quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Tarde Te amei - A declaração de amor de Santo Agostinho ao Senhor



Santo Agostinho, grande Doutor da Igreja, antes de ser santo foi um grande pecador. Se converteu através da intercessão lacrimosa de sua mãe, Santa Mônica, ao Senhor. Ele é a prova de que todos podemos, com o auxílio da graça divina, sermos santos! Ele compôs, após sua conversão, uma das mais belas orações da Igreja. Essa longa oração, praticamente um poema de amor, descreve seu sentimento para o Senhor, que permitiu ser amado tardiamente por seu filho, para que fosse dado o testemunho de que nunca deve faltar-nos a esperança da santidade...

1. Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova… Tarde Te amei! Trinta anos estive longe de Deus. Mas, durante esse tempo, algo se movia dentro do meu coração… Eu era inquieto, alguém que buscava a felicidade, buscava algo que não achava… Mas Tu Te compadeceste de mim e tudo mudou, porque Tu me deixaste conhecer-Te. Entrei no meu íntimo sob a Tua Guia e consegui, porque Tu Te fizeste meu auxílio.

2. Tu estavas dentro de mim e eu fora… “Os homens saem para fazer passeios, a fim de admirar o alto dos montes, o ruído incessante dos mares, o belo e ininterrupto curso dos rios, os majestosos movimentos dos astros. E, no entanto, passam ao largo de si mesmos. Não se arriscam na aventura de um passeio interior”. Durante os anos de minha juventude, pus meu coração em coisas exteriores que só faziam me afastar cada vez mais d’Aquele a Quem meu coração, sem saber, desejava… Eis que estavas dentro e eu fora! Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Estavas comigo e não eu Contigo…

3. Mas Tu me chamaste, clamaste por mim e Teu grito rompeu a minha surdez… “Fizeste-me entrar em mim mesmo… Para não olhar para dentro de mim, eu tinha me escondido. Mas Tu me arrancaste do meu esconderijo e me puseste diante de mim mesmo, a fim de que eu enxergasse o indigno que era, o quão deformado, manchado e sujo eu estava”. Em meio à luta, recorri a meu grande amigo Alípio e lhe disse: “Os ignorantes nos arrebatam o céu e nós, com toda a nossa ciência, nos debatemos em nossa carne”. Assim me encontrava, chorando desconsolado, enquanto perguntava a mim mesmo quando deixaria de dizer “Amanhã, amanhã”… Foi então que escutei uma voz que vinha da casa vizinha… Uma voz que dizia: “Pega e lê. Pega e lê!”.

4. Brilhaste, resplandeceste sobre mim e afugentaste a minha cegueira. Então corri à Bíblia, abri-a e li o primeiro capítulo sobre o qual caiu o meu olhar. Pertencia à carta de São Paulo aos Romanos e dizia assim: “Não em orgias e bebedeiras, nem na devassidão e libertinagem, nem nas rixas e ciúmes. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” (Rm 13,13s). Aquelas Palavras ressoaram dentro de mim. Pareciam escritas por uma pessoa que me conhecia, que sabia da minha vida.

5. Exalaste Teu Perfume e respirei. Agora suspiro por Ti, anseio por Ti! Deus… de Quem separar-se é morrer, de Quem aproximar-se é ressuscitar, com Quem habitar é viver. Deus… de Quem fugir é cair, a Quem voltar é levantar-se, em Quem apoiar-se é estar seguro. Deus… a Quem esquecer é perecer, a Quem buscar é renascer, a Quem conhecer é possuir. Foi assim que descobri a Deus e me dei conta de que, no fundo, era a Ele, mesmo sem saber, a Quem buscava ardentemente o meu coração.

6. Provei-Te, e, agora, tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me, e agora ardo por Tua Paz. “Deus começa a habitar em ti quando tu começas a amá-Lo”. Vi dentro de mim a Luz Imutável, Forte e Brilhante! Quem conhece a Verdade conhece esta Luz. Ó Eterna Verdade! Verdadeira Caridade! Tu és o meu Deus! Por Ti suspiro dia e noite desde que Te conheci. E mostraste-me então Quem eras. E irradiaste sobre mim a Tua Força dando-me o Teu Amor!

7. E agora, Senhor, só amo a Ti! Só sigo a Ti! Só busco a Ti! Só ardo por Ti!…

8. Tarde te amei! Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu Te amei! Eis que estavas dentro, e eu, fora – e fora Te buscava, e me lançava, disforme e nada belo, perante a beleza de tudo e de todos que criaste. Estavas comigo, e eu não estava Contigo… Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Chamaste, clamaste por mim e rompeste a minha surdez. Brilhaste, resplandeceste, e a Tua Luz afugentou minha cegueira. Exalaste o Teu Perfume e, respirando-o, suspirei por Ti, Te desejei. Eu Te provei, Te saboreei e, agora, tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me e agora ardo em desejos por Tua Paz!

(Santo Agostinho, Confissões 10, 27-29)


quinta-feira, 22 de agosto de 2019

A realeza de Nossa Senhora


A festa litúrgica de “A Virgem Santa Maria, Rainha”, ou da realeza de Maria, foi auspiciada por alguns congressos marianos a partir do ano de 1900. Em 1925, Pio XI instituiu a festa de Cristo Rei. Em 1954, na conclusão do centenário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição, Pio XII anunciou esta festa para o dia 31 de maio. Na reforma do calendário, promovida pelo Vaticano II, a festa foi fixada na oitava da Assunção de Nossa Senhora, a 22 de agosto, para manifestar a conexão que existe entre a realeza de Maria e a sua Assunção ao céu.

Essa Realeza encontramos em vários documentos pontifícios, quase de contínuo, na expressão de “Rainha da terra e do céu”, atribuída à Virgem Santíssima, ou em expressões de todo equivalentes. Recentemente ainda o imortal Pontífice Pio XI, não contente de bendizer e aprovar o projeto de dedicar-se à Catedral de Port-Said a Maria, Rainha do Universo, enviou a consagrá-la um Legado seu e ofereceu um preciosíssimo colar de ouro, cheio de diamantes, para a imagem de Nossa Senhora. Além disso, permitiu à diocese de Port-Said acrescentar à Ladainha Lauretana a invocação: Regina mundi, ora pro nobis. Já antes de Pio XI, o Papa Leão XIII fizera coroar em seu nome, em 1902, uma imagem de Maria, Rainha do Universo, venerada em Friburgo, na Suíça.

A Igreja em sua liturgia nos faz continuamente saudar a Virgem Santíssima com o título de Rainha: “Salve Regina!”, “Ave, Regina caelorum!”, “Regina caeli, laetare!” Depois, mais de 800 Bispos, dispersos por todo o mundo, indulgenciavam em suas respectivas dioceses uma prece dulcíssima à Realeza de Maria, a qual foi difundida por um grupo de piedosas senhoritas romanas e publicada em várias centenas de revistas. A realeza de Maria Santíssima é, portanto, uma daquelas verdades que estão contidas na pregação quotidiana e universal da Igreja e, por isso mesmo, no depósito da Revelação, isto é, na Escritura do Velho e do Novo Testamento, e na Tradição.

Desde os primeiros séculos da Igreja Católica, elevou o povo cristão orações e cânticos de louvor e de devoção à Rainha do céu tanto nos momentos de alegria, como sobretudo quando se via ameaçado por graves perigos; e nunca foi frustrada a esperança posta na Mãe do Rei divino, Jesus Cristo, nem se enfraqueceu a fé, que nos ensina reinar com materno coração no universo inteiro a Virgem Maria, Mãe de Deus, assim como está coroada de glória na bem-aventurança celeste.

Um célebre Mariólogo do século XVII, Marracci, em sua Polyantea Mariana, chegou a enumerar 135 escritores que deram a Maria o título de Rainha, de Imperatriz, de Soberana ou Senhora. Só a palavra Rainha ocupa 13 grandes páginas de citações.

Em uma pintura das Catacumbas de Priscila, a qual monta ao início do II século, a Virgem Santíssima se acha representada no ato de apresentar seu divino Filho à adoração dos Magos. Embora a Virgem não esteja sentada, como nas pinturas dos séculos III e IV, traz, contudo, atavios que recordam os das Imperatrizes da primeira metade do II século, sem véu algum sobre si. No século IV, a Virgem é representada como uma Rainha no mármore negro do Museu Kircheriano e nos fragmentos de Damons-el-Karita. No século VI, encontramos Maria representada nas ambulas conservadas em Modena. Aí se vê uma Rainha, cheia de sua majestade: o mesmo tipo que se depara nos famosos mosaicos de Santo Apolinário, em Ravena, nos afrescos de Santa Maria Antiga, junto ao Foro Romano e, mais tarde, nos portais de várias igrejas do século XII.

A Virgem Santíssima, portanto, é e deve ser chamada Rainha do universo não só em sentido metafórico, mas também em sentido próprio. Como a de Cristo, a Realeza de Maria é, também, principal e diretamente uma Realeza sobrenatural e espiritual; secundariamente, porém, e indiretamente é também uma Realeza natural e temporal, isto é, se estende também às coisas naturais e temporais, enquanto estas se referem ao fim sobrenatural e espiritual.

Como a de Cristo, assim também a Realeza de Maria não conhece limites de espaço, nem de tempo: estende-se a todos, a tudo e sempre à terra, ao céu, ao Purgatório e ao Inferno.

Estende-se, antes de tudo, à terra, pois que as graças que descem do céu sobre a terra passam, pela vontade de Deus, através do coração e das mãos de Maria. Estende-se ao céu, sobre todos os bem-aventurados, seja porque sua graça essencial é devida, além dos méritos de Cristo, também aos de Maria; seja porque sua graça acidental precípua é causada pela amabilíssima presença da Virgem. Estende-se ao Purgatório, levando os fiéis da terra a sufragarem de muitos modos as almas que ali sofrem e aplicando a estas, em nome do Senhor, os méritos e as satisfações de seu divino Filho, e os seus próprios. Estende-se, por fim, ao Inferno, fazendo tremer os demônios, tornando vãos seus assaltos para a perdição das almas. Não há, portanto, ponto algum do universo sobre que a Virgem Santíssima não estenda sua Realeza.

Fonte: Heroínas da Cristandade

Memória de Nossa Senhora Rainha


O povo cristão sempre venerou a bem-aventurada Virgem Maria com o título de Rainha. Dada, com efeito, a íntima relação que existe entre uma mãe e seu filho — “glória de seus pais” (Pr 17, 6) —, os fiéis nunca tiveram o receio de reconhecer naquela que deu à luz o Rei de toda a criação uma dignidade verdadeiramente régia e, por isso, com direito de domínio sobre quantos somos súditos do fruto bendito de seu ventre inviolável. Maria é Rainha, em primeiro lugar, em razão de sua maternidade divina, pela qual se lhe pode atribuir uma grandeza quase infinita, proporcional ao bem sublime que é seu próprio Filho. Ela é Rainha, em segundo lugar, por sua participação especialíssima na redenção do gênero humano: trazendo, pois, ao mundo o Salvador do mundo, a bem-aventurada Virgem se associou a Jesus, segundo Adão, como nova Eva e, portanto, “mãe de todos os viventes” segundo a graça. Maria é Rainha, em terceiro lugar, por ser Mãe de Cristo, herdeiro de Davi e Senhor de Israel. Ela é Rainha, enfim, por ter sido exaltada acima de todos os anjos e santos, cujos corações domina e aos quais distribui, “como por direito materno” (Pio X, Carta “Ad Diem Illum”, 2 fev. 1904), os dons divinos que o Pai derrama sobre a fronte de seu Filho. — Roguemos hoje à Rainha do céu e da terra e peçamos-lhe, com muito amor e confiança, que nos faça um povo santo e submisso ao suavíssimo império de Jesus Cristo. Que ela, regendo com maternal cuidado a herança conquistada pelo sangue derramado no Calvário, nos ajude a guardar as palavras do Senhor e trazer para o seio da Igreja muitas almas que ainda ignoram a alegria de pertencer ao Reino do Salvador.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

A aparição de Knock, Nossa Senhora aparece em silêncio - 140 anos da aparição



Apesar de Maria não ter dito uma palavra na aparição que ocorreu em Knock, não é por isso que ela não fala ao coração de cada um de nós.

A aldeia de Knock está situada a oeste de Dublin e a norte de Galway, no condado de Mayo. Em 1829, foi aí construída uma pequena e pobre igreja paroquial onde não cabiam mais de 30 pessoas. Foi dedicada a São João Baptista. Em torno da Igreja havia uma pequena escola para rapazes e outra para moças. O terreno da igreja era rodeado por um muro de pedra.

Durante todo o século XIX, a Irlanda sofreu uma depressão da sua economia por causa das más colheitas, sobretudo da batata. No ano de 1879, os agricultores quase não tinham de comer. Nesse ano, houve mas uma desastrosa colheita de batata o que anunciava mais miséria e fome. As pessoas morriam de fome e de doenças, minadas por uma vida muito dura.

Bartholomew Cavanah, foi nomeado prior da igreja em 1867. Era um santo homem, profundamente devoto de Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Era de bom grado que sacrificava os seus bens materiais para ir em auxílio dos pobres e famintos, e nunca teve conta bancária. Também assim considerava as pobres almas do Purgatório. Considerando a Virgem Maria como Mãe de Deus e de todos os filhos de Deus, recorria à sua intercessão por todos os que estavam no Purgatório. Na verdade, alguns meses antes da aparição em Knock, o Padre Cavanah começou a dizer 100 missas pelas pobres almas do Purgatório que Nossa Senhora mais desejasse ver libertas. Surpreendentemente, foi no dia da centésima missa que Nossa Senhora visitou Knock, ao final da tarde de 21 de Agosto de 1879. Foi um dom maravilhoso que exprimiu a gratidão de Nossa Senhora e das almas que foram para o Céu.


Nesse dia, o céu estava coberto de pesadas nuvens. O Padre Cavanah tinha ido visitar paroquianos em regiões vizinhas. Nessa tarde, uma chuva cerrada encharcou-lhe a roupa e a aldeia ficou toda molhada pela noite fora. Mary McLoughlin, a sua empregada, acendeu a lareira para lhe secar as roupas e depois foi-se embora visitar uma amiga, Mary Beirne, que ali morava próximo.

Ao passar junto à igreja deu conta de estranhas figuras e de um altar junto à empena da igreja voltada a sudoeste. Parecia haver uma luz estranha em volta daquelas figuras, mas pensou que era um efeito da luz brilhando através da bruma. Depressa achou que talvez o prior tivesse encomendado algumas imagens novas.
Mais ou menos ao mesmo tempo, um outro membro da família Beirne, Margaret Beirne, chegou à igreja para a fechar durante a noite. Também ela deu conta dum brilho estranho que vinha do lado sudoeste da igreja. Mas, com pressa de se abrigar, não olhou mais, nem disse a ninguém nada sobre o brilho naquela noite. 

Quando terminou a visita, a amiga Mary Beirne acompanhou Mary McLoughlinde de volta, em direcção à igreja. Diziam que as figuras eram imagens iluminadas pela luz. Mas, quando se aproximaram, Mary Beirne exclamou:

“Mas não são imagens, estão a mexer-se. É a Santíssima Virgem!”


Por baixo da parede da igreja voltada a sudoeste, três imagens estavam de pé, por cima da erva crescida e não cortada. As duas mulheres tomaram consciência que não podiam ser imagens porque aqueles seres passeavam-se por cima do monte de erva por baixo delas. Todos vestiam de branco e brilhavam como prata. Uma luz dourada, brilhante, envolvia-as, bem como um altar que estava colocado um pouco por trás delas, virado a oeste. Sobre o altar estava um cordeiro e por cima do cordeiro erguia-se uma grande cruz branca. Seis anjos com asas que se moviam, rodeavam o altar e a cruz.

A certa altura, Mary Beirne correu para os vizinhos mais próximos e disse-lhes para virem ver “a visão maravilhosa!” Rapidamente outros se juntaram a elas para ver e rezar diante da aparição do céu. Todos os que testemunharam o acontecimento, afirmaram que se tratava da Virgem Maria com São José à sua direita e São João Evangelista, à esquerda.

Maria tinha um manto de um branco puro e uma coroa dourada na cabeça. Ao meio da coroa, acima da testa, brilhava uma rosa de ouro plenamente aberta. Tinha as mãos erguidas, como se rezasse. São José tinha uma barba grisalha e a cabeça inclinada para a frente. São João, segurava o livro dos Evangelhos. Estava vestido com traje de bispo e parecia estar a pregar. No entanto, nenhum deles disse uma palavra durante as duas horas que durou a aparição.

A mais velha dos visionários era Bridget Trench, de 75 anos. Caminhou em direção à visão e, à chuva, tentou beijar os pés de Maria. Mas não conseguiu: parecia que Maria se afastava um pouco. Quando as mãos e a cabeça inclinada de Bridget entraram na área da visão, caiu de joelhos na erva seca. Nessa área, não lhe caiu em cima uma gota de chuva. Mais tarde, disse:

"Não percebo porque não consegui palpá-los com as minhas mãos, da mesma forma que os via com os olhos."

Os quinze visionários permaneceram fixados à visita luminosa durante duas boas horas. Rezaram o terço em conjunto. Mais tarde a aparição desvaneceu-se.

Durante as semanas e meses que se seguiram à aparição, toda a aldeia continuava a perguntar: “Porque é que Nossa Senhora lhes tinha aparecido?” 

Multidões de pessoas começaram a afluir a Knock. Deram-se numerosas curas e várias delas foram relacionadas com a aplicação de terra retirada da parede da empena. Tanta terra tiraram que a parede estava em perigo de cair. Nos primeiros três anos que se seguiram à aparição de “Nossa Senhora do Silêncio”, o Padre Cavanah registou aproximadamente 300 curas milagrosas associadas com o santuário de Knock!

Reconhecimento da Igreja


Em 1880, a primeira comissão eclesiástica aprovou o testemunho de todas os 15 videntes como “digno de confiança e satisfatório”. Em 1936, provas confirmadas e centenas de curas milagrosas foram enviadas para Roma. A aparição de Knock teve a sua aprovação total e o reconhecimento da Igreja Católica. 

Cem anos depois da aparição, em 1979, o papa João Paulo II abençoou o local com a sua presença na celebração do centenário. Meio milhão de peregrinos se juntaram no santuário onde o papa declarou a passagem da Igreja de Nossa Senhora, Rainha da Irlanda, a Basílica.


segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Quarta aparição de Nossa Senhora em Fátima - 19 de Agosto de 1917


Conta Irmã Lucia:

A aparição foi no domingo, em 19 de Agosto de 1917 ao cair da tarde...

Andando com as ovelhas na companhia de Francisco e seu irmão João, num lugar chamado Valinhos e sentido que alguma coisa de sobrenatural se aproximava e nos envolvia, suspeitando que Nossa Senhora nos viesse a aparecer e tendo pena que a Jacinta ficasse sem A ver, pedimos a seu irmão João que a fosse chamar. Como ele não queria ir, ofereci-lhe para isso dois vinténs e lá foi a correr.

Entretanto, vi com o Francisco, o reflexo da luz a que chamávamos relâmpago; e chegada a Jacinta, vimos Nossa Senhora sobre uma carrasqueira.

- Que é que Vossemecê me quer?

- Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês farei o milagre para que todos acreditem.

- Que é que Vossemecê quer que se faça ao dinheiro que o povo deixa na Cova da Iria?
- Façam dois andores: um, leva-lo tu com a Jacinta e mais duas meninas vestidas de branco; o outro que o leve o Francisco com mais três meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário e o que sobrar é para a ajuda duma capela que hão de mandar fazer.

- Queria pedir-lhe a cura de alguns doentes.

- Sim, alguns curarei durante o ano.

E tomando um aspecto mais triste:

- Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno, por não haver quem se sacrifique e peça por elas.

E como de costume, começou a elevar-se em direção ao nascente.

A aparição nos Valinhos foi para o Francisco de dobrada alegria. Sentia-se torturado pelo receio de que Ela não voltasse. Depois dizia:

- De certo não nos apareceu no dia 13 para não ir a casa do Sr. Administrador, talvez por ele ser tão mau.

Em seguida, como a irmã disse que queria ficar ali o resto da tarde:

- Não! Tu tens que ir embora, porque a mãe hoje não te deixou vir com as ovelhas.

E para animar, foi acompanhá-la à casa.

O tempo todo as três crianças dedicavam à oração e a imaginar que mortificações poderiam praticar pela conversão dos pecadores. No mês de agosto, de maior seca, chegaram a ficar nove dias sem beber água. Em lugar de comer as frutas doces que os pais lhes davam, comiam ervas do campo e pinhas verdes. Tendo encontrado uma corda áspera no caminho para Aljustrel, os três a repartiram para usar na cintura como um silício, dia e noite.

Eram claros os sinais de que essas penitências agradavam a Deus. Particularmente, Jacinta agora era mais paciente, carinhosa, e aberta aos sofrimentos. Teve muitas visões sobre coisas futuras. Certo dia rezou três Ave-Marias por uma mulher muito doente, e todos os sintomas da doença desapareceram. Por outra mulher, que os injuriava chamando-as de impostoras e mentirosas, Jacinta pediu que os três fizessem muitas penitências para que se convertesse; e de fato, nunca mais a ouviram dizer uma palavra menos bondosa.

Fonte: Últimas e derradeiras graças


domingo, 18 de agosto de 2019

Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria


A Igreja deseja que todos os fiéis celebrem publicamente as “glórias de Maria” e, por isso, a Solenidade da Assunção é, no Brasil, transferida de 15 de agosto para o domingo seguinte. A Assunção de Nossa Senhora é um dogma da fé católica, pelo qual proclamamos a feliz entrada da Virgem Maria no Céu e a sua coroação como rainha dos corações e de todo o universo, segundo o beneplácito de Deus, “que tudo pode, e cujos planos de providência são cheios de sabedoria e de amor” (Pio XII, Munificentissimus Deus, n. 1).

Lemos no capítulo 12 do Apocalipse de São João, o discípulo que acolheu a Virgem Maria em sua casa, uma descrição muito acertada do papel de Nossa Senhora na “economia da salvação”. Ela é a “mulher revestida de Sol”, cujos pés solapam o solo da lua, ou seja, daquilo que é efêmero e compromete o nosso edifício espiritual. Essa mulher é Maria porque ela gera não somente Jesus, nosso Deus e Senhor, mas também sofre pelo parto de seu Corpo Místico que é a Igreja, conforme o que Simeão lhe havia anunciado: “Uma espada de dor transpassará o teu coração” (Lc 2, 35).

Maria sofre as dores do nosso parto estando intimamente associada à cruz de Nosso Senhor, pelo qual somos libertados da escravidão do diabo. De fato, a nossa salvação consiste numa luta de vida ou morte contra a “velha serpente”, que deseja nos roubar a felicidade eterna. Trata-se, portanto, de uma “batalha espiritual”, a qual não se pode vencer sem o auxílio providente de Maria, porquanto “não há fruto da graça na história da salvação que não tenha como instrumento necessário a mediação de Nossa Senhora” (Bento XVI, Homilia, 11 de maio de 2007, n. 5).

Afirmar que Maria coopera na nossa salvação significa dizer que ela tem um papel especialíssimo na conservação do “estado de graça” em nossa alma. Esse “estado de graça” é, antes de tudo, a semente do amor divino que Deus infunde em nossos corações por meio do Batismo ou da Confissão — no caso dos batizados que caíram em desgraça. Para entrar no Céu, precisamos que essa semente gere frutos de caridade em nós, que o amor cresça em nossas vidas, ao ponto de podermos cumprir plenamente o preceito maior: amar ao Senhor nosso Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de todo o nosso espírito e de todas as nossas forças (cf. Mc 12, 30).

Nós não podemos, por nossas próprias forças, amar divinamente, a não ser por uma intervenção sobrenatural. Essa intervenção se dá por meio de Jesus, que nos concede as graças do seu Sagrado Coração, em cujo centro se encontra o tríplice amor com o qual devemos amar a Deus: o amor divino, espiritual e sensitivo. Tal amor foi devidamente concedido à Virgem Maria para que ela pudesse gerar o fruto da salvação e, com isso, formar na santidade todo o Corpo Místico de Cristo.

A serpente maligna, por outro lado, quer nos privar dessa graça, porque ela mesma jogou fora o dom de amar divinamente, e, agora, por pura inveja, deseja nos ver participando da sua condição miserável. A batalha espiritual pela nossa salvação consiste, pois, nessa luta contra o diabo e seus aliados pela preservação da graça em nossos corações. Afinal de contas, Lúcifer deseja nos ver arrastados para o inferno, como a terça parte das estrelas que ele varreu do céu com sua cauda, atirando-as a terra para fazer guerra contra nós e a Mulher (cf. Ap 12, 4).

É nosso dever empunhar as armas desse combate, recorrendo sabiamente ao auxílio da Virgem Maria e de toda a milícia celeste, assim como fizeram todos os bons cristãos ao longo da história. Porque se refugiaram debaixo do manto da Santa Mãe de Deus, eles preservaram e aumentaram o seu amor por Nosso Senhor Jesus, alcançando assim a coroa da eternidade.

Fonte: https://padrepauloricardo.org/episodios/uma-batalha-pela-graca-de-deus

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

À Rainha Assunta ao Céu



A Virgem Imaculada foi elevada ao Céu de corpo e alma após sua morte, que a Igreja desde os primeiros séculos chama de “dormição”; Deus a ressuscitou e levou para o Céu. O Papa Pio XII, em 1 de novembro de 1950, por meio da Constituição Apostólica “Munificientissimus Deus” proclamou como dogma de fé, dizendo:

“Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo”.

A Festa de Nossa Senhora Rainha do Céu e da Terra é celebrada no dia 22 de agosto. A Assunção da Virgem Maria é uma participação especial na Ressurreição de Jesus e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos. A Liturgia bizantina reza: “Em vosso parto, guardastes a virgindade; em vossa dormição, não deixastes o mundo, ó mãe de Deus: fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis nossas almas da morte”.
Na Missa da Assunção a Igreja reza: “Deus eterno e todo poderoso, que elevastes à glória do Céu, em corpo e alma, a Imaculada Virgem Maria, mãe do Vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos de Sua glória”.
Muitos santos perguntavam se o melhor dos filhos poderia recusar à melhor das mães a participação em sua ressurreição e o glorioso domínio à direita do Pai? Para eles sua dignidade de Mãe de Deus exige a Assunção. Para Santo Irineu de Lião (†200), como a nova Eva, Maria participou da sorte do novo Adão, Jesus Cristo, ressuscitou depois da morte, seu corpo não experimentou a corrupção.

A Assunção de Nossa Senhora ao Céu é, para nós que ainda vivemos neste vale de lágrimas, a certeza de que o Céu existe e é nosso destino. A chegada de nossa Mãe ao Céu é a certeza antecipada da vitória final de todos os justos amigos de Deus, que amam o Evangelho e obedecem a Igreja, vivendo como verdadeiros cristãos. Lá do alto a Mãe querida, ao lado do trono do Rei, prepara um lugar no céu para cada um de nós, e ali intercede por nós sem cessar, ela que é a “onipotência suplicante”. A Igreja reza na Assunção: “Hoje a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do Céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho” (Pref. da Or. Euc.).

A Assunção de Nossa Mãe ao céu é um sinal da nossa ressurreição. É uma mensagem especial e convite dessa Mãe a cada um de nós para segui-la ao Céu, desprezando toda a sedução dos apegos e prazeres desta vida, que por mais abundantes que sejam não conseguem saciar os anseios de uma alma imortal criada em Deus, para Deus e à semelhança de Deus. O coração do homem que foi feito para o Alto.

A Assunção de Nossa Mãe é o testemunho certo de que a filosofia consumista, materialista e hedonista de nossos tempos, que tiraniza o ser humano, afastando-o de Deus e dos irmãos, longe de trazer-lhe a verdadeira felicidade, ao contrário, enche sua alma de tristeza, frustração e pessimismo, numa vida sem rumo e sem ideal.

A Assunção de Maria é a festa da esperança do cristão verdadeiro que espera a felicidade eterna e perfeita. Maria subiu ao Céu deixando na terra um túmulo vazio, sinal de que nossa vida aqui nesta terra é uma caminhada para o Céu. É um alerta para que não nos deixemos enganar pelas delícias ilusórias da viagem, as quais não podem satisfazer os anseios infinitos do homem, cujo destino é viver em Deus para sempre.

A Assunção de Maria é a vitória da vida sobre a morte, da esperança sobre o pessimismo, do sofrimento sobre o prazer, da humildade sobre a soberba, do amor sobre o egoísmo, da pureza sobre a luxúria, da mansidão sobre o ódio, da bondade sobre a inveja, da solicitude sobre a preguiça… do bem sobre o mal.
A subida de Maria ao céu é um chamado vibrante a cada um de nós para que vivamos na terra como ela viveu: simples, humilde, pobre, oculta, silenciosa, discreta, generosa, mansa, bondosa e prestativa, para que sejamos um dia exaltados por termos vivido a humildade.
É lá na casa de Maria, no esplendoroso palácio celeste que deve habitar nosso pobre coração. Conquistar o céu, como Maria, deve ser a meta de cada um de nós, e o objetivo de todos nossos esforços.
O cristão vive com os pés na terra e o coração no céu.

São Paulo expressa isso bem quando diz: “Se é só para esta vida que temos colocado nossa esperança em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima” (1Cor 15,19). Em outras palavras, é perder tempo querer seguir Jesus apenas para ser feliz nesta vida, que é rápida e muito precária. No céu é que receberemos a recompensa, “a herança das mãos do Senhor” (Cl 3,24).
Quem deseja o Reino de Cristo nunca pode esquecer-se de que Ele disse: “Meu reino não é deste mundo” (Jo 18,26). Cristo nos quer a todos no Céu, porque ali está nosso destino. Seu coração fica frustrado quando um lugar no céu não é ocupado por alguém. As alegrias do Céu são tantas e tão insondáveis que fizeram S. Paulo exclamar: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que O amam” (1Cor 2,9).

“Nós somos cidadãos dos céus. É de lá que também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso corpo glorioso” (Fl. 3,20-21). “Temos no céu uma casa feita por Deus e não por mãos humanas” (2Cor 5,1). Para o Apóstolo, era um exílio viver na terra. “Todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor… suspiramos e anelamos ser sobrevestidos de nossa habitação celeste… Pois, enquanto permanecemos nesta tenda, gememos oprimidos… Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo, para ir habitar junto do Senhor” (2Cor 5,2-8). Desejar o paraíso é desejar a Deus, diz Santo Afonso, nosso fim último, onde O amaremos perfeitamente.
A vida aqui sem a perspectiva do céu é um desastre total, uma frustração inexplicável. Sem a fé no céu a vida na terra é vazia, sem sentido, como um barco que navega à deriva…

Maria, agora gloriosa no Céu, é a “âncora lançada no infinito de Deus”, é “a Porta do Céu” aberta para seus filhos devotos. Vamos ao Céu por Maria, Ela é a escada que Jesus nos deu para chegar até lá.
Pela Assunção de Nossa Senhora Deus nos revela o sentido pleno da redenção; isto é, uma completa divinização do corpo humano, a transfiguração da própria dimensão material do homem e a vitória sobre a morte em todas suas formas.
Outro aspecto muito relevante da Assunção de Nossa Senhora é que, com seu corpo transfigurado e glorificado, ela pode estar sempre presente ao lado de Jesus e, de modo muito especial numa presença misteriosa junto à Eucaristia. Em vista disso, São Pedro Julião Eymard deu a ela o título de: “Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento”.

Fonte: https://cleofas.com.br/o-que-significa-a-assuncao-de-nossa-senhora/

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

A prisão dos três pastorinhos de Fátima


Em agosto de 1917, Nossa Senhora de Fátima teve de "quebrar a sequência" das suas aparições no dia 13, registradas de maio até outubro

É isso mesmo que você leu no título: um governo anticatólico levou 3 crianças à cadeia por manifestarem a sua fé.

Nas suas aparições registradas em Fátima, Portugal, Nossa Senhora prometeu aos três pastorinhos que os visitaria também no dia 13 de agosto de 1917, como vinha fazendo todo dia 13 desde maio e continuaria fazendo até outubro.

Naquele agosto, porém, o administrador de Ourém, Artur de Oliveira Santos, republicano anticlerical e maçom, mandou prender as três crianças e, como se isto não fosse absurdo o suficiente, ainda tentou amedrontá-las com ameaças cruéis, relatadas pela própria Irmã Lúcia nas suas memórias autobiográficas.

Estamos falando de crianças de 7, 8 e 10 anos de idade.

O contexto era de perseguição contra a Igreja – um dos tantos que se sucederam (e se sucedem) ao longo da história sob governos de ideologia autoritária mascarada de “libertadora”. Naqueles anos, o governo republicano português impedia a livre manifestação da fé católica em público.

Após mais um interrogatório, as crianças foram liberadas na manhã do dia 15.

Em agosto de 1917, a aparição de Nossa Senhora em Fátima só ocorreu no dia 19, diferentemente dos demais meses que transcorreram no período de maio a outubro: nesses outros casos, todas as aparições se deram no dia 13.

Fonte: Aleteia

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Festa da Transfiguração do Senhor


A Igreja, ao celebrar hoje a festa da Transfiguração do Senhor, comemora dois milagres, um patente, outro oculto; um que encanta os olhos, outro que cativa o coração. O primeiro é a manifestação, diante dos apóstolos Pedro, Tiago e João, da luz da glória através do corpo transfigurado de Cristo. Verdadeiro milagre, não só pelo incomum do ocorrido, mas porque a claridade que Jesus então manifestou, embora lhe correspondesse quanto à alma, não lhe era devida quanto ao corpo, que não tinha ainda ressuscitado dos mortos nem, por conseguinte, se revestido dos dotes da glorificação (cf. Santo Tomás de Aquino, STh III 45, 2 c.). O segundo milagre, que não se pode ver com os olhos da carne, mas somente com os da fé, não é o que manifestou Jesus, mas o que declarou estar escondendo: sua glória luminosa, que bem poderia emanar continuamente e a olhos vistos de sua divindade e alma santíssima, Ele a quis ocultar dos homens, não só para crermos em sua humanidade, mas para que Ele assim realizasse os mistérios da nossa Redenção. Por isso, se no que mostra a Transfiguração admiramos o milagre que é ver, redundando em seu corpo, a glória da alma humana do Verbo divino, no que ela oculta temos uma mais justa medida de sua profundíssima humildade: porque Ele, sendo Luz de luz, quis assumir a opacidade da nossa carne; sendo Todo-poderoso, quis sujeitar-se aos nossos limites; sendo impassível por sua natureza divina, não se negou a participar por sua humanidade dos nossos sofrimentos, para os santificar e nos salvar por meio deles. Santos e gloriosos milagres, nos quais vemos o que um dia hemos de ser, quando reassumirmos na claridade da glória os nossos mesmos corpos, se nos dispormos nesta vida a imitar o que o Filho quis ser por nós, rebaixando-se à nossa condição para nos elevar à sua! Que Ele nos conceda, dos tesouros de sua graça, uma perfeita humildade e a paciência de tudo suportarmos por amor a Deus, que nos manda hoje e sempre: “Este é o meu Filho muito amado. Ouvi-o!” (Lc9, 35).

Fonte: https://padrepauloricardo.org/episodios/festa-da-transfiguracao-do-senhor-mmxix

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

A confirmação do aniversário de Nossa Senhora


Para confirmar a data do Aniversário de MARIA, existem dois fatos ocorridos no mesmo dia, que colaboram de maneira efetiva para a aceitação do dia 5 de Agosto como a data Natalícia de NOSSA SENHORA, considerando que as "coincidências" existem, mas sem dúvida, elas são Obras da Providência Divina.

O primeiro fato aconteceu em Agosto do ano 352, na cidade de Roma, com uma nevada milagrosa no monte chamado Esquilino. Giovanni Patrício e sua esposa sonharam que a VIRGEM MARIA desejava que fosse construída uma Igreja em sua homenagem e "avisou" que marcaria o local, cobrindo-o com neve. No sonho, NOSSA SENHORA apareceu com o Menino JESUS ao colo e pedia ao casal que levasse a notícia ao Sumo Pontífice. Na audiência com o Papa Libério (352-366), o casal ao descrever o sonho, deixou o Sumo Pontífice surpreso e admirado, porque também ele havia recebido a mesma mensagem enquanto dormia. Por isso mesmo, determinado a verificar a maravilha, junto com o seu acompanhante, foi ao local e o encontrou coberto com neve em pleno verão na Itália. Era o dia 5 de Agosto de 352. No local indicado pela VIRGEM, o Papa iniciou a construção da BASÍLICA LIBERIANA ou IGREJA DE SANTA MARIA DAS NEVES e também na mesma data, instituiu a Festa de NOSSA SENHORA DAS NEVES, ou da VIRGEM BRANCA, em homenagem a MÃE DE DEUS.


O segundo fato, ocorreu no ano 431, quando por ordem do Papa Celestino I (422-432), foi instaurado na Ásia Menor, o Concílio de Éfeso, entre os dias 22 de Junho a 31 de Julho. Neste Concílio Ecumênico, foi reconhecida e proclamada oficialmente a MATERNIDADE DIVINA DE MARIA. No dia 5 de Agosto em Roma, Sua Santidade celebrou uma Santa Missa festiva e leu o texto do Dogma da MATERNIDADE DIVINA DE NOSSA SENHORA.

No pontificado do Papa Sixto III (432-440), sucessor do Papa Celestino I, foi edificado naquele mesmo local indicado pela VIRGEM MARIA, no monte Esquilino, em Roma, outro templo em honra de NOSSA SENHORA, com uma sólida e bem dimensionada estrutura, formosas colunas jônicas e três magníficas naves, que permanecem até hoje. A Igreja antiga construída pelo Papa Libério, desapareceu no tempo sem deixar vestígio. O novo templo foi denominado BASÍLICA DE SANTA MARIA MAGGIORE (Santa Maria, a Maior), referindo-se a grandeza das virtudes e o imenso poder de intercessão da MÃE DE DEUS, NOSSA SENHORA, SANTA MARIA DAS NEVES.


Ao longo dos séculos, a Basílica recebeu muitos melhoramentos, admiráveis pinturas, artesanato com ouro no teto e nos altares, pisos cerâmicos com desenhos especiais, notáveis imagens e artísticas esculturas, que transformaram o Templo numa majestosa Basílica Mariana, uma das mais importantes e mais bonitas do mundo. Anualmente em Roma, no dia 5 de Agosto as homenagens a NOSSA SENHORA se renovam e se multiplicam em festas e celebrações, relembrando com entusiasmo e alegria o aniversário de construção da Basílica, um digno e precioso presente da humanidade em honra e como demonstração de fervoroso amor a NOSSA SENHORA, na data de seu Aniversário Natalício.

Fonte: http://apostoladosagradoscoracoes.angelfire.com/index12.html

5 de Agosto - O aniversário de Nossa Senhora


Em 1º de agosto de 1984, Jelena recebeu a seguinte mensagem de Nossa Senhora em Medjugorje:

"Essa mensagem é dedicada ao Papa e a todos os cristãos. No dia 5 de agosto próximo, se celebra o segundo milênio do meu nascimento. Nesse dia, Deus me permitiu doar-lhes graças particulares e dar ao mundo uma bênção especial. Peço-lhes que se preparem intensamente com três dias dedicados exclusivamente a mim. Nestes dias não trabalhem demais, mas peguem o vosso terço nas mãos e rezem, jejuem a pão e água. No curso de todos estes séculos, dediquei-me completamente a vocês. É muito se agora lhes peço que dediquem ao menos três dias a mim?"

A paróquia de Medjugorje se preparou por três dias para esta data.

Durante os três dias antes da celebração do segundo milênio do Nascimento de Nossa Senhora, houve jejum e orações incessantes. As confissões foram atendidas por 70 sacerdotes, continuamente. Grande número de pessoas converteu-se.

Raiou o dia 5 de agosto de 1984, festa do bimilenário. Em Medjugorje era um dia lindo! Os videntes afirmaram que nunca tinham visto a Virgem Maria tão feliz como naquela ocasião.

Neste dia apresentaram-lhe uma imagem de Nossa Senhora Menina , que veio de Lourdes; pediram-lhe que ela abençoasse, para ser guardada como lembrança de tão solene data. Jelena declarou: Nossa Senhora olhou para a imagem e começou a chorar, primeiro lágrimas comuns, depois lágrimas de sangue, depois lágrimas de ouro. E disse: “Jamais em minha vida chorei de dor como nesta noite choro de alegria ". E deixou-nos a seguinte mensagem:

"Eu dediquei toda minha vida por vós ao longo dos séculos. Vós dedicai-me aquele dia. Aquele dia é um presente do Meu Filho para Me consolar. Haverá muitas conversões".

Fazendo as contas, Nossa Senhora faz hoje 2035 anos! Parabéns Mãe!

Retirado dos livros "Convertei-vos sem demora", "Medjugorje - Nossa Senhora convida à conversão" e site "Queridos Filhos"


sexta-feira, 2 de agosto de 2019

A Indulgência da Porciúncula - "Perdão de Assis"


Hoje, dia 2 de agosto, a Santa Igreja, abrindo com materna generosidade os tesouros que por Cristo Senhor lhe foram confiados, dá a seus filhos a possibilidade de lucrarem a indulgência plenária da Porciúncula, cuja origem se deve àquela ardentíssima caridade com que São Francisco de Assis, pai seráfico dos frades menores, iluminou e incendiou de amor os lugares e as almas que tiveram a alegria de o conhecer. Segundo as crônicas da Ordem, no ano de 1216, após passar a noite em profunda oração, São Francisco teve na pequenina igreja da Porciúncula, nas proximidades de Assis, uma visão de Maria Santíssima e de seu divino Filho. Perguntaram-lhe, naquela milagrosa e singular aparição, que favor ele gostaria de pedir. Zeloso pela salvação das almas, Francisco não demorou a responder-lhes: “Que todos quantos, arrependidos e devidamente confessados, vierem visitar esta igrejinha, possam receber a completa remissão de seus pecados”. Jesus então lhe disse: “É grande o que me pedes; mas to concedo de bom grado, sob a condição de que vás pedir tal indulgência ao meu vigário na terra, o Papa”. Francisco foi às pressas ao encontro do Pontífice reinante à época, Honório III, que, apesar das hesitações da Cúria Romana, acabou por aprovar o inusitado pedido. Voltando a Porciúncula poucos dias depois, o pai seráfico exclamou, com lágrimas de alegria, diante do povo e do episcopado da Úmbria: “Irmãos, quero levar-vos todos para o Paraíso!” E assim ficou instituído o chamado Perdão de Assis.

Essa indulgência, válida até os nossos dias, pode ser lucrada todo dia 2 agosto pelos fiéis que, cumprindo as condições usuais, visitarem a pequena igreja da Porciúncula, na Basílica de Santa Maria dos Anjos. No entanto, aos fiéis que não for possível realizar essa peregrinação a Igreja concede a mesma indulgência, bastando-lhes para isso, além de preencher as condições requeridas (confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Santo Padre), visitar uma igreja catedral ou sua matriz paroquial e, nessa piedosa visita, recitar a Oração Dominical e o Símbolo dos Apóstolos (cf. Indulgentiarum Doctrina, normas 15-16; Manual das Indulgências, concessão n. 65). Esse privilégio se estende também a todas as igrejas franciscanas. Aproveitemo-nos, pois, dos dons que o Senhor, por intermédio de sua única e santa Igreja, hoje nos concede. Corramos a lucrar a indulgência da Porciúncula; livremo-nos do Purgatório, socorramos as almas que lá ainda padecem, abramo-nos ao perdão de Deus. — “Irmãos, quero levar-vos todos para Paraíso!”, permanece a clamar o poverello de Assis a todo fiel cristão.

Fonte: https://padrepauloricardo.org/episodios/a-indulgencia-da-porciuncula

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Por que agosto é dedicado ao Imaculado Coração de Maria?


Entenda a associação da data com a Segunda Guerra Mundial e a mensagem de Fátima

Na Igreja Católica, cresceram ao longo do tempo “devoções” específicas atribuídas a cada mês do ano. O mês de junho foi associado ao Sagrado Coração de Jesus porque a festa do Sagrado Coração sempre cai naquele mês.

Agosto tornou-se conhecido como um mês dedicado ao Imaculado Coração de Maria, mas atualmente é difícil saber o motivo. Não existe festa particular e a celebração principal em agosto é a Assunção da Virgem Maria, no dia 15.

Porém, uma das razões pelas quais o mês se tornou associado ao Imaculado Coração de Maria é por causa da Segunda Guerra Mundial e a devoção do Papa Pio XII a Nossa Senhora de Fátima.

O mundo estava em tumulto na década de 1940, e o Papa Pio XII respondeu aos pedidos de Nossa Senhora de Fátima, consagrando o mundo ao Imaculado Coração de Maria. Isso ocorreu em 31 de outubro de 1942.

Em 4 de maio de 1944, o Papa Pio XII estabeleceu a festa do Imaculado Coração de Maria no dia 22 de agosto, dia da oitava festa da Assunção. Ele fez isso para que, por sua intercessão, seja obtida “paz entre as nações, liberdade para a Igreja, conversão dos pecadores, amor à pureza e prática da virtude”.

Este foi o dia dedicado ao Imaculado Coração de Maria até depois do Concílio Vaticano II.

Após a revisão do Calendário Geral, o Papa Paulo VI decidiu mudar as festas do Imaculado Coração e a Rainha de Maria. A festa do Imaculado Coração de Maria uniu-se à festa do Sagrado Coração de Jesus (celebrada no sábado seguinte à festa do Sagrado Coração, tipicamente em junho) e a Realeza de Maria foi transferida para o dia 22 de agosto.

Mesmo após a mudança das festas, muitos católicos continuaram a celebrar agosto como um mês dedicado ao Imaculado Coração de Maria, pois sentiam que sua mensagem em Fátima precisava ser ouvida de maneira mais extensa.

Essa designação de agosto não é um tema espiritual “oficial” decretado pela hierarquia católica, mas simplesmente um desenvolvimento histórico que surgiu da Segunda Guerra Mundial e da mensagem de Nossa Senhora de Fátima.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2019/08/01/por-que-agosto-e-dedicado-ao-imaculado-coracao-de-maria/?fbclid=IwAR0o3aPyNFulCNzxCigKG3SJKMlDPMKqUYwb2MKkKUHeHQdcP7sZyft9dHk