sábado, 31 de março de 2018

Sábado Santo - O único coração que acreditou



O Sábado Santo é um dia alitúrgico. O que celebraremos a partir da tarde de hoje, com efeito, já corresponderá à liturgia da noite pascal, quando o nosso Salvador, saindo glorioso do sepulcro na manhã de domingo, vencer a morte e dar-nos uma nova vida. É um dia em que a Igreja lembra a descida do Senhor à Mansão dos Mortos, para resgatar os justos do Antigo Testamento e levá-los ao Céu. Entre estes justos estão adão e Eva, nossos primeiros pais. Hoje a Santa Igreja também dirige o olhar para a Nova Eva, a Virgem Santíssima, que presenciou ao longo deste Tríduo, compadecida como ninguém mais, a Paixão dolorosíssima de seu Filho.

Ontem, Jesus ofereceu ao Pai seu sacrifício na cruz. Por essa oblação,anta  prevista de distintas maneiras no Antigo Testamento, a humanidade foi resgatada. Uma das prefigurações e anúncios do sacrifício vicário de Cristo encontra-se, por exemplo, no sacrifício de Isaac (cf. Gn 22). Abraão, nosso pai na fé, subiu o monte Moriá acompanhado de seu filho, a quem gerara na velhice. Isaac, como diz a Escritura, levava aos ombros a lenha do holocausto sobre a qual ele mesmo seria sacrificado; Abraão, de coração aflito, trazia o fogo, símbolo de sua fé, e a faca para a imolação.

Esse episódio, prenúncio e figura do sacrifício vindouro, repetir-se-ia, segundo a tradição, no mesmo lugar. O monte Moriá, com efeito, seria o próprio monte Sião, sobre o qual fora erguida a cidade santa de Jerusalém, que tempos depois mataria sobre o Calvário o seu divino Redentor. No mesmo lugar, cerca de dois mil antes, Abraão subira a mesma montaha que subirá a Virgem Santíssima: ele, acompanhado de seu filho com a lenha nas costas, para ser provado na fé; ela, seguindo a seu Filho com a cruz nos ombros, levava no Coração a tocha de uma fé perfeitíssima.

Maria, que ouviu do Anjo as seguintes palavras: “O Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi” (Lc 1, 32), via ontem o seu Filho entregue aos algozes e pregado a uma cruz. E no entanto a sua fé não vacilou. Ela, iluminada desde sempre pelo Espírito Santo, entrevia a necessidade daquela morte, tão ultrajante como gloriosa, tão dura de contemplar e, ao mesmo tempo, tão cheia de esperança. Maria sabia, sim, que a morte não daria a última palavra, porque o Senhor mesmo tinha dito: “Depois de três dias ressuscitarei”.

Mas como podemos ter certeza de que o Coração Imaculado de nossa Mãe não fraquejo, não esboçou, ainda que de leve, uma certa desconfiança ou descrença? A resposta consta com toda clareza nas páginas do Evangelho. São Marcos nos relata que, quando passou o sábado, três mulheres — Maria Madalena, a mãe de Tiago e Salomé — saíram às pressas ao sepulcro com o propósito de embalsamar o corpo de Nosso Senhor. São três mulheres fidelíssimas que, segundo o Evangelho (cf. Jo 19, 25), permaneceram firmes junto da cruz de Cristo.

O que chama a atenção é que, entre elas, na manhã de domingo, não estivesse também Maria. Como entender essa ausência? Por que justamente a Mãe do crucificado, após três horas de pé vendo-lhe o suplício, se recusaria a dar-lhe os últimos cuidados, fechando-lhe as feridas e dando-lhe digna sepultura? Que mãe se negaria a ver pela última vez o corpo do filho, de prestar-lhe a última homenagem, de expressar-lhe o último sinal de carinho, de amor, de saudade?

E no entanto Maria não as acompanhou. Maria não foi ao sepulcro porque sabia, pela fé que durante toda a vida alimentara, que o Senhor não estava mais lá. A fé das outras mulheres, essa, sim, sucumbiu; do contrário, teriam crido na promessa de Jesus. Quando Ele deu o último suspiro, apagou-se-lhes do coração o pouco de fé que tinham. Maria Madalena, a mãe de Tiago e Salomé deram, sim, prova de fidelidade; mas, no fim, não conseguiram crer na Ressurreição prometida. O mesmo se diga de São João, o único sacerdote ordenado que permaneceu, impávido e fiel, diante do Senhor crucificado: também ele, ao receber a notícia de que o corpo de Jesus sumira do sepulcro, saiu correndo a ver se era verdade o que lhe diziam.

Maria, porém, teve fé desde o início. Com a morte de Cristo, a Igreja vê-se reduzida, neste dia de amarga solidão e silêncio, a um só coração, ao único que jamais deixou de crer: ao Coração de Nossa Senhora. Neste Sábado Santo, portanto, somos instados a pedir-lhe um coração semelhante, capaz de crer verdadeiramente na palavra e no amor de Jesus Cristo. E não só isso: dentro do panorama da Paixão, devemos pedir a nossa Mãe bendita um coração que seja também sensível aos padecimentos do Senhor. Maria é Mãe fiel, mas é ainda Virgem dolorosa, compadecida dos sofrimentos suportados pela Vítima santa dos nossos crimes.

O pecado, com efeito, nos endurece a alma, torna-nos indiferentes às dores de Cristo na Cruz. Mas quem o ama, compadece-se de vê-lo padecer. E esse amor só é possível se antes houver fé. Sem isso, a figura do crucificado não representará mais do que um simples crime, de uma injustiça, capaz talvez de gerar alguma comoção, superficial e passageira. Mas não é só isso o que lá está: na cruz, vista sob a luz da fé, está pregado o nosso Amor e Sumo Bem, desprezado, rejeitado, desfigurado, saturado de opróbrios.

Que nossa Mãe e Senhora, Virgem corredentora, ajude-nos a tomar parte em sua compaixão cheia de dor e amor, a fim de podermos oferecer a Cristo uma caridade mais pura e ao Pai, o sacrifício de uma fé firme e sincera. — Ó Mãe Santíssima, aproximamo-nos neste Sábado Santo do vosso materno Coração: dai-nos descobrir, sob o véu de vossas lágrimas, a chama ardentíssima de fé e amor que, acendida em vosso Imaculado Coração, ilumina este dia de silêncio e saudade. Que, fortalecidos na fé por vosso auxílio, mereçamos dar ao vosso Filho todo o amor de que Ele é digno.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

sexta-feira, 30 de março de 2018

Sexta-feira Santa - Paixão de Cristo - "Tudo está consumado"



O que na noite de ontem, Quinta-feira Santa, foi realizado no Cenáculo irá se estender ao longo de todo este dia, até que Jesus, de braços abertos na cruz, enfim declare: “Tudo está consumado”. Mas o que é, afinal de contas, essa consumação de que fala o nosso Redentor no Evangelho segundo São João? Antes de tudo, repassemos brevemente como se comemorava a páscoa judaica.

O Senhor, durante a Última Ceia, celebrara o Seder, a liturgia pascal dos judeus. Prescrevia-se que, nesta cerimônia, dividida em quatro grandes partes, houvesse também quatro cálices de vinho. O primeiro, misturado com ervas amargas, bebia-se logo após a recitação do Kidush. Em seguida, na parte correspondente ao Maguid, lia-se a história do Êxodo, ou seja, da saída do povo hebreu da escravidão do Egito. Foi o terceiro cálice cerimonial, também chamado “cálice da bênção”, que Jesus, tomando-o em suas veneráveis mãos, consagrou e converteu em seu Preciosíssimo Sangue.

O Apóstolo Paulo alude a este fato ao escrever as seguintes linhas aos fiéis de Corinto: “O cálice de bênção, que benzemos, não é a comunhão do sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo?” (1Cor 10, 16). Fariseu e profundo conhecedor da Lei, São Paulo utiliza aqui o termo “cálice da bênção” com um sentido preciso, referente justamente ao terceiro copo de vinho do Seder de Pessach.

O quarto cálice devia ser consumido depois do Halel, em que se recitava uma série de cânticos e salmos. Jesus, porém, rompe aqui a lógica da liturgia judaica ao dizer, após a consagração feita sobre o terceiro cálice e sua entrega aos discípulos: “Em verdade vos digo: já não bebereido fruto da videira, até aquele dia em que o beberei de novo no Reino de Deus” (Mc 14, 25). Terminado o canto dos salmos, refere o evangelista São Marcos, saíram todos do Cenáculo em direção ao monte das Oliveiras (cf. Mc 14, 26).

O Senhor, portanto, interrompe a cerimônia antes da ingestão do quarto copo, chamado “cálice da consumação”, precisamente por ser o último, ou seja, o que de alguma maneira encerra a celebração pascal. Não só isso. Jesus anuncia ainda: “Não beberei do fruto da videira, atéaquele dia em que o beberei de novo no Reino de Deus”. A consumação da Páscoa, ou seja, o quarto cálice cerimonial não é, pois, senão o sacrifício redentor do Calvário. É precisamente por isso que, em oração no Horto das Oliveiras, Ele se dirige ao Pai nesses termos: “Aba! Pai! Tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça o que eu quero, senão o que tu queres” (Mc 14, 36).

O Senhor, Cordeiro a ser imolado, sabe que o cálice que Ele há de beber, a fim de consumar a celebração pascal, é o cálice de sua morte na cruz. Daí o sentido profundo que adquire o seguinte relato de São João. Jesus, pregado ao madeiro, diz pouco antes de expirar: “Tenho sede” (Jo 19, 28). Como houvesse ali um pouco de vinagre, isto é, vinho azedo, levaram-no à boca numa esponja “na haste de um hissopo” (Jo 19, 29). E o hissopo, como se sabe, era justamente o ramo previsto no Antigo Testamento para aspergir o sangue do cordeiro nas portas do judeus.

Ora, se o Senhor bebe aqui outra vez “do fruto da videira” é porque, segundo suas próprias  palavras, o Reino de Deus finalmente chegou: “Bebê-lo-ei de novo”, dissera Ele, “no Reino de Deus”. A isso se segue, pois, aquele anúncio com que iniciamos nossa meditação: “Tudo está consumado!” Ele consuma a sua Páscoa, dando-nos não só o seu Sangue, mas também o seu Corpo, entregue como alimento e meio de unir-nos a Ele numa estreitíssima comunhão de corações.

Na Sexta-feira Santa, não se realiza o sacrifício eucarístico, porque toda a Liturgia de hoje, memorial da Paixão e Morte do Senhor, é como uma continuação da Liturgia de ontem, que parece “interrompida” — em silêncio e sem bênção — pela translação processional da Sagrada Reserva ao altar da reposição. Neste dia, ouvindo as leituras e o relato da Paixão e adorando solenemente a santa cruz, podemos unir-nos uma vez mais ao Cordeiro imolado no rito da comunhão. É um dia em que a Igreja, embora não celebre Missa, dá aos fiéis as sagradas espécies consagradas na noite de Quinta-feira, indicando assim o nexo indissolúvel entre os mistérios celebrados nestes dois dias.

Por isso, ao recebermos hoje o Senhor presente na Eucaristia, devemos ter fé de que em nós se consuma aquela aliança de amordesejada por Ele desde o ventre de Maria. Sim, Ele hoje livrou-nos dos nossos pecados, apagou com o seu Sangue o reato da antiga pena, contraída por Adão à sua descendência; hoje Ele veio, com o seu Corpo adorável, dar-se-nos em alimento, em remédio, em penhor de salvação. Que não façamos pouco caso das dores com que Ele nos deu tão precioso dom, o dom de si mesmo, dado de comer aos que escolheu antes da constituição do mundo.

Peçamos à Virgem Santíssima, a São José e a todos os santos e anjos do céu que intercedam por nós junto de Deus e nos alcancem, por suas preces e rogos, a graça de uma fé viva na presença real de Cristo na Sagrada Eucaristia e no caráter essencialmente sacrificial da Santa Missa, a fim de podermos sempre comungar santamente, sabendo tirar todo o proveito possível de tão doce e suave alimento.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

domingo, 25 de março de 2018

Festa da Anunciação em Garabandal - "O Rosário é cantado pelas meninas"

Mari Loli, Conchita e Jacinta, alegria inigualável de estar com a Santíssima Virgem na "Calleja", em Garabandal.

Uma maravilha foi a Festa da Anunciação na pequena aldeia de San Sebastian de Garabandal. A partir das 21h30min até a meia-noite, Conchita, Mari-Loli e Jacinta, em êxtase, cantaram o Rosário inteiro pela primeira vez! Acrescentaram vários versos, que a própria Santíssima Virgem na aparição os inspirou a cantar, entre tradicionais anúncios dos diferentes mistérios, incluindo várias estrofes curtas da Ave Maria de Fátima. Sempre em êxtase, as meninas convidaram as pessoas para se juntarem a elas em seus cantos. Elas se alegraram com o número de pessoas que as acompanhavam e exclamaram:

"Ah, como está feliz a Santíssima Virgem! Como ela está sorrindo e como ela está olhando para todos nós!"
As estrofes 3, 4, 5 e 6 foram tiradas, como dissemos, da Ave Maria de Fátima.

Os "três tempos" a que as crianças se referem na sétima estrofe correspondiam obviamente às aparições da Virgem Maria em Lourdes, em Fátima e em Garabandal. Em virtude dos traços e sotaque próprios de cada uma destas "Três grandes aparições públicas marianas", já podemos observar como Lourdes está relacionada aos Mistérios da Alegria, Fátima aos Mistérios Dolorosos e Garabandal aos Mistérios Gloriosos do Rosário. Uma verdadeira e admirável "lógica espiritual"!

Tradução de algumas estrofes cantadas pelas videntes em êxtase junta mente com Nossa Senhora:

Óh Bem aventurada Maria!
Flôres nós trazemos,
O Santo Rosário
para Vós oferecemos
(Ave Maria, Ave Maria etc...)
Óh Bem aventurada Maria!
Seus olhos estão agora fixos
em cada coração deste mundo
(Ave Maria, Ave Maria etc...)
As modas nos carregam
para os incêndios do inferno
Então, vista-se com modéstia
Se deseja ser salvo(a)
(Ave Maria, Ave Maria etc...)
Você deve fazer penitência
E você também deve orar
para todos os pecadores
Ore pelo perdão.
(Ave Maria, Ave Maria etc...)
No décimo terceiro dia de maio
A Virgem Maria veio para baixo dos Céus
À Cova da Iria
(Ave Maria, Ave Maria etc...)
Homens, mulheres e crianças
Agora vocês sabem nossas mensagens
A Virgem quer quer tudo seja feito
Para o bem de todas as casas
(Ave Maria, Ave Maria etc...)
A Virgem nos avisou:
Com este tempo formam-se três
Óh Doce Virgem Maria
Que morte linda nos dá!
(Ave Maria, Ave Maria etc...)
Homens, mulheres e crianças
Recitem o Rosário
Assim no outro mundo
vocês encontrarão o resto!
(Ave Maria, Ave Maria etc...)


*Do livro de 'Garabandal', página 128

Fonte: Grupo do Facebook MENSAGEM DE GARABANDAL
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1805985122756643&set=gm.1508665729259358&type=3&theater&ifg=1

25 de Março - Anunciação do Senhor


Neste ano, a Solenidade da Anunciação é tranferida para a segunda feira após o Domingo da Misericórdia.

O tema central desta grande festa é o Verbo Divino que assume nossa natureza humana, sujeitando-se ao tempo e espaço.

Hoje é o dia em que a eternidade entra no tempo ou, como afirmou o Papa São Leão Magno: “A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade.” Com alegria contemplamos o mistério do Deus Todo-Poderoso, que na origem do mundo cria todas as coisas com sua Palavra, porém, desta vez escolhe depender da Palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Filho Redentor: “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem e disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.’ Não temas , Maria, conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo:’ O Espírito Santo descerá sobre ti. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tu palavra’” (cf. Lc 1,26-38). Sendo assim, hoje é o dia de proclamarmos: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14a). E fazermos memória do início oficial da Redenção de TODOS, devido à plenitude dos tempos. É o momento histórico, em que o SIM do Filho ao Pai precedeu o da Mãe: “Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Hb 10,7). Mas não suprimiu o necessário SIM humano da Virgem Santíssima.

Cumprindo desta maneira a profecia de Isaías: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” (Is 7,14). Por isso rezemos com toda a Igreja: “Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.
Fonte: Canção Nova

Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor


Na celebração litúrgica deste domingo, recordamos duas realidades: a entrada triunfal de Jesus na cidade santa de Jerusalém, ocasião em que se manifesta a Sua realeza divina — Ele é aclamado com cantos de hosana pela multidão — e, ao mesmo tempo, o mistério da Sua Paixão. Nesse estranho paradoxo, somos apresentados ao fato de que Jesus é, sim, o Messias que vai nos libertar, mas o Messias inesperado. Ele não vem como um revolucionário político, “não se apoia na violência, não começa uma insurreição militar contra Roma”, mas vem como “servo sofredor”, cujo “poder é de caráter diferente; é na pobreza de Deus, na paz de Deus que Ele individualiza o único poder salvador” (Ratzinger, 2011, p. 18).

Os judeus, porém, não O reconhecem. E não O reconhecem porque não têm as lentes da fé que abrem o coração humano e o fazem exclamar como o centurião no final do Evangelho deste domingo: “Na verdade, este homem era o Filho de Deus!” Como “a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes”, precisamos, hoje, rasgar os véus que cobrem a Cruz de Cristo para enxergá-lO como Aquele que vai nos salvar de nossos pecados. Do contrário, o episódio da Cruz será, para nós, apenas mais um crime, um espetáculo de horror como o foi para os judeus.

Quando Mel Gibson lançou A Paixão de Cristo nos cinemas, grande parte do público viu apenas um filme de terror. Mas por trás de todo aquele sofrimento e flagelo havia o mistério da redenção. Na Cruz, Jesus não sofreu apenas uma execução cruel e injusta; Ele deu a sua vida livremente — “ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir” (Jo 10, 18) — para, através do Seu sangue, realizar um gesto de justiça, amando a Deus como Ele deve ser amado, e um gesto de misericórdia, reavendo o gênero humano, perdido pelo pecado. Em outras palavras, Jesus deu a sua vida pela salvação do homem.

Para crermos no mistério da Cruz, devemos apoiar-nos na fé da Virgem Maria. Ela, a mãe do Salvador, foi a única que não vacilou diante da Paixão. Mesmo o apóstolo João, que estava também ao pé da cruz, precisou ver o sepulcro vazio para acreditar na ressurreição. Maria, por outro lado, manteve-se o tempo todo firme, stabat mater, crendo na providência divina apesar de ouvir o próprio filho dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”, pois sabia que Ele precisava padecer a dor do homem, precisava ser dilacerado pelas nossas impurezas. Unida ao mistério da Redenção, Maria ofereceu o único sacrifício que nenhum outro poderia oferecer: o sacrifício da sua fé.

Neste Domingo de Ramos e da Paixão, portanto, façamos de Maria a nossa companheira para que, no crime da cruz, vejamos o alvorecer da nossa redenção.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

sexta-feira, 23 de março de 2018

Sexta-feira das Dores - A Virgem Dolorosa, a Compaixão na Paixão de Cristo

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"Stabat Mater Dolorosa” – O dia de hoje nos remete àquela Jerusalém de mais de 2000 anos, quando, pelas tortuosas ruas da velha cidade, Maria vai ao encontro do Filho amado. Saindo à sua procura, Maria, nossa Mãe amorosa, também quer nos encontrar. Estejamos abertos ao seu encontro.”Salve Virgem Dolorosa”

A tradição popular denomina a Sexta-Feira da 5ª Semana da Quaresma de Sexta-feira das Dores em memória das dores da Santíssima Virgem na Paixão do Senhor. Em muitos lugares, conserva-se o costume de fazer uma procissão com a imagem do Senhor carregando a Cruz (Senhor dos Passos) e outra com a imagem de Nossa Senhora das Dores ao mesmo tempo por lugares diferentes. As procissões e encontram em uma praça determinada representando o encontro de Jesus e Maria no caminho do Calvário. Na Sexta-Feira Santa, nossos pensamentos estão e devem estar centrados no Senhor. Oito dias antes, choramos com Nossa Senhora, partilhamos um pouco de sua dor e pedimos que ajude-nos a sofrer verdadeiramente pelas nossas faltas e alcançar o perdão de nossos pecados, causa única do sofrimento de Jesus e dela.

Meditemos nas dores e sofrimentos da Santíssima Virgem Maria por Seu Filho Jesus... Mater Dolorosa, ora pro nobis!



Fonte: http://guiacachoeiradocampo.com.br/sexta-feira-das-dores-30-de-marco/

segunda-feira, 19 de março de 2018

19 de Março - Solenidade de São José, Esposo da Virgem Maria

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Os cristãos celebram hoje com grande alegria a solenidade de São José, Patrono da Igreja Universal. Assim como lhe foi confiada a guarda da Sagrada Família, assim também, por especial desígnio de Deus, está sob o seu paterno e diligente patrocínio o cuidado de toda a família cristã. Ele é, depois de Maria Santíssima, o maior de todos os santos. Com efeito, Jesus, por ser Deus encarnado, é de uma santidade infinita, inalcançável por qualquer criatura; a Virgem Imaculada, por seu papel especialíssimo na Encarnação, foi ornada de uma pureza e justiça tão elevadas que, como disse o Papa Leão XIII, nada maior se pode imaginar; e São José, por inefável providência, teve a graça de ser, entre todos os santos, o mais próximo de Jesus, a quem encheu de beijos e sobre o qual derramou todo o afeto de que era capaz o seu virginal coração de pai. Ora, como é o grau de união e proximidade a Cristo o que mede e determina o nosso grau de santidade, não há como pôr em dúvida que São José é, sim, o primeiro e o maior de todos os santos. Como não atribuir esse posto de honra em nossa devoção privada àquele que conviveu com o Verbo humanado, não com a indiferença e descrença daqueles outros familiares, mas com a fé viva de quem sabia, ainda sem ver, do sublime mistério posto em seus braços? É verdade, sim, que a devoção a este glorioso Patriarca só lançou raízes firmes no coração dos fiéis há relativamente pouco tempo. Mas não será isso um reflexo do silencioso desvelo com que, no trabalho e em casa, ele assistia discretamente os dois maiores tesouros do mundo, Jesus e Maria? É hora, pois, de proclamar sobre os telhados a grandeza de José, a quem Deus “tirou” do seu humilde silêncio para socorrer, proteger e amparar a herança que Cristo conquistou com o seu sangue. — Ó glorioso São José, zeloso defensor de Jesus Cristo, amparai todos os filhos da Santa Igreja de Deus!

Fonte: Padre Paulo Ricardo


sábado, 17 de março de 2018

17 de Março - Memória de São Patrício


São Patrício salvou muitas almas através de seu testemunho de santidade

O santo de hoje nasceu na Grã-Bretanha, no ano 380. Oração, penitência, uma vida de entrega a Deus que foi capacitando São Patrício a responder em Cristo diante das tribulações da vida.

Aos 16 anos foi capturado e preso por piratas irlandeses. No perdão, na oração e na atenção de encontrar um espaço para a fuga, conseguiu fugir para a França, onde continuou seu discernimento na busca da vontade de Deus.

Tornou-se sacerdote missionário, evangelizando na Inglaterra e na Irlanda. Já como bispo, salvou muitas almas através de seu testemunho de santidade, a ponto de tornar a antiga Irlanda toda católica, do empregado ao rei.

A historia da Irlanda ficou marcada com a contribuição de São Patrício, que através da construção que fez de diversos mosteiros, deixou nesse lugar a fama de “ilha dos mosteiros”.

Faleceu com cerca de 80 anos.

São Patrício, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova

sexta-feira, 9 de março de 2018

9 de Março - Memória de São Domingos Sávio


“Quero ser santo!”, costumava dizer São Domingos Sávio, cuja memória se celebra neste 9 de março. É padroeiro dos meninos cantores e também das grávidas, por ter cumprido em sua vida uma missão da Virgem Maria, enquanto era guiado por São João Bosco.

Domingos Sávio nasceu na Itália em 1842. Desde muito pequeno desejou ser sacerdote e ao conhecer Dom Bosco pediu para ingressar no Oratório de São Francisco de Sales, em Turim.

Ali organizou a Companhia de Maria Imaculada e com seus companheiros frequentava os sacramentos, rezava o Rosário, ajudava nos afazeres e cuidava dos meninos difíceis. Além disso, tinha um espírito muito alegre, gostava de brincar e estudar.

São João Bosco escreveu uma biografa do jovem santo e chorava cada vez que a leia. Nela contava que em várias ocasiões viu Domingos extasiado depois de receber a Comunhão, até que certo dia Dom Bosco o encontrou no coro do templo.

“Fui ver – conta Dom Bosco – e encontrei Domingos que falava e depois calava, como à espera de uma resposta. Entre outras coisas ouvia claramente estas palavras: ‘Sim, meu Deus, já vos disse e vo-lo digo de novo: amo-vos e quero amar-vos até à morte. Se virdes que vos hei-de ofender, enviai-me a morte: sim, antes a morte que o pecado’”.

Quando Dom Bosco lhe perguntou o que fazia nesses momentos, Domingos lhe respondeu: “Pobre de mim, vem-me uma distração, e naquele momento perco o fio das orações, e parece-me ver coisas tão belas que as horas fogem sem que eu dê por isso”.

Durante ou processo de investigação para levar Domingos Sávio aos altares, sua irmã Teresa narrou que certa vez o Santo se apresentou diante de Dom Bosco e lhe pediu permissão para ir a sua casa. Seu formador lhe perguntou o motivo e o jovem respondeu: “Minha mãe está muito delicada e a Virgem quer curá-la”.

Dom Bosco perguntou de quem tinha recebido notícias e Domingos respondeu que de ninguém, mas que ele sabia. O sacerdote, que já conhecia seus dons, deu-lhe dinheiro para a viagem.

A mãe de Domingos estava grávida, mas sofrendo com fortes dores. Quando o jovem chegou para vê-la, abraçou-a fortemente, beijou-a e depois obedeceu sua mãe, que lhe tinha pedido que fosse com uns vizinhos.

Quando o médico chegou, viu que a senhora estava com a saúde recuperada e, enquanto os vizinhos a atendiam, viram em seu pescoço uma fita verde que estava unida a uma seda dobrada e costurada como um escapulário. A surpreendente visita de Domingos a sua mãe se deu em 12 de setembro de 1856, data do nascimento de sua irmã Catarina.

Tempo depois, Domingos disse a sua mãe que conservasse e emprestasse aquele escapulário às mulheres que necessitassem. Assim se fez e muitas afirmavam ter obtido graças de Deus com a ajuda do escapulário da Virgem.

Domingos Sávio retornou ao oratório salesiano, mas não por muito tempo. Ficou doente e, por sugestão dos médicos, teve que despedir-se de Dom Bosco e de seus companheiros para voltar para sua casa. Antes de morrer, disse: “Que coisa tão formosa vejo!”. Partiu para a casa do Pai em 9 de março de 1857 aos 14 anos de idade.

Fonte: http://cleofas.com.br/voce-conhece-sao-domingos-savio-padroeiro-das-gravidas/