filhos, Deus logo escutará vossas orações, meu Filho se deixa comover” 

Então o crucifixo vermelho desapareceu e as mãos da Virgem pareciam apontar na direção da Alemanha. Na mesma noite, as tropas cessaram o avanço e em três dias se retiraram. No dia 28 de janeiro foi assinado o armistício que pôs fim à guerra, acabando com o sofrimento dos franceses. O retorno à Pontmain dos trinta e oito rapazes sãos e salvos permitiu observarem mais uma vez o grande poder de intercessão da Virgem Maria junto ao seu Filho. O local da aparição se tornou meta de peregrinação. Iniciou-se a construção de uma belíssima igreja, no estilo gótico. O bispo aprovou o culto à Nossa Senhora da Esperança de Pontmain já em 1872. Os dois irmãos videntes: Eugênio e José, se tornaram sacerdotes; Joana Maria ingressou no convento e Francisca se formou professora atuando na escola da paróquia. Hoje a igreja é uma Basílica Santuário e está sob os cuidados dos Padres Oblatos de Maria Imaculada.

Fonte: https://www.a12.com/academia/titulos-de-nossa-senhora?s=nossa-senhora-da-esperanca-de-pontmain

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

As aparições de Nossa Senhora em Banneux, Bélgica


Banneux Notre Dame é uma pequena vila belga, situada na província de Louveigné, distante cerca de vinte quilômetros a sudeste da sua capital Liège. Banneux quer dizer "banal ou comum". O nome foi usado para indicar o lugar onde os habitantes eram tão pobres que tinham permissão de usar gratuitamente a madeira do bosque, para o consumo doméstico e utilizar os prados para alimentar seus animais. Só em 1914, foi adicionado Notre Dame, ou melhor, Nossa Senhora, ao nome da vila. Isto porque se salvou da destruição durante a Primeira Guerra Mundial. Segundo os habitantes, foi graças à especial proteção recebida da Virgem Maria neste período.

Juliano Beco vivia na região conhecida como "la fange", isto é "a lama", um lugar úmido e pantanoso junto à pequena fonte de mesmo apelido. Juliano era um jovem metalúrgico, recém-casado com Luisa Wegimont. Homem honrado, trabalhador, dedicado ao lar mas que não dava importância à fé. Em 1933, Juliano estava desempregado, pai de sete filhos, mas não se preocupavam em lhes dar uma formação religiosa. A filha mais velha, Mariete, com doze anos e ainda não fizera a Primeira Eucaristia. Chegou a frequentar as aulas de catecismo mas não se aplicou e foi reprovada. No dia 15 de janeiro deste ano, Nossa Senhora apareceu para Mariette, que aguardava o retorno de seu irmão, junto à janela da cozinha, observando a neve que cobria toda a paisagem. Por volta das sete horas da noite, ela viu uma formosa Senhora, resplandecente de luz, flutuando sobre uma pequena nuvem, no jardim. A Senhora fez um sinal com a mão, convidando a menina a se aproximar. Mas impedida por sua mãe de sair, logo Nossa Senhora desapareceu. Mariette passou a rezar muito, pedindo à Santíssima Virgem que voltasse a aparecer. Todas as noites às sete horas, ela sai para o jardim. Na terceira noite, Nossa Senhora lhe apareceu pela segunda vez. Até 2 de março retornou outras seis vezes, durante as quais revelou: "Sou a Virgem dos Pobres", "Venho para adoçar o sofrimento de todos", "Esta fonte (indicada pela Virgem), eu reservo à todas as nações, para o alívio dos males". Também pediu: "Reze muito" e manifestou o desejo de que se construísse uma pequena capela. Na última aparição confirmou sua identidade: "Sou a Mãe do Salvador, a Mãe de Deus!". Os pais de Mariette, se converteram, assim como muitas outras famílias da vila. O vigário da vila Banneux Notre Dame, convocou a população para a reza diária do rosário. O fluxo das romarias aumentou muito pois todos queriam tocar a água da fonte "a lama" para obter cura dos males do corpo e da alma. Muitos milagres foram alcançados e documentados, enquanto as autoridades religiosas estudavam as aparições. Em 1942 a Igreja, através do Bispo de Liège autorizou o culto à Nossa Senhora de Banneux, a Virgem dos Pobres. E, em 1949, o mesmo Bispo reconheceu como verdadeiras as oito aparições da Virgem Maria à Mariette Beco. No dia 8 de agosto deste mesmo ano começou a construção do seu Santuário, no local da aparição, Numerosas igrejas surgiram em diferentes partes do mundo dedicadas à invocação de Nossa Senhora dos Pobres. No Brasil, a primeira foi erguida no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, em 1950. Em São Paulo, as Irmãs Vicentinas do bairro Butantã trouxeram a imagem desta devoção, em 1958, colocada para veneração na pequena capela que deu origem à atual paróquia da região.

Fonte: https://www.a12.com/academia/titulos-de-nossa-senhora?s=nossa-senhora-de-banneux

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

La Salette, o espiritismo e a oração da Augusta Rainha


A Santíssima Virgem Maria apareceu nas montanhas de La Salette, França, em 19 de Setembro de 1846. A Mãe de Deus revelou para dois pastores algumas profecias. Dentre elas, Nossa Senhora advertiu sobre uma época em que uma grande quantidade de demônios sairiam do inferno e causariam confusão na Fé. Seguem as palavras da Virgem:

“No ano de 1864, Lúcifer e um grande número de demônios serão soltos do inferno. Eles abolirão a fé pouco a pouco, até nas pessoas consagradas a Deus. Eles as cegarão de tal maneira que, salvo uma graça particular, adquirirão o espírito desses maus anjos. Várias casas religiosas perderão inteiramente a fé e perderão muitas almas. Os maus livros abundarão sobre a Terra, e os espíritos das trevas espalharão por toda parte um relaxamento universal em tudo o que se refere ao serviço de Deus. Eles terão grandíssimo poder sobre a natureza. Existirão igrejas para cultuar esses espíritos. Pessoas serão transportadas de um lugar a outro por esses espíritos maus, até sacerdotes, porque não se terão conduzido pelo bom espírito do Evangelho, que é um espírito de humildade, caridade e zelo pela glória de Deus. Far-se-ão ressuscitar mortos e justos (quer dizer, tais mortos tomarão a figura de almas justas que viveram na Terra, para seduzir mais os homens; esses supostos mortos ressuscitados, que não serão outra coisa senão o demônio encarnado nessas figuras, pregarão outro evangelho contrário ao do verdadeiro Jesus Cristo, negando a existência do Céu). Ou ainda almas de condenados. Todas essas almas aparecerão como unidas a seus corpos. Em todos os lugares haverá prodígios extraordinários, porque a verdadeira fé se apagou e uma falsa luz ilumina o mundo."

Allan Kardec

Vale ressaltar que nesse ano, 1864, indicado por Maria Santíssima, foi publicado o livro "O Evangelho segundo o Espiritismo" de Allan Kardec, no qual o mesmo distorce verdades contidas nas Sagradas Escrituras. Essa distorção gerou e gera grande confusão nas crenças de muitas pessoas, incluindo muitos católicos, os quais pensam ser possível conciliar a Fé da Santa Igreja com crenças espíritas. Dentre as distorções do evangelho espírita está a crença de Jesus, não como Deus, mas como um "espírito evoluído" que não ressuscitou. Também é negado o Céu, Purgatório, e Inferno, verdades fundamentais deixadas por Cristo. Além disso, Nossa Senhora comenta em La Salette da aparição de demônios travestidos de almas de falecidos, os quais muitas vezes são evocados em centros espíritas.

Beato Padre Louis-Édouard Cestac

No mesmo ano (1864) em que Nossa Senhora indicou a abundância de "livros maus" e a soltura de demônios do inferno, como boa e preocupada Mãe que é, apareceu ao Beato Padre Louis Edouard Cestac, revelando a poderosa oração exorcística da "Augusta Rainha dos Céus". A 13 de Janeiro de 1864 o beato vê um grande número de demônios sobre a Terra, como fora profetizado pela Virgem em La Salette, e Maria Santíssima pede que seja rezada a oração a seguir:

Augusta Rainha dos céus, soberana mestra dos Anjos,
Vós que, desde o princípio, recebestes de Deus
o poder e a missão de esmagar a cabeça de Satanás,
Nós vo-lo pedimos humildemente,
Enviai vossas legiões celestes para que,
sob vossas ordens, e por vosso poder,
Elas persigam os demônios, combatendo-os por toda a parte,
Reprimindo-lhes a insolência, e lançando-os no abismo.
Quem é como Deus?
Ó Mãe de bondade e ternura,
Vós sereis sempre o nosso Amor e a nossa esperança.
Ó Mãe Divina,
Enviai os Santos Anjos para nos defenderem,
E repeli para longe de nós o cruel inimigo.
Santos Anjos e Arcanjos,
Defendei-nos e guardai-nos. Amém.

Essas relações revelam a grande misericórdia de Deus expressada através de Sua Mãe Santíssima, que indica a doença espiritual e o seu remédio, a confiança e orações à Ela, que é a arma de Seu Filho contra o Mal. Benditos sejam Jesus e Maria!

A oração "Augusta Rainha dos Céus"


No dia 13 de Janeiro de 1864, o Bem-aventurado Padre Luís-Eduardo Cestac foi subitamente atingido por um raio da luz divina. Ele viu demônios espalhados por toda a terra, causando uma imensa confusão. Ao mesmo tempo, ele teve uma visão da Virgem Maria. Nossa Senhora lhe revelou que realmente o poder dos demônios fora desencadeado em todo o mundo e que então, mais do que nunca, era necessário rezar à Rainha dos Anjos e pedir a ela que enviasse as legiões dos santos anjos para combater e derrotar os poderes do inferno.

“Minha Mãe", disse o padre, “vós sois tão bondosa, por que então não enviais por vós mesma estes anjos, sem que ninguém vos peça?"

“Não", respondeu a Santíssima Virgem, “a oração é uma condição estabelecida pelo próprio Deus para a obter esta graça."

“Então, Mãe santíssima – disse o sacerdote – ensinai-me como quereis que se vos peça!"

Foi então que o Bem-aventurado Luís-Eduardo Cestac recebeu a oração “Augusta Rainha dos céus". “Meu primeiro dever – disse ele – era apresentar esta oração a Monsenhor La Croix, bispo de Bayonne, que se dignou a aprová-la. Cumprido este dever, fiz imprimir 500.000 cópias, e providenciei que fossem distribuídas em todos os lugares. (...) Não devemos esquecer que, da primeira vez que as imprimimos, a máquina impressora chegou a quebrar duas vezes".

O beato padre Cestac

Esta oração foi indulgenciada pelo Papa São Pio X no dia 8 de julho de 1908. Recomenda-se que seja aprendida de cor:

Augusta Rainha dos céus, soberana mestra dos Anjos,
Vós que, desde o princípio, recebestes de Deus
o poder e a missão de esmagar a cabeça de Satanás,
Nós vo-lo pedimos humildemente,
Enviai vossas legiões celestes para que,
sob vossas ordens, e por vosso poder,
Elas persigam os demônios, combatendo-os por toda a parte,
Reprimindo-lhes a insolência, e lançando-os no abismo.
Quem é como Deus?
Ó Mãe de bondade e ternura,
Vós sereis sempre o nosso Amor e a nossa esperança.
Ó Mãe Divina,
Enviai os Santos Anjos para nos defenderem,
E repeli para longe de nós o cruel inimigo.
Santos Anjos e Arcanjos,
Defendei-nos e guardai-nos. Amém.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

domingo, 12 de janeiro de 2020

Festa do Batismo do Senhor


Neste domingo, a Igreja celebra a festa do Batismo do Senhor. Ao lermos o relato do batismo de Jesus no Evangelho de São Mateus (3, 13-17), surge-nos o seguinte questionamento: “Por que Nosso Senhor quis ser batizado?” Tal pergunta também foi feita pelo próprio João Batista ao indagar: “Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” (Mt 3, 14). Em outras palavras, como Aquele que é a fonte do batismo pode querer ser batizado?

Jesus foi ser batizado a fim de santificar as águas batismais, de modo que o nosso batismo fosse santificado por Ele. Essa ideia é bastante recorrente na liturgia da Igreja. Por exemplo, no batismo de uma criança, durante a oração de benção da água batismal, o padre mergulha a mão dentro da água, porque, neste gesto, a mão chagada de Cristo, por meio da mão ungida do padre, santifica a água. Do mesmo modo, na Vigília Pascal, quando o padre abençoa as águas batismais, ele toma o Círio Pascal, que representa Cristo, e o imerge nas águas, para santificá-las. Assim, ao ser batizado, Jesus não é santificado pelas águas batismais; é Ele que as santifica.

Por isso, João Batista protesta dizendo que era Jesus que devia batizá-lo. A resposta de Nosso Senhor é extremamente profunda e precisa ser meditada: “Por enquanto deixa como está, porque nós devemos cumprir toda a justiça!” (Mt 3, 15). Nessa afirmação, Jesus está dizendo que, como nós não conseguimos pagar a pena dos nossos pecados, Ele próprio coloca-se no lugar dos pecadores e se oferece em sacrifício por nossas iniquidades. 

Observa-se aqui a humildade de Nosso Senhor, que desce dos céus — fato simbolizado por sua descida da Galileia até o vale do rio Jordão — e rebaixa-se à nossa condição miserável — simbolizado por sua imersão nas águas do Jordão, como prefiguração de sua morte redentora, através da qual é sepultado com nossos pecados. Assim, depois de submergido nas águas, Jesus emerge delas, elevando consigo a humanidade — representando sua ressurreição no terceiro dia.

Em seguida, “o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus” (Mt 3, 16). Santo Tomás (STh III 39 5c.) explica que, no batismo de Cristo, os céus se abriram para mostrar que a salvação se tornou acessível aos batizados. Ou seja, naquele instante, Cristo estava vendo os céus se abrirem para nós. A salvação está acessível para nós, porque, no batismo, o Espírito Santo desce sobre nós e nos une a Jesus, de modo que o Pai, vendo Jesus em nós, diz-nos: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus o meu agrado” (Mt 3, 17). É somente unidos a Cristo que podemos agradar a Deus.

Para refletirmos sobre o nosso batismo, é relevante recorrermos a uma meditação bíblica sobre Rebeca e Jacó, proposta por São Luís Maria Grignion de Montfort, no capítulo VI do Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem (n. 183 a 212). No livro do Gênesis (27, 1-40), Isaac no fim da vida, antes de conceder a bênção ao seu filho primogênito Esaú, pediu a ele que caçasse um animal e lhe preparasse uma refeição, para depois ser abençoado. A mulher de Isaac, Rebeca, ciente de que a vontade de Deus era que Jacó fosse abençoado, prepara-o para receber a bênção no lugar de seu irmão. Rebeca pede a Jacó que traga dois cabritos para serem preparados e levados a Isaac para, então, receber a bênção.

Interpretando essa passagem, São Luís faz um paralelo entre Rebeca e Maria, afirmando que Nossa Senhora é a administradora das bênçãos e das maldições de Deus. Obviamente, se estivermos unidos a Maria, receberemos as bênçãos de Deus. Já os dois animais que Jacó sacrificou, São Luís nos diz que representam o seu corpo e a sua alma. E é isso que fazemos no batismo, entregamos todo o nosso ser, corpo e alma, para Deus; descemos nas águas batismais para morrer com Cristo e nos oferecer com Ele. No entanto, nosso corpo e nossa alma oferecidos não são agradáveis a Deus, porque estamos manchados pelo pecado. Então, Nossa Senhora — assim como Rebeca —, junto com o Espírito Santo, no batismo, prepara um “prato suculento” que agrada a Deus Pai — simbolizado por Isaac. Deste modo, quando Deus recebe o nosso oferecimento, nosso corpo e alma, Ele sente o “cheiro” do seu filho primogênito Jesus e diz: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus o meu agrado”.

Embora cause estranheza para alguns, é preciso dizer que Nossa Senhora estava presente no nosso batismo. O Filho no qual o Pai coloca todo seu agrado possui uma mãe, a Santíssima Virgem Maria, que não deixa de estar presente espiritualmente quando recebemos a bênção do Pai, assim como Rebeca observava Isaac abençoar Jacó. Do mesmo modo, a Virgem Maria está junto de nós no dia do nosso batismo, e quer que sejamos filhos amados de Deus Pai. Assim como cuidou de Jesus, ela cuida de nós, a fim de que vivamos bem a nossa fé batismal.

Entre nós, católicos, existe um belíssimo costume de consagrar a Nossa Senhora as crianças recém-batizadas, pois se elas podem, a partir do batismo, dirigir-se a Deus como Pai, também podem voltar-se para Maria e chamá-la de mãe, como o fez Jesus. Ela é “a mulher”, que, junto com seu Filho, esmaga a cabeça da serpente (cf. Gn 3, 15) e nos auxilia a sermos fiéis à fé que recebemos da Igreja e professamos desde o nosso batismo.

Que este domingo da festa do Batismo do Senhor nos leve a uma renovação do nosso batismo, a fim de que, sob o cuidado materno de Maria, recebamos o Espírito Santo e, com os céus abertos, ouçamos a voz do Pai que nos diz: “Eis o meu filho muito amado”.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

domingo, 5 de janeiro de 2020

Solenidade da Epifania do Senhor


A Epifania do Senhor é a festa que comemora a manifestação de Jesus Cristo como Messias, o Filho de Deus e Salvador do mundo. É o acolhimento da Boa Nova da Salvação no mistério da Encarnação. Esta primeira manifestação se dá aos reis magos que, guiados por uma estrela, chegam a Belém e, ao ver o Menino com Maria, sua Mãe, ajoelham-se diante Dele e o adoram.
'Mago' quer dizer 'sábio'; talvez tenham sido os primeiros a estudar astronomia no mundo e, por isso, viram o surgimento de uma estrela diferente e se colocaram a caminho para encontrar o que ela indicava.
São Beda – O venerável, monge beneditino que viveu entre 673 a 735, escreveu sobre os reis do oriente, que vieram a Belém adorar o Menino Deus. Estes reis vieram de lugares diferentes e se encontram, buscando um mesmo sentido para o surgimento de uma luz diferente no céu. Melquior, cujo nome quer dizer “meu Rei é luz”, veio de Ur, na Caldeia; é ele quem oferece o ouro. Gaspar, cujo nome quer dizer “aquele que vai confirmar”, veio do mar Cáspio; é ele quem oferece o incenso. E, por fim, Baltazar, cujo nome quer dizer “Deus manifesta o Rei”, veio do Golfo Pérsico; é ele quem oferece a mirra.
Nos magos do oriente está o ser humano que, na luz da estrela, vai até Cristo para adorá-lo em sua humanidade. Os três reis representam as raças e os povos de todo o mundo. Por isso, a Epifania recorda-nos que o único lugar onde podemos encontrar Deus nesta terra é na humanidade de Jesus. Jesus é o maior sinal de Deus para a vida do povo. Após encontrarem o Menino, a estrela desapareceu, pois ela era apenas sinal de onde se encontrava a verdadeira luz, que é Deus.
A Epifania é a manifestação de Jesus como Filho de Deus e Salvador do mundo. Desde o pecado de Adão e Eva, Deus toma a iniciativa e vem ao encontro da humanidade para se revelar como o Deus que salva. O Papa emérito Bento XVI diz que, por amor, Jesus fez-se história na nossa história.
Na vida de Jesus encontramos outras Epifanias que se destacam: A primeira foi sua manifestação aos Magos do Oriente na gruta de Belém. Também temos a Epifania no momento do Batismo, quando o Pai revela que Jesus é seu Filho amado (Mt 3,17). A Epifania no início de sua vida pública, nas bodas de Caná (Jo 2,1-11). E a Epifania na Cruz, quando o centurião romano diz: “verdadeiramente, este era o Filho de Deus” (Mt 27,54).
A Liturgia da Festa da Epifania tem como tema a luz. Não há treva no mundo que resista à luz de Cristo. Os Reis Magos buscam a verdade com o coração revestido de humildade e, iluminados pelo Cristo, mudam suas atitudes, a direção de suas vidas. Nos presentes oferecidos ao Menino, está o reconhecimento de quem realmente Ele é, e a missão que veio realizar entre os homens: O ouro simboliza sua realeza; o incenso, sua divindade e a mirra, sua humanidade.
Os Reis Magos representam todos os povos e nações, chamados ao encontro com Deus, em Jesus Cristo, pois Jesus não veio salvar somente um povo, um grupo religioso, mas ele nasce para salvar os homens e mulheres de todas as culturas e nações.
A Festa da Epifania é a grande celebração da Salvação Universal de Deus. Os Reis Magos representam os homens de todos os tempos que desejam ir ao encontro de Cristo, e que são capazes de o ver e acolher como o Deus que veio para trazer libertação para a vida de todo o povo, como reza o Salmo 72: “Os reis de Társis e das ilhas lhe trarão presentes; os reis da Arábia e de Sabá oferecer-lhe-ão seus dons. Todos os reis hão de adorá-lo, hão de servi-lo todas as nações. (Sl 72, 10-11)


A graça da santidade vence a desgraça do pecado

Santa Ângela de Foligno

Santa Ângela de Foligno e Santa Maria Madalena, duas mulheres que vivenciaram situações pecaminosas e foram posteriormente atingidas pela Graça de Deus.

Ângela de Foligno nasceu por volta de 1248 perto de Roma. A santa nasceu em uma família nobre e levava uma vida com muitos luxos e festas mundanas. Aos 37 anos ela começou a perder sua família inteira, incluindo seus filhos, e a partir desse momento Santa Ângela refletiu acerca do rumo à perdição que sua vida tomara. Converteu-se em ter terciária franciscana e começou a experienciar eventos místicos. Em alguns deles Jesus lhe mostrara as consequências de seus pecados. O Senhor a tomou de volta para si e a perdoou por suas faltas passadas.

Santa Maria Madalena

Sobre Santa Maria Madalena, a história de sua conversão já é conhecida, porém muitas vezes mal compreendida ou interpretada. A santa, a qual era conhecida por ter cometido muitos pecados, converteu-se ao Senhor e tornou-se uma das maiores santas da Igreja, sendo a primeira testemunha narrada pelas Sagradas Escrituras a ter visto Cristo Ressuscitado. Sobre Maria Madalena comenta Jesus à Serva de Deus Maria Valtorta em "O Poema do Homem-Deus" (n° 234):

"[...] depois de ter feito que seja lembrada a Lei, que foi pisada pela pecadora, fiz
cantar a esperança do perdão. Como uma faixa verde e azul de seda, eu a sacudi por entre as
tintas pretas, para que aí ela colocasse as suas reconfortantes palavras. O perdão! Ele é uma
orvalhada sobre o ardor em que está o culpado. [...] Eu queria a alma de Maria. E, como para ti, pequeno João, Eu não me limitei a falar de
minha cátedra de Mestre. Eu desci a procurá-la pelos caminhos do pecado. Eu a acompanhei e
persegui com o meu amor. Doce perseguição! Entrei, Eu-Pureza onde estava ela-impureza. Não tive medo de escândalo, nem para Mim, nem para os outros. Escândalo em Mim não
podia entrar, porque Eu era Misericórdia. E esta chora, sim, sobre as culpas, mas não fica escandalizada por elas. Infeliz do pastor que se escandaliza, e atrás deste pára-vento, se entrincheira para abandonar uma alma!" 

Fonte: https://www.rs21.com.br/calendario-liturgico/calendario-liturgico-santo-do-dia/santo-do-dia-santa-angela-de-foligno-2/

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Memória do Santíssimo Nome de Jesus


No dia 3 de janeiro, a Igreja oferece a possibilidade de celebrarmos a Memória facultativa do Santíssimo Nome de Jesus, comemorada antigamente no domingo entre a Oitava do Natal e a Epifania. A razão por que os católicos cantamos hoje as glórias do Nome de Nosso Senhor é o fato, atestado nas Sagradas Escrituras, de o próprio Deus ter exaltado, para sua honra e glória, esse mesmo Nome. Na Epístola aos Filipenses, com efeito, o Apóstolo São Paulo refere que Deus exaltou soberanamente o seu Filho encarnado, outorgando-lhe um Nome que está acima de todos os nomes, de maneira que ao Nome de Jesus deve dobrar-se todo joelho no céu, na terra e nos infernos (cf. Fp 2, 9-10), e toda língua há de confessar, para glória do Pai, que Jesus Cristo é o Senhor (cf. Fp 2, 11). Essa verdade, professada pela antiga liturgia no intróito da festa de hoje, a liturgia atual a recorda a cada menção do Nome de Jesus, à qual o sacerdote celebrante, conforme as rubricas do Missal, deve inclinar a cabeça em sinal de reverência, gesto que os fiéis assistentes, como estímulo à piedade, podem também imitar, e não só dentro da Igreja, mas onde quer que ouvirem ou pronunciarem o amorosíssimo Nome de Nosso Senhor. O evangelista São João, por sua vez, recorda as seguintes palavras de Cristo, que expressam o poder que o Santíssimo Nome dele tem diante do Pai: “Tudo o que pedirdes ao Pai em meu Nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Qualquer coisa que me pedirdes, em meu Nome, vo-lo farei” (Jo 14, 13-14). Indicado em sonhos a São José e anunciado à Virgem Maria por São Gabriel Arcanjo, o Nome de Jesus é em si mesmo uma profecia e um sinal da missão fundamentalmente salvífica do Menino Deus, cujo Natal celebramos há pouco: Jeshua‘, como é sabido, significa “Yahweh salva”, “Deus salvador”, porque Cristo não nasceu senão para nos salvar pela assunção de uma natureza humana, pela qual Ele pudesse padecer e morrer na cruz, solvendo assim o débito do nosso pecado. Unidos hoje àquele que se sacrificou em nosso nome, entregando-se à morte a fim de nos dar a vida, exaltemos com hinos, preces e louvores o Santíssimo Nome do Senhor Jesus, tão suave, bondoso e cheio de misericórdia para todos os que o invocam com devoção e confiança (cf. Sl 85, 12.5).

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Janeiro, mês do Santíssimo Nome de Jesus


Em Janeiro a Santa Igreja relembra especialmente o Santíssimo Nome de Jesus.

O nome de Jesus, devotamente invocado, salva-nos do perigo de sermos vítima do inimigo infernal. Satanás tem um verdadeiro pavor deste Nome. “Os demônios têm medo deste Nome, que os faz tremer. E nós podemos afugentá-los, invocando o Nome de Jesus crucificado”. (São Jerônimo).

O nome de Jesus dá vigor aos mártires e a todos os fiéis que lutam pela fé. Fá-los triunfar generosamente de todos os obstáculos, de todas as perseguições e da própria morte. O mundo, à semelhança do demônio, seu soberano, se agita ao ouvir o Nome de Jesus. Queria que não mais se pronunciasse este Nome e cheio de ódio, com o Sinédrio de Jerusalém, até hoje declara: “Ameacemo-los, para que daqui em diante não falem neste nome a homem nenhum”. (At. 4,  17). Mas em virtude deste Santo Nome os eleitos, para a confusão do mundo, operam verdadeiros milagres, segundo a profecia do próprio Salvador: “Em meu nome expulsarão os demônios, falarão novas línguas, manusearão as serpentes e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará mal; porão as mãos sobre os enfermos e serão curados”. (Mc. 16, 17).

O nome de Jesus produz sempre grande milagre de aplacar as mais furiosas tempestades na alma daqueles que o invocam devotamente. “Há entre vós alguém que se ache triste ? Entre-lhe Jesus no coração e digam-no os lábios; e eis que, ao pronunciar este Nome, as nuvens se dissipam e volta a serenidade. Se entre vós houver quem tenha caído em falta grave e, deixando-se levar pelo desespero, nutrir idéias de suicídio: não voltará ao amor da vida, se invocar este nome da vida ?” (São Bernardo)

Invoquemos, pois, o Santíssimo Nome de Jesus nas tentações, nas perseguições, na aflição. Invoquemo-lo sempre. “Por ele ofereçamos sempre a Deus um sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que  lhe confessam o nome”. (Hebr. 13,  15). “ Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, tudo seja em nome do Senhor Jesus Cristo, rendendo raças por ele a Deus Padre”. (Col. 3,  17). Pronunciemos muitas vezes em vida este Nome de salvação, para que o possamos pronunciar na morte, qual penhor seguro da felicidade eterna.

Fonte: https://www.google.com/amp/s/padrealbertogambarini.wordpress.com/2011/01/06/janeiro-devocao-ao-santissimo-nome-de-jesus/amp/

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus


A solenidade de Nossa Senhora, Mãe de Deus, celebrada no dia 1.º de janeiro, dá fim à Oitava do Natal e início a mais um ano civil, posto sob os auspícios maternais daquela que, segundo a doutrina defendida pelo Concílio de Éfeso contra a ímpia heresia de Nestório, é verdadeiramente Teótoco (Θεοτόκος), isto é, Mãe de Deus, por ter gerado e dado à luz segundo a carne o próprio Filho de Deus encarnado. A Igreja dirige hoje o nosso olhar para a Mãe do Salvador, não porque este seja menos importante, mas porque Maria Santíssima, na economia da redenção determinada ab æterno por Deus, era necessária para que o Filho de Deus se tornasse Filho do Homem. A Virgem bendita, nesse sentido, não é um “apêndice” nem um detalhe secundário na história da salvação, mas, pelo contrário, uma peça-chave sem a qual Deus não quis entrar na história e da qual Ele mesmo assumiu a carne para poder-se chamar Emanuel. Com efeito, enquanto caminhou no meio de nós, Nosso Senhor Jesus Cristo fez questão de ressaltar várias vezes (cerca de 78, se incluimos as passagens paralelas) que Ele, Filho eterno do Pai, era também Filho do Homem (gr. ὁ υἱὸς τοῦ ἀνθρώπου, hebr. bar ’enash), expressão a que recorria uma e outra vez não apenas por ser conhecida dos hebreus e remeter, espontaneamente, à profecia messiânica de Daniel (cf. Dn 7, 13s), mas também por indicar que Ele recebeu toda a sua humanidade de uma única carne, de um único ser humano, isto é, das entranhas puríssimas e nunca profanadas da Virgem Imaculada. Ele, de fato, é Filho do Homem, homem como nós em tudo, menos no pecado, justamente por ser Filho de Maria, não no sentido de que ela tenha dado origem à divindade com que o seu Filho é anterior a ela e a todos os séculos, mas porque o Espírito Santo nela obrou para que dela assumisse a natureza humana Aquele que, sendo Deus eterno, a criou no tempo, e para que ela mesma gerasse e desse à luz, permanecendo intacta a sua virgindade, Aquele que é o próprio e sempiterno unigênito do Genitor eterno (cf. São Leão Magno, Ad Flav. II: DH 291). A grandeza admirável dessa geração singular, pela qual o Filho eterno do Pai se fez Filho de Maria, supera em tal medida todo entendimento criado que a moderação de um santo como Tomás de Aquino chegou a afirmar que, por sua divina maternidade, a Virgem Santíssima foi elevada a certa dignidade infinita (cf. STh I 25, 6 ad 4), em razão do bem infinito que é Deus, seu Filho. Que também nós possamos encher-nos da mesma admiração que levou o Aquinate a cantar os louvores da Mãe do Criador. Renovando hoje nossa consagração total a ela, peçamos à Virgem Santíssima que nos guarde sob o seu amparo ao longo de todo este ano que se inicia e se digne interceder por nós junto ao seu Filho, a quem seja dada toda honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém.

Fonte: Padre Paulo Ricardo